405 resultados para Amazônia-Brasil
Resumo:
O objetivo desta pesquisa foi desenvolver um diagnóstico da qualidade da água do rio Parauapebas (Estado do Pará, Brasil), com base no monitoramento realizado nos períodos de baixa precipitação dos anos 2004, 2007 e 2009. Em 20 locais de amostragem ao longo do rio no entorno da cidade de Parauapebas, foram avaliados na água parâmetros físicos (transparência, temperatura da água e resíduo total), químicos (oxigênio dissolvido, pH, turbidez, alcalinidade, dureza, acidez, cloreto, DBO, DQO e fósforo, ferro e nitrogênio totais) e biológicos (coliformes termotolerantes). A partir dos resultados foi desenvolvido o Índice de Qualidade de Água - IQA para o trecho monitorado. Para interpretação dos dados realizou-se estudos complementares de análise de componentes principais, regressão múltipla e regressão linear, além de levantamentos de informações a respeito dos meios físicos, bióticos e sócio-econômicos da região. O IQA determinado para o rio Parauapebas foi de 40,01 o que o enquadra na categoria "Regular". Com as análises de componentes principais e de regressão múltipla identificaram-se quatro variáveis que influenciaram significativamente na variação do índice: oxigênio dissolvido, demanda bioquímica do oxigênio, fósforo total e coliformes termotolerantes, que explicaram 75% da variação dos resultados. A expansão urbana, especialmente nas direções N-NO e S-SO, atingiu as áreas próximas às reservas de mata ciliar, comprometendo, em parte, a qualidade das águas superficiais do rio Parauapebas.
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O objetivo principal deste trabalho foi estudar a parasitofauna e a relação hospedeiro- parasito em tambaqui Colossoma macropomum cultivados em tanques-rede no Rio Matapi, município de Santana, estado do Amapá, região da Amazônia oriental, Brasil. Foram examinados 60 tambaquis, dos quais 96,7% estavam parasitados por protozoários Ichthyophthirius multifiliis (Ciliophora) e Piscinoodinium pillulare (Dinoflagellida), monogenoideas Mymarotheciun boegeri e Anacanthorus spathulatus (Dactylogyridae) e sanguessugas Glossiiphonidae gen. sp. (Hirudinea). Os maiores níveis de parasitismo foram causados por protozoários I. multifiliis e P. pillulare e os menores por sanguessugas Glossiiphonidae gen. sp. Porém, os índices de infestação não tiveram efeitos na saúde dos peixes hospedeiros, uma vez que o fator de condição relativo (Kn) não foi estatisticamente (p<0,05) correlacionado com a intensidade desses parasitos. Este foi o primeiro relato da ocorrência de I. multifiliis e P. pillulare em C. macropomum cultivados em tanques-rede na Amazônia brasileira.
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Neste trabalho, relata-se pela primeira vez a ocorrência de Panstrongylus lignarius no Estado de Mato Grosso. Entre 2001 e 2009, cinco espécimes foram capturados pelos moradores dos municípios de Paranaíta, Alta Floresta, Lucas do Rio Verde, Sorriso e Guarantã do Norte e enviados ao Laboratório de Entomologia da Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso, onde foram identificados como Panstrongylus lignarius (Walker, 1837). O encontro dessa espécie no estado do Mato Grosso, Brasil, amplia a sua distribuição geográfica.
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O objetivo deste estudo foi descrever a riqueza, estrutura e diversidade de espécies arbóreas em áreas de Floresta Estacional e ecótono (Floresta Estacional/Floresta Ombrófila) no estado do Tocantins, buscando subsídios para a conservação, manejo florestal, compensação de reserva legal e recuperação ambiental, além de discutir as identidades fitogeográficas em comparação com outras florestas do Brasil. Em 18 bacias hidrográficas, conduziu-se amostragem da vegetação arbórea (DAP > 5 cm) de 22 áreas (amostras) por meio do inventário de 477 parcelas de 400 m². Foram elaboradas análises de classificação pelo método TWINSPAN, em duas escalas distintas. A primeira avaliou a diversidade beta entre as parcelas amostradas no estado do Tocantins e a segunda buscou analisar a similaridade das florestas do Tocantins em relação a outras florestas do bioma Cerrado e suas áreas de tensão ecológica. As florestas amostradas apresentaram ampla variação em termos de riqueza (33 a 243 espécies), densidade (486 a 1.179 ind.ha-1), área basal (14,04 e 37,49 m².ha-1), índices de diversidade (H´ = 2,75 a 4,59) e de equabilidade (J´= 0,72 a 0,86). As análises de classificação convergiram para resultados comuns, identificando quatro ambientes dissimilares em termos florísticos e estruturais no estado do Tocantins: Floresta Estacional Decidual, Floresta Estacional Semidecidual, ecótono Floresta Estacional Semidecidual/Floresta Ombrófila e ecótono Floresta Estacional Decidual/Floresta Ombrófila. A fim de manter a diversidade de plantas e de ambientes na região de transição Floresta Amazônica e Cerrado, sugere-se que o processo de criação de unidades de conservação no estado do Tocantins deva ser intensificado e tenha como base para seleção das áreas critérios biogeográficos.
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As diferenças limnológicas entre as águas pretas do rio Negro e as águas brancas do rio Solimões-Amazonas podem ter influência sobre o status nutricional de peixes detritívoros pela diferença nas fontes dos recursos alimentares entre estes sistemas. Para verificar a influência do rio Negro sobre o status nutricional de juvenis de curimatã Prochilodus nigricans foi medida a condutividade em pontos de amostragem e estimado o fator de condição (K, a partir da relação peso/comprimento) dos juvenis em três áreas de inundação do médio rio Solimões-Amazonas: (1) com influência do rio Negro, próxima a Manaus; (2) sem influência do rio Negro, próxima a Manaus e (3) sem influência do rio Negro, em um trecho do Solimões-Amazonas 500 km a montante de Manaus. A condutividade nos pontos de amostragem com influência do rio Negro foi significativamente menor do que as outras áreas e o K dos juvenis de águas com influência do rio Negro foi significativamente maior. A alta seletividade do curimatã pode dificultar a assimilação de itens alimentares quando estes estão em alta abundância. Em adição, as águas pretas possuem detritos com alto potencial de assimilação devido à sua qualidade protéica, o que demonstra a grande importância das florestas inundadas por água pretas para os detritívoros amazônicos.
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Apesar das praias serem consideradas um dos sete mais importantes habitats aquáticos da Amazônia, poucos trabalhos foram realizados quanto ao levantamento de sua ictiofauna, principalmente quando utilizados diferentes apetrechos de coleta. Este trabalho teve como objetivo comparar a eficiência relativa de dois apetrechos, rede de cerco e malhadeira, ambos utilizados de forma ativa (arrasto), em três praias localizadas no baixo rio Purus. A rede de cerco apresentou maior número de espécies e indivíduos capturados, no entanto, a malhadeira apresentou maiores valores de biomassa total, representada principalmente por Siluriformes. A baixa similaridade da fauna de peixes capturada (38%) foi devido à exclusividade de espécies coletadas com cada apetrecho, 41 com rede de cerco e 32 com malhadeira. O presente trabalho mostra a importância de se utilizar diferentes apetrechos de coleta como forma de diminuir a seletividade inerente de cada um desses aparelhos, melhorando a efetividade de amostragens em ambientes pouco estudados.
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Este trabalho teve como objetivo estudar as águas do rio Madeira e seus principais tributários entre a cidade de Humaitá e sua foz no rio Amazonas. Foram analisados pH, condutividade, turbidez, íons maiores, elementos traço e isótopos de Sr nos períodos de seca, cheia e transição para a seca entre 2009 e 2010. As águas do Madeira, classificadas com brancas, são bicarbonatadas-cálcicas, têm pH entre 5 e 6 e são mais concentradas que as dos tributários. Estes têm águas de cor preta, mais ácidas e quimicamente heterogêneas, os da margem esquerda são quimicamente mais semelhantes as do Madeira, enquanto os da margem direita têm alta concentração em SiO2. Os cátions, Cl- e NO3- são mais concentrados na cheia o que sugere influência do solo, da vegetação e da composição da água da chuva (Cl-), enquanto HCO3-, SO4(2-), Al, Br e P, com maiores concentrações na seca, devem estar relacionados com a química das rochas. A SiO2 e os elementos terras raras (ETR) com concentrações elevadas na seca e na cheia, estão associados tanto a vegetação e ao solo como as rochas. A interação desses fatores é a causa da heterogeneidade química das águas. Contudo, a semelhança entre as águas dos tributários da margem esquerda e as do Madeira são consequência das rochas dos Andes serem a fonte dos sedimentos cenozóicos percolados por elas, enquanto a química das águas dos tributários da margem direita retrata a estabilidade tectônica, o intenso intemperismo e a baixa taxa de erosão das rochas do cráton Amazônico.
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Amanoa tem distribuição pantropical, com centro de diversidade na Amazônia, e ainda não recebeu uma revisão recente. Este trabalho tem como objetivo atualizar a taxonomia deste gênero, enfatizando as espécies ocorrentes no Brasil. Analisou-se coleções depositadas em herbários nacionais e estrangeiros, pelo método de dissecção das partes vegetativas e reprodutivas em estereomicroscópio, seguido-se descrição e ilustração do material. Estudou-se as seguintes espécies: A. almerindae, A. congesta, A. cupatensis, A. glaucophylla., A. gracillima, A. guianensis, A. nanayensis, A. neglecta, A. oblongifolia, A. pubescens e A. sinuosa. Amanoa pubescens é restabelecida e ilustrada pela primeira vez. A flor pistilada e a ilustração de A. glaucophylla são apresentadas pela primeira vez, bem como a flor estaminada de A. almerindae, a flor pistilada de A. oblongifolia, e o botão e a flor pistilada de A. sinuosa. Novas ocorrências: Amanoa almerindae para o Pará, Amanoa cupatensis para o Acre, A. glaucophylla para Pernambuco e Bahia, A. guianensis para Pernambuco e Sergipe, A. neglecta para o Brasil (Amapá), A. oblongifolia para o Acre e Bahia, A. pubescens para o Brasil (Amazonas) e A. sinuosa para o Amapá e Pará. Registra-se presença de monoicismo em A. glaucophylla.
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Restingas são ambientes constituídos de um complexo de comunidades de plantas ocorrendo sobre planícies arenosas costeiras quaternárias de influência marinha. A Amazônia brasileira é o segundo bioma de maior riqueza de Melastomataceae no país, o qual está representado por 47 gêneros e 487 espécies. O presente trabalho objetivou conhecer a diversidade de Melastomataceae nas diferentes formações vegetacionais que compõem a paisagem das restingas no Pará. Foi realizado levantamento de coleções herborizadas nos herbários IAN (Herbário da Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias) e MG (Herbário do Museu Paraense Emílio Goeldi), e coletas nos municípios de Bragança, Maracanã e Marapanim. Apresenta-se o tratamento taxonômico com descrições, ilustrações, dados de distribuição geográfica, chave de identificação para as espécies e comentários sobre particularidades morfológicas. A família está representada por 10 espécies nas restingas do Pará, a conhecer: Acisanthera bivalvis, A. crassipes, Comolia villosa, Miconia alata, Mouriri brachyantera, M. guianensis, Nepsera aquatica, Pterolepis trichotoma, Rhynchanthera serrulata e Tibouchina aspera. Tais espécies ocorrem pricipalmente em Brejos Herbáceos, Campos entre Dunas, Dunas, Campos Arbustivos Abertos e Matas de Restinga. Miconia alata representa um novo registro para o ambiente de restinga no Pará. As restingas dos municípios de Maracanã e Marapanim concentram 80% das espécies estudadas. Através deste trabalho foi possível reconhecer que nenhuma delas pode ser caracterizada como exclusiva, pois todas são encontradas em outros ecossistemas ou formações vegetacionais do país.
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O potencial da cultura do amendoim forrageiro associada aos fungos micorrízicos arbusculares (FMA) tem sido objeto de alguns estudos, porém a influência do genótipo sobre essa associação é pouco relatada. O objetivo deste trabalho foi determinar a densidade de esporos, riqueza de espécies, a frequência e ocorrência relativa de FMAs associados a genótipos de amendoim forrageiro. Foram coletadas amostras simples de solo de 45 genótipos pertencentes ao Banco Ativo de Germoplasma na Embrapa Acre. As amostras de solo foram coletadas a 5 cm de profundidade, com três repetições em delineamento inteiramente casualizado. As amostras de solo foram levadas para o Laboratório de Micorrizas da Embrapa Agrobiologia, para determinação da densidade de esporos e identificação das espécies de FMAs. Foi realizada análise de variância e teste de Scott-Knott. Destacaram-se quatro genótipos de A. pintoi e dois híbridos interespecíficos, que apresentaram maior densidade de esporos. Foi verificada a ocorrência de 21 espécies de FMAs nas amostras de solo. A riqueza variou entre três e dez espécies. Três espécies de FMAs apresentaram elevada frequência relativa: Glomus macrocarpum (100,0%), Acaulospora tuberculata (97,8%) e Racocetra verrucosa (88,99%). Conclui-se, assim que: (i) Existe variabilidade genética entre os genótipos de amendoim forrageiro quanto à promoção da esporulação e riqueza de espécies de FMAs nas suas rizosferas; (ii) As espécies de FMAs Glomus macrocarpum, Acaulospora tuberculata, Racocetra verrucosa possuem alta presença na rizosfera dos genótipos de amendoim forrageiro, devendo serem estudadas visando sua introdução na cultura.
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Abuta é um gênero taxonomicamente complexo devido à sobreposição de variação dos caracteres morfológicos. O presente estudo consiste no tratamento taxonômico de Abuta no Estado do Pará. A análise envolveu amostras provenientes de coletas e exsicatas dos herbários Museu Goeldi (MG), Instituto Agronômico do Norte (IAN), Instituto Nacional de Pesquisas da Amazonia (INPA), Jardim Botânico do Rio de Janeiro (RB) e New York Botanical Garden (NY). São apresentados chave de identificação, descrições, distribuição geográfica, comentários e ilustrações das espécies. O gênero está representado na área por 11 espécies: A. barbata, A. brevifolia, A. candollei, A. grandifolia, A. grisebachii, A. imene, A. obovata, A. rufescens, A. sandwithiana, A. solimoesensis e A. velutina. Abuta obovata e A. velutina são novos registros para o estado do Pará. A venação foliar foi o principal caractere para a separação das espécies e a formação de capoeira o ecossistema que apresentou o maior número de espécies.
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A cultura da mandioca (Manihot esculenta) tem importância socioeconômica no Brasil, no entanto há ainda uma escassez de informações sobre a associação de nematoides fitoparasitas, bem como ao comportamento de cultivares de mandioca ao parasitismo desses agentes. O objetivo do presente trabalho foi relatar a distribuição geográfica e novas ocorrências das principais espécies de nematoides encontradas associadas à mandioca em diferentes municípios dos estados do Acre, Amapá, Pará e Rondônia. Além disso, estudou-se, em casa de vegetação, a reação de algumas cultivares de mandioca ao parasitismo de Meloidogyne incognita raça 3, Pratylenchus brachyurus e P. zeae. Nematoides foram extraídos de 10 g de raízes ou 250 cm³ de solo e identificados sob microscópio de luz. A espécie mais prevalente foi P. brachyurus, presente em 37,1% das amostras analisadas (n=35), seguida de M. incognita, encontrada em de 14,2% das amostras. Constituíram novas ocorrências para mandioca no Brasil: Helicotylenchus erythrinae, M. enterolobii e Xiphinema longicaudatum. As cultivares de mandioca provenientes do Amapá (Amazonas, Colônia Matapi, Manteiga, Pretinha e Pó-da-China) e as cultivares de mandioca Colonial e Caipora, provenientes do Acre, comportaram-se como suscetíveis a M. incognita raça 3. Por outro lado, as cultivares Caipora e Colonial comportaram-se como resistentes a P. brachyurus (fator de reprodução = 0,5 e 0,9, respectivamente) e imunes a P. zeae. Informações geradas neste estudo podem ser úteis para o manejo de áreas cultivadas com mandioca e infestadas pelos nematoides das lesões, P. brachyurus e/ou P. zeae.
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As savanas da região costeira da bacia amazônica estão situadas no complexo contato entre a floresta e a costa atlântica. Nestas formações as Poaceae se destacam como um dos grupos vegetais mais importantes. O presente trabalho objetivou o levantamento da Família Poaceae nas savanas costeiras amazônicas, a elaboração de uma lista de espécies acrescida de ilustrações e chave para a identificação dos táxons confirmados. Foram registradas quatro subfamílias, 58 espécies, distribuídas em 29 gêneros, sendo Axonopus e Paspalum os mais ricos. As amostras encontram-se depositadas nos herbários do Museu Paraense Emílio Goeldi (MG) e do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (HAMAB). As savanas costeiras amazônicas apresentam espécies de Poaceae de ampla distribuição, baixo endemismo e reduzido número de espécies exóticas, com influência florística das savanas das Guianas e do Bioma Cerrado.
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O peso ao nascer constitui característica produtiva de elevada importância zootécnica, devido à sua relação com a taxa de sobrevivência à desmama e com os pesos nas demais fases de desenvolvimento do animal, quer seja para a produção de carne, leite ou em animais que se destinam à reprodução. O objetivo deste trabalho foi obter estimativas de herdabilidade e tendências fenotípicas e genéticas do peso ao nascer, em bubalinos do Estado do Pará, Brasil. Foram calculadas as estatísticas descritivas e realizado o teste de Normalidade de Shapiro-Wilk por meio do pacote estatístico Statistical Analisys System. As estimativas de herdabilidade foram obtidas por inferência Bayesiana. O peso ao nascer apresentou média de 36,6 kg. O modelo de análise considerou como fixos os efeitos de sexo, ano de nascimento e composição racial do animal e como efeitos aleatórios animal, efeito materno e residual. A distribuição da herdabilidade direta apresentou-se platicúrtica (achatada) e com maior assimetria, tendo uma distribuição bimodal com a primeira moda próxima a 0,10 e a segunda próxima a 0,30; a materna apresentou-se trimodal, com picos bem próximos a 0,15 e outro menos evidente próximo a 0,20. A tendência genética direta do peso ao nascer mostrou-se negativa (-0,03kg ano-1) e a tendência genética materna próxima à zero (0,001 kg ano-1), ainda que a tendência fenotípica tenha sido positiva (0,156kg ano-1). Existe variabilidade genética possível de ser trabalhada em um programa de melhoramento, no entanto, pouco foi feito quanto à seleção para crescimento em búfalos no Estado do Pará.
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A utilização de plantas medicinais é uma prática comum entre as populações humanas. O presente trabalho teve por objetivo efetuar levantamento etnobotânico sobre o conhecimento e uso das plantas medicinais em quatro comunidades ribeirinhas do Município de Manacapuru. Foram coletadas informações de 164 moradores locais, selecionados aleatoriamente, por meio de entrevistas semi-estruturadas, observações participantes e visitas guiadas. Os problemas de saúde citados foram classificados de acordo com a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10) e índices de concordância foram utilizados para identificar os principais usos de cada espécie. Identificaram-se 171 plantas medicinais, pertencentes a 65 famílias. Lamiaceae (14 espécies), Asteraceae (9 espécies), Fabaceae e Euphorbiaceae (8 espécies) foram as famílias mais comuns. As espécies mais citadas foram Mentha arvensis (hortelã), Ruta graveolens (arruda) e Citrus sinensis (laranja). As folhas foram as partes da planta mais utilizadas e a decocção da folha o procedimento mais comum usado para preparar medicamentos. Os problemas mais comuns citados foram doenças do aparelho digestivo, doenças do aparelho respiratório e problemas com sintomas não classificados. Plantas com índices de concordância maior que 25% foram Plectranthus amboinicus, Chenopodium ambrosioides, Citrus aurantiifolia, Acmella oleracea, Plectranthus barbatus, Mentha arvensis, Citrus sinensis, Lippia origanoides, Lippia alba, Cymbopogon citratus e Ruta graveolens. Estes resultados confirmam que as populações que vivem em Manacapuru ainda utilizam plantas medicinais como uma das formas de tratar suas doenças mais frequentes.