699 resultados para Pacientes internos
Resumo:
OBJETIVO: Descrever e analisar as atividades desenvolvidas pela enfermagem na consulta dirigida a alcoolistas do Programa de Atendimento ao Alcoolista do Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes da Universidade Federal do Espírito Santo (PAA/HUCAM/UFES). MÉTODOS: O estudo foi desenvolvido no PAA/HUCAM/UFES a partir de um levantamento das consultas de enfermagem (CE) realizadas com pacientes alcoolistas no período de janeiro a dezembro de 2002. A coleta de dados deu-se por meio de um questionário contendo dados de identificação e do seguimento de enfermagem. Foram empregadas as análises quantitativa, através da estatística descritiva, e qualitativa nas etapas da CE. RESULTADOS: Foram realizadas 603 CE (28,7% em primeiro atendimento e 71,3% em retornos). Quanto ao perfil da clientela, 28% eram da região metropolitana; 94% do sexo masculino e 6% do feminino; 50,6% casados, na faixa etária de 40 a 60 anos; e 73,6% apresentaram grau de severidade grave de dependência alcoólica. Nas orientações para o autocuidado na primeira consulta, priorizou-se a diminuição dos sinais e sintomas da síndrome de abstinência, e nas de seguimento, o alcoolismo como doença e suas complicações. CONCLUSÃO: A CE no PAA/HUCAM/UFES tem sido desenvolvida através do atendimento prioritário das necessidades humanas básicas (teoria de Horta), concentrando a atenção de enfermagem no autocuidado (teoria de Orem). Dessa forma, a enfermagem vem propiciando condições facilitadoras por meio de uma informação qualificada e contínua que vise a manutenção da abstinência do álcool e a reformulação no estilo de vida, objetivando uma melhor reinserção do usuário na sociedade.
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Com o intuito de elucidar a relação entre transtornos do controle de impulsos (TCI) e transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), faz-se mister estudar subgrupos mais clinicamente homogêneos de transtornos impulsivos. Por meio do relato de quatro casos de pacientes com TOC e diferentes tipos de transtornos parafílicos (fetichismo transvético, sadismo, ginandromorfofilia e exibicionismo), são discutidos os conceitos de compulsividade, impulsividade e a relação temporal entre ambos. O estudo dos casos aqui descritos mostra que (1) pacientes com TOC e transtornos parafílicos tendem a desenvolver o TOC primeiro, (2) diante de desejos, fantasias ou atos sexuais parafílicos, pacientes com TOC podem lançar mão de comportamentos tipicamente compulsivos, (3) pacientes com TOC e obsessões sexuais egodistônicas podem desenvolver desejos, fantasias ou atos sexuais parafílicos de conteúdo semelhante ao das obsessões, (4) em um mesmo paciente, TOC e parafilias podem apresentar cursos independentes, e (5) pacientes com TOC e parafilias podem não apresentar obsessões sexuais. O sofrimento de pacientes com TOC e parafilias justifica a investigação continuada de tais condições no intuito de elucidar os mecanismos que subjazem esta associação e de criar estratégias que aumentem a adesão ao tratamento.
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A morte por suicídio em pacientes portadores de insuficiência renal crônica (IRC) em diálise tem sido reportada há décadas. No Brasil, raros são os estudos que têm mensurado sua prevalência, evolução e mortalidade. OBJETIVO: Identificar a presença de risco de suicídio, em duas unidades de diálise e analisar a evolução e a mortalidade por três anos. MÉTODO: O MINI foi utilizado em três etapas. Foram obtidas as freqüências do transtorno e sua evolução foi acompanhada. A curva de Kaplan-Meier e a regressão de Cox foram aplicadas para estudar a mortalidade. RESULTADOS: Participaram 244 pacientes na primeira etapa, 200, na segunda etapa e 110, na terceira etapa. O risco de suicídio foi diagnosticado em 40 pacientes na primeira etapa, 49, na segunda etapa e sete na terceira etapa. Da primeira para a segunda etapa, nove pacientes morreram, 29 continuaram e 20 outros pacientes passaram a apresentar a condição. Da segunda para a terceira etapa, 13 deles morreram, sete continuaram a apresentar e 29 evoluíram para outro transtorno. A incidência de óbitos naqueles sem o transtorno foi de 3,35 e naqueles com risco de suicídio, 9,91 (RR = 2,87; IC 95% [1,69-4,87]). CONCLUSÕES: O risco de suicídio teve alta prevalência, e a mortalidade associada a esta condição é elevada.
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A sobrecarga de familiares cuidadores de pacientes psiquiátricos tem sido amplamente estudada por pesquisas internacionais, usando escalas validadas, mas raramente no Brasil, talvez devido à carência de escalas validadas deste construto. OBJETIVO: Esta pesquisa avaliou a validade da versão brasileira da escala Family Burden Interview Schedule (FBIS-BR). MÉTODO: Participaram cem familiares de pacientes psiquiátricos de três instituições psiquiátricas de Minas Gerais, entrevistados com aplicação de um questionário sociodemográfico e três escalas de medida: FBIS-BR, BI e SRQ-20. RESULTADOS: A validade de critério da escala FBIS-BR foi analisada pela sua correlação com a escala BI, já validada para o Brasil e que avalia o mesmo construto, obtendo-se correlações significativas, entre 0,23 e 0,69 (p < 0,01). A validade de construto da escala FBIS-BR foi analisada pela sua correlação com a SRQ-20, que avalia um construto diferente, de transtornos psicológicos, porém teoricamente relacionado ao de sobrecarga, tendo-se obtido correlações significativas (p < 0,01) entre 0,31 e 0,49. CONCLUSÃO: A escala FBIS-BR constitui um instrumento de medida válido para avaliar a sobrecarga dos familiares cuidadores de pacientes psiquiátricos, podendo ser utilizada em serviços de saúde mental para identificar as dificuldades e as necessidades destes familiares e para direcionar novas intervenções de orientação e suporte.
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OBJETIVO: Estudar os aspectos do delírio que podem estar relacionados à ocorrência de crime violento por pacientes delirantes. MÉTODOS: Estudo caso-controle retrospectivo comparando dois grupos de 30 pacientes psicóticos delirantes. O grupo estudado consiste de pacientes delirantes internados em uma Casa de Custódia do estado de São Paulo, Brasil, e o grupo comparado consiste de pacientes de enfermarias psiquiátricas comuns. Foram utilizadas as escalas PANSS, MINI e MMDAS. RESULTADOS: Em relação às dimensões do delírio, o grupo-caso teve menor pontuação em "inibição de ação por causa do delírio" e "afeto negativo". CONCLUSÃO: Delírios que induzem a inibição de ações aparentemente também reduzem o potencial de ações violentas e, ao contrário do que se afirma correntemente, pacientes delirantes assustados ou com outros afetos negativos associados ao delírio parecem cometer menos atos violentos. Portanto, fatores intrínsecos inerentes a algumas dimensões do delírio podem ser relevantes na ocorrência de crimes violentos cometidos por pacientes psicóticos.
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A percepção da dependência de substâncias psicoativas é um dos principais motivadores da procura de tratamento por pessoas com este quadro clínico e a compreensão de seus significados constitui uma questão relevante em saúde. OBJETIVOS: Levantar e compreender os significados pessoais atribuídos pelos pacientes que procuraram tratamento à síndrome de dependência. MÉTODO: Pesquisa qualitativa com entrevistas semidirigidas com amostra intencional de 13 dependentes de substâncias que procuraram tratamento. RESULTADOS: Os atuais critérios para dependência de substâncias foram abordados espontaneamente pelos pacientes. Atribuíram variados significados pessoais à questão do desejo intenso, da compulsão e do descontrole quanto ao uso, e também à síndrome de abstinência, à tolerância, ao abandono de outros interesses e prazeres e à percepção das conseqüências nocivas do uso. CONCLUSÃO: Os entrevistados mostram compreensão própria do processo de procura de tratamento, avaliando meticulosa e subjetivamente o desconforto dos sintomas de dependência. Tais significados requerem especial atenção dos profissionais de saúde, sobretudo, nos atendimentos em atenção básica e, uma vez abordados, poderão facilitar a procura de tratamento.
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OBJETIVO: Analisar a efetividade da hidroginástica, como auxiliar terapêutico à redução do nível de ansiedade, em mulheres diagnosticadas com transtorno de ansiedade. MÉTODOS: Este ensaio clínico teve a participação de pacientes com ansiedade, sendo a depressão a comorbidade existente, do programa de Residência Médica em Psiquiatria do Hospital Universitário de Maringá, todas em tratamento com medicamentos (n = 16: grupo experimental = 8; grupo-controle = 8). O experimento foi realizado na piscina aquecida do Departamento de Educação Física da Universidade Estadual de Maringá. O delineamento do estudo foi elaborado com duas sessões de hidroginástica por semana, durante 12 semanas. Os instrumentos utilizados foram: o Inventário de Ansiedade de Beck (BAI) e o Perfil de Estado de Humor (POMS). Para análise estatística, foram utilizados o teste de Friedman, o Teste de Wilcoxon, o Teste de Mann-Whitney e Comparações Múltiplas, adotando significância em 5%. RESULTADOS: Os escores do transtorno de ansiedade tiveram redução no grupo experimental, após 12 semanas de intervenção (19,12 ± 3,12 para 8,37 ± 4,60 pontos, P = 0,0005*), e no grupo-controle (17,87 ± 14,32 para 12,12 ± 9,58 pontos, P = 0,254). Para o perfil do estado de humor, o grupo experimental evidenciou perfil de saúde mental positiva, enquanto o grupo-controle demonstrou perfil negativo de estado de humor. CONCLUSÕES: Portanto, as pacientes do grupo experimental evidenciaram significativa redução do nível de ansiedade em relação às pacientes do grupo-controle, que utilizaram apenas o tratamento convencional com medicamentos. Para o perfil do estado de humor, foram encontradas alterações no decorrer do estudo; o grupo-controle experimentou alteração negativa de humor durante o ensaio clínico, enquanto os pacientes do grupo experimental evidenciaram perfil positivo de estado de humor com redução da tensão, depressão, raiva, confusão e aumento do vigor.
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OBJETIVO: Descrever o perfil dos internos suicidas do Instituto Psiquiátrico Forense (IPF) de Porto Alegre em duas décadas. MÉTODO: Foi realizado um estudo retrospectivo dos registros dos internos com óbito por suicídio. Os dados foram analisados por meio da estatística descritiva. RESULTADOS: Dos 20 casos de suicídio, 70% cumpriam medida de segurança, 70% eram réus primários, 80% dos crimes era contra a pessoa; a maioria (45%) dos suicídios foi cometida durante a madrugada e 40% dos casos ocorreram com internos que estavam de 1 a 9 anos na instituição; 90% eram do sexo masculino, 55% tinham idade entre 20 e 39 anos, 70% eram solteiros, 60% não tinham filhos, 85% eram naturais do interior do RS, 25% não tinham profissão, 84,2% tinham até o Ensino Fundamental; 55% dos casos tinham diagnóstico de esquizofrenia. Em 75% dos casos a morte ocorreu por enforcamento. CONCLUSÕES: Os dados apontam para o seguinte perfil: homem, solteiro, sem filhos, do interior do Estado, com baixa qualificação profissional e pouca escolaridade. Os fatores psicossociais encontrados foram transtorno mental grave, uso de drogas e/ou álcool, baixo suporte social e familiar e tentativas anteriores de suicídio.
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OBJETIVO: Investigar a qualidade de vida (QV) de pacientes com o diagnóstico de esquizofrenia que cumprem medida de segurança em regime fechado. MÉTODOS: Estudo epidemiológico com delineamento transversal, realizado com pacientes de um hospital de custódia. As entrevistas foram conduzidas utilizando questionário sociodemográfico e a escala de qualidade de vida Quality of Life Scale (QLS-BR), específica para pacientes com diagnóstico de esquizofrenia. Foi realizada análise descritiva e multivariada. A associação entre os escores de QV e as características clínicas, sociodemográficas e do delito foi obtida por análise multivariada, através da árvore de decisão, por meio do algoritmo Chi-squared Automatic Interaction Detector (CHAID). RESULTADOS: Participaram deste estudo 54 pacientes, sendo 90,7% do sexo masculino, com a média de idade de 40 anos. Todos os domínios de qualidade de vida, inclusive o global, apresentaram escores compatíveis com uma QV muito baixa. O domínio ocupacional apresentou-se como o mais comprometido. Maior duração da doença, ter cometido homicídio e estar com idade superior a 40 anos foram as variáveis associadas a uma baixa qualidade de vida pela análise multivariada. CONCLUSÃO: Evidenciou-se uma baixa QV dos pacientes que cumprem medida de segurança em regime fechado, realidade que precisa ser modificada a partir da viabilização de mudanças nas políticas brasileiras.
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INTRODUÇÃO: Estudo realizado em clínicas cirúrgicas de dois hospitais de Belo Horizonte com 100 pacientes adultos de ambos os sexos, distribuídos em dois grupos: Grupo 1 - 22 pacientes sem experiência com cirurgia; Grupo 2 - 78 pacientes submetidos previamente a outras operações de médio e grande porte. OBJETIVO: Avaliar o impacto do estresse psíquico em pacientes submetidos a operações de grande porte sob anestesia geral, relacionando suas reações físicas e psíquicas com as diferentes fases do estresse. MÉTODO: Para investigação do estresse, utilizou-se o Inventário de Sintomas de Stress para Adultos, desenvolvido por Lipp, um dia antes e dois dias e sete dias após a operação. A comparação dos grupos quanto às variáveis "sexo", "dor" e "percentual de estresse" foi realizada pelo teste do qui ao quadrado e para a variável idade foi utilizado o teste t de Student. As diferenças foram consideradas significativas para p < 0,05. RESULTADOS: Os grupos não foram homogêneos quanto ao percentual geral de estresse nas três mensurações. O Grupo 1 diminuiu e o Grupo 2 aumentou o estresse no pós-operatório. Prevaleceram sintomas psíquicos do estresse em ambos os grupos. CONCLUSÃO: O fato de ter sido operado previamente reduziu a tensão pré-operatória, porém não interferiu nos distúrbios emocionais pós-operatórios.
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OBJETIVO: O objetivo deste estudo foi identificar as principais distorções do pensamento (DP) em pacientes deprimidos, sua frequência, bem como se há relação delas com dados clínicos e sociodemográficos. Método: Estudo descritivo de corte transversal com 75 voluntários entre 18 e 65 anos, residentes na cidade de João Pessoa/PB. Aplicaram-se a escala SCID - I, apenas a parte dedicada ao diagnóstico de depressão, o Inventário de Beck para Depressão (IBD) e questionários para avaliação de dados clínicos e sociodemográficos. Foram pesquisadas as principais distorções do pensamento descritas na literatura. RESULTADOS: As distorções do pensamento mais prevalentes foram desesperança (69,3%), hipocondria (62,7%), ideias de fracasso (61,3%) e desejo de morte (60,0%). As DP ideias de culpa, desejo de morte e ideias suicidas foram as únicas a ocorrerem exclusivamente em pacientes com IBD > 10. Apenas 13,3% dos pacientes não apresentaram no momento da entrevista nenhuma distorção do pensamento. Houve associação estatisticamente significativa entre várias DP e variáveis clínicas e sociodemográficas (p < 0,05). CONCLUSÃO: Conclui-se que as distorções do pensamento são altamente prevalentes em indivíduos deprimidos, merecendo maior investigação por parte dos profissionais de saúde mental envolvidos no atendimento a pacientes deprimidos.
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OBJETIVO: O transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) causa importante impacto sobre a dinâmica familiar. Frequentemente, ocorrem modificações na rotina da família, a qual acaba se adaptando aos sintomas e às exigências do paciente, fenômeno denominado acomodação familiar. Portadores de TOC podem sentir-se, ainda, alvo de críticas por parte de pessoas de seu convívio. Alguns estudos associam pior prognóstico a maiores Índices de Acomodação Familiar e criticismo percebido. Este artigo tem como objetivo verificar possíveis associações entre tipos de sintomas predominantes (dimensões) determinados pela escala DYBOCS, em relação ao funcionamento familiar e percepção crítica dos pacientes. MÉTODO: Quarenta e nove pacientes e seus familiares foram avaliados por meio da aplicação de escalas para medição dos índices de criticismo percebido (Perceived Criticism Scale) e acomodação familiar (Family Accommodation Scale), além de escalas para medir a intensidade dos sintomas obsessivo-compulsivos (Dimensional Yale-Brown Obsessive-Compulsive Scale, Yale-Brown Obsessive-Compulsive Scale), depressivos e ansiosos (Hamilton and Beck depression and anxiety inventories). Compararam-se os resultados aos índices obtidos pela DYBOCS e a outras variáveis clínicas relacionadas ao TOC. RESULTADOS: Encontraram-se correlações estatísticas entre gravidade das dimensões agressividade e contaminação, com maior acomodação familiar. Foi verificado também maior criticismo por parte dos pacientes portadores de colecionismo. CONCLUSÃO: Diferentes subtipos de TOC exercem diferentes padrões de influência no contexto familiar. Mais estudos com esse enfoque são necessários para melhor orientação comportamental a pacientes e familiares.
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OBJETIVO: Avaliar o estado nutricional de pacientes com esquizofrenia, atendidos por um programa de reabilitação social (CAPS). MÉTODOS: Foi realizado um estudo transversal com 40 pacientes com diagnóstico de esquizofrenia, em uso de antipsicóticos, atendidos no CAPS do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Foram verificados medidas antropométricas (peso, estatura, circunferência abdominal, percentual de gordura corporal), pressão arterial e tabagismo. RESULTADOS: A amostra constitui-se de 65% de homens. A média de peso encontrada foi de 75,39 ± 15,73 kg. O índice de massa corporal médio apresentou-se dentro dos parâmetros de sobrepeso (26,76 ± 4,78 kg/m²), sendo 55% dos pacientes com sobrepeso ou obesidade segundo a classificação da OMS/1998. A circunferência abdominal e o percentual de gordura corporal apresentaram-se elevados na maioria dos pacientes (62,5% e 92,5%, respectivamente). Adicionalmente, não houve associação significativa entre IMC e a classificação de antipsicóticos (típicos, atípicos, clozapina). Encontrou-se uma correlação entre o tempo de doença com o percentual de gordura (r = 0,39, p = 0,033) e escolaridade com o peso (r = 0,362, p = 0,046) e IMC (r = 0,372, p = 0,039). Na regressão linear, 13% da variabilidade do percentual de gordura foi explicada pelo tempo de doença (r² = 0,131, B = 0,233, p = 0,049); 13% da variação do peso foi explicada pela escolaridade (r² = 0,131, B = 1,415, p = 0,046) e 13,8% da variação do IMC foi explicada pela escolaridade (r² = 0,138, B = 0,411, p = 0,039). CONCLUSÃO: Os pacientes apresentaram níveis aumentados de circunferência abdominal, percentual de gordura corporal e peso. Aparentemente, o ganho de peso ocorre em todos os pacientes expostos a antipsicóticos, independentemente do tipo de medicação e de resposta clínica, e a qualquer momento ao longo da evolução da doença. Sugere-se que, adicionalmente, a avaliação dos hábitos alimentares e o acompanhamento nutricional desses pacientes, a detecção precoce de alterações associadas à exposição aos antipsicóticos, em especial a obesidade, e o registro de mudanças ao longo do curso da doença e perante exposição a diferentes apresentações, tipos e doses de antipsicóticos sejam essenciais para o entendimento mais preciso do ganho de peso.
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OBJETIVO: Detectar fatores associados a histórico de tentativa de suicídio (TS) em pacientes internados em hospital geral que fazem uso nocivo de bebidas alcoólicas. MÉTODO: 4.352 pacientes admitidos consecutivamente foram avaliados utilizando-se um rastreamento do qual constavam as escalas AUDIT (Alcohol Use Disorder Identification Test) e HAD (Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão). Fixando-se histórico de tentativa de suicídio ao longo da vida como variável dependente, foram realizados testes do qui-quadrado e regressão logística múltipla. RESULTADOS: Uso nocivo de álcool (AUDIT > 8) foi detectado em 423 pacientes. Dentre eles, 60 (14,2%) apresentavam sintomas de depressão (HAD > 8) e 34 (8%) tinham histórico de TS. Este se associou a ser adulto jovem [razão de chance (RC) = 3,4], depressão (RC = 6,6), uso pregresso de psicofármaco (RC = 7) e ter SIDA (RC = 24). CONCLUSÃO: Os resultados fortalecem a necessidade de detectar e tratar adequadamente condições que, combinadas, aumentam consideravelmente o risco de suicídio.
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OBJETIVO: Identificar os principais estressores ambientais, conforme a percepção de familiares de pacientes internados em uma UTI-G de adultos de um hospital público universitário. MÉTODO: Estudo transversal descritivo com familiares de pacientes gravemente enfermos internados na UTI de um hospital escola. Para a coleta de dados, utilizou-se uma escala contendo 25 itens relacionados a eventos da referida UTI. Para análise dos resultados, as respostas foram classificadas como estressores ambientais, referentes à equipe, ao paciente e à visita. RESULTADOS: Participaram 53 familiares, 67,9% mulheres, com média de idade de 39,7 anos. Os fatores relacionados ao paciente foram mais estressantes do que aqueles referentes à equipe e ao ambiente (p < 0,005). Os eventos mais estressantes para os familiares estiveram relacionados à insegurança e ao medo quanto ao estado clínico do paciente, dentre esses, o motivo e o tempo de internação e ver o paciente em coma. CONCLUSÃO: A internação de um parente próximo na UTI foi considerada pelos familiares que efetivamente participaram desse processo um evento estressante. Todos os participantes indicaram pelo menos um evento causador de estresse capaz de provocar diferentes reações emocionais. Conhecer tais eventos pode facilitar as estratégias de humanização hospitalar, propiciando alternativas para reduzir os níveis de estresse e alterações psiquiátricas subsequentes.