348 resultados para Jornal da Bahia
Resumo:
A vassoura-de-bruxa tornou-se a mais importante doença do cacaueiro no Brasil desde a sua constatação no Estado da Bahia em 1989. O presente trabalho teve por objetivo estudar a curva de progresso e o gradiente da vassoura-de-bruxa, em plantio clonal, nas condições do sudeste da Bahia. O experimento foi conduzido em Uruçuca, BA, em área contendo cacaueiros enxertados com 16 genótipos diferentes e idade aproximada de três anos após a enxertia, no período de setembro de 2001 a julho de 2002. Mensalmente, foram quantificados os ramos e os frutos com sintoma da doença em três tratamentos: (1) poda fitossanitária semestral, (2) poda fitossanitária mensal e (3) poda fitossanitária mensal aliada à aplicação de fungicida mensal. O fungicida utilizado foi o óxido cuproso na dose de 3g do i.a./planta/aplicação. A fonte de inóculo utilizada foi um plantio adjacente com alta incidência da doença. Na análise temporal, foram ajustadas curvas de crescimento e calculados os coeficientes de determinação e as taxas de progresso da incidência. Houve bom ajuste dos dados de progresso da doença em vassouras vegetativas e em frutos ao modelo monomolecular. A incidência final de doença em vassouras vegetativas e em frutos no tratamento com poda fitossanitária e fungicida foi aproximadamente cinco vezes menor do que nos outros tratamentos. Na análise espacial, os resultados não evidenciaram a presença de gradiente de doença. Com base nos resultados ficou evidenciado que a integração dos métodos cultural, químico e genético resultou em menor taxa de progresso da doença e mais baixa incidência final.
Resumo:
Trata o presente trabalho da descrição de Anchoviella hildebrandi n. sp., Engraulídeo da região de Caxoeira, rio Paraguaçú, na Bahia. A espécie é muito próxima de Anchoviella brasiliensis HILDEBRAND, do rio Ribeira de Iguapé (E. de S. Paulo) e de Anchoviella jamesi (JORDAN & SEALE) , do rio Jutai e lago Aleixo (E. do Amazonas). O autor apresenta a diagnose da nova especie, confrontando os caracteres que Ihe sao peculiares com os das duas especies ácima citadas. A denominacáo dada á nova especie constitue modesta homenagem á memoria do Dr. SAMUE L F. HILDEBRAND, ictiólogo do U. S. Fish & Wildlife Service, de Washington.
Resumo:
O controle do raquitismo-da-soqueira da cana-de-açucar, causado pela bactéria Leifsonia xyli subsp. xyli (Lxx), requer o diagnóstico preciso da doença, pela detecção do patógeno na seiva do xilema. Neste trabalho, avaliou-se a incidência do raquitismo em 108 talhões (principalmente de primeiro e segundo cortes) distribuídos em 7 municípios do Espírito Santo, sul da Bahia e oeste de Minas Gerais, nos anos de 2003 e 2004, totalizando 558 ha amostrados. Para detecção do patógeno empregou-se a técnica sorológica Dot Blot-EIA (Dot Blot Enzyme Imunoassay). O raquitismo foi diagnosticado em 67,6% dos talhões amostrados (67,7% da área). Em 2003, a incidência média de colmos infectados (IC%) correlacionou-se positivamente com a idade de corte (4,8% nas áreas de primeiro corte e 10,3% nas áreas de sexto corte). No ano de 2004, observou-se elevada incidência de raquitismo em cana de primeiro corte (IC=18%). A doença foi diagnosticada em 28 dentre 34 variedades estudadas. Nestas, a incidência varietal média variou entre 0,6 e 42%, em áreas predominantemente de primeiro e segundo corte, atingindo IC máxima de 59,5% em talhão de cana-planta da variedade RB855113. As variedades RB72454, SP711406 e SP813250, que tiveram número razoável de talhões amostrados, apresentaram geralmente valores de IC (por talhão) menores que 10%. Conclui-se que o raquitismo-da-soqueira encontra-se amplamente disseminado nas regiões estudadas e que as mudas utilizadas para a renovação dos canaviais possuem altos índices de contaminação por Lxx. Estudos adicionais devem ser conduzidos para se caracterizar variedades regionais promissoras quanto à resistência/tolerância ao raquitismo, visando-se aperfeiçoar o manejo varietal e melhorar a sanidade das mudas.
Resumo:
Diversos fatores podem interferir na qualidade do café, especialmente aqueles relacionados às etapas pós-colheita de processamento e secagem. Algumas espécies de fungos podem se associar a grãos de café durante a pós-colheita, podendo ocasionar alterações indesejáveis. O objetivo deste estudo foi avaliar a influência dos processamentos via seca (natural), seco em terreiro de terra, e via úmida (despolpado), seco em terreiro de cimento, tradicionalmente empregados na região sudoeste da Bahia, na incidência de fungos em grãos de café beneficiados produzidos na safra 2007/2008. O experimento consistiu de 4 tratamentos: a) café natural de Barra do Choça; b) café natural de Encruzilhada; c) café despolpado de Barra do Choça e d) café despolpado de Encruzilhada; e 5 repetições. Foram coletadas 20 amostras de grãos de café oriundas de diferentes propriedades cafeeiras nestes municípios. Os resultados obtidos foram avaliados pelo teste de médias t de Bonferroni a 5% de probabilidade. Houve diferença estatística significativa entre os tratamentos analisados para a infestação fúngica. Os gêneros detectados foram: Aspergillus, Penicillium e Fusarium, sendo que o gênero Aspergillus foi o de maior incidência, no qual foram identificadas oito espécies: Aspergillus ochraceus, A. niger, A. flavus, A. foetidus, A. tubingensis, A. auricomus, A. sojae e A. oryzae. Foi detectada a maior incidência de fungos em grãos de café oriundos de processamento natural do que de processamento despolpado.
Resumo:
A ferrugem do eucalipto, causada pelo fungo Puccinia psidii Winter, é uma das doenças mais importantes para a eucaliptocultura. O patógeno causa doença principalmente em folhas, hastes e em brotações jovens, sob condições de molhamento foliar noturno acima de 6 horas, por 5 a 7 dias consecutivos, e temperatura na faixa de 18 a 25 ºC, sendo ótimo 23 ºC. Considerando a influência das condições climáticas no ciclo de vida do patógeno, o plantio de eucalipto em épocas e em locais desfavoráveis à ocorrência e desenvolvimento do patógeno é uma das possíveis estratégias de manejo integrado da doença. Assim, objetivou-se mapear áreas de risco de ocorrência para a ferrugem do eucalipto no Espírito Santo e extremo sul da Bahia. Para tanto, calculou-se o índice de infecção (II), a partir da média diária da temperatura máxima (T) e da duração do período de molhamento foliar (H), conforme o modelo II = -32,263 + 3,699 T + 0,461 H - 0,0018 TH - 0,0903 T² - 0,0068 H². Os dados utilizados foram obtidos do banco de dados meteorológicos, das regiões de Aracruz e São Mateus (Espírito Santo) e da Região Teixeira de Freitas (Bahia), referentes aos anos de 2001 a 2006, totalizando 26 estações meteorológicas. A partir do índice de infecção, realizou-se o cálculo de um fator de correção, definido como a razão entre o valor 100 e o maior valor interpolado do índice de infecção, para classificar os valores obtidos dentro de uma escala de 0 e 100 pontos de risco, gerando o índice de risco. Com base no valor do índice de risco, elaboraram-se mapas de distribuição espaço-temporal da ocorrência da doença, utilizando o software ArcGis 9.2TM. Os meses de maio a novembro foram os mais favoráveis para ocorrência da doença. Considerando a distribuição espaço-temporal a metodologia adotada mostrou-se eficiente para o mapeamento do risco de ocorrência da ferrugem do eucalipto para o estado do Espírito Santo e extremo sul da Bahia.
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A pouco conhecida vegetação de muçununga ocorre em Florestas Ombrófilas Densas de Terras Baixas no norte do Espírito Santo e Sul da Bahia, em locais de solo arenoso, úmido e fofo. Este trabalho teve como objetivo realizar estudos florísticos e fitofisionômicos para uma avaliação de como interferências antrópicas influenciaram a composição e a estrutura das muçunungas de Caravelas (17º41'13''S e 39º28'24''W) e Mucuri (18º10'29''S e 39º53'25''W), no Estado da Bahia. Foram realizadas incursões na vegetação para coletas botânicas e construção do espectro biológico. Foram feitos perfis em quatro diferentes estratos, em ambas as muçunungas. Na muçununga de Caravelas foram relacionadas 67 espécies de 32 famílias e na de Mucuri, 53 espécies de 31 famílias. Na listagem florística ficou evidenciada a maior riqueza da muçununga de Caravelas. Nos perfis é possível perceber maior equabilidade na distribuição dos indivíduos entre as espécies da muçununga de Caravelas que entre as espécies de Mucuri. Os impactos originários da atividade humana favoreceram as formas de vida hemicriptofítica e as lianas na muçununga de Mucuri. As espécies Baccharis trimera, Blechnum serrulatum, Imperata brasiliensis e Pteridium aquilinum são indicadoras dos impactos de passagem de fogo e pastejo bovino. Os impactos antrópicos nas muçunungas foram os principais responsáveis pela diminuição da biodiversidade nesse tipo de vegetação.
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Foi observada a ocorrência da coleobroca Sphallenum tuberosum Bates, 1870 (Coleoptera: Cerambycidae) atacando árvores de Eucalyptus cloesiana e Eucalyptus grandis no Município de Prado, Estado da Bahia, em setembro de 2002. As árvores atacadas, saudáveis ou decadentes, apresentavam troncos envoltos por cipós da família Malpighiaceae, gênero Stigmaphyllon, que serviam de suporte para penetração da broca no tronco do eucalipto. As galerias formadas por larvas de S. tuberosum apresentavam direção descendente.
Resumo:
O trabalho teve como objetivo avaliar o efeito de fontes e doses de nitrogênio no crescimento inicial e na qualidade de mudas de jacarandá-da-bahia (Dalbergia nigra (Vell.) Fr. All. ex Benth.) produzidas em três tipos de solo (Argissolo Vermelho-Amarelo, Cambissolo e Latossolo Vermelho-Amarelo). As fontes de N utilizadas foram nitrato de amônio, nitrato de cálcio e sulfato de amônio em cinco doses (0, 50, 100, 150 e 200 mg/dm³ de N) igualmente parceladas e aplicadas aos 25, 50, 75 e 100 dias após a semeadura. O delineamento estatístico adotado foi o inteiramente casualizado, em esquema fatorial (3 fontes de nitrogênio x 5 doses x 3 tipos de solos), com quatro repetições. Os dados foram submetidos à análise de variância, testes de médias e análise de regressão. Aos 125 dias após a semeadura, o melhor padrão de qualidade foi observado nas mudas produzidas no Argissolo Vermelho-Amarelo, tendo como fonte o sulfato de amônio, com dose de 180 mg/dm³ de N.
Resumo:
Com o objetivo de verificar a influência da saturação por bases do substrato sobre o crescimento e qualidade de mudas de Dalbergia nigra (jacarandá-da-bahia), desenvolveu-se este trabalho. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado com quatro repetições por tratamento, e cada vaso com uma planta foi considerado uma repetição. Foram utilizados três tipos de solo como substrato (dois latossolos e um argissolo), e em cada um deles a saturação por bases original foi elevada para os seguintes valores: latossolo distrófico: 30,0, 50,0 e 70,0%; Latossolo álico: 25,0; 45,0; e 65,0%; Argissolo: 50,0; 60,0; e 70,0%. Para avaliar os efeitos das diferentes relações Ca:Mg do corretivo, elevou-se a saturação por bases do solo para 60,0% no argissolo, 50,0% no latossolo distrófico e 45,0% no latossolo álico, utilizando como corretivo uma mistura de CaCO3 e MgCO3 nas seguintes relações estequiométricas: 1:0, 1:1, 2:1, 3:1 e 4:1. Foram avaliados os parâmetros morfológicos das mudas, suas relações e o índice de qualidade de Dickson. Observou-se uma resposta linear quando as diferentes relações Ca:Mg do corretivo foram analisadas em função da variação do peso de matéria seca da parte aérea, bem como o peso de matéria seca total quando o substrato era o Argissolo, porém nos demais substratos e características não houve influência significativa. Pode-se concluir que, quando a saturação original do solo for igual ou superior a 14,0% no Latossolo distrófico e 4% no Latossolo álico, não há necessidade de se proceder à correção do solo, enquanto no Argissolo as mudas de melhor qualidade são obtidas quando a saturação está em torno de 60,0%.
Resumo:
Caesalpinia echinata Lam. (Caesalpiniaceae) é uma espécie arbórea que ocorre naturalmente no interior da floresta e atinge os estratos superiores do dossel por meio de pequenas clareiras. Objetivou-se, neste estudo, comparar alguns aspectos da morfologia foliar entre indivíduos adultos, cujas folhas se encontravam em pleno sol e jovens no sub-bosque. O estudo foi realizado numa floresta semidecídua, localizada no Município de Jussari, Bahia. Inicialmente, foram localizados e marcados oito indivíduos adultos e oito jovens para cada adulto. Foram coletadas e analisadas oito folhas para cada adulto e três para cada jovem, em duas épocas (setembro/novembro de 2004 e abril de 2005). Em geral, as áreas das folhas, das ráquis e dos folíolos, o comprimento das ráquis, a largura das folhas, o número de pinas e a massa seca das folhas foram significativamente superiores nos indivíduos jovens, ao passo que as massas específicas das folhas e dos folíolos foram significativamente superiores nos indivíduos adultos. Tanto nos adultos quanto nos jovens, nas duas épocas de coleta foram verificadas relações altamente significativas entre a massa seca e a área das folhas. Os resultados indicaram que folhas de C. echinata apresentam características que maximizam a absorção de luz onde este recurso é limitante e, ao mesmo tempo, direcionam maior alocação de carbono para os tecidos de suporte. Tais resultados estão de acordo com o observado no estádio sucessional da espécie analisada e com a sua estratégia de ocupação dos espaços gerados pela formação de pequenas clareiras, em ambiente de mata semidecídua.
Resumo:
Brazil was the first country in Latin America to establish and regulate this type of reserve, and there are currently more than 700 Private Nature Heritage Reserves (RPPN in Portuguese) officially recognized by either federal or state environmental agencies. Together, these RPPN protect more than a half million hectares of land in the country. The coastal forests in the southern part of Bahia State extend 100 to 200 km inland, gradually changing in physiognomy as they occupy the dryer inland areas. The coastal forest has been subjected to intense deforestation, and currently occupies less than 10% of its original area. For this work the creation processes of the RPPN were consulted to obtain the data creation time, size of property, the condition of the remaining forest, succession chain and the last paid tax. After that, interviews with the owners were made to confirm this data. Sixteen RPPN have been established in this region until 2005. Their sizes vary from 4.7 to 800 ha. Ten of these RPPN are located within state or federal conservation areas or their buffer zones. In spite of the numerous national and international conservation strategies and environmental policies focused on the region, the present situation of the cocoa zone is threatening the conservation of the region's natural resources. The establishment of private reserves in the cocoa region could conceivably improve these conservation efforts. This type of reserve can be established under a uniform system supported by federal legislation, and could count on private organizations.