27 resultados para Numismatics, Medieval.
Resumo:
Tendo em vista o desacordo entre os comentadores contemporâneos acerca do modo pelo qual o intelecto teorético conhece no "Kitāb al-nafs" de Avicena, investigo se esta atividade se realiza por um sentido interno que é auxiliado pelo intelecto a fim de abstrair a forma material ou se é uma atividade exclusiva do intelecto que não depende das formas materiais, mas apenas da intuição das formas inteligíveis. Contudo, algumas passagens das seções V.5 e V.6, nas quais são descritas a atividade conjunta entre intelecto e os sentidos internos e a sua atividade própria, conduzem à conclusão segundo a qual são necessários dois elementos para que o conhecimento seja realizado: a unificação da multiplicidade e a multiplicação da unidade; em outras palavras, não é suficiente que o intelecto, em conjunto com as faculdades estimativa e cogitativa, conceitualize os termos menor e maior do silogismo, mas ele também precisa intuir o termo médio.
Resumo:
Neste artigo,é exposto e discutido o caminho percorrido por Hasdai Crescas (1340-1411), filósofo judeu medieval que viveu em Barcelona, na elaboração de sua prova para a existência de Deus, formulada com base em sua crítica às provas apresentadas por Maimônides (1138-1204) no "Guia dos Perplexos". A crítica de Crescas parte da formulação de um conceito geral de existência aplicável tanto ao ser necessário quanto aos seres contingentes. Outro aspecto interessante em seu caminho para a elaboração da prova da existência de Deus é a distinção que ele faz entre quididade e existência no ser necessário, posição única entre os medievais e que introduz um importante aspecto de imanência em sua ideia de Deus, distinguindo-a radicalmente daquela defendida por Maimônides.
Resumo:
As a discipline, logic is arguably constituted of two main sub-projects: formal theories of argument validity on the basis of a small number of patterns, and theories of how to reduce the multiplicity of arguments in non-logical, informal contexts to the small number of patterns whose validity is systematically studied (i.e. theories of formalization). Regrettably, we now tend to view logic 'proper' exclusively as what falls under the first sub-project, to the neglect of the second, equally important sub-project. In this paper, I discuss two historical theories of argument formalization: Aristotle's syllogistic theory as presented in the "Prior Analytics", and medieval theories of supposition. They both illustrate this two-fold nature of logic, containing in particular illuminating reflections on how to formalize arguments (i.e. the second sub-project). In both cases, the formal methods employed differ from the usual modern technique of translating an argument in ordinary language into a specially designed symbolism, a formal language. The upshot is thus a plea for a broader conceptualization of what it means to formalize.
Resumo:
A questão "se uma elocução (palavra/termo/nome) perde seu significado com a destruição das coisas (quer dizer, as coisas significadas)"surge como uma questão sobre o valor-verdade de declarações com um termo vazio como sujeito, a saber, como um subproblema do sofisma "Se 'omnis homo de necessitate est animal' é verdade quando não há homem algum (=OHNEA)". Neste trabalho, trarei as discussões conforme elas se apresentam em "De signis" IV.2 de Roger Bacon, em "Quaestiones logicales", q. 2–3 de Peter John Olivi, no OHNEA de Boethius of Dacia, e no OHNEA de Anonymus Alani. Tais textos nos apresentam quatro modos diversos de nos relacionarmos com a questão sobre significação para OHNEA e, assim, com quatro posições diferentes sobre a relação entre significação e referência vazia. Usarei Anonymus Alani como o fio conductor de minha análise, inserindo outras posições onde tal se fizer relevante.
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Hippocrates was the first to suggest the healing power of food; however, it was not until the medieval ages that food was considered a tool to modify temperament and mood, although scientific methods as we know them today were not in use at the time. Modern scientific methods in neuroscience began to emerge much later, leading investigators to examine the role of diet in health, including mental well-being, with greater precision. This review shows how short- and long-term forced dietary interventions bring about changes in brain structure, chemistry, and physiology, leading to altered animal behavior. Examples will be presented to show how diets alter brain chemistry, behavior, and the action of neuroactive drugs. Most humans and most animal species examined in a controlled setting exhibit a fairly reproducible pattern of what and how they eat. Recent data suggest that these patterns may be under the neurochemical and hormonal control of the organisms themselves. Other data show that in many instances food may be used unconsciously to regulate mood by seemingly normal subjects as well as those undergoing drug withdrawal or experiencing seasonal affective disorders and obesity-related social withdrawal. We will discuss specific examples that illustrate that manipulation of dietary preference is actually an attempt to correct neurochemical make-up.
Resumo:
O presente trabalho focaliza a figura do diabo participando de duas expressões da chamada cultura popular medieval. Por meio de espetáculos como o Carnaval, a Festa dos Loucos, a Festa do Asno, procurei aprender, através da figura demoníaca, o intercâmbio entre duas formas de cultura - uma, séria, religiosa, feudal - relacionada com o mundo das instituições medievais - outra, cômica, irreverente, profana - ligada ao mundo medieval não institucionalizado.
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Este artigo está dividido em duas partes. Primeiro, mostramos os diferentes papéis das citações presentes no De Magistio, de Santo Agostinho. Depois, comparamos a estrutura em que o texto está disposto com a teoria que é aí desenvolvida. A partir de tal comparação, podemos ver que, nesse texto, uma teoria da linguagem não é filosoficamente fundamental e que o diálogo não é a melhor forma de alcançar a verdade.
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No contexto da Metafísica Medieval, a «beleza» foi pensada como um conceito ambíguo: ora atribuído a Deus, ora atribuído ao Mundo. O propósito deste artigo é clarificar o sentido desta ambiguidade no âmbito da filosofia do Pseudo-Dionísio Areopagita. Se, portanto, o conceito de «beleza» é, em primeiro lugar, despojado do seu carácter sensível e mundano, para ser apropriado à natureza divina, ele é, num segundo momento, aposto à própria criação, de forma a designar a manifestação visível da beleza transcendente e o chamamento vital para a perscrutação teológica.
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The debate surrounding the way in which Heidegger and Blumenberg understand the modern age is an opportunity to discuss two different approaches to history. On one hand, from Heidegger's perspective, history should be understood as starting from how Western thought related to Being, which, in metaphysical thinking, took the form of the forgetfulness of Being. Thus, the modern age represents the last stage in the process of forgetfulness of Being, which announces the moment of the rethinking of the relationship with Being by appealing to the authentic disclosure of Being. On the other hand, Blumenberg understands history as the result of the reoccupation process, which means replacing old theories with other new ones. Thus, to the historical approach it is not important to identify epochs as periods of time between two events, but to think about the discontinuities occurring throughout history. Starting from here, the modern age will be thought of not as an expression of the radicalization of the forgetfulness of Being, but as a response to the crises of medieval conceptions. For the same reason, the interpretation of history as a history of the forgetfulness of Being is considered by Blumenberg to subordinate history to an absolute principle, without taking into account its protagonists' needs and necessities.
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Este artigo apresenta uma tradução da hermenêutica sobre a unicidade de Deus de um capítulo (sura) do Alcorão, de acordo com o pensamento de Avicena (Ibn Sῑnā). É o capítulo denominado capítulo do Monoteísmo, cujo número é 112 no Alcorão. Antes, porém, há uma introdução sobre o que representou o Alcorão nos primórdios do Islã e a sua influência no desenvolvimento da filosofia e da teologia em terras do Islã. Nesse texto, pode ser constatado que, na doutrina islâmica, o primeiro fundamento e o mais rigoroso é a unicidade de Deus. É sobre isso que este artigo discorre.
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A ideia de beleza - e sua consequente fruição estética - variou conforme as transformações das sociedades humanas, no tempo. Durante a Idade Média, coexistiram diversas concepções de qual era o papel do corpo na hierarquia dos valores estéticos, tanto na Filosofia quanto na Arte. Nossa proposta é apresentar a estética do corpo medieval que alguns filósofos desenvolveram em seus tratados (particularmente Isidoro de Sevilha, Hildegarda de Bingen, João de Salisbury, Bernardo de Claraval e Tomás de Aquino), além de algumas representações corporais nas imagens medievais (iluminuras e esculturas), e assim analisar o tema em três vertentes: a) o corpo como cárcere da alma, b) o corpo como instrumento, e c) o corpo como desregramento.
Resumo:
A proposta deste trabalho é analisar a concepção filosófica depresciência em Santo Tomás de Aquino e Ramon Llull, nas obrasSuma Teológicae O Livro da Contemplação. Para isso, discorremos previamente sobre o conceito deciência, base aristotélica tomista. Por fim, apresentamos a tradução (inédita) de um extrato doLivro da Contemplação, como base documental para a segunda parte do trabalho.