393 resultados para Secções transversais de alvenaria
Resumo:
OBJETIVO: estimar a prevalência de HPV e avaliar os fatores associados em mulheres residentes na Baixada Fluminense do Estado do Rio de Janeiro. MÉTODOS: estudo transversal incluindo 2.056 mulheres de 25 a 59 anos assistidas pela Estratégia Saúde da Família, residentes nos municípios de Duque de Caxias e Nova Iguaçu do Estado do Rio de Janeiro. Todas as mulheres foram submetidas, numa única consulta, ao exame de Papanicolaou e de detecção do HPV por captura híbrida segunda geração, no período de dezembro de 2001 a julho de 2002. A prevalência de HPV foi calculada segundo local de residência, grupo etário, escolaridade, tabagismo, características sexuais e reprodutivas. Foram calculadas as razões de prevalência associadas às variáveis estudadas através de regressão de Poisson multivariada. RESULTADOS: a prevalência de HPV foi de 12,8% para tipos de alto risco oncogênico e 5,0% para baixo risco. Observou-se uma redução na prevalência de HPV para tipos de alto risco oncogênico com avanço da idade e um recrudescimento no grupo etário de 55 a 59 anos. Não viver com companheiro (RP=1,4; IC95%=1,1-1,8) e ter mais de um parceiro sexual (aumento de 1,4%; IC95%=1,1-1,6 para cada parceiro sexual na vida) associaram-se à infecção pelo HPV de alto risco oncogênico após ajustamento por idade, escolaridade, número de partos, tabagismo e idade do início da atividade sexual. CONCLUSÕES: a prevalência de HPV na população estudada foi mais baixa da que tem sido observada em outros estudos brasileiros, provavelmente por ser oriunda de amostra populacional. Apenas os fatores relacionados ao comportamento sexual mostraram-se associados à infecção pelo HPV, porém a influência do tabagismo nesse processo ainda precisa ser mais bem compreendida. Estudos adicionais são necessários para esclarecer essas questões, bem como o possível recrudescimento da infecção pelo HPV após a menopausa e os tipos de vírus mais prevalentes na população brasileira.
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OBJETIVO: estimar a prevalência e identificar fatores associados à soropositividade pelo Toxoplasma gondii em gestantes. MÉTODOS: estudo de corte transversal retrospectivo, a partir dos registros de mulheres triadas para toxoplasmose pelo Programa de Proteção à Gestante, em 2008, residentes em Goiânia (GO). Esses registros foram vinculados aos do banco de dados do Sistema Nacional de Informações sobre Nascidos Vivos do Estado de Goiás. O processo de vinculação ocorreu em três etapas, sendo pareados 10.316 registros para análise dentre os 12.846 registros iniciais. Nesse processo foram consideradas as variáveis: nome da mulher, idade, data de nascimento, data provável do parto, data de nascimento do recém-nascido e dados referentes ao domicílio. Os anticorpos anti-Toxoplasma gondii foram detectados em amostras de sangue seco coletadas em papel filtro por meio dos testes Q-Preven Toxo para IgG e IgM. O teste do χ2 e χ2 para tendência foram utilizados para análise dos dados, e o odds ratio (OR) para estimar a chance de associação entre variáveis de exposição e desfecho. RESULTADOS: a prevalência da infecção foi de 67,7%, e 0,7% apresentou anticorpos anti-Toxoplasma gondii IgM e IgG reagentes. Dessas, apenas três não se submeteram ao teste confirmatório em sangue venoso. A mediana do intervalo entre o screening e a nova coleta de sangue venoso foi de 12,5, e entre o screening e o teste confirmatório e de avidez, 20 dias. As variáveis associadas à exposição foram: faixa etária de 20-30 anos, OR=1,6, e >31 anos, OR=1,8; cor da pele parda, OR=1,4, e preta, OR=1,6; e escolaridade de 8-11 anos, OR=0,7, e >12 anos de estudo, OR=0,6. CONCLUSÃO: estimou-se elevada prevalência da infecção entre gestantes. Os fatores associados encontrados devem ser considerados durante o acompanhamento pré-natal, juntamente com ações educativas para a prevenção da infecção e vigilância do status sorológico de gestantes soronegativas.
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OBJETIVO: Avaliar a qualidade da assistência hospitalar ao parto normal em Goiânia. MÉTODOS: Foi estudada uma amostra de 404 mulheres que tiveram partos normais em 13 hospitais de Goiânia, durante o período de abril a dezembro de 2007. Os dados foram obtidos de entrevistas com as puérperas e revisão dos prontuários médicos. A qualidade de assistência aos partos foi avaliada por meio do cálculo do índice Bologna e da comparação dos procedimentos utilizados com normas e procedimentos recomendados. RESULTADOS: O índice Bologna apresentou valor médio de 1,04 (IC95%=0,9-1,1). A proporção de cesarianas eletivas foi 30%, a de cesarianas de urgência foi 10% e os partos induzidos representaram 1,6%. A porcentagem de partos assistidos por profissional de saúde foi de 100%, mas o pediatra esteve presente na sala de parto em apenas 30% dos casos. Durante o trabalho de parto, metade das parturientes não teve avaliação da dinâmica uterina e 29,1% não tiveram avaliação dos batimentos cardiofetais, com o partograma sendo utilizado em somente 28,5% dos casos. Por outro lado, a utilização de ocitocina foi de 45,8%. CONCLUSÕES: Os resultados indicam má qualidade da assistência ao parto normal em Goiânia, com baixo valor do índice Bologna, altas proporções de cesarianas eletivas e de urgência, frequência não-adequada de intervenções benéficas e alta ocorrência de algumas intervenções consideradas prejudiciais na assistência ao parto.
Fatores associados à utilização do teste de Papanicolaou entre mulheres idosas no interior do Brasil
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OBJETIVOS: Verificar a cobertura, pelo teste de Papanicolaou, de idosas e os fatores associados. MÉTODOS: Foi desenvolvido um estudo de base populacional com inquérito domiciliar. Os critérios de inclusão foram mulheres com 60 anos de idade ou mais, com residência na zona norte do município de Juiz de Fora, com independência para responder ao questionário ou que dispusessem de informante. A entrevista foi composta por questões sociodemográficas, referentes ao estado geral de saúde das idosas, e sobre a prática preventiva em saúde da mulher. A seleção se deu por amostragem aleatória estratificada e conglomerada em múltiplos estágios. Para a análise dos fatores de associação, elaborou-se um modelo teórico com três blocos hierarquizados de variáveis, ajustadas entre si em cada um deles. As variáveis que obtiveram nível de significância menor ou igual a 0,2 foram incluídas no modelo de regressão de Poisson e ajustadas ao nível superior ao seu (p<0,1). RESULTADOS: A submissão ao Papanicolaou foi de 84,1% (IC95% 79,0-88,4). A partir da regressão multivariada, três variáveis permaneceram associadas ao acesso ao teste de Papanicolaou: a situação conjugal "sem companheiro" (idosas solteiras, viúvas, separadas e divorciadas), a independência para execução das Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVDs) e a adesão ao exame de mamografia. Na análise interblocos estas variáveis continuaram significativamente associadas à de desfecho, e a independência para as AIVDs apresentou o mais alto poder de associação. CONCLUSÕES: Entre as idosas que compuseram a amostra estudada, observou-se variação acerca da utilização do teste de Papanicolaou. Uma adequação das políticas públicas de saúde em prol da formulação de diretrizes que priorizem o atendimento preventivo em caráter universal pode ser uma alternativa para solucionar as disparidades encontradas.
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OBJETIVO: Avaliar a prevalência da Síndrome Climatérica (SC) em mulheres de São Luís, Maranhão, uma das regiões menos desenvolvidas do Nordeste brasileiro.MÉTODOS: Estudo descritivo e exploratório de corte transversal, tipo inquérito populacional domiciliar. Foram selecionadas 1.210 mulheres climatéricas de 45 a 60 anos de idade em São Luís, Maranhão, Brasil. As entrevistas foram aplicadas por meio de questionários, no período de abril a julho de 2008, contendo variáveis sociodemográficas, status menopausal e intensidade dos sintomas climatéricos (índices circulatório e psicológico), sendo que para estes últimos foi realizada a sua associação com os períodos pré e pós-menopausal. A técnica de Análise Correspondência Múltipla (ACM) foi utilizada para avaliar a inter-relação entre os sintomas climatéricos.RESULTADOS: A maioria das pacientes tinha entre 55 a 60 anos (35,3%), era de cor parda (37,9%), com 9 a 11 anos de escolaridade (39,8%), com parceiro (56%), católica (73,9%) e de classe social C (51,1%). A prevalência da SC foi de 85,9%, destacando-se fogachos (56,4%) e sudorese (50,4%) como os sintomas vasomotores mais prevalentes. Os sintomas psicológicos mais frequentes foram nervosismo (45%) e irritabilidade (44,8%). Houve predomínio do ressecamento vaginal (62,7%) como a queixa urogenital mais prevalente. A intensidade dos sintomas vasomotores e psicológicos foi significativamente mais elevada nas fases de peri e pós-menopausa (p<0,05).CONCLUSÃO: A prevalência da SC foi elevada em mulheres dessa cidade do Nordeste do Brasil.
Resumo:
Coelhos são susceptíveis à infecção pelo herpes-vírus bovino tipo 5 (BHV-5) e freqüentemente desenvolvem enfermidade neurológica aguda fatal após inoculação intranasal. A cinética da invasão do sistema nervoso central (SNC) de coelhos pelo BHV-5 foi estudada através de pesquisa de vírus em secções do SNC a diferentes intervalos pós-inoculação. Após inoculação intranasal, o vírus foi inicialmente detectado no bulbo olfatório às 48h, seguido do córtex olfatório às 48/72h. Às 72/96h o vírus foi detectado também no gânglio trigêmeo, ponte e córtex cerebral. Dois experimentos foram realizados para avaliar a importância do sistema olfatório na invasão do SNC de coelhos pelo BHV-5. No primeiro experimento, coelhos foram inoculados com duas amostras do BHV-5 no saco conjuntival. Coelhos inoculados por essa via também desenvolveram a enfermidade neurológica, porém com menor freqüência com curso clínico tardio. No segundo experimento, doze coelhos foram submetidos à ablação cirúrgica do bulbo olfatório e posteriormente inoculados com o BHV-5 pela via intranasal. Onze de 12 coelhos controle (91,6%), não submetidos à cirurgia, desenvolveram a doença neurológica, contra quatro de 12 (33,3%) dos animals submetidos à remoção cirúrgica do bulbo olfatório. Esses resultados demonstram que o sistema olfatório constitui-se na principal via de acesso do BHV-5 ao encéfalo de coelhos após inoculação intranasal. No entanto, o desenvolvimento de infecção neurológica em coelhos inoculados pela via conjuntival e em coelhos sem o bulbo olfatório indica que o BHV-5 pode utilizar outras vias para invadir o SNC, provavelmente as fibras sensoriais e autonômicas que compõe o nervo trigêmeo. Os efeitos da imunização com vírus homólogo (BHV-5) e heterólogo (BHV-1) na proteção à infecção neurológica foram investigados. Cinco entre 10 coelhos (50%) imunizados com o BHV-5 apresentaram sinais neurológicos discretos e transitórios e um morreu após o desafio com o BHV-5. Curiosamente, o grau de proteção foi superior nos coelhos imunizados com o BHV-1: apenas dois animais apresentaram sinais clínicos passageiros e recuperaram-se. Portanto, proteção da enfermidade neurológica pelo BHV-5 em coelhos pode ser obtida por imunização com o BHV-5 ou BHV-1, provavelmente devido à extensa reatividade sorológica cruzada entre esses vírus. Estudos adicionais em coelhos podem auxiliar no esclarecimento da patogênese e resposta imunológica a infecção pelo BHV-5.
Resumo:
Para determinar a distribuição das lesões histológicas que ocorrem no sistema nervoso central (SNC) de bovinos naturalmente infectados por herpesvírus bovino-5 (BHV-5) foram estudados 12 bovinos provenientes de 10 surtos da enfermidade diagnosticados pelo Laboratório Regional de Diagnóstico (LRD) da Faculdade de Veterinária da UFPel, entre 1986 e 2003. A epidemiologia, história clínica e evolução da enfermidade foram obtidas dos arquivos do LRD. Cortes do SNC foram realizados nos materiais conservados em formalina 10%, abrangendo as regiões frontal, parietal, temporal e occipital do córtex telencefálico, cápsula interna e núcleos da base, tálamo, colículo rostral, ponte, pedúnculos cerebelares, cerebelo, bulbo na altura do óbex e medula cervical. As secções foram processadas rotineiramente e coradas por hematoxilina e eosina. Foram avaliadas a distribuição e intensidade das lesões inflamatórias e de malacia, que foram relacionadas com os aspectos epidemiológicos e clínicos da doença. Surtos da enfermidade foram observados em todas as estações ano. Foram afetados bovinos de 2 a 24 meses, de diferentes raças e de ambos os sexos. Macroscopicamente, foram observadas áreas amareladas e deprimidas no córtex telencefálico de cinco bovinos necropsiados. Adicionalmente, essas lesões foram observadas no tálamo, núcleos da base e cápsula interna de dois bovinos. Congestão e hemorragias multifocais foram observadas na maioria dos casos. Em todos os bovinos estudados a lesão histológica caracterizou-se por meningoencefalite não-supurativa observada em todas os cortes, porém mais acentuada no córtex frontal. Áreas de malacia focal ou difusa com presença de células "Gitter" foram observadas em todas as regiões do córtex cerebral e nos núcleos da base, cápsula interna e tálamo. Em alguns casos, lesões discretas de malacia foram observadas no colículo rostral, ponte, bulbo, cerebelo e medula cervical. Corpúsculos de inclusão intranucleares foram encontrados em todos os casos estudados nas diferentes regiões do córtex cerebral, preferentemente em áreas que apresentavam lesões inflamatórias e de malacia discretas a moderadas. Em dois casos estes corpúsculos foram observados, também, nos núcleos da base e tálamo. Foi observado que a intensidade das lesões histológicas não é proporcional ao curso clínico da enfermidade. A presença de lesões de malacia em diferentes regiões do SNC, aspecto não mencionado na maioria dos trabalhos anteriores sobre a doença, pode ser devida a variações na patogenicidade das cepas virais envolvidas. Outra possibilidade é que a encefalite tenha ocorrido em conseqüência da reativação do BHV-5 em animais afetados por polioencefalomalacia. Essa seqüência de eventos já foi demonstrada previamente em experimentos realizados pelo grupo de pesquisa dos autores.
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São descritos cinco casos de enterite granulomatosa associada a larvas de ciatostomíneos em eqüinos provenientes de três propriedades rurais do Rio Grande do Sul. Os casos ocorreram entre janeiro de 1999 e dezembro de 2007. A evolução clínica nos dois casos cujo seguimento clínico foi acompanhado foi de 10 e 14 dias. Os sinais clínicos apresentados por três eqüinos foram semelhantes e consistiam de diarréia (3/3), emagrecimento (2/3), pirexia (1/3), taquicardia (1/3) e taquipnéia (1/3). Os achados macroscópicos incluíram espessamento da parede do cólon maior e ceco por edema e ocorrência de numerosos pontos marrom-escuros com 1-4mm, levemente salientes, disseminados pela mucosa. A incisão desses pontos revelou pequenas larvas de nematódeos marrom-avermelhadas de 1-2mm. Numerosos parasitas, compatíveis morfologicamente com pequenos estrôngilos, foram observados na luz intestinal ou aderidos à mucosa do cólon maior e ceco. Histologicamente, na mucosa e submucosa do cólon maior e ceco, foram observados múltiplos granulomas constituídos por moderado ou acentuado infiltrado inflamatório, composto por macrófagos, macrófagos epitelióides e eosinófilos circundados por linfócitos e plasmócitos. No centro desses granulomas, observaram-se cortes transversais de parasitas com morfologia compatível com ciatostomíneos. Adicionalmente, havia edema e infiltrado inflamatório linfo-histioplasmocitário e eosinofílico, leve ou moderado na submucosa e mucosa do cólon maior e ceco; necrose e proliferação linfo-histiocítária em folículos linfóides na submucosa e hiperplasia de células caliciformes na mucosa. O diagnóstico de enterite granulomatosa associada a ciatostomíneos foi realizado com base nos achados epidemiológicos, clínicos e macroscópicos e confirmado pela histologia.
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O cólon menor dos equinos é frequentemente acometido por afecções obstrutivas, sendo a disfunção da motilidade uma complicação comum após o tratamento cirúrgico. Este transtorno pode estar relacionado com lesões no plexo mioentérico ocorridas durante a distensão intestinal, contudo pouco se sabe sobre sua fisiopatologia. O objetivo deste estudo foi avaliar as alterações morfológicas na inervação mioentérica em segmentos de cólon menor de eqüinos submetidos à distensão intraluminal com pressão suficiente para promover redução da perfusão microvascular (isquemia parcial) da parede intestinal. Nove eqüinos foram submetidos à distensão do cólon menor por 4h. Fragmentos da parede intestinal foram colhidos antes e ao final da distensão, após 1,5 e 12 horas de reperfusão no segmento experimental e ao final do procedimento em segmento distante. As amostras foram fixadas e processadas rotineiramente e secções histológicas foram coradas com cresil violeta para a morfometria. Por meio de um software de análise de imagens, obtiveram-se a área, o perímetro e os diâmetros mínimo e máximo do corpo neuronal, do núcleo e do nucléolo dos neurônios e as áreas do citoplasma e do nucleoplasma. Verificou-se redução significativa (P<0,05) das áreas do corpo neuronal e do citoplasma ao final da distensão, retornando aos valores equivalentes aos iniciais durante a reperfusão. Conclui-se que a distensão intraluminal alterou morfologicamente os neurônios do plexo mioentérico. Essas modificações morfológicas podem estar associadas e contribuir para explicar a disfunção da motilidade freqüentemente observada em casos clínicos.
Resumo:
Este estudo teve como objetivo realizar uma investigação anátomo-patológica detalhada das lesões e sua distribuição no sistema nervoso central (SNC) de cães com cinomose. Foram avaliadas secções padronizadas do encéfalo e da medula espinhal de 70 cães. Os casos foram agrupados de acordo com a idade dos cães e classificados conforme a evolução das lesões. Os resultados permitem concluir que: (1) encefalomielite induzida pelo vírus da cinomose canina é mais prevalente em filhotes e adultos; (2) lesões macroscópicas no SNC ocorrem com baixa freqüência; (3) o encéfalo é mais acometido do que a medula espinhal; (4) as cinco regiões anatômicas mais afetadas do encéfalo são, em ordem decrescente de freqüência, o cerebelo, o diencéfalo, o lobo frontal, a ponte e o mesencéfalo; (5) a região anatômica mais afetada da medula espinhal é o segmento cervical cranial (C1-C5); (6) lesões subagudas e crônicas são mais comuns do que lesões agudas; (7) desmielinização é a lesão mais prevalente e ocorre principalmente no cerebelo, na ponte e no diencéfalo, quase sempre acompanhada de astrogliose e inflamação não-supurativa; (8) na maior parte dos casos em que há astrogliose, observam-se astrócitos gemistocíticos, freqüentemente com formação de sincícios; (9) leptomeningite não-supurativa, malacia e necrose cortical laminar são lesões relativamente freqüentes no encéfalo, mas não na medula espinhal; (10) corpúsculos de inclusão no encéfalo são muito comuns, ocorrem principalmente em astrócitos e com freqüência menor em neurônios; no entanto, independentemente da célula afetada, são vistos predominantemente no núcleo; (11) uma classificação da encefalite na cinomose com base em síndromes clínicas relacionadas com a idade do cão é imprecisa.
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Um caso de carcinoma bronquíolo-alveolar difuso do tipo misto foi diagnosticado em um leão-africano (Panthera leo), hospitalizado com sinais de dispnéia e emagrecimento progressivo. Em todos os lobos pulmonares havia múltiplos nódulos esbranquiçados, macios e homogêneos, de 0,2-0,5cm em diâmetro. Histologicamente, os nódulos eram constituídos por células neoplásicas arranjadas em alvéolos e papilas sustentados por moderado estroma fibrovascular, um padrão que lembrava a estrutura pulmonar pré-existente. Na reação pelo ácido periódico de Schiff (PAS) foi observada marcação positiva no citoplasma de numerosas células neoplásicas. Todas as células neoplásicas demonstraram forte e uniforme imunorreatividade citoplasmática para pancitoceratina. A marcação para o fator 1 de transcrição da tireóide (TTF-1) foi observada em focos nos núcleos das células neoplásicas das margens dos nódulos. Nas secções avaliadas para surfactante A, a marcação foi observada em múltiplas áreas focais, tanto no citoplasma como na membrana citoplasmática das células neoplásicas. O diagnóstico de carcinoma bronquíolo-alveolar difuso do tipo misto foi feito com base nos achados histológicos, histoquímicos e imuno-histoquímicos. Essa parece ser a primeira descrição de um neoplasma pulmonar primário maligno em leão-africano.
Resumo:
A imagem por ressonância magnética (IRM) é o método de diagnóstico por imagem não invasivo mais sensível para avaliar as partes moles, particularmente o encéfalo, porém trata-se de uma técnica onerosa. O método fundamenta-se no fenômeno da ressonância magnética nuclear que ocorre quando núcleos atômicos com propriedades magnéticas presentes no corpo são submetidos a um campo magnético intenso, sendo posteriormente excitados por energia de radiofrequência e gerando, por sua vez, um sinal de onda de radiofrequência capaz de ser captado por uma antena receptora, passando por um processo matemático, chamado Transformada de Fourier, para posterior formação da imagem. Esse estudo objetivou realizar 10 exames completos da cabeça em cadáveres de cães normais à IRM e confeccionar um Atlas com as estruturas identificadas. As imagens foram adquiridas em um aparelho de ressonância magnética Gyroscan S15/HP Philips com campo magnético de 1,5Tesla. Os cadáveres foram posicionados com a cabeça no interior de uma bobina de cabeça humana e foram submetidos a cortes iniciais sagitais a partir de onde se planejou os cortes transversais e dorsais nas sequências de pulso spin-eco T1, T2 e DP. Em T1 utilizou-se TR=400ms e TE=30ms, T2 utilizou-se TR=2000ms e TE=80ms e na DP utilizou-se TR=2000ms e TE=30ms. A espessura do corte foi de 4mm, o número de médias foi igual a 2, a matriz foi de 256x256, o fator foi igual a 1,0 e o campo de visão foi de 14cm. A duração do exame completo da cabeça foi de 74,5minutos. As imagens obtidas com as sequências utilizadas e com a bobina de cabeça humana foram de boa qualidade. Em T1 a gordura tornou-se hiperintensa e o líquido hipointenso. Em T2 a gordura ficou menos hiperintensa e o líquido hiperintenso. A cortical óssea e o ar foram hipointensos em todas as sequências utilizadas devido a baixa densidade de prótons. A sequência DP mostrou o melhor contraste entre a substância branca e cinzenta quando comparada a T2 e a T1. T2 evidenciou o líquido cefalorraquidiano tornando possível a distinção dos sulcos e giros cerebrais. Através do exame de IRM foi possível, pelo contraste, identificar as estruturas ósseas componentes da arquitetura da região, músculos, grandes vasos venosos e arteriais e estruturas do sistema nervoso central, além de elementos do sistema digestório, respiratório e estruturas dos olhos entre outras. Nesse estudo as IRM adquiridas nas sequências T1, DP e T2 foram complementares para o estudo dos aspectos anatômicos da cabeça de cães demonstrando-os com riqueza de detalhes. O tempo requerido para o exame completo da cabeça é compátivel para uso em animais vivos desde que devidamente anestesiados e controlados. Os resultados obtidos por esse trabalho abrem caminho em nosso meio, para o estudo de animais vivos e para o início da investigação de doenças, principalmente as de origem neurológica, visto ser esta técnica excelente para a visibilização do encéfalo.
Resumo:
Descreve-se um surto de intoxicação por Senna occidentalis em javalis no Estado de Goiás. De um rebanho de 80 javalis, 15 adoeceram e um morreu. Os sinais clínicos observados foram apatia, prostração, ataxia, tremores musculares, incoordenação, relutância em mover-se, decúbito esternal ou lateral, paresia e paralisia espástica, principalmente dos membros pélvicos. As principais alterações macroscópicas consistiam de palidez moderada a acentuada da musculatura esquelética dos membros pélvicos e torácicos e no lombo, especialmente nos músculos da coxa. Microscopicamente, observou-se degeneração e necrose flocular, multifocal, leve a moderada, monofásica, com fragmentação de fibras na musculatura esquelética. Nos cortes transversais, havia fibras musculares tumefeitas e hipereosinofílicas. Adicionalmente, havia degeneração microvacuolar hepatocelular difusa, leve a moderada. A atividade sérica da CK estava acentuadamente elevada em dois javalis avaliados e da TGO aumentou em um javali afetado.
Resumo:
A biologia da infecção latente pelo herpesvírus bovino tipo 5 (BoHV-5) tem sido estudada em bovinos e coelhos, mas vários aspectos permanecem desconhecidos. Este artigo relata uma avaliação de ovinos jovens como modelo para o estudo da infecção latente pelo BoHV-5. Treze cordeiros com idade entre seis e sete meses, inoculados pela via intranasal (IN) com a cepa SV-507/99 do BoHV5 (título de 10(6,8) DICC50/mL) excretaram o vírus em secreções nasais em títulos de até 10(5,5) DICC50/mL, com duração de até 11 dias, desenvolvendo anticorpos neutralizantes em títulos de 16 a 128 no dia 30 pós-inoculação (pi). Os ovinos inoculados apresentaram apenas secreção nasal serosa leve e hipertermia transitória. O PCR de secções do encéfalo de cinco animais inoculados no dia 30 pi revelou a presença de DNA viral latente nos gânglios trigêmeos (TG, 5 de 5 animais), bulbo olfatório (BO, 5/5), ponte (2/5), cerebelo (2/5), córtex cerebral (1/5). Administração de dexametasona (Dx, n=4) ou flumetasona (FluM, n=4) a oito ovinos no dia 65 pi resultou em reativação e excreção viral por 3 de 4 animais de cada grupo. A excreção viral nas secreções nasais iniciou no dia 3 pós-tratamento e durou entre 1 e 5 dias nos ovinos tratados com Dx (títulos até 10(2,8)TCID50/mL) e foi mais tardia, durando entre 1 e 3 dias nos animais tratados com FluM (títulos de 10(2,1) TCID50/mL). Uma análise por PCR do encéfalo dos animais submetidos à reativação, no dia 65 pós-infecção, revelou uma distribuição do DNA latente semelhante àquela observada nos animais não submetidos à reativação. Em resumo, a capacidade do BoHV-5 estabelecer infecção latente, a colonização dos TGs a BOs com DNA viral latente e a reativação induzida por corticoides são achados promissores para o uso de cordeiros como modelo para a infecção latente pelo BoHV-5.
Resumo:
O quati (Nasua nasua) é um animal que pertence à Família Procyonidae. Foram utilizados três animais ortotanasiados, de ambos os sexos, provenientes do Criatório Científico de Animais Silvestres, Centro Universitário Fundação de Ensino Octávio Bastos (Cecrimpas, Unifeob) autorizado pelo IBAMA (Proc.02027.003731/04-76). Para a análise macroscópica, as línguas foram retiradas, analisadas e foto-documentadas. Para análise microscópica, as línguas foram processadas rotineiramente pela técnica de microscopia eletrônica de varredura e inclusão em Paraplast; pela técnica de microscopia de luz os fragmentos foram cortados em micrótomo, com espessura média de 5mm e corados em HE e Picrosírius com fundo de hematoxilina. Os resultados macroscópicos e microscópicos mostram que a língua do quati apresenta papilas filiformes, fungiformes, valadas e cônicas sendo estas distribuídas nas regiões rostralis, medialis e caudalis. Histologicamente, a língua do quati é revestida por um epitélio pavimentoso estratificado queratinizado apresentando camada basal, espinhosa, granulosa e córnea com fibras de músculos estriados esqueléticos longitudinais e transversais e diversas glândulas. De acordo com os resultados pode-se concluir que a língua do quati possui características macroscópicas e microscópicas semelhantes aos canídeos, tendo como diferença o número de papilas valadas e o grau de queratinização.