58 resultados para Dirce
Resumo:
O Índice de Qualidade da Dieta Revisado é um indicador de qualidade da dieta desenvolvido consoante com as recomendações nutricionais vigentes. Os dados dietéticos foram provenientes do estudo de base-populacional, Inquérito de Saúde e Alimentação (ISA)-Capital-2003. O Índice contém 12 componentes, sendo nove fundamentados nos grupos de alimentos do Guia Alimentar Brasileiro de 2006, cujas porções diárias são expressas em densidade energética; dois nutrientes (sódio e gordura saturada); e Gord_AA (calorias provenientes de gordura sólida, álcool e açúcar de adição). O Índice de Qualidade da Dieta Revisado propicia mensurar variados fatores de riscos dietéticos para doenças crônicas, permitindo, simultaneamente, avaliar e monitorar a dieta em nível individual ou populacional.
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OBJETIVO: Estimar a prevalência de sintomas respiratórios e analisar fatores associados, bem como medidas de pico de fluxo expiratório em escolares. MÉTODOS: Estudo descritivo transversal com escolares de dez a 14 anos de Monte Aprazível, SP. Foram aplicados questionários sobre sintomas de asma e de rinite do protocolo International Study of Asthma and Allergies in Childhood, questões sociodemográficas, fatores predisponentes e antecedentes pessoais e familiares. Foram realizadas medidas repetidas do pico de fluxo expiratório nas crianças e dos níveis de concentração de material particulado (MP2,5) e de black carbon. RESULTADOS: A prevalência de sintomas de asma foi de 11% e de 33,2% de rinite; 10,6% apresentaram mais de quatro crises de sibilos nos últimos 12 meses. Antecedentes familiares para bronquite e rinite associaram-se à presença de asma (p = 0,002 e p < 0,001) e de rinite atuais (p < 0,001 e p < 0,001, respectivamente). Para rinite, houve associação com presença de mofo ou rachadura na casa (p = 0,009). Houve maior freqüência de rinite nos meses de junho a outubro, período de safra da cana de açúcar. Prevalência diária de pico de fluxo expiratório abaixo de 20% da mediana de medidas na criança foi maior em dias com maior concentração de MP2,5. CONCLUSÕES: A prevalência de sintomas de asma está abaixo e a de rinite está acima da média nacional. Ainda que dentro dos níveis aceitáveis, a poluição nos períodos de queima da palha da cana-de-açúcar pode contribuir para a exacerbação de episódios de asma e de rinite.
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OBJETIVO: Estimar a frequência das deficiências físicas em pacientes tratados de hanseníase após alta medicamentosa e analisar sua distribuição espacial. MÉTODOS: Estudo descritivo transversal com 232 pessoas tratadas de hanseníase de 1998 a 2006. As deficiências físicas foram avaliadas pelo Grau de Incapacidades da Organização Mundial da Saúde (GI/OMS) e pelo Eye-Hand-Foot (EHF). Os ex-pacientes foram geocodificados pelo endereço de residência e os serviços de reabilitação pelo endereço de sua sede. Foram apresentadas as frequências para o total e para os grupos grau 0, grau 1 e grau 2 do GI-OMS, considerando-se as variáveis clínicas e sociodemográficas na análise descritiva. Foram utilizados os testes t de Student, qui-quadrado (χ2) ou de Fisher, conforme apropriado, considerando-se significativos p < 0,05. RESULTADOS: Cerca de 51,6% era do sexo feminino, com média de idade de 54 anos (dp15,7); 30,5% tinha menos de dois anos de educação formal; 43,5% trabalhava e 26,9% estava aposentado; a forma dimorfa predominou (39,9%). As deficiências avaliadas pelo GI-OMS e pelo EHF atingiram 32% dos ex-pacientes. A presença de deficiências foi maior com o aumento da idade (p = 0,029), em casos multibacilares (p = 0,005) e com julgamento ruim do paciente sobre sua saúde física (p < 0,001). Os que necessitavam de prevenção/reabilitação percorreram distância média de 5,5 km até o serviço de reabilitação. As pessoas com deficiência física estavam distribuídas em todo o município, mas concentravam-se na área mais populosa e de maior carência socioeconômica. CONCLUSÕES: A frequência de deficiências é elevada após a alta medicamentosa. Os ex-pacientes mais velhos, os que tiveram formas multibacilares da doença, os de baixa escolaridade e os que julgam mal a própria saúde física merecem atenção especial para a prevenção e reabilitação de deficiências. A distância entre os serviços de reabilitação e as residências dos pacientes requer reorganização da rede de atendimento no município.
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OBJETIVO: Analisar os óbitos por causas externas e causas mal definidas em mulheres em idade fértil ocorridos na gravidez e no puerpério precoce. MÉTODOS: Foram estudados 399 óbitos de mulheres em idade fértil de Recife, PE, de 2004 a 2006. A pesquisa utilizou o método Reproductive Age Mortality Survey e um conjunto de instrumentos de investigação padronizados. Foram usados como fontes de dados laudos do Instituto Médico Legal, prontuários hospitalares e da Estratégia Saúde da Família e entrevistas com os familiares das mulheres falecidas. Óbitos por causa externa na gravidez foram classificados de acordo com a circunstância da morte usando-se o código O93 e calculadas as razões de mortalidade materna antes e depois da classificação. RESULTADOS: Foram identificados 18 óbitos na presença de gravidez. A maioria das mulheres tinha entre 20 e 29 anos, de quatro a sete anos de estudo, eram negras, solteiras. Quinze óbitos foram classificados com o código O93 como morte relacionada à gravidez (13 por homicídio - O93.7; dois por suicídio - O93.6) e três mortes maternas obstétricas indiretas (uma homicídio - O93.7 e duas por suicídio - O93.6). Houve incremento médio de 35,0% nas razões de mortalidade materna após classificação. CONCLUSÕES: Os óbitos por causas mal definidas e no puerpério precoce não ocorrem por acaso e sua exclusão dos cálculos dos indicadores de mortalidade materna aumentam os níveis de subinformação.
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OBJETIVO Avaliar a confiabilidade e a validade do Índice de Qualidade da Dieta Revisado de acordo com as propriedades psicométricas. MÉTODOS Estudo transversal em amostra probabilística do município de São Paulo, SP, com 2.375 indivíduos com idade maior ou igual a 12 anos, de ambos os sexos, incluídos no Inquérito de Saúde, realizado em 2003. As informações sobre características da população foram obtidas por meio de questionário. Dados do consumo alimentar foram obtidos pela aplicação do Recordatório de 24 horas, utilizado para calcular o Índice de Qualidade da Dieta Revisado (IQD-R). Foram avaliados (1) validade de conteúdo, comparando os componentes com as recomendações do Guia Alimentar para a População Brasileira; (2) validade de constructo, por meio da análise fatorial pelo método dos componentes principais e verificando se o índice consegue mensurar a qualidade da dieta independente da energia ingerida; (3) validade discriminante; e (4) a confiabilidade do IQD-R pela análise da consistência interna dos itens utilizando o coeficiente alfa de Cronbach. RESULTADOS As correlações entre os escores dos componentes e a energia consumida foram fracas (r #< 0,30). A análise de componentes principais indicou a presença de quatro fatores com autovalores #> 1 que representaram 67% da variância do índice. A validade discriminante do IQD-R foi observada comparando os indivíduos por sexo e hábito de fumar, identificando diferenças estatisticamente significativas entre as médias dos componentes do IQD-R e o escore final. O valor do alfa de Cronbach (α = 0,7) indicou a presença de consistência interna entre os componentes do IQD-R. O componente Gord_AA, seguido dos componentes frutas totais e frutas integrais, apresentaram maior correlação com a pontuação final do índice. CONCLUSÕES O Índice de Qualidade da Dieta Revisado mostrou-se confiável e estruturalmente válido quando utilizado para avaliar e monitorar a qualidade da dieta de brasileiros.
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OBJETIVO Avaliar a distribuição da ingestão de ácido fólico e a segurança de diferentes doses de suplementos em mulheres em idade reprodutiva. MÉTODOS Foram utilizados dados de consumo a partir de dois dias não consecutivos de registro alimentar de 6.837 mulheres em idade reprodutiva (19 a 40 anos) participantes do Inquérito Nacional de Alimentação, módulo da Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009. Médias e percentis de consumo habitual de folato natural e ácido fólico foram estimados utilizando o método do National Cancer Institute . Cinco cenários foram simulados somando-se diferentes doses diárias de fortificação (400 mcg, 500 mcg, 600 mcg, 700 mcg e 800 mcg) ao ácido fólico oriundo dos alimentos consumidos pelas mulheres. Comparou-se o total de ácido fólico (dieta + suplemento) com o nível máximo de ingestão tolerável (UL = 1.000 mcg) para definir a dose segura de suplementação. RESULTADOS Mulheres com ingestão habitual de ácido fólico acima do nível máximo de ingestão tolerável foram observadas para doses de suplemento de 800 mcg (7,0% das mulheres). Abaixo desse valor, qualquer dose de suplementação mostrou-se segura. CONCLUSÕES O uso de suplementos de até 700 mcg de ácido fólico mostrou-se seguro.
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OBJETIVO : Analisar a adesão ao Guia Alimentar para População Brasileira. MÉTODOS : Amostra composta por participantes do Inquérito de Saúde de São Paulo (n = 1.661) que preencheram dois recordatórios de 24 horas. Foi utilizado modelo bivariado de efeito misto para a razão entre o consumo de energia do grupo de alimentos e o consumo calórico total. A razão estimada foi utilizada para calcular o percentual de indivíduos com consumo abaixo ou acima da recomendação. RESULTADOS : Pelo menos 80,0% da população consome abaixo do recomendado para: leite e derivados; frutas e sucos de frutas; e cereais, tubérculos e raízes; aproximadamente 60,0% para legumes e verduras; 30,0% para feijões; e 8,0% para carnes e ovos. Adolescentes apresentaram a maior inadequação para legumes e verduras (90,0%), e o estrato de maior renda foi associado à menor inadequação para óleos, gorduras e sementes oleaginosas (57,0%). CONCLUSÕES : Foi observado consumo inadequado dos grupos de alimentos relacionados com aumento do risco de doenças crônicas.
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OBJETIVO: Estimar a prevalência de ingestão inadequada de nutrientes na população idosa brasileira. MÉTODOS: Foram analisados dados do Inquérito Nacional de Alimentação como parte da Pesquisa de Orçamentos Familiares, em 2008-2009. Dados de consumo alimentar individual de 4.322 indivíduos com 60 anos ou mais foram obtidos por meio do registro alimentar de dois dias não consecutivos. A ingestão habitual para cada nutriente foi estimada pelo método do National Cancer Institute, cujos modelos tiveram como covariáveis sexo e região. As prevalências de inadequação de ingestão de micronutrientes foram estimadas segundo sexo e região utilizando o método da EAR como ponte de corte. RESULTADOS: Elevadas prevalências de inadequação (> 50%) foram observadas para as vitaminas E, D, A, cálcio, magnésio e piridoxina em ambos os sexos. Em todas as regiões, observou-se 100% de inadequação de vitamina E. Vitamina D obteve percentuais de inadequação próximos de 100% em todas as regiões, exceto para a região Norte. As prevalências de inadequação de vitamina A foram superiores a 70% nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Cálcio e magnésio foram os minerais com maior prevalência de ingestão inadequada (> 80%) em todas as regiões. CONCLUSÕES: Idosos brasileiros apresentam elevada inadequação da ingestão de nutrientes, reconhecidos como protetores contra doenças crônicas.
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A double-blind clinical trial involving 120 patients with chronic schistosomiasis was carried out to compare the tolerability and efficacy of praziquantel and oxamniquine. The patients were randomly allocated into two groups. One was treated with praziquantel, 55 mg/kg of body weight CBWT), and the other one with oxamniquine, 15mg/kg bwt, administered in a single oral dose. The diagnosis and the parasitological follow-up was based on stool examinations by quantitative Kato-Katz method and on rectal biopsies. Side-effects mainly dizziness, sleepness, abdominal distress, headache, nausea and diarrhea were observed in 87% of the cases. Their incidence, intensity and duration were similar for both drugs but abdominal pain was significantly more frequent after praziquantel intake and severe dizziness was more commonly reported after oxamniquine. A significant increase of alanine-aminotransferase and y-glutamyltransferase was found with the latter drug and of total bilirubin with the former one. A total of 48 patients treated with praziquantel and 46 with oxamniquine completed with negative findings the required three post-treatment parasitological controls three slides of each stool sample on the first, third and sixth month. The achieved cure rates were 79.2% and 84.8%, respectively, a difference without statistical significance. The non-cured cases showed a mean reduction in the number of eggs per gram of feces of 93.5% after praziquantel and of 84.1% after oxamniquine. This diference also was not significant. Five patients retreated with praziquantel were cured but only one out of three treated a second time with oxamniquine. These findings show that both drugs despite their different chemical structures, pharmacological properties and mechanisms-of-action induce similar side-effects as well as a comparable therapeutical efficacy, in agreement with the results reported from analogous investigations.
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Crossed immunoelectrophoresis (IEC) was used for detection of free and complexed circulating polisaccharide anodic antigen (AgCA) of Schistosoma mansoni in sera of infected hamsters. An attempt was also done to detect AgCA in human sera from patients infected with S. mansoni. The conditions for isolation and detection of complexed AgCA were established. The sensitivity of IEC was increased by incorporation of 2% polyethylene glicol (PEG) to the agarose and by maintaining the system at 4°C during the electrophoretic run. Free AgCA was detected in 12 and the complexed in 30 of the 37 hamsters sera analysed. Correlation between AgCA (free and complexed) and the parasite load was observed. AgCA was not detected, under the experimental conditions used, in human sera from 7 patients in the acute and 23 in the chronic phase of infection.
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An immunoprecipitation technique, ELIEDA (enzyme-linked-immuno-electro-diffusion assay), was evaluated for the diagnosis of Schistosoma mansoni infection with low worm burden. One hundred of serum samples from patients excreting less than 600 eggs per gram of feces (epg), with unrelated diseases and clinically healthy subjects were studied. In patients with egg counts higher than 200 epg, the sensitivities of IgM and IgG ELIEDA were 1.000 and 0.923, respectively, not differing from other Serologic techniques, such as indirect hemaglutination (IHAT), immunofluorescence (IFT) tests and immuno-electrodiffusion assay (IEDA). However in patients with low egg counts (< 100 epg), the IgG ELIEDA provided better results (0.821) than IgM ELIEDA (0.679), showing sensitivity that did not differ from that of IgG IFT (0.929), but lower than that of IgM IFT (0.964). However, its sensivity was higher than that found with IHAT (0.607) and IEDA (0.536). The specificity of IgG ELIEDA was comparable to that of other techniques. The data indicate that IgG ELIEDA might be useful for the diagnosis of slight S. mansoni infections, and the cellulose acetate membrane strips can be stored for further retrospective studies.
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Antibodies to a number of parasite antigens are found in schistosomiasis patients, and antibodies to early developmental stages were demonstrated to be efficient immunologic markers for the diagnosis of schistosomiasis. In the present study, decay patterns of IgM and IgG antibodies against cercariae and schistosomula were investigated, in comparison to antibodies against worms and eggs in schistosomiasis patients after chemotherapy, for an investigation of seroepidemiologic aspects. Data obtained in the study of 359 serum samples from patients with Schistosoma mansoni infection, noninfected individuals, and patients followed-up for a period of 12 to 15 months after treatment provided the basis to postulate a general pattern for the kinetics of antibody decay. Before treatment, the antibody pattern was represented by a unimodal curve, which shifted to a bimodal curve after treatment, and ended with a unimodal curve similar to that for the noninfected group. Different types of antibodies were classified into four categories according to their decay features, and anti-schistosomulum IgM was classified into the moderate-decay caterogy, whereas other antibodies to early parasite stages were classified into the slow-decay category. The present methodology permits the identification of the most suitable antibodies to be detected in field control programs for schistosomiasis or other parasitoses
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Enterocytozoon bieneusi is the most prevalent microsporidian parasite that causes gastrointestinal infection in persons with AIDS. Microsporidia are increasingly recognized as important opportunistic pathogens all over the world but in Brazil only few cases have been reported due either to the non awareness of the clinical presentation of the disease or to difficulties in the laboratory diagnosis. We report a 3-year follow-up of a Brazilian HIV-positive patient in whom microsporidial spores were detected in stools and were identified as E. bieneusi using electron microscopy and PCR. The patient presented with chronic diarrhea, CD4 T-lymphocytes count below 100/mm3 and microsporidial spores were consistently detected in stools. Albendazole was given to the patient in several occasions with transient relief of the diarrhea, which reappeared as soon as the drug was discontinued. Nevertheless, a diarrhea-free period with weight gain up to 18 Kg occurred when a combination of nucleoside and protease inhibitors was initiated as part of the antiviral treatment.
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A serosurvey of varicella has been carried out in children attending the public school network of São Paulo city, Brazil, from 1992 to 1994. This study was performed in order to establish the age related prevalence of antibodies against varicella-zoster virus (VZV) and its age specific transmission dynamics pattern in these children. Among 2500 schools in the city of São Paulo public network, 304 were randomly selected; 7 children of a given age (ranging from 1 to 15 years) were randomly selected in each school, and blood samples were obtained by fingerprick into filter paper. Blood eluates were analyzed for the presence of antibodies to VZV by ELISA. Proportion of seropositivity were calculated for each age group. Samples consisted of 1768 individuals in 1992, 1758 in 1993, and 1817 in 1994, resulting in 5343 eluates. A high proportion of seropositive children from 1 to 3 years of age was observed, ascending until 10 years of age and reaching a plateau around 90% afterwards. VZV transmission in this community was similar along the three years of the study. In children attending public schools in the city of São Paulo, contact with VZV occurs in early childhood. If immunization against VZV is considered it should be introduced as soon as possible.