360 resultados para Federação Internacional de Futebol Associado - Corrupção
Resumo:
OBJETIVO: analisar o perfil clínico e epidemiológico, o desfecho da gestação e a transmissão vertical de gestantes infectadas pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) atendidas no pré-natal do Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM). MÉTODOS: foi realizado um estudo prospectivo na população de 139 gestantes portadoras do vírus HIV que foram atendidas no Ambulatório de Pré-natal de Alto Risco do HUSM durante o período de agosto de 2002 a agosto de 2007, e que tiveram pelo menos duas consultas de pré-natal neste serviço. A coleta de dados foi efetuada por meio de entrevista e preenchimento do protocolo de pesquisa durante a consulta de pré-natal. O protocolo era mantido anexado ao prontuário da paciente e mantido até o desfecho da gestação. Realizou-se análise descritiva das variáveis quantitativas utilizando-se o programa SPSS versão 15.0. RESULTADOS: dentre as 139 gestantes, a média de idade foi de 25,6 anos (±5,8), 79 (56,8%) eram brancas, 81 (58,5%) eram casadas ou viviam em união estável e 90 (65,0%) tinham menos de oito anos de escolaridade. Cinquenta e um por cento das gestantes já tinham dois ou mais filhos, apresentando número de filhos superior à média estadual. O diagnóstico da infecção foi realizado em gestação atual ou anterior em mais de 70,0% das vezes. Houve exposição sexual em 97,7% e, destas, o parceiro era sabidamente infectado em 59,6%. No período, dos casos adequadamente acompanhados, apenas um recém-nascido (0,7%) contraiu a infecção pelo HIV. CONCLUSÕES: mulheres jovens em situação socioeconômica de vulnerabilidade, com baixa escolaridade e multíparas constituem a maioria da população de gestantes HIV-positivo atendidas no serviço. Avaliações realizadas durante o pré-natal foram relevantes para o diagnóstico da infecção na maioria dos casos. O diagnóstico precoce, associado ao adequado acompanhamento clínico, obstétrico, psicológico e cuidados de enfermagem, são importantes para prover a apropriada adesão ao tratamento e a redução das taxas de transmissão vertical.
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OBJETIVO: comparar dois testes de rastreamento para diabetes e seus resultados com o resultado da gestação. MÉTODOS: no total, 279 pacientes foram submetidas a dois testes de rastreamento do diabetes gestacional - associação glicemia de jejum e fatores de risco (GJ + FR) e o teste de tolerância à glicose simplificado (TTG50g). O rastreamento pela associação GJ + FR caracterizou-se pela dosagem da glicemia de jejum e anamnese para identificação dos fatores de risco na primeira consulta de pré-natal. O TTG50g foi realizado entre a 24ª e a 28ª semana de gestação e caracterizou-se pela dosagem das glicemias plasmáticas em jejum e uma hora após a sobrecarga oral com 50 g de glicose. Os resultados, positivo e negativo, foram relacionados ao resultado da gestação. Foram consideradas variáveis dependentes: via de parto, idade gestacional, peso e índice ponderal ao nascimento, índices de Apgar <7 no 1º e 5º minutos, necessidade de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), tempo de permanência hospitalar e óbito neonatal. Empregou-se o teste t de Student, admitindo-se 5% como limite de significância para calcular a diferença de proporção de das médias. RESULTADOS: apenas dois resultados perinatais estudados foram diferenciados pelos testes. O TTG50g alterado esteve associado à maior proporção de cesárea (58,7 versus 34,3%) e a associação GJ + FR positiva, maior taxa de prematuridade (15,4 versus 5,4%). As demais variáveis não foram diferentes nas pacientes com testes de rastreamento positivo e negativo. CONCLUSÕES: Apesar da relação entre a prematuridade e associação GJ + FR positiva e aumento de cesárea e TTG50g alterado, seria falha crítica aceitá-los como definitivos. Entre outras explicações, múltiplos fatores intercorrentes e as características próprias dos testes de rastreamento devem ser consideradas.
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OBJETIVO: avaliar o conhecimento, a atitude e a prática do autoexame das mamas (AEM) em mulheres do município de São Luís (MA) e os fatores sociodemográficos relacionados. MÉTODOS: estudo transversal, prospectivo, com amostragem por conglomerados, no qual foram incluídas 552 mulheres de 14 setores censitários em São Luís, no período de Janeiro a Setembro de 2003. O conhecimento, a atitude e a prática (variáveis dependentes) foram avaliados pela análise das respostas das mulheres em "adequado" ou "inadequado". As principais variáveis independentes foram: idade, escolaridade, renda familiar, situação conjugal e status menopausal. Foi realizado o teste do χ2 para a associação entre variáveis categóricas e a mensuração do Odds Ratio (OR) bruto e ajustado após análise multivariada por regressão logística. RESULTADOS: embora 1/3 da população estudada não tivesse conhecimento do AEM, o grupo de mulheres que eram informadas sobre a existência do exame possuía conhecimento (60,9%), prática (59,5%) e atitude (90%) adequados. O histórico familiar para câncer de mama (8,9%) não esteve associado a maior conhecimento e prática. A mídia mostrou-se de grande importância (63,6%) na disseminação da informação do AEM. Após análise multivariada, a mulher com parceiro (OR=1,9) apresentou maior adequação do conhecimento; o grupo de mulheres com idade maior que 50 anos (OR=11,7) teve melhor atitude quanto ao AEM; a escolaridade maior que cinco anos (OR=2) e mulher com parceiro (OR=1,7) estiveram associadas à prática mais correta do AEM. CONCLUSÃO: a maioria das pacientes conhece e pratica o AEM em São Luís e a atitude delas frente ao procedimento é extremamente positiva. Houve uma grande participação da mídia na propagação da informação sobre o AEM.
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OBJETIVO: avaliar a frequência do polimorfismo no códon 72 do gene TP53 em mulheres inférteis com endometriose, mulheres com infertilidade idiopática, Grupo Controle e sua associação com a doença. MÉTODOS: estudo caso-controle que incluiu 198 mulheres inférteis com endometriose, 70 mulheres com infertilidade idiopática e 169 mulheres férteis sem endometriose como controles. O polimorfismo no códon 72 do gene TP53 (rs1042522, Arg/C:Pro/G), que promove uma troca de C/G na sequência codante, foi identificado pela reação em cadeia da polimerase (PCR) em tempo real, por meio da utilização de sistema TaqMan de primers, flanqueando a região em questão e sondas marcadas com fluoróforos diferentes, uma para o alelo C, outra para o alelo G. Na observação de dois fluoróforos, o paciente foi considerado heterozigoto para o polimorfismo. Na presença de apenas um fluoróforo, o paciente foi considerado homozigoto CC ou GG. O teste do χ2 foi utilizado para comparar as frequências dos genótipos e alelos entre os grupos. Todos os valores de p foram bicaudais, e o nível de significância considerado foi 0,05 (α <0,05). RESULTADOS: não foi encontrada diferença significativa na frequência dos genótipos CC, CG e GG (p=0,7) e alelos C e G (p=0,4) do polimorfismo no códon 72 do gene TP53 entre pacientes inférteis com endometriose em relação aos controles, independentemente do estágio da doença. Em relação à infertilidade, não houve diferença significativa quanto às mulheres inférteis sem endometriose em relação aos controles na distribuição dos genótipos e alelos (p=1,0 e p=0,8, respectivamente). Considerando o modelo de herança dominante, não houve diferença estatística significante tanto no grupo de endometriose (p=0,5) como no grupo de infertilidade idiopática (p=0,9) em relação aos controles. Observando o modelo recessivo, também não houve diferença significante (p=0,6 e p=1,0, respectivamente) para os grupos de endometriose e infertilidade idiopática. CONCLUSÃO: o estudo mostrou que o polimorfismo no códon 72 do gene TP53 não confere risco genético associado ao desenvolvimento de infertilidade e/ou endometriose, nem mesmo na forma grave da doença, na população brasileira.
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OBJETIVO: avaliar a frequência do polimorfismo Fok1 do gene do receptor da vitamina D (VDR) em mulheres inférteis com endometriose e Grupo Controle, e sua associação com a doença. MÉTODOS: estudo caso-controle que incluiu 147 mulheres inférteis com endometriose e 154 mulheres férteis sem endometriose como Controle. O polimorfismo Fok1 (rs10735810, T2C), que promove uma troca de T/C no éxon 2 do gene VDR, foi identificado por PCR-RFLP (análise de polimorfismos de fragmentos de restrição), que envolve a combinação de amplificação por PCR (reação em cadeia da polimerase) e digestão com endonuclease de restrição. O teste do χ2 foi utilizado para comparar as frequências dos genótipos e alelos entre os grupos. Todos os valores de p foram bicaudais, e o nível de significância considerado foi 0,05 (α<0,05). RESULTADOS: os genótipos TT, TC e CC do polimorfismo FokI do gene VDR apresentaram frequência de 44,2%, 46,9% e 8,9% nas mulheres inférteis com endometriose e 41,6%, 50% e 8,4% no Grupo Controle, e não apresentaram diferença significante quando comparados (p=0,8), mesmo quando as pacientes com endometriose foram subdivididas de acordo com o estadiamento da endometriose (p=0,3 para endometriose mínima e leve e p=0,2 para endometriose moderada e grave). Em relação aos alelos, T e C estavam presentes, respectivamente, em 67,6% e 32,3% das mulheres inférteis com endometriose (p=0,8), em 63,5% e 36,5% das mulheres com endometriose mínima/leve (p=0,5), em 72,5% e 27,5% das mulheres com endometriose moderada/grave (p=0,2), e em 66,6% e 33,4% das mulheres do Grupo Controle. Não foi observada diferença estatística significante na comparação entre nenhum dos grupos e o Grupo Controle. CONCLUSÃO: o estudo mostrou que o polimorfismo Fok1 do gene VDR não confere risco genético associado ao desenvolvimento de endometriose associada à infertilidade na população brasileira.
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OBJETIVO: investigar a associação entre o polimorfismo do gene do receptor da progesterona (PROGINS) e o risco de parto prematuro. MÉTODOS: estudo caso-controle, para o qual foram selecionadas 57 pacientes com antecedente de parto prematuro (Grupo Caso) e 57 pacientes com parto a termo na gravidez atual e sem antecedentes de parto prematuro (Grupo Controle). Foi realizada a coleta de 10 mL de sangue por venopunção de veia periférica para extração de DNA. As genotipagens foram feitas por reação em cadeia de polimerase (PCR) nas condições de ciclagem específicas para o polimorfismo em estudo seguida de eletroforese em gel de agarose a 2%. Foram determinados três genótipos: selvagem (T1/T1), heterozigoto (T1/T2) e mutado (T2/T2). As frequências genotípicas e alélicas dos dois grupos foram comparadas pelo teste do χ² adotando-se, com o nível de significância, valor p<0,05. Calculou-se ainda o Odds Ratio (OR, razão de chances) com intervalos de confiança de 95% (IC95%). RESULTADOS: as frequências genotípicas do alelo selvagem (T1) e alelo mutante (T2) encontradas para o polimorfismo PROGINS foram de 75,4% T1/T1, 22,8% T1/T2 e 1,8% T2/T2 no Grupo com parto pré-termo e 80,7% T1/T, 19,3% T1/T2 e 0% T2/T2 no Grupo com parto a termo. Não houve diferenças entre os grupos, analisando-se as frequências genotípicas e alélicas: p=0,4 (OR=0,7) e p=0,4 (OR=0,7). CONCLUSÕES: o presente estudo sugere que a presença do polimorfismo PROGINS em nossa população não está associado ao risco de parto prematuro.
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OBJETIVO: Estudar a associação entre transtornos mentais pós-parto e fatores demográficos e psicossociais, pré e perinatais. MÉTODOS: Todas as familias com crianças de quatro meses da Vila Jardim - Porto Alegre (RS) - nascidos entre novembro de 1998 e dezembro de 1999 foram avaliadas. Utilizou-se o Self Report Questionnaire (SRQ-20) e entrevistas clínicas semiestruturadas individuais e do casal para fundamentar uma hipótese diagnóstica segundo os critérios do da quarta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV). Realizou-se a avaliação da relação conjugal e do relacionamento da mãe com as famílias de origem e a rede social utilizando-se a Escala de Avaliação Global do Funcionamento Relacional (GARF). RESULTADOS: Foram avaliadas 148 mães e os 116 pais que coabitavam. Segundo o SRQ, 34,4% das mães e 25,4% dos pais apresentaram suspeita de transtorno psiquiátrico. Clinicamente os percentuais foram maiores. Coabitar ou não com companheiro não esteve associado com transtorno mental materno. Na análise da totalidade do grupo de mulheres, estiveram associados: baixa renda familiar (OR=0,8; p<0,05) e a presença de transtorno materno no passado (OR=2,2; p<0,05). O estudo apenas das mulheres que coabitavam (n=116) mostrou associação exclusivamente com a má qualidade da relação conjugal (OR=7,3; p<0,05). CONCLUSÃO: Este estudo reforça a necessidade de se verificar a presença de transtorno mental materno da mãe nas consultas de pré-natal e puericultura, e introduz dados sobre o pai e, especialmente, sobre a importância da relação conjugal.
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OBJETIVO: Avaliar o efeito da trimegestona sobre a proliferação celular do tecido mamário de ratas castradas. MÉTODOS: Foram utilizadas 45 ratas adultas e virgens, da linhagem Wistar, submetidas à castração. Após o 60º dia da castração, confirmado o hipoestrogenismo, os animais foram divididos aleatoriamente em três grupos, conforme o tratamento proposto: controle (n=15) recebeu soro fisiológico 0,9%; estrogênio (n=15) recebeu 17 beta-estradiol; e combinado (n=15) recebeu 17 beta-estradiol associado à trimegestona, todos por 60 dias consecutivos. Após o término do tratamento, procedeu-se a exérese das mamas inguinais, destinadas a análise morfométrica pela coloração de hematoxilina e eosina (HE) e imuno-histoquímica pela quantificação do anticorpo anti-PCNA no tecido mamário, seguido de eutanásia. Os parâmetros morfométricos avaliados foram: proliferação celular epitelial, atividade secretora e alteração do estroma mamário. Ocorreram nove óbitos durante o experimento. As variáveis foram submetidas à análise estatística adotando-se como significante p<0,05. RESULTADOS: Foram observadas alterações histológicas em 16/36 ratas, hiperplasia epitelial leve em 13/36, hiperplasia epitelial moderada em 3/36, não sendo encontrada hiperplasia epitelial severa. Encontrou-se fibrose no estroma em 10/36 e atividade secretora em 5/36 das ratas. Todas as variáveis do estudo morfométrico foram significantes comparando-se os grupos controle e estrogênio (p=0,03), e nenhuma foi significante na comparação dos grupos controle e combinado (p=0,4). A análise imuno-histoquímica não mostrou diferença entre os grupos. CONCLUSÃO: Os hormônios usados em ratas castradas aumentaram a proliferação de células mamárias, tanto o 17 beta-estradiol isolado quanto associado à trimegestona, porém este efeito parece ser menor quando se emprega a associação, o mesmo ocorrendo em relação à fibrose do estroma mamário.
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RESUMO OBJETIVO: Investigar alterações no consumo dietético, bem como a influência das características gerais, dos fatores sociodemográficos, clínicos e nutricionais, e do tratamento antineoplásico sobre as mudanças do consumo energético, em mulheres do sul do Brasil, antes e após a realização de terapia adjuvante para o câncer de mama. MÉTODOS: Ensaio clínico não randomizado, conduzido em hospital da rede pública de saúde, com 53 pacientes. Informações dietéticas foram coletadas com questionário de frequência alimentar. Para avaliar os fatores que influenciaram alterações longitudinais da ingestão energética, usou-se modelo de regressão linear de efeitos mistos. RESULTADOS: Houve aumento significativo no consumo diário de energia, de gorduras, cálcio, ferro, cobre, ácidos graxos poli-insaturados, ômega 6 e ômega 3, e uma diminuição significativa da vitamina B2. O modelo final de regressão mostrou aumento médio de 19,2 kcal/mês. As maiores associações com ingestão energética foram frutas e leguminosas, sendo que cada 100 g de consumo destas, resultou um acréscimo médio de 68,4 e 370,5 kcal, respectivamente. Mulheres com idade compreendida entre 51 e 60 anos consumiram 403,5 kcal menos do que aquelas com idade de 31 a 50 anos. CONCLUSÃO: Observou-se que houve aumento na ingestão energética durante o tratamento e que o aumento na ingestão de frutas e leguminosas foi associado com aumentos significativos na ingestão de energia.
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OBJETIVO: avaliar o efeito da terapêutica hormonal (TH) no peso de mulheres na peri-menopausa, assim como o efeito de diferentes regimes terapêuticos no referido parâmetro. MÉTODOS: estudo retrospectivo de 139 mulheres, com menopausa há menos de 2 anos, acompanhadas na consulta de climatério do nosso departamento. Obtiveram-se dois grupos: mulheres a quem se iniciou TH (n=89) e outro, grupo controle, sem terapia hormonal (n=50). Em cada grupo, foi avaliada a modificação ponderal no intervalo de 1 ano após a primeira consulta. Nas submetidas a TH, avaliou-se esse mesmo parâmetro em função de diferentes regimes terapêuticos preconizados: estrogênio isolado vs estroprogestagênio e dose standard vs baixa dosagem. A análise estatística foi realizada com recurso ao programa SPSS®, adotando-se como nível de significância valores p<0,05. RESULTADOS: os dois grupos foram semelhantes no que diz respeito a características basais e demográficas. No nosso estudo, constatou-se um aumento ponderal médio superior no grupo controle relativamente ao grupo de mulheres sob TH (434 vs 76 g), embora a diferença verificada não seja estatisticamente significativa (p=0,406); Nas usuárias de TH, aquelas sob estrogênio isolado tiveram um aumento ponderal acrescido face a mulheres sob terapêutica com estroprogestativo (775 vs 24 g), embora com diferenças não significativas, o mesmo sucedendo quando analisada a dosagem de TH inicialmente prescrita (92 vs 49 g). CONCLUSÕES: apesar da crença comum do aumento ponderal associado à TH, os resultados do estudo descrito parecem contrariar esse aspecto, não havendo um ganho ponderal adicional ao normalmente associado a este período da vida da mulher.
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As lesões vasculares da placenta constituem um grupo de entidades distintas, mas inter-relacionadas, em que se incluem os corioangiomas e a corangiomatose multifocal difusa. O corioangioma é uma lesão nodular expansiva com incidência de cerca de 1%. A corangiomatose multifocal difusa é rara (0,2%) e predominante em placentas em idade gestacional inferior a 32 semanas. Os autores apresentam um caso de gestação gemelar monocoriônica/biamniótica, no qual um dos fetos, à 26ª semana de gestação, apresentou quadro de restrição de crescimento intrauterino, hidropisia e anemia associado à formação tumoral da placenta com vascularização aumentada verificada pela doplervelocimetria. O estudo anatomopatológico da placenta permitiu o diagnóstico de corangiomatose multifocal difusa. Este raro caso de corioangiomatose multifocal difusa com forma de apresentação pré-natal mimetizando a de um corioangioma comprova que a detecção ultrassonográfica de um tumor da placenta com vascularização aumentada deve suscitar outras hipótese diagnóstica, além do corioangioma.
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OBJETIVO: Analisar a influência do estado nutricional materno, ganho de peso e consumo energético sobre o crescimento fetal em gestações de alto risco. MÉTODOS: Estudo prospectivo de agosto de 2009 a agosto de 2010, com os seguintes critérios de inclusão: puérperas até o 5º dia; gestação de alto risco (caracterizada por complicações médicas ou obstétricas durante a gravidez); feto único e vivo no início do trabalho de parto; parto na instituição; peso materno aferido no dia do parto, e presença de intercorrência clínica e/ou obstétrica caracterizando a gravidez como de alto risco. O estado nutricional foi avaliado pelo índice de massa corporal pré-gestacional e no final da gestação, sendo as pacientes classificadas em: baixo peso, adequado, sobrepeso e obesidade. Para avaliação do consumo energético foi aplicado o Questionário de Frequência de Consumo Alimentar. Foram investigados o ganho de peso materno, dados do parto e resultados perinatais, investigando-se o crescimento fetal pela ocorrência de neonatos pequenos para a idade gestacional e grandes para a idade gestacional. RESULTADOS: Foram incluídas 374 gestantes que constituíram 3 grupos de estudo, de acordo com a adequação do peso do recém-nascido: idade gestacional adequada (270 casos, 72,2%), pequenos para a idade gestacional (91 casos, 24,3%) e grandes para a idade gestacional (13 casos, 3,5%). Na análise univariada, as mulheres com neonatos pequenos para a idade gestacional apresentaram média significativamente menor do índice de massa corporal pré-gestacional (23,5 kg/m², p<0,001), do índice no final da gestação (27,7 kg/m², p<0,001) e maior proporção de baixo peso materno pelo índice no final da gestação (25,3%, p<0,001). As mulheres com neonatos grandes para a idade gestacional apresentaram média significativamente maior do índice de massa corporal pré-gestacional (29,1 kg/m², p<0,001), do índice no final da gestação (34,3 kg/m², p<0,001) e maior proporção de sobrepeso (30,8%, p=0,02), e obesidade (38,5%, p=0,02) pelo índice pré-gestacional, e obesidade pelo índice no final da gestação (53,8%, p<0,001). Pela análise multivariada, foram identificados como fatores independentes para neonatos pequenos para a idade gestacional o valor do índice de massa corporal no final da gestação (OR=0,9; IC95% 0,8-0,9, p<0,001) e a presença de hipertensão arterial (OR=2,6; IC95% 1,5-4,5, p<0,001); e identificados como fatores independentes para neonatos grandes para a idade gestacional o diagnóstico de diabetes mellitus (OR=20,2; IC95% 5,3-76,8, p<0,001) e a obesidade pelo índice de massa corporal no final da gestação (OR=3,6; IC95% 1,1-11,7, p=0,04). CONCLUSÃO: O estado nutricional materno no final da gravidez de alto risco está associado de forma independente ao crescimento fetal, sendo o índice de massa corporal materno no final da gestação um fator protetor para o neonato pequeno para a idade gestacional e a obesidade fator de risco para o neonato grande para a idade gestacional.
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OBJETIVO: Avaliar o comprimento cervical, por ultrassonografia transvaginal, em pacientes entre 28 e 34 semanas de idade gestacional, correlacionando com o período de latência e o risco de infecção materna e neonatal. MÉTODOS: Foram avaliadas 39 pacientes divididas em relação ao comprimento cervical nos pontos de corte de 15, 20 e 25 mm. Em relação ao período de latência, foram avaliados os parâmetros de 72 horas. Foram incluídas gestantes com feto vivo e idade gestacional entre 28 e 34 semanas, com diagnóstico confirmado na admissão de rotura prematura de membranas. Pacientes com corioamnionite, gestação múltipla, malformações fetais, malformações uterinas (útero bicorno, septado e didelfo), antecedentes de cirurgia prévia no colo uterino (conização e cerclagem) e dilatação do colo maior de 2 cm nas nulíparas e 3 cm nas multíparas foram excluídas no estudo. RESULTADOS: O comprimento do colo <15 mm mostrou-se fortemente associado ao período de latência até 72 horas (p=0,008). O comprimento do colo <20 mm também esteve associado ao período de latência menor que 72 horas (p=0,04). O comprimento de colo <25 mm não apresentou correlação e o período de latência de 72 horas (p=0,12). Não houve correlação entre o comprimento de colo e o período de latência com a infecção materna e neonatal. CONCLUSÃO: A presença de colo curto (<15 mm) mostrou-se relacionada com o período de latência menor 72 horas, porém sem correlação com infecção materna ou neonatal.
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OBJETIVO: Comparar as características clinicopatológicas de mulheres com carcinoma seroso e não seroso de ovário e identificar os fatores associados à sobrevida. MÉTODOS: Foram incluídas, neste estudo de coorte reconstituída, 152 mulheres com carcinoma de ovário, atendidas entre 1993 e 2008 e seguidas até 2010, nas quais o tipo histológico foi claramente estabelecido: 81 pacientes com carcinoma seroso e 71 pacientes com tumores não serosos (17 com carcinoma endometrioide, 44 com carcinoma mucinoso e 10 com carcinoma de células claras). Foram calculados os odds ratios (OR) brutos e os OR ajustados com os respectivos intervalos de confiança (IC95%) para as características clínicas e patológicas, comparando tumores serosos e não serosos. Foram calculados os Hazard Ratios (HR) com os respectivos IC95% em relação à sobrevida geral, para as variáveis clínicas e patológicas. RESULTADOS: Comparando os tipos seroso e não seroso, na análise univariada, os tumores serosos foram mais frequentes na pós-menopausa e eram preponderantemente carcinomas de alto grau histológico (G2 e G3), em estádios avançados, com CA125>250 U/mL e citologia peritoneal positiva. Após regressão múltipla, apenas o alto grau histológico se manteve associado com tumores serosos (OR ajustado 15,1; IC95% 2,9-77,9). Observamos 58 óbitos pela doença. O tipo histológico (seroso ou não seroso) não esteve associado com a sobrevida (HR 0,4; IC95% 0,1-1,1). Mulheres com idade de 50 anos ou menos (HR 0,4; IC95% 0,1-0,9) e aquelas que estavam em menacme (HR 0,3; IC95% 0,1-0,9) tiveram maior sobrevida quando comparadas, respectivamente, àquelas com idade acima de 50 anos e na menopausa. Carcinomas de alto grau histológico (G2 e G3) (p<0,01), estádio II a IV (p<0,008) e citologia peritoneal positiva (p<0,001) estiveram significativamente relacionados com pior prognóstico. O nível sérico de CA125 e a presença de ascite não se relacionaram com a sobrevida. A sobrevida foi menor quando a doença foi diagnosticada em estágios II a IV em comparação àquela das mulheres diagnosticadas no estádio I (log-rank p<0,01) independentemente do tipo histológico (seroso ou não seroso). CONCLUSÕES: A proporção de carcinomas de alto grau histológico (G2 ou G3) foi significativamente maior entre os carcinomas serosos comparados com não serosos. O tipo histológico seroso ou não seroso não esteve associado à sobrevida total.
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OBJETIVO: Avaliar os fatores associados a algumas morbidades em mulheres brasileiras de 40 a 65 anos e com 11 anos ou mais de escolaridade. MÉTODOS: Análise secundária de estudo transversal de base populacional, empregando-se um questionário anônimo e autorrespondido por 377 mulheres. Foram avaliadas, com o uso deste instrumento, algumas morbidades (hipertensão, diabetes, insônia e depressão) e fatores sociodemográficos, comportamentais, clínicos e reprodutivos. A associação entre as morbidades e as variáveis independentes foi avaliada por meio do teste do Χ2. Realizou-se a regressão logística múltipla com critério de seleção stepwise para selecionar os principais fatores associados a cada uma das morbidades. RESULTADOS: Na análise múltipla, a insônia esteve associada à autopercepção da saúde péssima/ruim (OR=2,3) e ao nervosismo (OR=5,1). O relato de depressão esteve associado à autopercepção da saúde péssima/ruim (OR=3,7) e ter lazer péssimo/ruim (OR=2,8). A hipertensão apresentou-se relacionada à obesidade (OR=3,1) e a estar na pós-menopausa (OR=2,6). Já diabetes, à idade acima de 50 anos (OR=3,9) e obesidade à (OR=12,5). CONCLUSÕES: A prevalência de morbidades foi alta e pior autopercepção da saúde e obesidade foram os principais fatores associados à presença de morbidades.