129 resultados para conceito de Saúde doença e Paciente
Resumo:
Buscou-se caracterizar os diferentes nveis de determinao da anemia carencial, enquanto fenmeno de saúde pblica, a partir de algumas das relaes biolgicas e sociais definidoras desse processo saúde-doença. Articulando a anlise dos processos especficos de determinada populao de gestantes aos processos gerais prprios da metrpole paulistana, pde-se observar como as condies para a ocorrncia da anemia ferropriva esto atreladas s condies sociais e econmicas, de classe, seja pelas deficincias qualitativas e quantitativas da dieta, seja pela precariedade de saneamento ambiental, condies essas tpicas das reas habitadas pelas camadas sociais mais baixas. Focalizando um outro nvel hierrquico das determinaes, a anlise dessas carncias foi remetida, tendo em vista os processos biolgicos singulares, ao conceito de vulnerabilidade orgnica tomado como articulador das caractersticas definidoras de grupos biolgicos especficos frente aos riscos diferenciais de adoecer e morrer por "causas" ou processos mrbidos particulares, riscos esses atrelados s prprias condies de classe. Caracterizando os determinantes ltimos dessa carncia em funo do baixo nvel de consumo do que se convencionou chamar de "bens fundamentais", a anlise buscou apreender elementos da realidade paulistana capazes de fornecer subsdios para o estabelecimento de possveis "nveis crticos de consumo", isto , determinada condio de vida abaixo da qual os indivduos, (no caso as gestantes adscritas a grupos sociais especficos) estariam inscritos em situaes particulares, simultaneamente de naturezas orgnica e social, "determinantes" dos nveis de risco doença carencial. Focalizou-se a trajetria existente entre as condies de normalidade e de anemia, em termos de processo cuja fase intermediria entre a doença e o estado de normalidade foi representada pela deficincia de ferro sem anemia, entendida como fase subclnica. Nesta, esses trs momentos do processo foram analisados em funo das condies scio-econmicas do grupo considerado. Articulando categorias de renda consideradas, em funo do processo de anlise, como incompatveis com as possibilidades objetivas de aquisio dos "bens fundamentais" definidos como mnimos, pde-se caracterizar determinada condio social e econmica a partir da qual a anemia ferropriva teria, por hiptese, maior probabilidade de incidncia, considerados os vrios processos em jogo, quer de natureza social, quer de natureza biolgica.
Resumo:
Procura-se demonstrar que possvel operacionalizar o conceito de classe social de forma a utiliz-lo em estudos epidemiolgicos. Foi adaptado s caractersticas da formao social de Pelotas, RS (Brasil), modelo de classificao desenvolvido para o Mxico e comparado com o desenvolvido para Ribeiro Preto, SP (Brasil). Mediu-se o poder discriminatrio das duas classificaes em termos do processo saúde-doença, tendo como varivel dependente o crescimento de 5.384 crianas nascidas em 1982. As duas classificaes esto associadas com diferenas significativas (P<0,001) no crescimento infantil, mas o modelo do Mxico mostra melhor poder discriminatrio do que a classificao de Ribeiro Preto. Quando ambas foram includas em uma anlise multivariada do peso e da altura das crianas, o efeito do modelo do Mxico foi altamente significativo (P<0,001), ao contrrio do efeito da classificao, modelo Ribeiro Preto.
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Apresenta-se proposta para integrao das aes de assistncia mdica individual de carter curativo com as aes de assistncia mdico-sanitria. Foram estudados dois servios de assistncia saúde do Municpio de So Paulo (Brasil). Partindo-se do pressuposto de que qualquer ao no campo da saúde depende da participao da comunidade, buscou-se conhecer a forma pela qual a populao recebe e utiliza os servios localmente integrados. Assim, foram coletadas junto clientela de ambos os servios, informaes tais como: motivo de procura, resolutividade, satisfao e outras, obtidas por meio de formulrios. A anlise das caractersticas das queixas, da resolutividade e da satisfao referida pela clientela, do objetivo e do processo de trabalho desses servios, leva concluso de que eles so utilizados de forma seletiva pela clientela, visando, principalmente, ao atendimento de suas necessidades diretamente relacionadas resoluo das manifestaes de doença.
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Foram analisadas as representaes de mdicos do setor pblico de Campinas, tendo como referncia o processo de municipalizao dentro da reforma sanitria ento em curso. Assume-se que o sucesso desta reforma depender amplamente da atitude que estes mdicos tero em relao a seus vrios aspectos. Os seguintes assuntos foram ento focalizados para anlise: as polticas e o gerenciamento dos servios de saúde, o processo saúde-doença, o relacionamento mdico-paciente e o trabalho em equipe envolvendo vrios profissionais da saúde.
Resumo:
OBJETIVO: Descrever a atividade docente assistencial, cujo objetivo proporcionar experincia de promoo da saúde bucal coletiva a estudantes concluintes do curso de odontologia. MTODOS: Tal experincia fundamenta-se na avaliao do desempenho do aluno, como educador em saúde bucal, medida que ele tem, entre outras tarefas, a de motivar pacientes internados e seus acompanhantes, na gerao de hbitos saudveis, visando assistncia integral e mais humanizada do paciente hospitalizado. RESULTADOS: Os resultados mostraram que as metas desejadas foram atingidas, visto que a higiene bucal dos pacientes j se tornou uma tarefa incorporada rotina hospitalar, considerando-se os ndices de biofilme dentrio: inicial, 1,72; e final, 1,17, respectivamente. Essa diferena, de acordo com a estatstica U-Mann-Whitney, mostrou-se significativa, pois o valor de p<0,0001 traduz o alto nvel de motivao, alcanado pelo binmio me-criana, no que se refere higiene oral. CONCLUSES: Conclui-se que as experincias de ensino-aprendizagem, oriundas das atividades interdisciplinares e multiprofissionais, tm permitido melhor entendimento do processo saúde-doença, por parte do aluno de odontologia. Servem ainda como oportunidade para o seu aprendizado sobre o planejamento e execuo de atividades educativo-preventivas, que complementam sua vivncia tcnico-profissional e despertam a sensibilidade social, to necessria sua formao acadmica.
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OBJETIVO: Analisar percepes e participao de usurias de unidade bsica de saúde em relao preveno e promoo de saúde. PROCEDIMENTOS METODOLGICOS: Estudo qualitativo no qual foram entrevistadas 20 usurias de uma unidade de saúde da famlia de Belo Horizonte, MG, em 2007. O roteiro da entrevista englobou questes sobre o processo saúde-doença e preveno e promoo de saúde. Foi utilizada a tcnica de anlise de contedo na anlise dos relatos. ANLISE DOS RESULTADOS: A percepo sobre preveno apresentou influncia da teoria de Leavell & Clark, expressa por aes que evitam o aparecimento, progresso ou agravamento de alguma doença. A promoo de saúde foi concebida como um nvel de preveno e associada responsabilizao individual e ao conceito positivo de saúde. As prticas de preveno e promoo de saúde estiveram orientadas pelo conceito positivo de saúde, pela possibilidade de gerarem prazer/desprazer, pelas interferncias que poderiam ocasionar no cotidiano, pela concepo de fora de vontade e de valor conferido vida. CONCLUSES: O discurso sobre preveno e promoo de saúde marcado por concepes tradicionais. Contudo, houve a incorporao do conceito positivo de saúde que, aliado ao fator prazer e fora de vontade, atuam como principais influenciadores do comportamento. So necessrias estratgias com abordagens mais amplas sobre o processo saúde-doença, traduzindo os princpios modernos da promoo de saúde.
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Este estudo tem por objetivo cartografar o cuidado ao usurio com necessidades no campo da saúde mental em uma Unidade Bsica de Saúde, analisando o trabalho em equipe luz da integralidade das aes de saúde. Seus participantes so trabalhadores de saúde, de diferentes profisses, que fazem parte dos processos de trabalho em saúde mental do servio. A tcnica de coleta de dados utilizada foi o fluxograma analisador. Os resultados nos mostram que, na Unidade Bsica, os fluxos conectivos entre os diversos trabalhadores - e entre estes e os usurios - vm produzindo e proliferando vrios e distintos espaos coletivos de trocas, possibilitando aes de saúde alinhadas perspectiva da integralidade, atravs de uma compreenso ampliada do processo saúde-doença mental, construda pela valorizao das relaes humanas e das subjetividades envolvidas no espao do trabalho em saúde.
Resumo:
O estudo objetivou analisar potencialidades e limites da estratgia do Tratamento Diretamente Supervisionado (DOTS), sob o ponto de vista de pacientes e trabalhadores de Unidades Bsicas de Saúde das Coordenadorias Norte, Oeste e Leste, do Municpio de So Paulo. Os depoimentos foram coletados, aps consentimento livre e esclarecido, e decodificados por meio de tcnica de anlise de discurso. Tomando-se como referencial terico a Teoria da Determinao Social do Processo Saúde-Doença, de modo geral, identificou-se que o DOTS possibilita a criao de vnculo e que a adeso ao tratamento se associa necessidade de volta ao trabalho. Os limites identificados foram: o no envolvimento dos profissionais no tratamento e a irregular distribuio de incentivos. Os achados revelam que a adeso ao tratamento transcende o mbito biolgico e individual, apontando-se como fundamental que os trabalhadores de saúde reconheam os pacientes como portadores de necessidades, que no se restringem ao tratamento da tuberculose.
Resumo:
Trata-se de pesquisa qualitativa de carter exploratrio, com o objetivo de conhecer o conceito de necessidades de saúde, segundo a percepo de usurios de um servio de saúde do interior paulista. Realizou-se 15 entrevistas, por meio de roteiro semi-estruturado, em janeiro de 2009. A leitura exaustiva das entrevistas permitiu a apreenso de elementos constitutivos das categorias, definidas a priori, segundo a Taxonomia das Necessidades de Saúde. Identificou-se que os usurios perceberam-se como detentores de necessidades; o contexto social pode apresentar forte influncia na sua saúde, verificando-se que a autonomia na tomada de decises uma necessidade. Quanto ao vnculo, percebe-se que est intimamente ligado s necessidades de autonomia/autocuidado, pois de certo modo reforando a relao de confiana que ser possvel fortalecer os potenciais para o enfrentamento do processo saúde-doença. Conclui-se que existe a necessidade de instrumentos que auxiliem o profissional da rea da Saúde Coletiva a identificar as necessidades de saúde dos usurios.
Resumo:
As polticas de Saúde Mental vigentes no pas confirmam necessidade de estimular prticas de ensino, pesquisa e extenso que favoream novas atitudes profissionais. Estudo anterior revelou que a representao de alunos sobre competncias necessrias na saúde mental, conforma categorias sobre conceitos de competncia, recursos cognitivos, sentimentos expressos e conceito de saúde e doença, no se depreendendo temas relacionados Cidadania ou Reabilitao Psicossocial dos usurios, conceitos centrais no ensino da disciplina. Neste estudo, analisou-se a representao sobre estes conceitos, sobre os saberes e habilidades identificados como necessrios para a prtica da Reabilitao. Os entrevistados cursaram a disciplina de Enfermagem em Saúde Mental de uma universidade pblica e os resultados mostram valorizao das demandas dos usurios, no entanto, as representaes sobre cidadania e reabilitao psicossocial sustentam-se no senso comum relacionado periculosidade e direitos bsicos como saúde e lazer.
Resumo:
Atualmente, a ideia de que as condies de saúde-doença dos membros da famlia e a famlia como unidade influenciam-se mutuamente j consolidada. Atuar em saúde tendo como objeto do cuidado a famlia uma forma de reverso do modelo hegemnico voltado doença, que fragmenta o indivduo e separa-o de seu contexto e de seus valores socioculturais. A Estratgia Saúde da Famlia (ESF) foi implantada para reorganizar o Sistema nico de Saúde, e nela cada equipe levada a conhecer a realidade das famlias pelas quais responsvel. Nesse sentido, elaborou-se uma reviso integrativa da literatura com o objetivo de identificar o conceito de famlia e os fatores associados abordagem familiar na ESF. Foram identificados aspectos que contribuem para a manuteno da abordagem fragmentada na ESF, assim como aspectos que podem contribuir para a superao em direo a um modelo de abordagem com foco na famlia.
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O artigo traz a evoluo e a contribuio da produo cientfica relacionada ao conceito de vulnerabilidade e sua potencialidade em estudos das doenças transmissveis. Apresenta-se o conceito de Vulnerabilidade e a produo do conhecimento em Enfermagem, particularmente desenvolvida no Grupo Pesquisa Vulnerabilidade, Adeso e Necessidades em Saúde, do CNPq. Tem como finalidade ampliar a compreenso de agravos de saúde, com base neste conceito, alm de possibilitar a proposio de intervenes para o seu enfrentamento, que extrapolem o mbito do indivduo, mas contemple a organizao do trabalho nos servios de saúde e a determinao social do processo saúde-doença.
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Este estudo teve como objetivo construir e apresentar a definio terica do conceito de gerncia do cuidado de enfermagem em cenrios hospitalares, a partir de base literria especfica. Optou-se pela utilizao das estratgias para construo de conceitos da Anlise de Conceito, as regras de formao de conceito da Anlise Arqueolgica e a Anlise Lexical como referencial terico-metodolgico. A operacionalizao das estratgias e das regras de formao de conceito possibilitou a construo do conceito gerncia do cuidado de enfermagem em cenrios hospitalares. O conceito construdo apresentou, em sua natureza, a capacidade de integrar dialeticamente os aspectos relativos ao saber-fazer do cuidar e gerenciar. A definio terica do conceito Gerncia do Cuidado de Enfermagem em Cenrios Hospitalares deu significado ao termo, no contexto inicial de construo de uma teoria, a Gerncia do Cuidado de Enfermagem em Servios de Saúde.
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Nos ltimos anos, vem se desenvolvendo uma grande rea de reflexo e pensamento, denominada "humanidades mdicas", que incorpora a realidade social e a experincia individual interface entre mdico e paciente. O grupo Humanidades, Saberes e Prticas em Saúde nasce em 2004, como ncleo de desenvolvimento de pesquisas, composto por estudantes de Medicina, com o objetivo de explorar como a prtica mdica lida com as experincias de pacientes e de mdicos e o processo saúde-doença. As linhas de ao envolvem pesquisa com mdicos oncologistas e sua viso da relao mdico-paciente na consulta oncolgica e ensino no terceiro e quarto semestres do curso de Medicina, utilizando casos clnicos, modelo terico e role play. Nessa perspectiva, busca-se aproximar a temtica da relao mdico-paciente do cotidiano dos estudantes de Medicina, contribuindo para desenvolver uma atitude humanizada frente ao ser humano portador de enfermidade.
Resumo:
Este trabalho teve por objetivo conhecer a percepção sobre o adoecimento entre estudantes dos cursos de Enfermagem, Medicina e Odontologia de uma universidade pública por meio de uma pesquisa qualitativa. Os acadêmicos participantes da pesquisa foram submetidos a entrevistas guiadas por um roteiro semiestruturado com foco no conceito de adoecimento construído por esses estudantes. As entrevistas transcritas foram organizadas e sistematizadas com auxílio do programa Atlas.ti 6 e submetidas a análise do discurso. Destacaram-se as respostas acerca do conceito de adoecimento que os alunos expressavam antes do curso e o que passaram a considerar após o ingresso na universidade. Além disso, foi feita uma análise comparada dos conceitos de adoecimento expressos pelos entrevistados dos três cursos. Percebeu-se que os acadêmicos tenderam a ampliar suas percepções sobre o processo saúde-doença, acrescentando as dimensões socioeconômica e psicológica à visão biomédica antes estabelecida.