436 resultados para Cavidade uterina


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OBJETIVO: avaliar as alterações morfológicas e morfométricas na cérvice uterina da rata albina prenhe, determinadas pela administração local de hialuronidase. MÉTODO: dez ratas com teste de prenhez positivo foram distribuídas aleatoriamente em dois grupos, numericamente iguais. O grupo controle foi constituído pelas ratas que receberam 1 mL de água destilada, dose única, no 18º dia da prenhez, sob anestesia, ministrado na cérvice uterina. O grupo experimental constou de ratas que receberam, sob as mesmas condições do grupo controle, 0,02 mL de hialuronidase, diluídos em 0,98 mL de água destilada (total de 1 mL). No 20º dia de prenhez, as ratas foram novamente anestesiadas e submetidas a dissecção, preparando-se a cérvice uterina para estudo morfológico e morfométrico à microscopia de luz (hematoxilina-eosina e tricrômio de Masson). RESULTADOS: verificou-se, no grupo experimental, maior adelgaçamento do epitélio superficial mucificado, com lâmina própria rica em vasos sangüíneos e em eosinófilos, diferentemente do grupo controle, que mostrou grande concentração de fibras colágenas. A contagem histométrica do grupo experimental caracterizou-se por exibir menor número de fibras colágenas (média de 248 contra 552 do controle; erro padrão 49,7 contra 31,1 do controle). O teste paramétrico (teste t de Student) mostrou diferença significativa entre os dois grupos (p<0,0001). CONCLUSÃO: o uso local de hialuronidase no colo de ratas prenhes determinou predomínio de tecido conjuntivo frouxo e menor concentração de fibras colágenas.

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OBJETIVO: fazer um estudo comparativo entre a curetagem uterina e a aspiração manual a vácuo (AMV) no tratamento do abortamento do primeiro trimestre da gestação. MÉTODOS:foram incluídas 102 pacientes até a 12ª semana de gestação, com diagnóstico de abortamento, admitidas na Maternidade Escola Januário Cicco, entre janeiro de 1998 e julho de 2001, as quais foram aleatoriamente submetidas à curetagem uterina ou a AMV. As variáveis analisadas foram: controle da dor, necessidade de dilatação cervical mecânica, tempo de esvaziamento uterino, incidência de complicações e permanência hospitalar. As pacientes foram reavaliadas clínico-ecograficamente entre 7 e 10 dias após os procedimentos. Para a análise estatística foi utilizado o teste chi2. RESULTADOS: a anestesia geral foi empregada em todas as pacientes submetidas a curetagem uterina e em nenhuma daquelas que realizaram AMV, cuja dor foi controlada em 64% dos casos com anestesia local. As diferenças entre os dois métodos quanto à necessidade de dilatação cervical mecânica, tempo de esvaziamento e incidência de complicações não foram significativas. A permanência hospitalar foi significativamente menor nas pacientes submetidas a AMV. CONCLUSÕES: não foram observadas vantagens de um método sobre o outro, quanto à técnica e à incidência de complicações. O uso não necessário de anestesia geral e a permanência hospitalar significativamente menor indicam que a AMV deve ser recomendada para todos os serviços com assistência obstétrica, aumentando a resolutividade e diminuindo os riscos, melhorando a qualidade da assistência.

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OBJETIVO: determinar se a cesariana eletiva na 38ª semana de gestação para pacientes portadoras do vírus HIV, com a finalidade de reduzir a transmissão vertical, aumenta a morbiletalidade materna. MÉTODOS: foram incluídas 58 pacientes portadoras do vírus submetidas ao protocolo ACTG 076 completo (associação da zidovudina oral no pré-natal com a forma venosa no momento do parto), que foram submetidas a cesariana eletiva na 38ª semana de gravidez. O grupo controle constituiu-se de 226 grávidas não infectadas (as quatro pacientes submetidas a cesariana eletiva após cada cesariana em paciente portadora do HIV). As variáveis analisadas nos dois grupos foram: atonia uterina, febre puerperal, infecções de parede abdominal, infecções urinárias, endometrite, perda sangüínea, tempo operatório e tempo de internação. A análise estatística foi feita com o teste do c² (teste de Fisher quando havia caselas com menos de 5 casos). O risco relativo (RR) foi calculado com o programa Epi-Info 6.0. RESULTADOS: os resultados mostram que a cesariana eletiva realizada em pacientes portadoras do HIV, quando comparada com o grupo controle, não apresentou maior incidência de atonia uterina (p=1,6), de febre puerperal (p=0,6), de infecções de parede abdominal (p=0,6), de infecções urinárias (p=0,2) e de endometrite (p=0,3). No entanto, houve maior perda sangüínea (risco relativo de 2,2), e maior tempo operatório (risco relativo de 3,3). A paciente portadora do HIV permaneceu menos tempo internada que aquela do grupo controle (risco relativo de 0,3). CONCLUSÃO: conclui-se que não houve aumento da morbidade materna ao se optar pela cesariana como desfecho da gestação da paciente portadora do vírus HIV.

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OBJETIVO: o objetivo principal desse estudo foi verificar se existe correlação entre os índices dopplervelocimétricos da veia cava inferior e do ducto venoso e a concentração sérica da hemoglobina fetal. MÉTODOS: estudo transversal e prospectivo, realizado entre janeiro de 1998 e junho de 2001. Foram acompanhadas 31 gestantes isoimunizadas com resultado do teste de Coombs indireto maior que 1:8, que foram submetidas à pesquisa de hemólise fetal. Quando foram indicadas as transfusões intra-uterinas intravasculares, a hemoglobina do cordão foi dosada no início do procedimento. Nos demais casos, a hemoglobina do cordão foi mensurada no momento do parto, sempre por cesariana eletiva. Obteve-se um total de 74 procedimentos estudados, definidos como sendo cada transfusão intra-uterina precedida pela dopplervelocimetria venosa. A mensuração da concentração da hemoglobina fetal foi realizada no Hemocue® (B-Hemoglobin Photometer Hemocue AB; Angelholm, Sweden), dispositivo usado para a determinação quantitativa de hemoglobina no sangue. A dopplervelocimetria da cava inferior e do ducto venoso foi realizada antecedendo a coleta do sangue fetal, sempre em intervalo de tempo inferior a 24 horas. Os índices dopplervelocimétricos estudados foram o índice de pulsatilidade para veias (IPV), o índice do pico de velocidade para veias (IPVV) e a relação entre o pico de velocidade durante a fase de contração atrial e o pico de velocidade na sístole ventricular (relação CA/SV ou índice de pré-carga), na veia cava inferior, e o IPV, IPVV e a relação entre os picos de velocidade da sístole ventricular e da contração atrial (relação SV/CA), no ducto venoso. Foi realizado estudo de correlação entre a dopplervelocimetria da veia cava inferior e do ducto venoso e a hemoglobina do cordão, pela técnica de regressão linear simples. Realizou-se também estudo de associação entre os índices dopplervelocimétricos do compartimento venoso e a hemoglobina fetal inferior a 10 g/dL, por meio do teste do c². RESULTADOS: foi efetuado um total de 74 procedimentos. Em 23 desses a hemoglobina fetal era inferior a 7,0 g/dL. Houve correlação negativa significativa entre todos os índices dopplerfluxométricos estudados e a concentração de hemoglobina fetal (p<0,05), ou seja, os valores mais elevados dos índices dopplervelocimétricos foram observados nos fetos com anemia mais acentuada. Os fetos com nível de hemoglobina inferior ou igual a 10,0 g/dL apresentaram valores dos índices dopplervelocimétricos da cava e do ducto venoso acima do percentil 95 para a idade gestacional. CONCLUSÕES: a dopplervelocimetria da cava inferior e do ducto venoso pode ser utilizada como marcador não invasivo da anemia fetal grave.

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OBJETIVOS: avaliar a adequação do processo da assistência pré-natal oferecida às usuárias do SUS em Juiz de Fora/MG e comparar o atendimento nos principais serviços municipais. MÉTODOS: estudo transversal desenvolvido com auditoria em 370 Cartões da Gestante selecionados por amostragem sistemática entre as pacientes a termo que utilizaram o SUS no atendimento ao parto, no primeiro semestre de 2002 e com pré-natal freqüentado em Juiz de Fora. Foi utilizado o teste do c² para comparar os serviços de procedência das pacientes (nível de significância: 5%). A avaliação obedeceu a uma seqüência em três níveis complementares, sendo examinados: a utilização da assistência pré-natal (índice de Kessner: início e freqüência dos atendimentos) no nível 1; a utilização do pré-natal e dos exames laboratoriais básicos, segundo o Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento (tipagem ABO/Rh, hemoglobina/hematócrito, VDRL, glicemia e exame de urina tipo 1), no nível 2; e a utilização de exames laboratoriais básicos e de procedimentos clínico-obstétricos obrigatórios numa consulta pré-natal (aferições de pressão arterial, peso, edema, altura uterina, idade gestacional, batimentos cardiofetais e apresentação fetal), no nível 3. RESULTADOS: a adequação do processo foi de apenas 26,7% (nível 1), 1,9% (nível 2) e 1,1% (nível 3). Foram também observados cobertura pré-natal de 99,04%, média de 6,4 consultas/gestante, além da média de 17,4 semanas de idade gestacional na primeira consulta. Não houve diferenças significativas entre os diversos serviços municipais analisados. CONCLUSÕES: o pré-natal das usuárias do SUS na cidade deve ser revisto qualitativamente, recomendando-se avaliações periódicas como instrumentos imprescindíveis de aperfeiçoamento. Aos gestores e profissionais de saúde cabem ações que aumentem a adesão às normas/rotinas do programa - principalmente a solicitação/registro dos exames complementares básicos - e propiciem melhor utilização do pré-natal pelas pacientes.

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OBJETIVO: avaliação da hemorragia feto-materna (HFM) nas pacientes que receberiam profilaxia da aloimunização Rh com emprego de imunoglobulina anti-D (300 mig), pós-aborto precoce. MÉTODO: foram admitidas no estudo pacientes do grupo sanguíneo Rh negativo, com parceiro Rh positivo ou ignorado, com quadro de aborto até 12 semanas de gestação internadas para curetagem uterina. Uma amostra de 5 ml de sangue venoso destas pacientes foi obtida após o procedimento, na qual realizamos o teste qualitativo de roseta para detectar quais casos necessitariam determinação quantitativa do volume de sangue fetal transferido para circulação materna, que foi então apurado pelo teste de Kleihauer-Betke (K-B). RESULTADOS: das 26 pacientes avaliadas, em uma o teste de roseta foi positivo, e o teste de K-B apontou HFM de 1,5 ml. CONCLUSÕES: a dose de imunoglobulina anti-D nos casos de abortamento até a 12ª semana de gestação deveria ser substancialmente reduzida, parecendo-nos oportuna a disponibilização no mercado nacional de apresentação com 50 mig, que representaria além da economia, maior racionalidade.

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OBJETIVO: avaliar se existe associação entre a medida do pico de velocidade sistólica (PVS) na dopplervelocimetria da artéria cerebral média (ACM) e a concentração de hemoglobina fetal e determinar a sua capacidade diagnóstica. MÉTODOS: entre janeiro de 2000 e maio de 2003, 44 gestantes isoimunizadas foram submetidas a transfusão intra-uterina. Realizou-se estudo dopplervelocimétrico da ACM antes de cada transfusão fetal, sempre com intervalo inferior a 3 horas, antecedendo o procedimento. O PVS da ACM foi considerado alterado quando seu valor era superior a 1,5 múltiplo da mediana para a respectiva idade gestacional. A concentração de hemoglobina do cordão foi aferida antes de se iniciar a infusão de sangue, realizada no Hemocue® (B-Hemoglobin Photometer Hemocue AB; Angelholm, Sweden). O estudo estatístico foi feito pelo teste do chi2 e também foram calculados os valores de sensibilidade, especificidade, valores preditivos positivo e negativo. RESULTADOS: foram realizados 83 procedimentos, sendo que em 33 a hemoglobina fetal era inferior a 10,0 g/dL. Houve associação significativa entre as variáveis estudadas, p<0,001. Fetos com hemoglobina menor ou igual a 10 g/dL apresentaram aumento significativo na medida do PVS na ACM, com valores superiores a 1,5 múltiplo da mediana. O PVS na ACM apresentou sensibilidade de 75,7% para a detecção de hemoglobina do cordão menor ou igual a 10 g/dL. CONCLUSÃO: o pico de velocidade sistólica na artéria cerebral média pode ser utilizado como método complementar no diagnóstico da anemia fetal.

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OBJETIVO: investigar a relação entre o antecedente de cesárea e a ocorrência do descolamento prematuro da placenta (DPP). MÉTODOS: estudo retrospectivo em que foram avaliados os dados referentes a 6495 partos realizados no período entre abril de 2001 e janeiro de 2004. Foram adotados como critérios de inclusão: diagnóstico de DPP confirmado por exame da placenta após o parto, gestação única, peso do recém-nascido superior a 500 g e idade gestacional acima de 22 semanas e ausência de história de trauma abdominal na gestação atual. Para cada caso de DPP incluído no estudo foram selecionados cinco controles, obedecendo ao seguinte pareamento: paridade, idade gestacional (< ou >30 semanas), diagnóstico materno de síndrome hipertensiva na gestação índice, antecedente de cicatriz uterina prévia não relacionada à operação cesariana, diagnóstico de rotura prematura de membranas ou diagnóstico de polidrâmnio. A análise univariada das variáveis contínuas foi realizada utilizando-se o teste t de Student e as variáveis categóricas foram avaliadas por meio de teste exato de Fisher ou teste de chi2, com níveis descritivos (p) menores que 0,05 considerados significantes. RESULTADOS: 34 casos de pacientes com diagnóstico de DPP preencheram os critérios de inclusão (incidência de 0,52%). Para o grupo controle foram selecionadas 170 pacientes que obedeceram aos critérios de pareamento propostos. No grupo de pacientes com DPP, 26,5% apresentavam antecedente de parto cesárea (9 casos), ao passo que, no grupo controle, esse antecedente foi observado em 21,2% das pacientes (36 casos). Não houve diferença estatisticamente significativa na incidência de cesárea prévia entre os dois grupos estudados (p=0,65, OR=1,34, IC 95%=0,53-3,34). CONCLUSÃO: o aspecto abordado neste estudo, isto é, a associação do DPP em pacientes com cicatriz uterina de cesárea, não pôde ser confirmado com a presente casuística.

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OBJETIVO: avaliar a evolução da gestação e o prognóstico materno-fetal em gestantes com leiomiomas uterinos. MÉTODOS: análise retrospectiva descritiva de 75 prontuários de gestantes com leiomiomas atendidas em hospital terciário, no período de janeiro de 1992 a janeiro de 2002. RESULTADOS: foram identificadas 75 gestantes com leiomiomas numa população de 34.467 gestantes atendidas neste período (incidência de 0,2%). Dezoito pacientes (24%) tiveram os diagnósticos feitos previamente à gestação, 41 (54,6%) tiveram os diagnósticos durante a gestação e 16 (21,3%) durante a cesariana, das quais apenas seis não haviam sido submetidas à ultra-sonografia durante o pré-natal. Foram observados 10 partos com feto pré-termo e cinco casos de rotura prematura das membranas. Quarenta e sete pacientes (75,8%) foram submetidas à cesariana, sendo as indicações diretamente relacionadas aos leiomiomas em 38,3% delas (apresentação anômala, obstrução do canal de parto ou cicatriz uterina por miomectomia prévia). Foram diagnosticados quatro casos de necrose central do leiomioma, dois casos de degeneração hialina e um caso com potencial de malignidade nas pacientes submetidas à miomectomia ou histerectomia após a gestação. Sessenta e um recém-nascidos (98,4%) tiveram índices de Apgar maior que 7 no 5º minuto, e a cirurgia para miomectomia, quando realizada durante a gestação, não piorou o prognóstico materno-fetal. CONCLUSÕES: a incidência de leiomiomas na gestação foi de 0,2% no período, tendo a ultra-sonografia falhado no diagnóstico em 10 pacientes. A cesariana foi freqüentemente indicada neste grupo de pacientes, mas a presença de leiomiomas na gestação não comprometeu o índice de Apgar dos recém-nascidos.

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OBJETIVO: avaliar a prevalência do HPV e seus genótipos, utilizando a técnica de reação em cadeia de polimerase (PCR), em pacientes soropositivas e soronegativas para o HIV. MÉTODOS: estudo transversal no qual foram avaliadas 79 mulheres. Dentre elas, 41 eram portadoras do vírus HIV constituindo o grupo estudado, e 38 soronegativas para o HIV, atendidas em uma Unidade Básica de Saúde, e compuseram o grupo controle. Todas as participantes foram submetidas a teste sorológico para detecção do HIV e procuraram de forma espontânea, e pela primeira vez, o atendimento de ginecologia nos serviços mencionados. Estas mulheres responderam ao questionário padrão e foram submetidas a exame ginecológico, com coleta de material da cérvice uterina para citologia oncótica e para detecção do DNA-HPV e seus genótipos. Para análise estatística realizaram-se os testes de Kruskal-Wallis, do chi2 ou o exato de Fisher. Foi considerada significância estatística p<0,05. RESULTADOS: os dois grupos analisados demonstraram semelhanças quanto às características demográficas, antecedentes obstétricos e ginecológicos, exceto DST prévia. Diferenciaram-se quanto ao exame ginecológico atual e à citologia oncótica cervical. Houve diferença significante em relação à presença do DNA-HPV nos dois grupos (p<0,05). Das pacientes infectadas pelo HIV, 73,2% apresentaram resultado positivo para o DNA-HPV, comparado a 23,8% dentre as soronegativas (OR=8,79; IC 95%: 2,83-28,37). Em relação aos genótipos não se percebeu nítido predomínio de um subtipo específico de HPV em relação aos grupos infectados ou não pelo HIV, assim como foi similar a freqüência dos tipos não identificáveis. Constatou-se predominância não significante (p>0,05) da infecção múltipla por HPV nas soropositivas (50,0%), e a combinação mais freqüentemente encontrada foi a dos tipos 6, 11 e 16. A infecção simples por HPV nas soronegativas ocorreu em 66,6% das pacientes. O tipo 16 foi o mais freqüentemente encontrado, representando 44,4% do total das infecções simples nos dois grupos. CONCLUSÕES: as mulheres soropositivas pelo HIV apresentaram maior prevalência do DNA-HPV na cérvice uterina, em relação às soronegativas. Não houve maior predominância de tipos específicos de HPV quando os dois grupos foram comparados. Houve tendência de infecção por múltiplos tipos de HPV nas portadoras de HIV, ao passo que a infecção simples predominou nas soronegativas.

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OBJETIVOS: avaliar o impacto dos fatores de riscos na evolução para doença trofoblástica gestacional persistente (DTGP) e selecionar grupos de pacientes para seguimento intensivo e os que poderiam se beneficiar de quimioterapia profilática. MÉTODOS: foram incluídas prospectivamente 214 pacientes com diagnóstico de mola hidatiforme completa (MHC) submetidas a esvaziamento uterino no período de 1980 a 2001. Todas as pacientes foram seguidas semanalmente com avaliação clínica e dosagem de bHCG. Consideramos como DTGP as pacientes que necessitaram tratamento adicional além do esvaziamento uterino para a resolução do caso. Foram analisados parâmetros epidemiológicos (idade, antecedentes obstétricos, raça e tipagem sanguínea) bem como indicadores de volume e agressividade da doença (volume uterino, presença de cistos teca-luteínicos e dosagem sérica de betaHCG). Os diversos fatores de risco foram avaliados isoladamente e em conjunto, sendo o risco expresso em odds ratio (OR). RESULTADOS: dentre os fatores epidemiológicos e características pessoais apenas a ausência do fator Rh foi significante (com OR de 2,3). Todos os sinais indicativos de hiperplasia do trofoblasto, representados pela altura uterina maior que a esperada para a idade gestacional, o volume uterino estimado pela ultra-sonografia, a presença de cistos teca-luteínicos e a dosagem sérica elevada de bHCG, estiveram associados ao risco de DTGP. A presença de pelo menos um destes achados mostrou sensibilidade de 82% e valor preditivo positivo de 35,1% (OR 4,8). A regressão logística identificou os parâmetros altura uterina maior que o esperado para a idade gestacional e os níveis séricos de betaHCG como fatores de risco para DTGP com OR de 4,1 e 5,5, respectivamente. CONCLUSÕES: os sinais de hiperplasia do trofoblasto apresentam boa sensibilidade na predição de DTGP, no entanto o baixo valor preditivo positivo impede que se empreguem estes fatores para selecionar pacientes que não necessitariam de seguimento na forma realizada atualmente e impede também a seleção com precisão de casos com indicação de quimioterapia profilática.

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O interesse da obstetrícia moderna pela indução do parto é demonstrado pela grande quantidade de artigos científicos publicados nos últimos anos. Os avanços da medicina em geral e da obstetrícia em particular têm permitido que mais gestações de risco evoluam até o termo ou próximo dele, com indicação materna ou fetal de interrupção da gestação antes do desencadeamento do trabalho de parto espontâneo. Isso coloca o obstetra na situação entre a escolha da cesárea ou da indução do parto. Para que o obstetra faça a escolha pela indução do parto e desta forma colabore com a diminuição da incidência de cesárea, é necessário que haja método acessível, barato, seguro, efetivo, de fácil utilização e de boa aceitabilidade. Embora exista grande quantidade de métodos de indução do parto relatados na literatura médica, sabe-se que ainda não há método ideal. No entanto, dentre eles, dois se destacam. O primeiro é a ocitocina, que possui as vantagens de promover contrações uterinas fisiológicas de trabalho de parto e com possibilidade de reverter os quadros de aumento da contratilidade uterina com a sua suspensão. O outro método é o misoprostol, o mais utilizado na atualidade, que amadurece o colo uterino e provoca contrações uterinas de trabalho de parto. No entanto, em relação ao misoprostol ainda existem controvérsias sobre sua dose e via ideal e segurança.

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OBJETIVOS: avaliar os fatores indicativos (parâmetros clínicos e índices de gravidade fisiológicos e anatômicos) da evolução materna e fetal entre gestantes vítimas de trauma abdominal submetidas à laparotomia e discutir as particularidades do atendimento nesta situação. MÉTODOS: análise retrospectiva dos prontuários de 245 mulheres com trauma abdominal e tratamento operatório, atendidas entre 1990 e 2002. Foram identificadas 13 gestantes com lesão abdominal submetidas à laparotomia. Para registro e análise estatística dos dados foram utilizados o protocolo Epi-Info 6.04 e o teste exato de Fisher, com intervalo de confiança de 95%. Foram relacionados com a mortalidade fetal: escore na escala de coma de Glasgow, pressão arterial sistólica, índices de trauma (RTS, ATI, ISS) e lesão uterina. RESULTADOS: a idade variou de 13 a 34 anos (média de 22,5). Seis mulheres (46,2%) estavam no terceiro trimestre de gestação. O trauma penetrante correspondeu a 53,8% das lesões e em seis dessas pacientes o mecanismo de trauma foi ferimento por projétil de arma de fogo. Três pacientes tiveram lesões uterinas, associadas com óbito fetal. Não houve óbito materno e a mortalidade fetal foi de 30,7%. Não houve associação entre os índices de trauma e a mortalidade materna e fetal. A lesão uterina foi o único fator preditivo de risco para perda fetal (p=0,014). CONCLUSÕES: apesar da casuística pequena e de se tratar de estudo retrospectivo de gestantes com trauma grave, os achados deste estudo mostram que não há indicadores com boa acurácia para indicação da evolução materna e fetal.

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OBJETIVOS: testar a hipótese de que o polimorfismo no códon 72 do gene TP53 é fator de risco para as lesões pré-malignas e malignas cervicais associadas ou não ao papilomavírus humano (HPV). MÉTODOS: foram incluídas amostras de cérvice uterina, para pesquisa de DNA de HPV e do polimorfismo no códon 72 da p53 com o uso da reação em cadeia da polimerase (PCR), de 155 pacientes que se submeteram à biópsia cervical. Foram formados três grupos de acordo com o diagnóstico histológico: lesão escamosa intra-epitelial de baixo grau (LSIL), lesão escamosa intra-epitelial de alto grau (HSIL) e carcinoma cervical. Aquelas pacientes sem alterações displásicas, citológicas e histológicas, foram consideradas controles. Para testar a associação entre o polimorfismo no códon 72 do gene TP53 e os grupos, foi utilizado o teste de chi2. Considerou-se como significativo o intervalo de confiança no nível de 95% (alfa=0,05). RESULTADOS: quarenta pacientes tiveram o diagnóstico histológico de carcinoma cervical, 18 tinham HSIL, 24 tinham LSIL e 73 foram consideradas controles. O genótipo Arg/Arg p53 foi encontrado em 60,0% das pacientes com câncer, 50,0% dos casos com HSIL, 45,8% dos casos com LSIL e em 45,2% dos controles. Não houve diferença significativa entre as proporções de cada genótipo da p53 nos diferentes grupos independente da presença do HPV (chi2: 3,7; p=0,716). CONCLUSÕES: nossos dados não suportam a hipótese de que o polimorfismo no códon 72 do gene TP53 é importante no desenvolvimento de lesões cervicais pré-malignas e malignas associadas ou não ao HPV.

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OBJETIVO: verificar em que proporção o estadiamento cirúrgico difere do estadiamento clínico entre casos com carcinoma avançado do colo do útero e a porcentagem de casos com gânglios para-aórticos positivos neste grupo de pacientes. MÉTODOS: estudo prospectivo descritivo no qual foram incluídas 36 pacientes com diagnóstico histológico de carcinoma de colo de útero considerados localmente avançados (estadios IB2, IIB, IIIAeB e IVA). Foram submetidas a estadiamento clinico conforme as recomendações da FIGO. Todas eram candidatas ao tratamento com quimioterapia neoadjuvante. A idade variou de 40 a 73 anos, com média de 56,2±7,9 anos. O procedimento constou de linfadenectomia pélvica seguida de linfadenectomia para-aórtica se os linfonodos pélvicos fossem positivos ao exame intra-operatório. A abordagem da cavidade e linfadenectomia foram efetuados por via laparotômica ou laparoscópica, indicados aleatoriamente. Os casos foram comparados individualmente e para cada estadiamento clínico foram estabelecidos os respectivos achados cirúrgicos que foram considerados o padrão-ouro. RESULTADOS: na fase de estadiamento clínico (EC) 7 casos foram classificados como IB2 (tumores com mais de 4 cm), 22 casos como EC II e 7 casos ECIII. A avaliação cirúrgica modificou o estadiamento clínico da seguinte foram: em seis casos o estadio foi diminuído, e em 13 casos os achados levaram à elevação do estadio. Houve concordância em apenas 18 casos (50%). Em seis casos (16,9%) os linfonodos para-aórticos estavam comprometidos. CONCLUSÕES: o estadiamento clínico do carcinoma de colo de útero localmente avançado é incorreto em proporção alta dos casos. Esta divergência levaria a indicação de tratamento excessivo em alguns casos, mas cerca de um quarto das pacientes com gânglios para-aórticos positivos não seria adequadamente tratado com o tratamento padrão atual radioterapia com quimiossensibilização que é dirigida ao controle locorregional da doença na pelve.