109 resultados para Iniciação à prática docente
Resumo:
Apesar do reconhecimento da necessidade de mudanças no ensino médico, a prática docente tem-se mostrado resistente a modificações. Este trabalho de revisão identifica os fatores que limitam mudanças na prática docente em Medicina. Entre eles, ressaltam-se a desvalorização das atividades de ensino e a supremacia da pesquisa, a falta de identidade profissional docente, a deficiência na formação pedagógica do professor de Medicina, a resistência docente a mudanças e o individualismo dos professores universitários. É necessário estimular o desenvolvimento profissional permanente dos professores de Medicina, como instrumento de reelaboração e de transformação desta prática.
Resumo:
A maioria dos professores que ministram aulas nos cursos de Medicina "não são professores", mas "estão professores", pois não receberam, na formação acadêmica, fundamentos pedagógicos que lhes possibilitem entender e interpretar o processo ensino-aprendizagem. A partir desse pressuposto, a instituição do trabalho de Coordenação Pedagógica nesse curso pode constituir um caminho para a reflexão, supervisão e direcionamento da prática docente, possibilitando instrumentalizar e ampliar os horizontes de atuação do professor num momento em que se repensa a educação médica necessária para atender as exigências da sociedade atual, resgatando a visão holística do ser humano e o incremento da relação médico-paciente.
Resumo:
Na prática docente, verifica-se que o corpo de professores detém um alto nível de conhecimento técnico-científico, que se contrapõe às deficiências em sua formação didático-pedagógica, o que leva a resistência às mudanças. Este artigo apresenta os desafios enfrentados no processo de implementação de um projeto de educação permanente dos professores que atuam no curso de Medicina da Universidade Estadual de Londrina, com vistas ao desenvolvimento de uma prática pedagógica que leve em conta a realidade humana em toda a sua complexidade e diversidade. Para isso,foi realizado um curso deformação básica para professores-tutores, desenvolvido em três etapas e que possibilitou aos participantes a vivência da ABP. Além disso, foi constituído um grupo de estudos para refletir sobre temas relacionados à prática pedagógica docente, com uma assessoria pedagógica. Este grupo foi denominado Grupo de Estudos Seqüenciais, e o resultado esperado é a formação de multiplicadores. A superação dos desafios do processo de profissionalização do docente médico requer que se avaliem constantemente todas as iniciativas implantadas, pois este processo de acompanhamento auxiliará um aperfeiçoamento contínuo.
Resumo:
A prática pedagógica é considerada o domínio específico da profissão docente, sendo elemento definidor da identidade profissional do professor. Este trabalho investigou as concepções de professores de Medicina de uma instituição federal de ensino superior sobre as características de um bom professor. Foi utilizada a abordagem qualitativa de pesquisa, e os dados foram coletados por meio de questionário e de entrevista semiestruturada com professores do ciclo profissional de um curso de Medicina. Como características do bom professor destacaram-se as competências científica, pedagógica e relacional/afetiva, notando-se que os docentes de Medicina já incorporaram a noção de que para ser um bom professor não basta apenas conhecer o conteúdo da disciplina sob sua responsabilidade. Assim, torna-se importante o investimento institucional em cursos de formação didático-pedagógica em uma perspectiva de reflexão sobre a prática docente executada.
Resumo:
OBJETIVO: Investigar a formação de novos docentes de Nutrição por meio do aprendizado com antigos mestres e traçar um panorama desses conhecimentos, despertando para a importância de uma formação específica em docência. MÉTODOS: Trata-se de um estudo qualitativo, descritivo e exploratório, realizado com 11 docentes de Nutrição de uma instituição federal de ensino superior de Goiânia. O questionário e a entrevista semiestruturada foram utilizados como instrumentos de coleta de dados. Os dados obtidos no questionário foram analisados pela estatística descritiva simples, e os das entrevistas, pela análise de conteúdo. RESULTADOS: As características apontadas como importantes para a formação dos docentes foram dedicação e compromisso com a docência, atualização profissional aliada ao ensino e à pesquisa, organização e disciplina, gosto pela docência, ética, bom relacionamento com os alunos, associação entre teoria e prática docente, rigor científico e interdisciplinaridade no momento do ensino. CONCLUSÃO: O estudo constata a importância da aprendizagem com os antigos mestres, sem descartar a necessidade de uma formação específica em docência.
Resumo:
A pesquisa teve por objetivo registrar eventuais mudanças nas decisões instrucionais e nas representações sobre o ensino, resultantes de um trabalho sistemático de reflexão sobre a prática, em um curso de formação inicial de professores de Física. Na Faculdade, os participantes assistiam aos vídeos de seus desempenhos em classes do secundário, analisando, problematizando e propondo reformulações para suas práticas docentes. O estudo descreve as características que marcaram a interação professor-licenciandos, facilitando o processo de (re)construção e (re)formulação das representações e das práticas docentes.
Resumo:
OBJETIVO: Analisar a idade e o uso do preservativo na iniciação sexual de adolescentes brasileiros em dois períodos: 1998 e 2005. MÉTODOS: Amostras representativas da população urbana brasileira foram entrevistadas em inquérito domiciliar por duas pesquisas, realizadas em 1998 e 2005. Dentre os entrevistados, 670 jovens (16 a 19 anos) sexualmente ativos foram selecionados para o estudo, 312 de 1998 e 358 de 2005. Para análise dos dados ponderados foram utilizados o teste qui-quadrado de Pearson e o teste exato de Fisher (±<5%). RESULTADOS: Em 2005, 61,6% dos jovens entrevistados tinham iniciado-se sexualmente, cuja idade média foi 14,9 anos, sem diferenças significativas para os jovens entrevistados em 1998. O uso de preservativo na primeira relação sexual aumentou significativamente em relações estáveis (48,5% em 1998 vs. 67,7% em 2005) e casuais (47,2% em 1998 vs. 62,6% em 2005) em quase todos os segmentos. Persistiram as diferenças relacionadas à iniciação sexual e ao uso de preservativos segundo gênero, cor da pele e escolaridade, tal como observado em 1998. A diminuição no uso de preservativo entre os jovens que se iniciaram sexualmente antes dos 14 anos, em todos os contextos de parceria, foi expressiva na região Sudeste e entre os mais escolarizados. CONCLUSÕES: Como em outros países, observou-se tendência à estabilização da idade da iniciação sexual entre jovens de 15 a 19 anos. O adiamento do início da vida sexual, mais freqüente entre os jovens mais escolarizados, deve ser tema discutido no planejamento da educação dos adolescentes para a sexualidade e prevenção das IST. Quanto à diminuição da vulnerabilidade ao HIV, é relevante e significativo o incremento no uso de preservativo na iniciação sexual.
Resumo:
OBJETIVO: Analisar o modelo de atuação de coordenadores de grupos de promoção da saúde em unidades básicas de saúde vinculadas à formação de profissionais. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS: Estudo qualitativo realizado no município de Florianópolis, SC, em 2001. Foram analisados quatro grupos, totalizando 24 sessões em unidades básicas de saúde. Procedeu-se à observação participante para iniciar o trabalho de campo. Os relatos foram analisados por meio da técnica de análise do discurso do tipo enunciativo-pragmático. ANÁLISE DOS RESULTADOS: As formas de atuação dos coordenadores congruentes ao modelo preventivista foram: opressiva, pedagógica bancária, biologicista e higienista, prescritiva de condutas e culpabilizadora, infantilizadora, redutora das problemáticas coletivas, desfavorecedora do setting grupal, além de utilização de solilóquio. As formas de atuação consonantes ao Modelo da Nova Promoção foram: facilitadora da livre expressão e autonomia, comunicadora empática, construcionista, acolhedora, utilizou a escuta ativa, além de promover a superação da violência e alienação. CONCLUSÕES: Os coordenadores atuaram primordialmente por meio do modelo preventivista e sem utilizar recursos técnicos e teóricos alusivos à metodologia grupal na área da saúde. As atuações identificadas nos modelos preventivista e a nova promoção da saúde desvelam características que se fundamentam, respectivamente, nas éticas da - opressão/subordinação e; - na cooperação/aceitação dos usuários como livres e responsáveis por suas escolhas e conseqüências.
Resumo:
A mieloperoxidase (MPO) é uma enzima derivada de leucócitos que catalisa a formação de numerosas espécies reativas oxidantes. Além de integrantes da resposta imune inata, evidências têm comprovado a contribuição desses oxidantes para o dano tecidual durante inflamação. A MPO participa de atividades biológicas pró-aterogênicas relacionadas à evolução da doença cardiovascular, incluindo iniciação, propagação e as fases de complicação aguda do processo aterosclerótico. Dessa forma, a MPO e sua cascata inflamatória representam um alvo atrativo para investigação prognóstica e terapêutica na doença aterosclerótica cardiovascular. Nesta revisão, apresentamos o estado da arte no entendimento das ações biológicas às evidências clínicas da relação entre MPO e doença arterial coronariana. Vários estudos apontam para o efeito independente dos níveis de MPO na evolução da doença e ocorrência de eventos em pacientes com síndrome coronariana aguda. Entretanto, ainda não é consistente o valor preditivo adicional dos níveis de MPO na estratificação de risco cardiovascular para incorporá-la à prática clínica como sinalizadora de vulnerabilidade de placa. Estudos adicionais são necessários para confirmar seu papel nas diferentes formas de apresentação da cardiopatia isquêmica, além da padronização do ensaio, ponto fundamental para a transição desse marcador do ambiente de pesquisa para uso na rotina clínica.
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RESUMO No atual contexto de transformações no campo da assistência à saúde mental no Brasil, a Universidade tem a responsabilidade de redirecionar a qualificação profissional da força de trabalho em saúde. Este artigo versa sobre a experiência de um Programa de Integração Docente-Assistencial envolvendo a Secretaria de Estado de Saúde e a Universidade de São Paulo. Particulariza a experiência de estudantes de enfermagem cursando a disciplina de enfermagem psiquiátrica. A análise da avaliação dos alunos do programa teórico-prático desenvolvido na unidade, ancorado nos pressupostos da Reabilitação Psicossocial indica, ao mesmo tempo, que o modelo de atenção interfere diretamente na qualificação das práticas e, simultaneamente, desenvolve nos alunos atitudes e conhecimentos que os qualificam para desempenhar de forma coerente suas funções.
Resumo:
O objeto de estudo deste trabalho é o processo de integração docente-assistencial entre a Escola de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e o Hospital de Clínicas de Porto Alegre, enfocando os atores envolvidos e a sua prática histórica concreta. Pretende-se conhecer a dinâmica das relações do referido processo, entendendo-o como um trabalho coletivo que resulta de transformações históricas e sociais. A dicotomia inter-institucional transparece como regra, desencadeando uma problemática de integração. A IDA existente não é harmônica, mas as relações de força que a integram devem ser aproveitadas como instrumento para sua ação e transformação, definindo a construção/reconstrução de novas alternativas.
Resumo:
Este estudo propôs avaliar o perfil dos alunos e os conhecimentos produzidos no Programa de Pós-Graduação em Enfermagem na Saúde do Adulto (PROESA), por meio de um estudo documental, exploratório e descritivo, desde a criação do Programa (2000) até setembro de 2004. A demanda dos alunos do PROESA no período analisado foi, predominantemente, de egressos do curso de graduação da EEUSP (46,5%), sem experiência em iniciação científica, com elevada média de tempo de formado, desempenhando prática assistencial. No período analisado foram concluídas 43 produções (2,4 produções / docente). Dentre as linhas de pesquisa, o destaque foi para a linha "Tecnologia na saúde do adulto". Quanto ao delineamento das pesquisas prevaleceu o não intervencionista e a maioria de trabalhos descritivos. A divulgação dos conhecimentos está sendo ampliada paulatinamente, frente à identificação de que o maior agente dificultador é o longo período de espera para a concretização das publicações e o pequeno número de periódicos com Qualis A e B CAPES, preferencialmente internacional, na área da enfermagem.
Resumo:
Trata-se de estudo transversal conduzido com 222 adolescentes mulheres, entre 15 e 19 anos de idade, moradoras da área de uma unidade de saúde da família na zona leste da cidade de São Paulo, cujo objetivo foi descrever as motivações para iniciar ou não a vida sexual e os fatores associados a tal evento. As adolescentes que já haviam iniciado a vida sexual eram mais velhas, não coabitavam com os pais, estavam ausentes do sistema educacional, habitavam domicílios ocupados e namoravam em maior proporção do que as sem experiência sexual. Observou-se também que, na opinião das entrevistadas, a iniciação sexual, independente do matrimônio, pareceu ser aceita, mas foi largamente relatado o desejo da existência de vínculo afetivo-amoroso com o parceiro da primeira prática sexual, reforçando que o tradicional papel atribuído à sexualidade feminina, pelas relações de gênero, ainda forma a base do comportamento sexual dessas garotas.
Resumo:
As novas diretrizes da educação para cursos de graduação da área da saúde trazem a necessidade da formação de um profissional preparado para enfrentar a vida e a morte. Investigar a morte e o morrer, no contexto da formação do enfermeiro, significa contribuir para humanizar o estar educando e formar profissionais críticos e humanistas. Realizamos entrevistas individuais com docentes, de forma que cada um pudesse revelar o seu pensar sobre a vivência da morte e do morrer na prática educativa entre o enfermeiro/docente e o acadêmico de Enfermagem, no campo hospitalar. Para análise, nos aproximamos de algumas idéias de Heidegger, evidenciando que o educar para a morte parece somente se fazer possível a partir da reflexão do existir humano, do pensar e aceitar a finitude. Compreendendo a própria morte e o próprio existir será possível projetar possibilidades de educar para cuidar no processo de morte.
Resumo:
Este trabalho contrapõe-se, de um lado, a investigações cognitivistas que mostram imprecisões conceituais e exaltações exageradas da capacidade de reflexão e autonomia do professor e, de outro, a estudos evolutivos sobre a carreira docente que não explicam os "desvios de rota" encontrados no desenvolvimento desse profissional do ensino. O estudo pretendeu identificar níveis de aquisição da profissionalidade docente, nos âmbitos da prática pedagógica, da autonomia e da identidade profissional, e a investigar formas de reação dos professores a conflitos presentes no cotidiano escolar. Foram entrevistados 19 professores de 5ª a 8ª séries, de uma escola estadual de Araraquara, Estado de São Paulo, empregando-se um conjunto de histórias que simulavam situações escolares problemáticas. A análise dos depoimentos possibilitou o estabelecimento de três níveis hierárquicos na aquisição da profissionalidade docente, cada qual se fazendo acompanhar de uma forma de reação compensatória ao conflito. O estudo indica que a mudança da prática profissional do professor depende de sua sensibilização não apenas à própria mudança, mas também aos fatores perturbadores centrais, nem sempre percebidos, do equilíbrio atingido. O professor pode perceber o conflito, sem que seja sensível à mudança; e pode sensibilizar-se a mudar, sem que saiba como fazê-lo.