468 resultados para disfunção de prótese
Resumo:
OBJETIVO: avaliar o resultado da técnica da colpossacrofixação (CSF) para tratamento de pacientes que apresentaram prolapso de cúpula vaginal pós-histerectomia e que foram tratadas no período de 1995 a 2000. MÉTODOS: foram incluídas, retrospectivamente, 21 pacientes com prolapso de cúpula vaginal pós-histerectomia e correção prévia de cistocele e retocele. Foram analisados a idade, paridade, peso e índice de massa corpórea (IMC) o intervalo entre a histerectomia e o aparecimento do prolapso. A colpossacrofixação foi realizada em 15 pacientes, das quais se avaliaram o tempo cirúrgico, perda sangüínea e recidiva. As pacientes submeteram-se a CSF com ou sem interposição de prótese de material sintético entre a cúpula vaginal e o sacro. RESULTADOS: para 15 das 21 pacientes acompanhadas em nosso serviço, a técnica de CSF foi a de eleição. Em um caso houve dificuldade técnica intra-operatória e optou-se pela correção a Te Linde. A média de idade das pacientes foi de 63,7 (47 a 95 anos), paridade 4,6 e o IMC 26,9. A CSF foi realizada, em média, 18 anos após histerectomia total abdominal e 3 anos após histerectomia vaginal. O tempo cirúrgico médio foi de 2 horas e 15 minutos, sem necessidade de transfusão sanguínea. Não houve recidiva do prolapso ou dos sintomas pré-operatórios (seguimento de 1 a 5 anos). CONCLUSÕES: o tratamento cirúrgico do prolapso de cúpula vaginal pode ser realizado pela via vaginal (colpocleise ou fixação ao ligamento sacroespinhoso) e pela via abdominal (colpossacrofixação). Esta última apresenta a vantagem de restaurar o eixo vaginal preservando sua profundidade, o que, além de melhorar o prolapso, permite o restabelecimento das funções sexuais, intestinal e urinária (principalmente quando associada a colpofixação - Burch). Assim, quando o diagnóstico e tratamento são adequados e a equipe cirúrgica tem pleno conhecimento da anatomia pélvica, podemos afirmar que a CSF atinge seu objetivo no tratamento do prolapso de cúpula vaginal, com excelente correção e mínima morbidade.
Resumo:
Os macroprolactinomas são tumores benignos hipofisários, secretores de prolactina, manifestando-se com amenorréia, galactorréia e disfunção gonadal. O tratamento de primeira escolha é clínico, com agonistas dopaminérgicos. O tratamento cirúrgico é reservado para os raros casos que não respondem ao tratamento clínico, intolerância à medicação ou nos casos agudos quando ocorre a hemorragia intra-tumoral. Descrevemos o caso de uma paciente portadora de macroprolactinoma submetida a duas ressecções cirúrgicas e resistente ao tratamento clínico, com evolução não usual.
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OBJETIVO: avaliar os efeitos da associação de estrogênios e androgênios sobre a qualidade de vida e a sexualidade de mulheres durante o climatério. MÉTODOS: foram incluídas 96 pacientes com sintomas vasomotores e disfunção sexual na pós-menopausa. As mulheres foram aleatoriamente divididas em três grupos de tratamento com 32 pacientes cada: placebo, estrogênios conjugados eqüinos (0,625 mg por dia) e associação de estrogênios conjugados eqüinos (0,625 mg por dia) e de metiltestosterona (2,5 mg por dia). O tratamento foi realizado por três meses. A avaliação da qualidade de vida e da sexualidade foi realizada por entrevista usando o Questionário de Saúde da Mulher (QSM) e o Questionário Simplificado sobre Sexualidade, antes e após o tratamento. Alguns parâmetros do risco cardiovascular, o eco endometrial e a toxidade hepática foram avaliados. Para análise dos dados aplicou-se o teste ANOVA, seguido pelo teste post hoc de Fisher e teste de Shapiro-Wilk. RESULTADOS: houve melhora nos parâmetros do QSM nos grupos que receberam estrogenioterapia isolada e associada ao androgênio em comparação ao grupo placebo. Entretanto, não houve diferença entre os três grupos em relação às questões referentes aos sintomas somáticos. A associação estro-androgênica foi superior ao estrogênio isolado nas questões relacionadas com função sexual (média da pontuação: 64 vs 67; p<0,05) e humor deprimido (média da pontuação: 75 vs 80; p<0,05). No grupo que recebeu a terapia estro-androgênica, houve redução do colesterol total (212±42 e 194±43, antes e após o tratamento, respectivamente) e do HDL-colesterol (56±16 e 48±14, antes e após o tratamento, respectivamente), bem como discreto aumento do eco endometrial (4,7±2,3 e 5,5±2,3 antes e após o tratamento, respectivamente). Não foi constatada alteração significante das enzimas hepáticas entre os grupos, durante o período de estudo. CONCLUSÕES: a associação estro-androgênica resultou em melhora na qualidade de vida e nos distúrbios sexuais. Este efeito foi superior à estrogenioterapia isolada e ao placebo. O efeito do tratamento estro-androgênico foi mais marcante nos itens de humor deprimido e de função sexual no questionário QSM.
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Tumores desmóides são neoplasias do tecido conjuntivo, caracterizadas por apresentarem crescimento exclusivamente loco-regional, recorrência freqüente e mínimo potencial metastático. Acometem principalmente portadores de polipose adenomatosa familial dos cólons, sendo sua ocorrência isolada extremamente rara. São mais freqüentes nas mulheres em idade reprodutiva e durante a gravidez. Descreve-se um caso de tumor desmóide de grandes proporções, localizado na parede abdominal, que surgiu a partir da 17ª semana em gestante sem antecedentes de polipose adenomatosa familial. A neoplasia foi totalmente extirpada utilizando-se prótese de polipropileno para reconstituição da parede abdominal. Atualmente a doente encontra-se bem, um ano após a cirurgia, em uso de antiinflamatório não hormonal para prevenção de recidivas.
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OBJETIVO: avaliar as inter-relações recíprocas entre o transplante renal e a gravidez por meio da análise das intercorrências clínicas e obstétricas, bem como da investigação do desfecho perinatal. MÉTODOS: foi analisada série retrospectiva de 39 casos de gestação em 37 portadoras de transplante renal no período de janeiro de 1997 a dezembro de 2003. Foi criado um grupo controle composto por 66 grávidas sem doenças clínicas prévias, que freqüentaram pré-natal e deram à luz em 2002 e 2003. Esse grupo foi utilizado para possíveis comparações para as variáveis pré-eclâmpsia, ruptura prematura de membranas, prematuridade e crescimento intra-uterino restrito. Como características demográficas dos dois grupos foram relatados média de idade no momento da concepção, raça e os antecedentes obstétricos. Quanto às características do transplante relatamos o tipo de doador e o esquema imunossupressor utilizado. As variáveis clínicas estudadas foram hipertensão arterial crônica, anemia e infecção do trato urinário. As variáveis relativas ao transplante foram o intervalo entre a cirurgia e a concepção, a ocorrência de disfunção, rejeição e perda do enxerto. Quanto às variáveis obstétricas, analisamos a via de parto, a incidência de pré-eclâmpsia e a ruptura prematura de membranas. Entre os resultados perinatais consideramos a incidência de prematuridade e crescimento intra-uterino restrito. Relacionamos estes resultados aos níveis de creatinina das transplantadas renais no início do pré-natal. Para avaliação estatística foram utilizados os testes de chi2 e exato de Fisher. Em todos os casos, o nível de rejeição para a hipótese de nulidade foi sempre fixado em valor menor ou igual a 0,05 (5%). RESULTADOS: a média de idade das pacientes no momento da concepção foi de 27 anos. O doador vivo foi o tipo mais freqüente. Entre as drogas imunossupressoras, a ciclosporina foi a mais utilizada. Hipertensão arterial crônica foi observada em 82% dos casos, anemia em 77% e infecção do trato urinário em 38,5%. A incidência de disfunção do enxerto foi de 47,4%, tendo sido a pré-eclampsia a sua principal causa. Perda do transplante ocorreu em 10,2% dos casos. Quanto à via de parto, a cesariana foi realizada em 53,8%, tendo como principais indicações as síndromes hipertensivas. Pré-eclampsia ocorreu em 28,2% das transplantadas. Quanto aos resultados perinatais, prematuridade ocorreu em 46,1% dos casos, apresentando relação significativa com os níveis de creatinina maiores ou iguais a 1,5 mg/dL no primeiro trimestre. Outra intercorrência observada foi restrição de crescimento intra-uterino, verificada em 41,0% das gestações. A mesma não apresentou, entretanto, relação com os níveis séricos de creatinina. CONCLUSÕES: o grupo de estudo foi constituído por pacientes jovens. Hipertensão arterial crônica, anemia e infecção do trato urinário foram intercorrências clínicas bastante freqüentes. Disfunção do enxerto ocorreu em quase metade dos casos, devendo ser rastreada durante o pré-natal. Essas pacientes podem ainda evoluir para a perda do transplante, cujas causas podem ser obstétricas ou não. Quanto à via de parto, a cesariana teve incidência elevada, entretanto lembramos que a via de parto deve ser sempre de indicação obstétrica. Pré-eclampsia ocorreu de forma significativamente maior, devendo ser essas pacientes consideradas como condição de risco para essa complicação. Prematuridade e restrição de crescimento intra-uterino permanecem como importantes complicações perinatais, sendo que a prematuridade se relaciona com a função do transplante.
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A hipertensão arterial está entre as causas mais freqüentes de morte materna. Entre os tipos presentes na gravidez destacam-se as manifestações específicas, isto é, a pré-eclâmpsia e a hipertensão gestacional, definidas clinicamente por aumento dos níveis da pressão arterial após a 20ª semana de gestação, associado (pré-eclâmpsia) ou não (hipertensão gestacional) à proteinúria. Na fase inicial a doença é assintomática, porém, quando não tratada ou não se interrompe a gestação, sua evolução natural é desenvolver as formas graves, como a eclâmpsia e a síndrome HELLP. Eclâmpsia é definida pela manifestação de uma ou mais crises convulsivas tônico-clônicas generalizadas e/ou coma, em gestante com hipertensão gestacional ou pré-eclâmpsia, na ausência de doenças neurológicas. Pode ocorrer durante a gestação, durante o trabalho de parto e no puerpério imediato. É comumente precedida pelos sinais e sintomas de eclâmpsia iminente (distúrbios do sistema nervoso central, visuais e gástricos). A associação de hemólise, plaquetopenia e disfunção hepática já era relatada na literatura na década de cinqüenta. Em 1982, Weinstein reuniu estas alterações sob o acrônimo de HELLP, significando hemólise (H), aumento de enzimas hepáticas (EL) e plaquetopenia (LP), e denominou-as de síndrome HELLP. A literatura diverge em relação aos valores dos parâmetros que definem a síndrome. Sibai et al. (1986) propuseram sistematização dos padrões laboratoriais e bioquímicos para o diagnóstico da mesma, que foi adotada pelo Ministério da Saúde do Brasil. As manifestações clínicas podem ser imprecisas, sendo comuns queixas como dor epigástrica, mal-estar geral, inapetência, náuseas e vômitos. O diagnóstico precoce é, eminentemente, laboratorial e deve ser pesquisado de maneira sistemática nas mulheres com pré-eclâmpsia grave/eclâmpsia e/ou dor no quadrante superior direito do abdome. Diferenciar a síndrome HELLP de outras ocorrências, com manifestações clínicas e/ou laboratoriais semelhantes, não é tarefa fácil. O diagnóstico diferencial é particularmente difícil para doenças como púrpura trombocitopênica trombótica, síndrome hemolítico-urêmica e fígado gorduroso agudo da gravidez, devido à insuficiente história clínica e à semelhança dos aspectos fisiopatológicos. O conhecimento da fisiopatologia da pré-eclâmpsia, o diagnóstico precoce e a atuação precisa no momento adequado nas situações complicadas pela eclâmpsia e/ou síndrome HELLP permitem melhorar o prognóstico materno e perinatal.
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OBJETIVO: avaliar a associação da relação sístole ventricular/atrial (S/A) do ducto venoso (DV) com resultados perinatais em fetos prematuros com centralização de fluxo à dopplervelocimetria. MÉTODOS: o estudo foi delineado como um estudo observacional, transversal, com os dados colhidos de forma prospectiva. A relação S/A do DV foi estudada em 41 fetos centralizados com idade gestacional (IG) entre 25 e 33ª semana completa, no período de novembro de 2002 a julho de 2005. Os recém-nascidos foram acompanhados até o 28º dia pós-parto na UTI da Clínica Perinatal Laranjeiras, buscando-se complicações neonatais. A população de estudo foi dividida em dois grupos a partir do resultado do DV. Foram incluídos no grupo normal os fetos com relação S/A menor ou igual a 3,6 e no grupo alterado aqueles com valores de S/A maiores que 3,6. A comparação entre os grupos foi realizada com os testes estatísticos de Mann-Whitney, chi2 e exato de Fisher. Todos os resultados foram considerados estatisticamente significativos se p<0,05. Foram avaliados a IG ao nascimento, peso ao nascer e índice de Apgar menor que 7 no 5º minuto. Os parâmetros perinatais avaliados foram: natimortalidade, neomortalidade, convulsão, hemorragia intraventricular, necessidade de surfactante, uso de respirador, disfunção miocárdica, enterocolite necrotizante e permanência na UTI após o período neonatal. RESULTADOS: dos 41 fetos incluídos, 26 (63,4%) não apresentaram alteração da relação S/A do DV, ao passo que 15 (36,6%) fetos cursaram com a relação S/A do DV alteradas (>3,6). Não houve diferença significativa entre os grupos quanto à IG ao nascimento e Apgar <7. Encontrou-se associação significante entre o grupo com DV alterado e mortalidade neonatal (p=0,049; teste exato de Fisher). Quanto às demais variáveis estudadas não foi observada diferença entre os dois grupos. CONCLUSÃO: os nossos resultados sugerem que a anormalidade do fluxo no DV detectada pela dopplervelocimetria não está associada a resultados perinatais adversos, além da mortalidade neonatal. Esta associação pode ser considerada estatisticamente significante, porém com valor próximo ao limite (p=0,049). Quando excluídos os fetos com peso de nascimento inferior a 400 gramas, não é mais observada a associação entre o DV e neomortalidade (p=0,37). A alteração da relação S/A do DV não apresentou, em nossa amostra, associação com mortalidade perinatal em fetos prematuros viáveis.
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OBJETIVOS: relatos da literatura mostram que não há dados conclusivos sobre a associação entre a endometriose e as concentrações de hormônios envolvidos no controle da reprodução. Este estudo foi realizado para determinar as concentrações de FSH, LH, estradiol (E), progesterona (P) e histamina (Hi) no soro, no fluido peritoneal e no fluido folicular de mulheres com e sem endometriose. MÉTODOS: a extensão da doença foi estadiada de acordo com a American Fertility Society classification (1997). Para a coleta de soro e de fluido peritoneal foram selecionadas 28 mulheres com endometriose submetidas à laparoscopia diagnóstica (18 mulheres inférteis com endometriose I-II e dez mulheres inférteis com endometriose III-IV). Para o grupo controle, foram selecionadas 21 mulheres férteis submetidas à laparoscopia para esterilização tubárea. O fluido folicular foi obtido de 39 mulheres inférteis submetidas a fertilização in vitro (21 mulheres com endometriose e 18 mulheres sem endometriose). RESULTADOS: as concentrações de FSH e LH no soro, no fluido peritoneal e no fluido folicular não diferiram significativamente entre os grupos. As concentrações de E e P no fluido peritoneal foram significativamente mais baixas em mulheres inférteis com endometriose (E: 154,2±15,3 para estágios I-II e 89,3±9,8 ng/mL para estágios III-IV; P: 11,2±1,5 para estágios I-II e 7,6±0,8 ng/mL para estágios III-IV) em comparação com mulheres controle (E: 289,1±30,1; P: 32,8±4,1 ng/mL) (Testes de Kruskal-Wallis/Dunn; p<0,05). No soro, as concentrações de E e P seguiram o mesmo padrão. No fluido folicular, as concentrações de E e Hi foram significativamente mais baixas em mulheres com endometriose (E: 97,4±11,1 ng/mL; Hi: 6,6±0,9 ng/mL) em comparação com mulheres sem endometriose (E: 237,5±28,5 pg/mL; Hi: 13,8±1,3 ng/mL), enquanto os níveis de P não revelaram diferença significativa entre os grupos (teste t de Student; p<0,05). CONCLUSÕES: nossos resultados indicam disfunção ovariana em mulheres com endometriose, com redução nas concentrações de estradiol, progesterona e histamina, o que pode contribuir para a subfertilidade freqüentemente associada à doença.
Resumo:
A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é uma desordem endócrina heterogênea com prevalência de 5 a 10% nas mulheres em idade reprodutiva. Na SOP, há associação com vários fatores de risco para desenvolvimento de doença cardiovascular, como resistência à insulina, dislipidemia, diabetes mellitus, hipertensão arterial, disfunção endotelial, obesidade central, síndrome metabólica e marcadores pró-inflamatórios crônicos. A prática de exercício físico, juntamente com orientação nutricional, tem sido recomendada como estratégia de primeira linha no tratamento da oligomenorréia, hirsutismo, infertilidade e obesidade nas mulheres com SOP. Nesse sentido, o objetivo da presente revisão foi analisar o papel específico do exercício e/ou atividade física nas modificações da composição corporal, sistema cardiovascular, níveis plasmáticos bioquímicos e hormonais e função reprodutiva de mulheres com SOP.
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OBJETIVO: avaliar a prevalência e os fatores de risco associados à morbidade materna grave numa maternidade terciária. MÉTODOS: trata-se de um estudo de corte transversal dos casos de morbidade materna grave atendidos no Hospital e Maternidade Celso Pierro entre outubro de 2005 e julho de 2006, identificados a partir dos livros de controle das unidades de internação, pronto atendimento e centro obstétrico. Foram estudadas gestantes e puérperas que apresentavam condições definidoras de morbidade materna grave a partir dos diagnósticos clínicos segundo critérios propostos por Waterstone. Posteriormente, os casos de maior gravidade clínica, chamados de morbidade extremamente grave, foram reclassificados utilizando-se os critérios definidores de Mantel, baseados em disfunção orgânica e manejo. RESULTADOS: foram identificadas 114 mulheres com morbidade materna grave entre 2.207 partos, com razão de outra morbidade grave e morbidade extremamente grave de 44,9 e 6,8 casos por 1.000 partos, respectivamente. A média da idade gestacional no parto foi de 35 semanas e 87% das mulheres vieram de área de cobertura da maternidade no município. A hipertensão (pré-eclâmpsia grave) representou 96% de outras morbidades graves e a hemorragia esteve presente em 60% dos casos de morbidade extremamente grave, seguida de hipertensão. A prevalência de morbidade extremamente grave entre os casos de morbidade grave não se associou com estado marital, escolaridade, idade materna, tipo de parto, gestações, idade gestacional e distrito de saúde de moradia. CONCLUSÕES: as outras morbidades graves foram 6,6 vezes mais freqüentes que os casos extremamente graves, sem diferenças entre os grupos por fatores de risco epidemiológicos.
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A disfunção sexual tem alta prevalência entre as mulheres. No entanto, os médicos raramente avaliam a vida sexual de suas pacientes, ou por se sentirem desconfortáveis em abordar a sexualidade ou porque desconhecem as técnicas de investigação. O modelo PILSET (PLISSIT), uma técnica de abordagem da função sexual humana, é composto por quatro elementos: permissão, informação limitada, sugestão específica e terapia sexual, que favorecem o diálogo entre o médico e a paciente, permitindo o acesso às queixas sexuais. A terapêutica consta de medidas de aconselhamento e orientações básicas sobre a função sexual, farmacoterapia e intervenções nos aspectos anátomo-funcionais do aparato sexual, com impacto positivo na vida sexual da mulher. Esta revisão mostra como usá-lo. Adicionalmente, vários aspectos da função sexual feminina, como prevalência, diagnóstico e outras modalidades de tratamento são discutidos.
Resumo:
O tumor desmoide é uma neoplasia não capsulada, localmente agressiva, originária dos fibroblastos dos tecidos músculo-aponeuróticos. Embora ele não tenha comportamento maligno, tal como capacidade de gerar metástases ou de invasão, o tumor desmoide tem uma alta capacidade de crescimento local, causando deformidades nos órgãos adjacentes, dor e, eventualmente, disfunção orgânica, dependendo da área envolvida. Relatamos o caso de um tumor desmoide intra-abdominal de grandes proporções, invadindo órgãos pélvicos em uma paciente de 53 anos. A neoplasia foi totalmente extirpada e, atualmente, cinco anos após a cirurgia, a paciente encontra-se sem sinal clínico ou radiológico de recidiva da lesão.
Avaliação da sexualidade em mulheres submetidas à histerectomia para tratamento do leiomioma uterino
Resumo:
OBJETIVO: avaliar o impacto da histerectomia sobre a sexualidade de mulheres portadoras de leiomioma uterino. MÉTODOS: estudo prospectivo, no qual foram incluídas 33 mulheres sexualmente ativas, com idade de 35 a 50 anos, experiência orgástica e parceiro fixo capacitado para o coito. Todas as mulheres foram submetidas a dois instrumentos para avaliação da sexualidade: Quociente Sexual - Versão Feminina (QS-F) e Inventário de Satisfação Sexual - Versão Feminina (GRISS). Os mesmos instrumentos foram aplicados pelo mesmo examinador antes da histerectomia e seis meses após o procedimento. RESULTADOS: o QS-F apontou que 39,4% das pacientes apresentaram piora no relacionamento sexual, apesar de não ter sido encontrada associação entre os resultados obtidos no QS-F antes e depois da histerectomia (χ2=10,6; grau de liberdade=12; p=0,05). Os escores médios obtidos após a aplicação do questionário de GRISS mostraram piora significante nos parâmetros "satisfação sexual" (p=0,03); "expressão da sensualidade feminina" (p=0,01); "vaginismo/dispareunia" (p=0,02) e "anorgasmia" (p=0,04). CONCLUSÕES: a histerectomia parece impactar negativamente a vida sexual das mulheres, sendo referida pela diminuição do desejo, da excitação e da capacidade orgásmica.
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OBJETIVO: avaliar o efeito do treinamento dos músculos do assoalho pélvico (TMAP) sobre as disfunções sexuais femininas. MÉTODOS: para esse ensaio clínico com abordagem antes e depois, foram incluídas 26 mulheres que apresentavam diagnóstico de disfunção sexual (transtorno de desejo sexual, de excitação, orgástico e/ou dispareunia). As participantes foram avaliadas antes, na metade (após cinco sessões) e ao final do tratamento (após dez sessões), por meio da palpação vaginal bidigital (avaliação da força dos músculos do assoalho pélvico-MAP), eletromiografia (EMG) intravaginal (captação das amplitudes de contração dos MAP) e Female Sexual Function Index (FSFI), questionário de avaliação da função sexual. As mulheres foram submetidas ao TMAP em diferentes posições, por dez sessões (uma ou duas vezes na semana). Para análise estatística, utilizou-se frequências absolutas e relativas para características clínicas e força dos MAP. Empregou-se teste de Friedman para comparação dos escores dos domínios do FSFI e valores da EMG, t de Student para associação entre esses valores e características das mulheres e Wilcoxon para modificação percentual da EMG. O teste Mann-Whitney permitiu comparar esses valores com características clínicas. Para correlacionar os valores da EMG com escore total médio, utilizou-se teste de correlação de Spearman. Adotou-se nível de significância de p<0,05. RESULTADOS: foi observada melhora significativa (p<0,0001) dos escores do FSFI ao final do tratamento quando comparado às avaliações inicial e intermediária. Em relação à EMG, as amplitudes das contrações fásicas e tônicas aumentaram significativamente (p<0,0001) ao longo do tratamento. Houve aumento na força do assoalho pélvico, com 69% das mulheres apresentando grau 4 ou 5 na avaliação final e melhora total das queixas sexuais. CONCLUSÕES: o TMAP resultou na melhora da força muscular e amplitudes de contração pela EMG, com melhora na função sexual, o que indica que essa abordagem terapêutica pode ser utilizada com sucesso no tratamento das disfunções sexuais femininas.
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OBJETIVO: avaliar a associação entre hipotireoidismo e a ocorrência de sintomas depressivos e ansiosos. MÉTODOS: foi realizado um estudo do tipo caso-controle, no período de julho de 2006 a março de 2008, no qual foram incluídas 100 mulheres (50 pacientes com hipotireoidismo primário e 50 controles eutireoidianas) com idade entre 18 e 65 anos. Foram avaliados idade, raça/cor da pele, estado civil, nível educacional, consumo de álcool, situação de trabalho, índice de massa corpórea e estado menopausal. Foram realizadas dosagens de TSH e utilizadas as escalas de ansiedade e de depressão de Beck em todos os casos e controles. O programa utilizado para a análise estatística foi o SPSS, versão 14. O nível de significância adotado foi p<0,05. RESULTADOS: não foram verificadas diferenças significativas entre pacientes com hipotireoidismo primário e controles no que se refere às variáveis demográficas e epidemiológicas. A presença concomitante de ansiedade e depressão foi cinco vezes maior entre os casos do que entre os controles (20 versus 4%; p=0,01). A ocorrência de sintomas ansiosos foi cerca de três vezes maior entre os casos (40%) em relação aos controles (14%) (p=0,003), enquanto a prevalência de sintomas depressivos mostrou-se 75% superior entre casos (28%) quando comparada aos controles (16%) (p=0,15). Neste estudo não foi observada associação entre os níveis de TSH e a prevalência de sintomas de ansiedade e depressão. CONCLUSÕES: este estudo caso-controle apontou uma maior probabilidade de pacientes com hipotireoidismo apresentarem sintomas ansiosos e depressivos em comparação a controles eutireoidianas. Devido às altas prevalências de hipotireoidismo e depressão observadas na prática clínica, a presença de sintomas depressivos deve ser investigada em pacientes com disfunção tireoidiana e pacientes deprimidos devem ser testados com dosagem do TSH.