492 resultados para Geração de casos de teste
Resumo:
Para determinarmos as freqüências de sífilis materna e congênita, procedemos ao estudo da resposta aos testes treponêmicos e não treponêmicos de 1.000 parturientes e seus respectivos conceptos. As amostras de sangue venoso da mãe e do recém-nascido e do cordão umbilical foram testadas pelo método de VDRL. Os testes TPHA e ELISA (IgG, IgM) foram utilizados para confirmar os resultados positivos; entre as mães VDRL positivas foi feita a pesquisa de anticorpos anti-HIV. Encontramos 24 (2,4%) mães VDRL reativas (da população estudada), todas HIV negativas e, entre seus recém-nascidos, 18 (1,8%) sangue de cordão e 19 (1,9%) sangue venoso positivos. Não houve caso de reatividade nos recém-nascidos sem correspondente positividade materna. O teste de VDRL materno pôde, portanto, ser utilizado, isoladamente, na seleção dos casos de sífilis gestacional e congênita, já que não houve maior sensibilidade diagnóstica através da utilização dos testes treponêmicos, que comparados entre si, mostraram-se semelhantes.
Resumo:
São apresentados quatro casos de leishmaniose em pacientes com SIDA, sendo dois de leishmaniose visceral e dois com forma cutâneo-mucosa. Lesões cutâneas e de mucosa oral, disseminadas, estavam presentes nos pacientes com a forma tegumentar da doença. Febre prolongada, hepatoesplenomegalia e pancitopenia foram as manifestações principais da forma visceral. A contagem de linfócitos T CD4+ era baixa em todos os casos. A pesquisa de leishmanias foi positiva no aspirado de medula óssea e na biópsia de lesões cutâneas e mucosas. Os pacientes responderam ao tratamento com antimoniais pentavalentes e com a anfotericina B. Poucos casos de coinfecção leishmaniose e HIV têm sido descritos em nosso meio. Apesar da ampla expansão de ambas, até agora suas áreas de distribuição geográfica teve pouca superposição. Os autores recomendam a inclusão desta parasitose no diagnostico diferencial das doenças oportunistas que acometem indivíduos com SIDA.
Resumo:
Com o objetivo de descrever as características clínicas e laboratoriais da meningoencefalite criptocócica, foram analisados 104 prontuários de pacientes com este diagnóstico, internados no Hospital Couto Maia, na cidade de Salvador-Bahia, no período de 1972 a 1996. A idade dos pacientes variou de 8 meses a 79 anos. Sessenta e quatro (61,5%) enfermos eram do sexo masculino. O tempo de doença variou de 2 a 150 dias, com média de 27,6 dias. Os sinais e sintomas clínicos mais comuns foram cefaléia (92,7%), febre (84,4%) e rigidez de nuca (83,2%). A celularidade do líquido cefalorraquiano foi superior a 4 cels/mm+ em 95,8% dos pacientes com predominância de linfócitos em 86,3% dos casos. A letalidade foi de 42,7%.
Resumo:
No Brasil, os inquéritos sorológicos têm assinalado taxa de infecção pelo vírus do dengue de 25% a 56%, porém esses estudos foram realizados em populações de cidades de médio ou grande porte. No presente estudo, são descritas duas epidemias de febre clássica de dengue (DEN) no Estado da Bahia. A primeira, ocorrida em 1987 e causada pelo sorotipo DEN-1 em Ipupiara e, a segunda, causada pelo DEN-2, em Prado e que ocorreu em 1995. O diagnóstico laboratorial foi realizado utilizando o teste de inibição da hemaglutinação (IH). Em 1995, foram coletadas 461 amostras sorológicas de uma população de 3.868 habitantes em Ipupiara (região da Chapada Diamantina) e 228 de um total de 9.126 habitantes em Prado (Litoral Extremo Sul). A soro-positividade das amostras foi de 11,9% (55/461) em Ipupiara e 17,5% (40/228) em Prado. Não houve diferença, estatisticamente significante, quanto a idade e o gênero entre os indivíduos soro-positivos e negativos das duas cidades estudadas. Entretanto, em Ipupiara os soro-positivos (15,9% vs. 9,3%) relataram, mais freqüentemente (p < 0,03), residência ou viagens para outros Estados do Brasil. Com base nos dados, estimou-se a ocorrência de 460 e 1.597 casos da infecção em Ipupiara e Prado, respectivamente. Em conclusão, nas cidades de menor porte a dinâmica da infecção pelo vírus do dengue, provavelmente, tem características peculiares, porque nessas localidades a prevalência é menor em conseqüência das menores potencialidades de desenvolvimento do Aedes aegypti.
Resumo:
No Brasil, a distribuição etária do tétano é pouco estudada. Neste trabalho foi analisada a evolução histórica do coeficiente de mortalidade por tétano no Brasil, entre 1980 e 1991, e estabelecida a distribuição dos casos pela faixa etária, tendo por base o Sistema de Informações de Mortalidade. Os coeficientes de mortalidade por faixa etária foram calculados conforme os dados fornecidos pela FUNASA-CENEPI, DATASUS e IBGE. Utilizou-se o teste qui-quadrado para comparar os coeficientes de mortalidade para as diversas faixas etárias, por ano e região do país. Houve declínio dos coeficientes de mortalidade em todas as faixas etárias, exceto nos idosos. Nas regiões Norte e Sul houve aumento do coeficiente de mortalidade nos idosos. No Brasil, o tétano vem apresentando comportamento epidemiológico semelhante ao observado nos países desenvolvidos, onde os idosos representam o principal grupo de risco para adoecer e morrer da doença.
Resumo:
Cinco casos graves de infecção pelos vírus das hepatites B e D foram diagnosticados em jovens oriundos do norte do Mato Grosso, onde é comum a ocorrência de hepatite B, mas não de hepatite D. A proximidade com os Estados do Acre e do Amazonas e a migração interna podem explicar a introdução do vírus da hepatite D na região. Os autores salientam a necessidade de manter vigilância epidemiológica para casos de hepatite D na região.
Resumo:
Dois pacientes HIV-soronegativos com doença criptocócica refratária à terapia antifúngica convencional foram submetidos a estudo do sistema imune. Hipogamaglobulinemia foi evidenciada em ambos e associada à alteração funcional da imunidade mediada por células. Hipogamaglobulinemia é considerada como um possível fator predisponente para infecção criptocócica. A importância dos anticorpos no controle da infecção por Cryptococcus neoformans é discutida.
Resumo:
O estudo utilizou parâmetros ambientais associados aos coeficientes padronizados de leishmaniose tegumentar americana (LTA), no período de 1986 a 1995. Nos 140 municípios com transmissão da doença a pesquisa entomológica realizada mostrou que as espécies mais freqüentes capturadas no ambiente domiciliar, foram Lutzomyia intermedia em 87,1% dos municípios, 53,6% L. whitmani, 49,7% L. migonei, 28,5% L. pessoai e 53,6% L. fischeri. Verificou-se que as variáveis tipos de relevo e de cobertura vegetal natural influíram, significativamente (p < 0,001), nas médias dos coeficientes padronizados de incidência média acumulada da LTA no estado. A análise de regressão linear múltipla mostrou que a incidência da doença esteve associada, significativamente (p = 0,029), à presença de L. migonei nos municípios situados na região geomorfológica do Planalto Atlântico (p = 0,005) e, naqueles cuja cobertura vegetal predominante foi Tipo V - mata (p = 0,000). Esta análise resgata a discussão sobre o papel vetorial de L. migonei no Estado de São Paulo.
Resumo:
Casos de leishmaniose tegumentar no norte do estado do Paraná têm sido assinalados desde os anos 50, mas no final dos anos 80, houve um surto epidêmico. Para conhecer o perfil epidemiológico da leishmaniose cutânea na região Norte do Paraná foi feito um levantamento de casos, entre 1993 e 1998. Foram notificados 316 casos da doença em 35 municípios paranaenses. Dezesseis casos eram importados de outros estados e do Paraguai. Os indivíduos do sexo masculino (61,2%), na faixa etária de 15 a 49 anos (70,8%) representaram a maioria dos casos de leishmaniose tegumentar. Sessenta e sete porcento dos pacientes apresentaram lesões únicas, 31% lesões múltiplas e 2% lesões de mucosas. Num total de 367 lesões analisadas 47,7% estavam localizadas nos membros inferiores, 26,7% nos membros superiores e 16% na face. Trinta e duas cepas de Leishmania isoladas foram identificadas, com base em 13 isoenzimas, como pertencentes à espécie Leishmania (Viannia) braziliensis.
Resumo:
De junho a dezembro de 1999, foram coletadas 785 amostras de soro de pacientes com suspeita clínica de dengue e/ou febre amarela. Os pacientes foram atendidos nas unidades de saúde distribuídas pelas seis mesorregiões do Estado do Pará, Brasil. As amostras de soro foram testadas pelo método de inibição da hemaglutinação para detecção de anticorpos para Flavivirus e pelo ensaio imunoenzimático para detecção de imunoglobulina M para dengue e febre amarela. Das amostras coletadas, 563 (71,7%) foram positivas pelo IH, e dentre estas 150 (26,6%) foram positivas pelo ELISA-IgM. O vírus dengue foi responsável pela maioria das infecções recentes em todas as mesorregiões e os casos de febre amarela detectados neste estudo foram restritos às mesorregiões Marajó e Sudeste.
Resumo:
A co-infecção leishmaniose tegumentar americana e AIDS é de relato recente na literatura, observando-se diversidade quanto ao comportamento clínico e imunológico destes pacientes. Relatamos quatro casos acompanhados no Hospital Universitário de Brasília, com diagnóstico de infecção por parasitas do gênero Leishmania e pelo vírus da imunodeficiência humana, ilustrando diferentes apresentações clínicas, evoluções e respostas terapêuticas.
Resumo:
Dois casos de hidatidose policística (HP) são relatados, oriundos do mesmo município da região amazônica brasileira (Sena Madureira, Acre). Ambos tiveram a mesma apresentação e evolução clínica ao longo de dois anos de acompanhamento. Inicialmente os pacientes queixaram-se de dor abdominal no andar superior ou no hipocôndrio direito e apresentaram icterícia obstrutiva, febre, aumento de volume abdominal e emagrecimento. Por exame de imagem, além de esplenomegalia, cistos múltiplos e coalescentes foram detectados no fígado. Amostras de soro foram reagentes por contraimunoeletroforese. O tratamento com albendazol resultou em melhora parcial, com alívio sintomático e redução no tamanho das lesões. Este relato reforça a importância de estudos clínico-epidemiológicos da hidatidose policística na região amazônica brasileira, especialmente no município de Sena Madureira, onde outros pacientes com HP podem estar sem diagnóstico.
Resumo:
Os objetivos deste trabalho foram estimar a freqüência da leptospirose e os fatores de risco em crianças de 2 a 15 anos de idade, de ambos sexos, contactantes-domiciliares dos pacientes internados (casos-índices) no Hospital Couto Maia, com diagnóstico de leptospirose (ELISA-IgM positivo). De 148 pessoas, dos domicílios dos 25 casos-índices, selecionados aleatoriamente, 73 (49,3%) contatos-domiciliares foram submetidos à avaliação clínico-epidemiológica e ao mesmo teste diagnóstico em soros pareados. Os resultados das IgM e IgG classificaram os 73 contatos-domiciliares em três grupos: A (infecção aguda ou recente), 30 (41,1%) casos; B (não-infectados), 34(46,6%) crianças e C (infecção antiga), nove (12,3%). Entre os do Grupo A, cinco (16,7%) apresentaram manifestações de resfriado comum. O sexo, o grupo racial, a idade e a presença de cão no domicílio não apresentaram diferenças estatísticas significantes, entre os grupos A e B. Todavia, nas crianças do grupo A predominaram (p<0,05): contato com água na natureza; irmão caso-índice e menor de 15 anos; sexo feminino e maior de 9 anos de idade e, principalmente, a falta de coleta do lixo nos locais de residência. Em conclusão, a leptospirose em crianças de Salvador é subestimada, porque é oligossintomática ou similar ao resfriado comum.
Resumo:
Para avaliar a resposta a sucessivas aplicações da intradermorreação de Montenegro (IDRM), repetimos quatro vezes o teste em moradores de uma área endêmica de calazar que tiveram o exame negativo há 3-4 anos. Inicialmente, repetimos três IDRM nos que permaneceram negativos, com intervalo de 60 dias entre elas. Na segunda etapa, realizamos uma última reação em todos participantes do estudo. Do total de 49 indivíduos com IDRM prévia negativa, 19 (38,8%) positivaram o teste em alguma das vezes, 17 (34,7%) abandonaram o estudo e 13 (26,5%) permaneceram com resultado negativo em todas as aplicações. Na segunda etapa, a repetição da IDRM mostrou que dos 14 que eram positivos em algum dos testes, 8 assim permaneceram e 6 tornaram-se negativos. Nossos resultados confirmam a possibilidade de indução de hipersensibilidade tardia em alguns indivíduos pela aplicação da IDRM.
Resumo:
Dois casos fatais de miocardiopatia chagásica crônica dilatada são relatados pela primeira vez em pacientes autóctones do rio Negro, Estado do Amazonas. Ambos os casos, um homem de 45 anos de idade e uma mulher de 44, nasceram e viveram toda a vida na região do Rio Negro, no norte do estado do Amazonas, tendo sido picados numerosas vezes por triatomineos silvestres em piaçabais da área. Os pacientes que tiveram as reações sorológicas positivas para anticorpos anti-Trypanosoma cruzi (imunofluorescência, ELISA e Wertern blot) desenvolveram nos últimos 5-7 anos um quadro de insuficiência cardíaca progressivo, com aumento global da área cardíaca, bloqueios atrioventricular e de ramo esquerdo e extrassístoles ventriculares, faleceram de insuficiência cardíaca irreversível. Um dos casos em que foi feita a biópsia cardíaca cirúrgica pós-mortem, mostrou na histopatologia, miocardite crônica com infiltrado mononuclear difuso, com áreas de adensamento celular, fibrose, dissociação, fragmentação e hialinização de fibras cardíacas, sugestivo de miocardite chagásica crônica e o PCR in situ foi positivo para Trypanosoma cruzi.