60 resultados para Doutrina dos precedentes
Resumo:
O objetivo deste trabalho foi avaliar a resposta do feijoeiro a épocas de aplicação de N, em sistema plantio direto, após cultivo de milho solteiro ou consorciado com braquiária. O delineamento experimental utilizado foi em blocos ao acaso, com arranjo de parcelas subdivididas e quatro repetições. As parcelas consistiram de: cultivo de milho solteiro ou milho consorciado com braquiária, nas duas safras de verão precedentes à semeadura do feijão. As subparcelas consistiram de: três épocas de aplicação de 100 kg ha-1 de N, antes e na semeadura, e em cobertura; e uma testemunha, sem aplicação de N. A adubação nitrogenada do feijoeiro aumentou o teor de N na folha, o número de vagens por planta e a produtividade de grãos (33%, na média das épocas de aplicação), apenas no cultivo em sucessão ao milho solteiro. Por proporcionar maior produção de massa e pela ciclagem de N, o cultivo de braquiária consorciada com milho reduziu a necessidade de aplicação de N ao feijoeiro em sucessão, em comparação ao cultivo anterior de milho solteiro. A aplicação antecipada do N, antes ou por ocasião da semeadura do feijão, proporciona produtividade de grãos semelhante à observada com a aplicação em cobertura.
Resumo:
Este artigo tenta explicitar o conceito de Darstellung utilizado por W. Benjamin para caracterizar a tarefa da filosofia no prefácio de Origem do Drama Barroco Alemão. Procede em três tempos: primeiro, a diferença entre verdade e conhecimento; segundo, a relação entre verdade, exposição, de si mesma e beleza; terceiro, a interpretação bastante peculiar que Benjamin dá da doutrina das Idéias e do Symposion de Platão.
Resumo:
Este artigo tem duas partes. Na primeira, é examinada a apropriação que Pascal faz do argumento cartesiano do Deus enganador no fragmento La 131 dos Pensamentos. Mostra-se aí uma leitura epistemológica cética do argumento de Descartes que o transforma em uma das premissas do argumento pascaliano da verdadeira religião. Na segunda parte, é examinada a apropriação que Huet faz deste mesmo argumento cartesiano no seu Tratado filosófico da fraqueza do entendimento humano (livro I, capítulo 10). Mostra-se nesta parte, com base no Tratado e nas anotações que Huet fez no seu exemplar dos Pensamentos, que a leitura cética huetiana do argumento cartesiano é derivada da leitura pascaliana do mesmo argumento, embora para um fim diferente do de Pascal: não como prova da doutrina da Queda, mas como indicação da fraqueza da razão desprovida da fé.
Resumo:
Este estudo apresenta a exegese dos Antigos em V, 1 [10], 8-9, mostrando que Plotino estabelece um acordo entre as autoridades mencionadas: todos os Antigos por ele aludidos já conheciam, ainda que de modo implícito e inexato, a doutrina das três naturezas. De modo geral, a imprecisão dos seus predecessores consistia em confundir o Um e o Intelecto. Seguindo passo a passo o argumento de Plotino, tenta-se compreender, especialmente, a função de três dentre os filósofos citados. Primeiro, Platão, considerado o testemunho mais exato das antigas doutrinas. Depois, Aristóteles, contra quem Plotino polemiza, mas que parece servir de modelo para a exegese de alguns dentre os filósofos anteriores a Platão. Finalmente, Ferécides, que encerra uma alusão à doutrina pitagórica e, talvez, também, à tradição mítica.
Resumo:
Um dos aspectos mais importantes do sistema ético de Plotino é sua doutrina da união da alma e do Intelecto: essa união é o objetivo das práticas de purificação, o topo da prática dialética e a base da experiência mística. Mas, sendo inferior ao Intelecto, como é possível à alma alcançar essa união? Este artigo é uma tentativa de buscar a explicação plotiniana desse problema.
Resumo:
O objetivo do artigo é compreender como Bayle, no seu Dicionário, avalia a força da razão. Primeiro, apresento como seria o bom funcionamento da razão e de que modo esta, apoiando-se tanto nas ideias claras e distintas, como em princípios lógicos, metafísicos e morais, poderia estabelecer algumas verdades em filosofia. Em seguida, passo em revista quais seriam as principais dificuldades levantadas por Bayle para que a razão possa alcançar verdades e que alcance teria, segundo o filósofo, cada uma delas. Na parte final, faço um balanço das análises precedentes e proponho que, para Bayle, a razão não é destruída por essas dificuldades, mas, ainda assim, seria incapaz de estabelecer qualquer verdade em filosofia.
Resumo:
Este trabalho pretende desenvolver as seguintes proposições: 1) Nos escritos juvenis, a questão da exterioridade da natureza foi já pensada, por Hegel, como um atributo daquilo que é natural, e que será desenvolvido de forma mais consistente nas obras posteriores, sobretudo, na Enciclopédia com a formulação do conceito de natureza como a "ideia na forma do seroutro (Andersseins)". 2) Este modo de entender a natureza - segundo o ponto de vista de uma "outridade" - servirá de referência às relações de dominação no campo político, nas quais os traços de naturalidade permanecem segundo o paradigma da dialética do senhor e do escravo, e que caracteriza as concepções de estado de natureza da doutrina do Direito Natural - como a de Hobbes. 3) A coação como violência ou subjugação legítima praticada contra aquilo que contém o elemento da exterioridade da natureza é compatível com a determinação essencial da natureza, e designa a condição inicial do homem como ser natural (Naturwesen), o qual pode ser coagido.
Resumo:
O artigo versa sobre a distinção axiológica estabelecida por Nietzsche entre a prática evangélica de Jesus e a distorção da mesma pela institucionalização da moralidade cristã. Através das indicações de Nietzsche, realiza-se uma interpretação imanente da mensagem religiosa de Jesus, que fez de sua doutrina uma possibilidade de se alcançar a beatitude no âmbito da própria vida, e não uma promessa para além do mundo; mais ainda, a comprovação de que a genuína prática cristã se fundamentava numa valoração amoral, destituída de qualquer qualidade normativa.
Resumo:
O presente artigo propõe uma interpretação deflacionista para a doutrina da essência absolutamente considerada (EAC), apresentada por Tomás de Aquino no opúsculo "De ente et essentia". O norte do trabalho é a análise das expressões reduplicativas que são constantemente utilizadas pelo Doutor Angélico para designar as EAC's. Portanto, pretendo mostrar que a EAC é a consideração dos predicados essenciais, que se predicam das expressões reduplicadas, diferentemente da noção acidental de existência. Por isso, a EAC não existe nem no intelecto nem na realidade, o que, dito em outras palavras, significa apenas que "existir no intelecto" e "existir na realidade" são predicados acidentais em relação às essências apreendidas abstrativamente pela mente.
Resumo:
Para elaborar sua profetologia, Maimônides retoma conceitos relativos às teorias do intelecto de Al-Fārābī e de Avicena, que, por sua vez, se baseiam nas noções sobre a alma de Aristóteles. Dessa perspectiva, a Revelação divina deve ser considerada um fato natural inserido na totalidade da natureza criada por Deus. Compreender a Revelação significa, portanto, compreendê-la a partir do homem, uma vez que o profeta, apesar de se tratar de alguém que se destaca do conjunto da humanidade, é sempre um ser humano, possuidor de uma natureza humana. Desse modo, a doutrina da profecia – central no "Guia dos Perplexos" ‒ é elaborada a partir da natureza humana à luz da filosofia racional greco-árabe. Os falāsifa – filósofos muçulmanos helenizantes – já ensinavam que a profecia é possível graças a certa perfeição da natureza humana (leia-se intelecto). Esse ensinamento está fundamentado na teoria do intelecto apresentada por Aristóteles em "De Anima" III, 5, 430a 10 et seq. Contudo, para os filósofos de expressão árabe (inclusive Maimônides), a profecia é resultante de certas condições físicas e psíquicas determinadas pelo fluxo necessário das emanações, cuja teoria deriva da "Teologia Pseudo-Aristotélica", um tratado neoplatônico atribuído ao Estagirita que, durante a Idade Média, circulou amplamente nos ambientes filosóficos tanto dos judeus quanto dos muçulmanos. Na cosmovisão neoplatônica adotada por eles, o intelecto do profeta reflete a luz e o conhecimento divino derramado pelo fluxo emanatório (fayḍ) do Ser primeiro no mundo celeste, composto pelas dez inteligências separadas, suas almas e esferas. No processo emanatório, a faculdade da imaginação do profeta recebe da última inteligência, o Intelecto Agente, as verdades dos preceitos positivos e culturais da religião, que a imaginação transforma em alegorias e símbolos a serem transmitidos para a humanidade. Maimônides faz da imaginação a pedra de toque de sua profetologia.
Resumo:
RESUMO Este trabalho desenvolve aspectos da controvérsia entre Fichte e Schelling em relação aos elementos estéticos, linguístico-filosóficos e da filosofia da religião de ambos, que é foco das "Investigações sobre a liberdade humana de Schelling", assim como das exposições da doutrina da ciência e da ética do Fichte tardio (1810-1813). As divergências entre Fichte e Schelling não envolvem apenas problemas especulativos, mas sim variadas implicações e consequências dos seus sistemas filosóficos, que podem ser destacadas por uma análise da função da analogia nos dois autores. A analogia é uma figura que agrega a estética, a filosofia da linguagem e a filosofia da religião nos dois autores; ela é um significante que põe o problema do significado, ou seja, põe o problema da relação entre finito e infinito (Schelling) e da relação entre saber absoluto e saber particular (Fichte). Essa relação vai ser investigada a partir de algumas passagens das "Investigações" de Schelling (§2); num segundo momento, será analisada a função do conceito de analogia e de símbolo nesse contexto (§3); e, no final, a diferente compreensão da Igreja como símbolo do absoluto na "Filosofia da arte" de Schelling e na "Doutrina moral" fichtiana de 1798 e 1812 (§4).
Resumo:
RESUMO Entre os vários pontos da obra de Nāgārjuna que deram origem a análises e discussões, o tema das 'duas verdades' é um dos mais controversos. Com efeito, dentro da ampla bibliografia dedicada a essa temática, são muitas, e amiúde divergentes, as tentativas de explicar o que Nāgārjuna entendesse - no verso 24.8 das suas Mūla-madhyamaka-kārikā (MMK) - com as expressões 'verdade convencional' e 'verdade suprema'. Esses pontos de vista interpretativos, entretanto, frequentemente, parecem prescindir daquele que talvez seja o critério mais confiável para dirimir as controvérsias relativas às MMK: i. e., a leitura dos comentários indianos às mesmas MMK. Em contraste com essa tendência, este escrito objetiva investigar as passagens do Prajñāpradīpa e das Prasannapadā onde encontramos explicações, respectivamente de Bhāviveka e de Candrakīrti, que dizem respeito às duas verdades. O resultado dessa pesquisa se apresentará como nitidamente favorável à interpretação da doutrina das duas verdades que, em outros escritos, chamei de 'pedagógica'.
Resumo:
RESUMO Hans-Georg Gadamer retomou e elevou a atividade hermenêutica ao status de filosofia. Uma das suas idiossincrasias consiste em entrelaçar, no seu discurso, experiências de ordem ética, política, metafísica e estética. A hermenêutica filosófica pauta-se pela prática do diálogo sobre questões relativas ao pensar e à conduta humana. O presente artigo tem por meta realizar um exercício dialógico entre o projeto filosófico de Gadamer e o pensamento oriental - mais especificamente, o budismo zen da tradição da escola de Kyoto, representada pelo pensamento de Nishida Kitarō. Nossa reflexão será articulada sobre quatro momentos distintos, mas que devem ser tomados dialeticamente: inicialmente, apresentaremos um quadro geral, indicando o estado da questão da hermenêutica gadameriana relativo ao pensamento oriental; a seguir, sustentaremos as semelhanças sobre o modo de proceder de ambas, sua metodologia dialética; posteriormente, aprofundaremos a noção fundamental de experiência e as proximidades que permeiam as perspectivas de ambas as tradições; enfim, como implicação das reflexões precedentes, sustentaremos a hipótese de um saber intuitivo enquanto experiência e ação intuitivas. Ao final, apontaremos algumas conclusões instauradas a partir desse exercício dialógico para a prática filosófica.
Resumo:
A educação médica passa por modificações na doutrina e na prática da formação profissional, conectada à contemporaneidade do mundo globalizado. No contexto do Sistema Único de Saúde (SUS), aumenta o interesse de diferentes sujeitos em relação ao ensino médico, devido aos aspectos políticos e comunitários e com repercussões nas mudanças nos serviços de saúde. Iniciativas de incentivo às mudanças curriculares em medicina são adotadas para incrementar melhorias na formação médica. Nesse contexto se insere o Projeto de Incentivo a Mudanças Curriculares para os Cursos de Medicina (Promed). Com o objetivo de analisar a percepção de alunos sobre mudanças curriculares na educação médica, pesquisamos seis cursos médicos, em três estados brasileiros, usando questionários e entrevistas. Alguns pressupostos das Diretrizes Curriculares Nacionais não foram incrementados, mas o desdobramento do Promed possibilitou um programa ampliado de incentivos a mudanças curriculares. Mesmo tendo caráter exploratório, este estudo aponta a necessidade de estudos prospectivos para conhecer os impactos dos incentivos às mudanças curriculares do ensino médico, sintonizando-o, assim, com as necessidades de saúde da população.
Resumo:
Com base na hipótese de que polímeros associados a silício (Si) estariam obstruindo traqueídeos, e assim contribuindo para um colapso nutricional de maciços florestais de Pinus caribaea, tropicais em áreas de cerrado, nos chapadões das regiões do Triângulo Mineiro e do Alto Paranaíba (MG), foi desenvolvido este trabalho. Estudos precedentes mostraram uma relação estreita deste quadro fisiológico com deficiências nutricionais. Sabe-se, no entanto, que as sementes usadas na implantação desses maciços apresentavam grande variabilidade genética bem expressa na diversidade de comportamento das plantas, uma vez que parte delas permanece sadia enquanto outras entram em processo de senescência de intensidade variável, culminando com a morte da planta. Neste estudo, foram amostrados segmentos de raízes e do ponteiro de plantas aparentemente normais (acículas verdes), em diferentes estágios de senescência (acículas amareladas) e mortas. Essas amostras, após secagem até o ponto crítico, foram observadas em um microscópio eletrônico de varredura acoplado de uma microssonda de raios-X. Constatou-se a presença de Si e Al nos tecidos do xilema e do floema, tanto na parte aérea quanto nas raízes, e os maiores teores foram encontrados no xilema das raízes. Todavia, não foi constatada obstrução ou qualquer presença de corpos sílico-aluminosos nos tecidos condutores das partes analisadas. Verificou-se, no entanto, que a presença de Si em associação ao Al ocorreu segundo uma relação Al/Si da ordem de 2,6. Os dados revelaram ainda que a amplitude de variação do Si é de 1,5 vez maior que a do Al. Concluiu-se que a amplitude de variação do Si é maior que a do Al, estabelecendo uma relação de variação (Si-Al).