380 resultados para Leishmaniose ganglionar
Resumo:
Como parte do programa do laboratorio de Parasitología do INPA, na procura dos vetores e reservatórios da Leishmaniose, foi realizado durante o periodo de 1978 até 1981, um levantamento da fauna flebotomínica, em oito localidades da Rodovia BR-319 (Manaus-Humaita). Capturamos 57 espécies: 44 do gênero Lutzomyiae 13 de Psychodopygus. Os métodos de coleta usados foram: capturas nos troncos das árvores, isca humana e armadilhas luminosas, o método mais eficiente foi o da armadilha luminosa colocada a 6 metros de altura na floresta. As espécies mais comuns foram L. antunesi, P. chagasie P. ayrozai.Dados sobre a distribuição geográfica das espécies coletadas e a distribuição por coletas são também assinalados.
Resumo:
Estudo sobre a fauna de flebotomíneos (Diptera: Psychodidae), no Município de Chapada dos Guimarães, Mato Grosso, Brasil, mostrou a presença de duas espécies de Brumptomyia e 43 espécies de Lutzomyia, todas registradas pela primeira vez no Estado de Mato Grosso. Durante o período de três anos (1993 a 1995), coletamos espécimes para conhecer a diversidade de espécies e aspectos ecológicos da fauna de flebotomíneos da área. Chama-se a atenção para a presença de L. ayrozai, L. flaviscutellata e L. whitmani vetores incriminados na transmissão da leishmaniose cutânea e L. longipalpis, vetor da leishmaniose visceral no Brasil.
Resumo:
Neste trabalho, a riqueza e a abundância das espécies de Lutzomyia foram estudadas nas matas secundárias de terra firme e de várzea, no município de Paragominas, Estado do Pará. Os fiebotomíneos foram capturados das 18 às 6 horas em armadilhas luminosas CDC. Foram capturados 1.184 exemplares de 32 espécies, sendo 680 machos e 504 fêmeas. Na mata de terra firme foram encontradas 942 espécimens de 31 espécies, sendo as mais comuns L.complexa (41,1%), L. corossoniensis (11,6%), L. claustrei (5,7%), L. infraspinosa (5,7%), L. saulensis (5,1%), L. flaviscutellata (4,8%), L. davisi (3,5%) e L. wellcomei (3,3%). As demais espécies representaram juntas 19,2%. Na estação chuvosa a riqueza (24 espécies) e a abundância das espécies (38,8 espécimens/armadilha/noite) foram maiores do que na seca (16 espécies e 13, 83 espécimens/armadilha/noite). Na mata de várzea foram capturados 242 espécimens de 12 espécies, o domínio foi de L. saulensis (46,7%), L.complexa (36%) e L. shawi (7,4%). As demais espécies representaram juntas apenas 9,9%. A riqueza de espécies (9) foi maior na estação chuvosa do que na seca (6), mas a abundância de espécimens foi maior no período seco (6,5 espécimens/ armadilha/noite) do que no chuvoso (5,85 espécimens/armadilha/noite).
Resumo:
Estudos sobre o levantamento da fauna de flebótomos foram realizados numa floresta primária de terra firme da Estação Experimental de Silvicultura Tropical (EEST) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), durante os meses de outubro de 1998 a março de 1999. Utilizando-se de armadilhas luminosas CDC colocadas a 1m, 10m e 20 metros de altura do solo, foram coletados 7.409 flebótomos, pertencentes a dois gêneros, Lutzomyia (99,98 %) e Brumptomyia (0,02%), abrangendo 39 espécies. Dentro do gênero Lutzomyia, os subgêneros mais representados foram Nyssomyia, com 39,43%, e Psychodopygus com 22,68%. O número de flebotomíneos coletados foi crescente, a partir do início da estação chuvosa.
Resumo:
No período Janeiro a agosto de 1999, foi realizado um estudo sobre a presença de flebotomíneos em duas áreas de floresta residual, situadas próximas e no peri e domicilio de conjuntos habitacionais, na periferia da cidade de Manaus, Estado do Amazonas. O objetivo deste estudo foi verificar a fauna de flebotomíneos e observar possíveis mudanças de hábito principalmente nos vetores da leishmaniose cutânea. Foram realizadas coletas de flebotomíneos na bases de árvores no estrato entre 0 e 2 metros. As fêmeas foram dissecados para a procura de flagelados. Na Estrada do Turismo, capturamos 579 flebotomíneos de 12 espécies; 545 na floresta residual e 33 espécimes na área domiciliar. Na outra área, Cidade de Deus, foram capturados 976 exemplares de 21 espécies; 883 flebotomos na floresta residual e 72 espécimes no ambiente domiciliar. Todas as 375 fêmeas dissecadas foram negativas para flagelados. Lutzomyia umbratilis Ward & Fraiha,1997 foi a espécie mais abundante em todos os ambientes de coletas.
Resumo:
A diversidade, abundância relativa e a distribuição de Phlebotominae foram estudadas em três setores (bordas e centro) de um fragmento de mata ciliar no município de Urbano Santos, Maranhão, Brasil. Os espécimes foram capturados em junho e novembro/2003 e em janeiro e março/2004 das 18 às 6 horas. Em cada noite de coleta foram instaladas 18 armadilhas, seis em cada setor da mata, totalizando um esforço de 864 horas. Foram encontradas 17 espécies. O centro do fragmento obteve a maior riqueza de espécies (14), seguido da borda B (13) e da borda A (12). As espécies Lutzomyia infraspinosa (Mangabeira, 1941), L. flaviscutellata (Mangabeira, 1942) e L. evandroi (Costa Lima & Antunes, 1936) foram as únicas que apareceram como dominantes nos três setores da mata. Quatorze espécies ocorreram em ambas estações, sendo que L. fluviatilis (Floch & Abonnenc, 1944) foi encontrada apenas na estação chuvosa (janeiro e março) e L. migonei (França, 1920) e L. pinottii (Damasceno & Arouck, 1956) apenas na estação seca (junho e novembro). As diferenças registradas na abundância de indivíduos entre as estações não foram estatisticamente significativas. A presença frequente de L. flaviscutellata pode explicar um caso de leishmaniose cutânea difusa em uma paciente deste município.
Resumo:
I - No Bradypus tridactylus foram encontrados 2 ganglios cervicaes e 13 thoracicos. II - O sympathico abdominal é constitutido inicialmente por um ganglio triangular que representa a fuzão do primeiro ganglio catenario lombar e do ganglio semi-lunar classico. Nota-se tambem na cadeia lombar uma massa ganglionar unica. III - A cadeia pelviana é representada por 7 ganglios, gradativamente reduzidos de tamanho. IV - No Bradypus tridactylus os dois ultimos ganglios pelvianos direito e esquerdo se reunem por uma anastomose transversal. V - No Bradypus tridactylus foi encontrada em dois exemplares origem thoracica rudimentar de um unico esplanchnico em cada lado; nos demais exemplares notou-se ausencia de individualisação anatomica dos nervos esplanchnicos. VI - No Bradypus tridactylus além de um ganglio triangular situado latero-ventralmente á aorta e caudalmente á emergencia da arteria celiaca, encontrou-se um ganglio aortico renal e um ganglio hypogastrico. VII - No Bradypus tridactylus verificou-se a existencia dos nervos esplanchnicos pelvianos de Delmas e do plexo inter-iliaco ou pré-sacro.
Resumo:
Os autores passam em revista os diferentes antígenos até agora empregados na reação de fixação do complemento na moléstia de Chagas. Propõem o uso de um antígeno alcoólico feito com culturas de S. cruzi, assim preparado: lavam três vezes os flagelados das culturas com soro fisiológico; juntam acetona pura (10 vezes o volume do depósito) e deixam 24 horas agitando freqüentemente; centrifugam, desprezam o líquido e secam o depósito a 37°; pesam, trituram e juntam álcool absoluto na quantidade 1 cm³ por cada centigramo; conservam a 37° durante 20 dias, agitando diariamente; para uso, diluem o álcool límpido na água fisiológica aos poucos e sob constante agitação. A reação foi praticada com 83 soros humanos, sendo positiva em 96,3% dos casos de doença de Chagas e em 81,8% dos casos de leishmaniose tegumentar, doença cujo agente etiológico tem estreitas afinidades com S. cruzi. Em 81 soros a reação foi feita paralelamente com a R. W., obtendo-se apenas 4 vezes a positividade de ambos os testes. Os primeiros resultados das reações feitas com este antígeno podem ser considerados bastante favoráveis, sendo entretanto necessária uma maior experiência para se ajuizar do valor real da reação no diagnóstico da moléstia de Chagas.
Resumo:
1 - A lepra murina foi encontrada na cidade do Rio de Janeiro, em 37 ratos, entre 10.000 examinados, dos quais 32 R. norvegicus, 3 R. alexandrinus e 2 M. musculus. 2 A infecção é mais freqüente em animais adultos (94,6%). 3 O sexo provavelmente não tem influência sobre a infecção. 4 A infecção ganglionar é a mais freqüente; foram observados 25 ratos com esta forma, 9 com a forma músculo-cutânea e 3 com a forma mista.
Resumo:
Trabalhando com 24 soros provenientes de casos agudos e crônicos cujos diagnósticos foram estabelecidos quer pela pesquisa direta do parasita (casos agudos) quer pelo xenodiagnóstico ou fixação de complemento (casos crônicos) podemos demonstrar em 26 destes soros a presença de aglutininas para o Schizotrypanum cruzi em títulos que variaram de 1/160 a 1/10240. Os casos agudos apresentaram um mais alto teor variando os títulos entre 1/2560 e 1/10240 e os casos crônicos entre 1/2560 e 1/160. Um único sôro apresentou resultado negativo. Em 10 dos 22 soros que serviram de testemunha e entre os quais figuravam um de leishmaniose tegumentar e outro de um cavalo infetado experimentalmente com Trypanosoma equinum, puderam ser demonstrados a presença de aglutininas para o Schizotrypanum cruzi em títulos que não ultrapassaram de 1/80. Em dois dêsses soros que maior concentração de aglutininas apresentavam e que provinham um de caso de bouba com Wassermann positivo e outro de um indivíduo considerado normal, com Wassermann negativo as pesquisas demonstraram possuirem ambos, hemolisinas e aglutininas para glóbulos de carneiro em títulos que variavam entre 1/160 e 1/320. Êsses soros submetidos a prova de absorção com polpa de rim de cobaia perderam completamente o poder aglutinante para o Schizotrypanum cruzi, fato que não ocorreu com o soro de doença de Chagas servindo de testemunha que só ligeira modificação apresentou quanto ao primitivo título aglutinante. Ficou evidenciado dessa maneira correr por conta de um anticorpo heterófilo o poder aglutinante que são dotados certos soros de indivíduos livres de infecção pelo Schizotrypanum cruzi e a presença de um componente heterogenético na estrutura antigenica desse parasita. No decurso deste trabalho pudemos verificar que idêntico fato ocorre em relação a Leishmania brasiliensis. Essa verificação e de valor prático porque se pode com facilidade eliminar as reações inespecíficas. Ao contrário do que observamos possuírem soros de casos agudos da doença de Chagas, elevado poder aglutinante para Leishmania brasiliensis (1/2560 e 1/5120) o sôro leihmaniose tegumentar foi incapaz de aglutinar o Schizotrypanum cruzi, sendo o agente especifico aglutinado por êle no título de 1/160. Os fatos que acabamos de expor, em relação a prova de aglutinação na Tripanosomiasis americana demonstram claramente o seu valor, podendo constituir, quando positiva um meio seguro no diagnóstico dessa doença. Eliminada a hipótese de aglutinações inespecíficas por meio da absorção com polpa de rim de cobaia, o título de 1/160 fala a favor de uma infecção pelo Schizotry¬panum cruzi. A maioria dos sôros de doença de Chagas por nós estudados apresentaram os dois tipos de aglutinação H e O, ocorrendo o primeiro nas maiores concentrações de soro e o segundo nas menores. Alguns soros, contudo, apresentaram aglutinação somente do tipo somático...
Resumo:
Mostram os A. A. que não são rigorosamente comparaveis os dados disponiveis sôbre a incidência da peste no Brasil, dentro de um período largo, uma vez que só ultimamente se vem conhecendo em vida um alto percentual dos casos da doença. Distribuindo por triênios os 2610 casos ocorridos no período 1934-1945, verifica-se o contraste do primeiro (1934-36) com os demais, tendo tocado àquele 47% do total. Coincide esse declínio geral com a ação do Govêrno Federal, que, em 1936, iniciou campanha coordenada contra a peste, intensificada com a criação, em 1941, do S. N. P. Restrita agora a doença ao chamado Nordeste brasileiro, continua Pernambuco sendo o seu principal foco, cabendo-lhe, desde 1934, 40 a 50% dos casos. Examinando os ocorridos no quinquênio 1941-1945, sôbre o qual há informes mais complexos, mostram os A. A. que mais de 50% desses casos se verificaram em pessoas com menos de 20 anos de idade, mais de 50% entre pardos e mais de 50% no sexo masculino. Afora 9 casos de peste pulmonar e 13 de forma septicêmica, os demais 724 foram de peste bubônica, 2/3 dos quais com localização inguino-crural. Em favor da benignidade da peste no nordeste, fala a letalidade, de 26% no quinquênio referido, e que se reduz, aliás, a 12% entre os doentes vistos em vida e medicados pelo Serviço. A letalidade é mais alta a partir dos 50 anos, maior entre as mulheres e entre pardos e negros. O emprêgo das sulfas, em substituição ao sôro, trouxe redução da letalidade. Estudando as técnicas de laboratório usadas para o diagnóstico da peste, graças ás quais se positivaram cêrca de 50% dos casos, examinam o valor da digitotomia em comparação com a viscerotomia e o da pesquisa do germe no suco ganglionar e no sangue. Respeito aos roedores domésticos com responsabilidade epidemiológica, aludem ao papel talvez atribuível ao Mus musculus. Comentam os achados de peste em roedores silvestres. Estudam os índices pulicidianos levantados em 8 cidades e que, na maioria delas, parecem mais elevados na época das chuvas. A X. cheopis é a pulga que predomina no Brasil na região tropical, decrescendo a sua frequência com o aumento de latitude, ao inverso do que sucede com a X. brasiliensis que, em S. Paulo, cidade de clima temperado, é a espécie preponderante. Chuvas e temperatura parecem afetar diferentemente as duas espécies. Estudam, finalmente, a influência dos elementos climáticos sôbre a peste humana, mostrando que, no Brasil, a influência no período 1941-45 foi maior na época da primavera e do verão austrais; e que, em 4 distritos, para os quais há normais climatológicas disponiveis, a doença ocorreu mais intensamente em períodos posteriores aos de maior precipitação, e em que a temperatura média mensal variou entre 19] e 26º e a humildade relativa entre 66 e 83%.
Resumo:
Depois de relembrarem as condições da extensa região, em que é a peste endêmica no Brasil, e que dificultam a aplicação, em sua plenitude, das medidas profiláticas recomendadas para o combate à doença, sumariam os A. A. a legislação brasileira em vigor e discriminam o que tem realizado com aquele fim o Serviço Nacional de Peste. Aludindo aos benefícios do sôro, das sulfas e possìvelmente da estreptomicina para os doentes acentuam a precária possibilidade do seu isolamento, o que tem levado o Serviço à maior intensificação das práticas de anti-ratização e das que visam a destruição de roedores e pulgas. Mostram, quanto às primeiras medidas, o que tem sido possível fazer, intensa e progressivamente, não só para a proteção das habitações rurais, aí incluídas as praticas de desratização, limpeza dos terrenos e cuidados com o lixo, como no tocante à instalação de silos e giraus à prova de ratos, e a outras providências concernentes à adequada disposição de gêneros alimentícios e dos diversos materiais, que podem servir de alimento e ninho aos roedores. Detêm-se mais no particular das medidas de desratização, salientando o valor do cianogás, que veio, para aquela finalidade, tomando o passo ao envenenamento com iscas raticidas, tendo o arsênico por base, largamente empregadas pelo Serviço ate 1942. Mostram como tem crescido, de ano para ano, o percentual de ratos, destruídos por elas e pelo cianogás, em relação ao total de ratos mortos; e apontam a decorrente limitação do uso de armadilhas. Quanto aos lança-chamas, também largamente empregados, reputam-nos mais perigosos e menos eficientes e econômicos que o cianogás, com idênticas indicações, salientando porém a grande vantagem do uso do DDT, como agente despulizante, inclusive pela sua ação residual. Mostram o valor da utilização, em larga escala, do DDT também para a defesa do homem são, que se limitava, até há pouco, pràticamente à soroterapia preventiva e à imunização ativa. Parece ter-se mostrado esta eficiente no Brasil, embora até agora, para tal fim, só tenham sido usadas vacinas mortas. Focalizando o maior êxito das vacinas preparadas com germes vivos avirulentos, aludem os A.A. à possível vantagem do seu emprêgo, de maneira sistematizada, nas épocas de maior incidência da peste, para certos grupos de população mais atingidos pela doença. Finalizam o trabalho, com uma revisão dos dados epidemiológicos, que tinham sido objeto de contribuição anterior, e que agora se fazem mais com¬pletos, por englobarem um decênio (1936-1945). Dão a ver a incidência da peste, ano a ano, durante êsse período, mostrando como nêle tocaram 30 e 70% dos casos aos grupos etários 10-19 anos e 0-29 anos. Os homens foram mais atingidos, tendo cabido 57, 36 e 7% do total de casos, respectivamente a pardos, brancos e negros. Na sua grande maioria (95.7%), foram os casos da forma bubônica, representando-se a pulmonar e a septicêmica por 2.6 e 1.7% do total. Daqueles casos de peste ganglionar, 67.7, 17, 11.5 e 3.8% tiveram respectivamente localização inguino-crural, axilar, cervical e mista. A letalidade no decenio foi de 29.5%, reduzida aliás, a 17%, quando computados apenas os casos vistos em vida pelo Serviço. De mais de 25'% abaixo dos 20 anos, baixou a letalidade a 22% dos 20 aos 30 anos, para ascender progressivamente daí em diante, chegando a quase 50%, nos indivíduos com mais de 50 anos. Foi maior no sexo feminino e entre pardos. Muito alta na forma pulmonar (85.0%) e na septicêmica (80.7%), mostrou-se de 37, 34.3, 32.2 e 23.3%, consoante mista, cervical, axilar ou inguino-crural a localização da forma bubônica.
Resumo:
1) "Purú-purú" é uma palavra indígena que quer dizer "pintado" ou "manchado", peculiar à Amazonia Brasileira. Com êsse nome é designada uma dermatose referida entre os selvicolas desde 1774, por Ribeiro Sampaio. Certas tribus, com alta incidência da moléstia passaram a ser cahamadas também "Purú-purús", o mesmo acontecendo com o rio onde habitavam - Rio Purús. 2) A doença existe na bacia do Rio Solimões e seus principais afluentes: Javari, Juruá, Purús, Içá, Japurá, e Negro. Por esses rios, o fóco da dermatose se continua nos países limitrofes com o Brasil: Guianas, Venezuela, Colombia, Perú (Equador) e Bolivia. 3) Desde 1890 essa dermatose foi relacionada à pinta (carate ou mal del pinto) por P. S. de Magalhães, idéa essa depois defendida por Juliano Moreira, Carlos Chagas, Roquete Pinto, Wappeus, O. da Fonseca Filho, Da Matta, Brumpt e outros, baseados na semelhança clínica e na terapêutica. Recentemente (1945), essa provavel identidade das duas dermatoses, recebeu fundamento sorológico de Biocca (que verificou a positividade das reações de Kline e Kahn em doentes de purú-purú), e, pelo presente trabalho, recebe base clínico-epidemio-anatomo-patológica. 4) Sob o ponto de vista clínico, as lesões cutaneas discromicas da moléstia, são de 3 órdens: a) lesões papulo-eritemato-escamosas, isoladas ou não, arredondadas, pruriginosas e de bordos nitidos; b) lesões maculo-escamosas, maiores mais pálidas, ás vezes já mostrando alterações pigmentares na parte central; c) máculas discromod´rmicas, lisas ou ligeiramente escamosas, com maior ou menor alteração pigmentar, as quais assumem diferentes aspéctos, consequentes à hipo - ou hiperpigmentação, variaveis também com a côr do paciente. As colorações predominantes nas manchas, são o branco, o preto e o vermelho, com tonalidades eminentemente variaveis. Embora raramente, nessas extensas dermodiscromias, observa-se superposição de lesões papulo-eritemato-escamosas. O aparecimento dos 3 tipos de leões acima citados, obedece seguramente a um processo evolutivo da dermatose, dando-se na órdem exposta e de acordo com o tempo de doença. Além das lesões discromicas, características da enfermidade, foi observado purido, e infartamento ganglionar. O estado geral dos doentes era bom. A avaliação de anemia e eosinofilia, foi prejudicada pela ocurrência de outros processos mórbidos (malaria e helmintiases). Em 2 pacientes pretos e adultos, havia avançada hiperqueratose palmo-plantar. 5) Sob o ponto de vista epidemiológico, foram feitas as seguintes observações: a) Idade. A dermtose ocorre em tôdas as idades, mais incide principalmente dos 15 aos 29 anos. Tomando um grupo relativamente homogêneo de doéntes de um mesmo local, 53% têm 15 e mais anos de idade. De 36 doentes que deram informações seguras ou aproximadas quanto à idade em que lhes apareceu a doença, verifica-se que 77% já estavam infectados antes dos 15 anos. Em 5 casos, a infecção se deu antes dos 2 anos de idade. b) Sexo. Nos doentes em conjunto, existiam 34 homens e 35 mulheres. Mas, no grupo homogeneo acima citado, havia ligeira predominância do sexo feminino (60.7%). c) Côr ou raça. Foram encontradas as seguintes percentagens: Pretos - 34.8%, brancos - 27.5% índios - 23.2% e mulatos - 14.5%. Essas diferenças não indicam predileção racial. d) Família. A A dermatose é eminentemente familial. Em grupo de 41 doentes, 34 pertenciam a 8 familias. e) Lesão inicial. Contágio. Em 6 casos ainda existia a lesão inicial, chamada "empigem", isolada ou acompanhada de outras lesões semelhantes. De 33 doentes, 26 (78.8%) referiam a lesão inicial nas partes descobertas do corpo (rosto, braços e mãos, pernas e pés), isto é regiões mais sujeitas a pequenos traumas, que servem como "porta de entrada" do treponema. Os AA não acreditam na existência de um vetor. Pensam que o contágio é direto, as condições eficientes e predisponentes do mesmo, coexistindo no domícilio, onde vivem em promiscuidade e falta de higiene, doentes e sadios. Os autores não encontraram treponemas em córtes impregnados de purú-purú, tanto de lesão recente como de lesão tardia. Atribuem o fracasso ao provável uso de antitreponemicos pelos doentes, uma vez que a terapeutica empírica pelo arsênico e mercúrio é muito espalhada na Amazônia. Histopatológicamente, encontraram na lesão recente: hiperqueratose, hiperacantose, exocitose, exoserose e espongiose na epiderme; e infiltração de células redondas, edema e diltação dos capilares no derma papilar e subpapilar; pela impregnação, acharam irregularidade na distribuição do pigmento melanico, assim como melanóforos entre as células inflamatórias do derma. Na lesão tardia observaram: notável atrofia do epiderme, reduzida às vezes , a 3 a 5 camadas celulares, havendo desaparecimento das papilas dérmicas; no derma, havia discreta infiltração de células redondas, relacionadas aos vasos sanguineos, ao lado de macrófagos melaniferos mais ou menos abundantes; pela impregnação, quanto às alterações pigmentares, foram observadas todas as graduações, desde a completa ausência de pigmento na basal, até um acúmulo notável de melanina, atingindo as próprias células de Malpighi. 7) Com o tratamento pelo neo-salvarsan os AA observaram grandes melhoras e mesmo cura aparente, com 6 a 8 injeções. Certas manifestações acromicas vitiligoides, antigas, não mostraram modificações apreciáveis com a terapêutica. 8) No Brasil, fora da Amazônia, tem sido descrito casos isolados de purú-purú, porém, na opinião dos autores, todos ou quase todos, são provavelmente, manifestações discromicas tardias de sífilis ou bouba, semelhantes aos publicados por um deles (F. N. G). Pensam do mesmo modo, quanto aos casos de pinta descritos fora da América: África, Egito, Argeria, Sahara, Trípoli, Turquestão, Filipinas, Iraque, Índia, Ceilão, etc. Ainda nesta mesma ordem de idéas, os autores negam validade ao conceito epidemiológico da existência de casos isolados, a não ser procedentes das zonas pintogenas. 9) Um dos autores (F. N. G.) emite a seguinte hipótese, que considera sugestiva, embora dificilmente demonstrável: Os treis treponemas (T. pallidum, T. pertenue e T. carateum), oriundos de um ancestral comum. tornaram-se peculiares respectivamente ao branco, ao preto e ao índio, mantendo-se assim isolados. Secundariamente, com as correntes migratórias, misturaram-se as doenças...
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The production of hyperglycemia during the acute phase of scorpion poisoning produced by T. bahiensis in dogs is confirmed now. The highest degree on average, was reached 10 minutes after the injection of venom. In our hands, the previous bilateral adrenalectomy did not avoid the hyperglycemia. The average of the blood sugar level has been similar to that observed in dogs with adrenal glands, the highest blood sugar level was also registered after 10 minutes. The hyperglycemia obtained in adrenolectomized dogs is, probably, due to the liberation of Sympatin (Nor-adrenalin and adrenalin) as a consequence of the central excitation by the poison on the hepatic nerves and other ganglionar terminations of the Sympathetic Nervous System. Our present researches suggest that the venom has adrenergic action besides the central action.
Resumo:
É feito um estudo comparado do sistema traqueal nos Triatomíneos. Notou-se que os ramos traqueais secundários apresentam diversidades quanto quanto ao número e à disposição topográfica das traquéias, inclusive quando se tratando de um mesmo exemplar. Neste trabalho é descrito o método de infiltração de corantes, segundo GAEBLE, e modificado por nós quando adaptado a uma bomba de vácuo. Os troncos traqueais principais permanecem inalteráveis, seguindo uma disposição comum e já descrita em Triatoma infestans. Porém, devido as modificações encontradas nos ramos secundários acreditamos que êste sistema não devea ser considerado para, juntamente com outros caracteres, diferenciar o indivíduo. O estudo anatômico do sistema traqueal nos gêneros Triatoma (T. vitticeps, T. maculata, T. brasiliensis, T. sordida), Panstrongylus (P. megistus) e Rhodnius (R. prolixus) é sempre correlacionado com o sistema traqueal de Triatoma infestans. É aproveitada a ocasião para se observar com maiores detalhes a disposição das traquéias em alguns órgãos. Em Triatoma vitticeps notou-se o sistema traqueal em relação aos tubos de Malpighi; em Triatoma brasiliensis o sistema em relação as gônadas e, finalmente, em Panstrongylus megistus as traquéias em relação ao aparelho digestivo, massa ganglionar nervosa situada no tórax e, também, gônadas femininas.