365 resultados para Experiência (Psicologia)


Relevância:

20.00% 20.00%

Publicador:

Resumo:

O objetivo deste ensaio é propor uma interpretação daquilo que para muitos intérpretes constitui o enigma e a dificuldade maior da terceira Crítica de Kant: o fato de o filósofo remeter para a mesma faculdade do espírito (a faculdade de julgar - Urteilskraft) e para o mesmo princípio transcendental de apreciação (a teleoformidade ou conformidade a fins - Zweckmässigkeit) o fenômeno da arte humana e os fenômenos da natureza organizada - a estética e a teleologia. Na leitura que propomos, tentamos perceber a fecundidade dessa estranha associação ("associação barroca", no dizer de Schopenhauer) precisamente para permitir pensar alguns dos problemas que coloca atualmente a racionalidade ecológica, não aquela que visa excluir o homem da natureza como seu inimigo, mas uma consciência ecológica que defenda uma natureza viva com homens sensíveis, com seres humanos tais que não pensam já a sua relação com a natureza como sendo uma relação de meros "senhores e possuidores" frente a um objeto inerte e destituído de valor e de significação por si mesmo, mas que são capazes de contemplar e apreciar a natureza como valiosa por si mesma, de reconhecê-la como um sistema de sistemas finalizados e de colaborar na sua preservação, que têm até perante ela genuínos sentimentos de admiração pela sua beleza, de respeito pela sua sublimidade e de gratidão pela sua exuberância e favores. Em suma, propomo-nos mostrar a nova atitude perante a natureza que se deixa pensar a partir da Crítica do Juízo, considerada esta obra na sua complexidade sistemática.

Relevância:

20.00% 20.00%

Publicador:

Resumo:

Neste ensaio proponho-me identificar alguns aspectos peculiares da problematização kantiana da experiência estética, assinalando as suas tensões e os equilíbrios que a sustentam e mostrar que a sua fecundidade especulativa não se esgota no aproveitamento que a geração póskantiana (do Classicismo, Romantismo e Idealismo) fez de alguns dos seus elementos, mas continua a revelar-se na redescoberta que, nas últimas décadas, dela vem sendo feita e cujo alcance se tem provado na capacidade que oferece para revitalizar os debates actuais acerca dos problemas estéticos. Tento mostrar, nomeadamente, que a meditação kantiana representa um singular momento de equilíbrio instável entre dois regimes de pensamento estético: um, que gira em torno da categoria do gosto (Geschmack), entendido como um senso comum estético que invoca uma preocupação social e comunitária, o outro, que gira em torno da categoria do génio (Genie) e do pressuposto do carácter absoluto da individualidade e subjectividade criadora; um, que reabilita a sensibilidade humana (Sinnlichkeit) e as qualidades sensíveis dos objectos enquanto contempladas e apreciadas pelo sujeito, o outro, centrado na categoria do sentimento íntimo (Gefühl), entendido como algo inalienável e como o irredutivelmente subjectivo da vivência individual.

Relevância:

20.00% 20.00%

Publicador:

Relevância:

20.00% 20.00%

Publicador:

Resumo:

O objetivo deste artigo é o de explorar as relações entre psicologia, metafísica e literatura, a partir do exame do Ensaio sobre os dados imediatos da consciência; mais exatamente, a partir da compreensão dos "sentimentos profundos", que representa, no Ensaio, o momento privilegiado para apreender a estrutura temporal da consciência. Porém, o presente estudo não abordará unicamente o texto de Bergson, suas descrições dos sentimentos profundos (como as emoções estéticas e morais), o que muito provavelmente seria repetitivo. O uso de um exemplo extraído da própria literatura (no caso, o romance Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa) será imprescindível aqui para compreender a possibilidade de uma descrição qualitativa do "fluxo da consciência", revelando sua estrutura temporal. A partir disso, espera-se determinar com um pouco mais de clareza as interações entre psicologia, metafísica e literatura, na filosofia de Bergson.