94 resultados para Atividade da vida diária
Resumo:
Trata-se de estudo multicêntrico visando levantar as necessidades de saúde da população de idosos residentes em zona urbana, conduzido em 6 países na América Latina e coordenado pela Organização Panamericana da Saúde. No Brasil, 1.602 idosos (60 anos e +) residentes no Distrito de São Paulo, participaram de inquérito domiciliar com questionário de avaliação funcional multidimensional - amostra populacional aleatória, em múltiplos estágios, estratificada por nível socioeconômico. Os resultados mostraram uma população bastante carente (70% tinha uma renda per capita de menos de 100 dólares por mês), vivendo predominantemente em domicílios multigeracionais (59% viviam com os filhos e/ou com netos), com alta prevalência de doenças crônicas (somente 14% referiu não ter nenhuma doença) e distúrbios psiquiátricos (27% foram considerados casos psiquiátricos), e com uma elevada proporção de pessoas com perda de autonomia (47% precisavam de ajuda para realizar pelo menos uma das atividades da vida diária). Os resultados são analisados tendo em vista as demandas futuras por serviços de saúde especializados e suporte social por parte da crescente população de idosos no Brasil.
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OBJETIVO: Identificar fatores associados a quedas e a quedas recorrentes em idosos vivendo na comunidade, determinando o risco relativo de cada fator como preditor para quedas. MÉTODOS: Trata-se de um estudo de seguimento de dois anos, por meio de duas ondas de inquéritos multidimensionais domiciliares (1991/92 e 1994/95) com uma coorte de 1.667 idosos de 65 anos ou mais residentes na comunidade, município de São Paulo, SP. O instrumento utilizado foi um questionário estruturado, versão brasileira do OARS: Brazilian Multidimensional Functional Assessment Questionnaire (BOMFAQ). Foi realizada uma análise de regressão logística, passo a passo, com p<0,05 e IC de 95%. RESULTADOS: Cerca de 31% dos idosos disseram ter caído no ano anterior ao primeiro inquérito; cerca de 11% afirmaram ter sofrido duas ou mais quedas. Durante o seguimento, 53,4% dos idosos não referiram quedas, 32,7% afirmaram ter sofrido queda em pelo menos um dos inquéritos e 13,9% relataram quedas em ambos os inquéritos. O modelo preditivo de quedas recorrentes foi composto das variáveis: ausência de cônjuge (OR=1,6 95% IC 1,00-2,52), não ter o hábito de ler (OR=1,5 95% IC 1,03-2,37), história de fratura (OR=4,6 95% CI 2,23-9,69), dificuldade em uma a três atividades de vida diária (OR=2,37 95% CI 1,49-3,78), dificuldade em quatro ou mais atividades de vida diária (OR=3,31 95% CI 1,58-6,93) e entre aqueles idosos com visão mais comprometida (OR=1,53 95% CI 1,00-2,34). CONCLUSÕES: O envelhecimento populacional e o aumento da expectativa de vida demandam ações preventivas e reabilitadoras no sentido de diminuir os fatores de risco para quedas, como o comprometimento da capacidade funcional, a visão deficiente e a falta de estimulação cognitiva.
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OBJETIVO; Investigar a influência de fatores socioeconômicos e demográficos relativos à saúde, bem como os fatores ligados às atividades sociais e à avaliação subjetiva da saúde sobre a capacidade funcional dos idosos. MÉTODOS: Estudo transversal, integrante de estudo multicêntrico, em amostra representativa do município de São Paulo, realizado em 1989. A capacidade funcional foi avaliada através da escala de atividades da vida diária pessoal e instrumental e investigada como variável dicotômica: ausência de dependência - incapacidade/dificuldade em nenhuma das atividades versus presença de dependência moderada/grave - incapacidade/dificuldade em 4 ou mais atividades. Análise de regressão logística múltipla foi aplicada aos fatores hierarquicamente agrupados. RESULTADOS: As características que se associaram com a dependência moderada/grave foram analfabetismo, ser aposentado, ser pensionista, ser dona de casa, não ser proprietário da moradia, ter mais de 65 anos, ter composição familiar multigeracional, ter sido internado nos últimos 6 meses, ser "caso" no rastreamento de saúde mental, não visitar amigos, ter problemas de visão, ter história de derrame, não visitar parentes e ter avaliação pessimista da saúde ao se comparar com seus pares. CONCLUSÕES: As características identificadas que se associaram à dependência moderada/grave sugerem uma complexa rede causal do declínio da capacidade funcional. Pode-se supor, entretanto, que ações preventivas especificamente voltadas para certos fatores podem propiciar benefícios para o prolongamento do bem estar da população idosa.
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OBJETIVO: Investigar a história da queda relatada por idosos, identificando fatores possivelmente relacionados, assim como local de ocorrência, causas e conseqüências. MÉTODOS: A amostra da investigação constou de 50 idosos, de ambos os sexos, com idade de 60 anos ou mais, residentes em Ribeirão Preto, SP, que haviam sido atendidos em duas unidades de um hospital público. Foram consultados prontuários e realizadas visitas domiciliares para aplicação de um questionário estruturado com perguntas abertas, fechadas e mistas relativas à queda. RESULTADOS: Os dados obtidos mostraram uma realidade que não difere substancialmente daquela encontrada em outros países. A maioria das quedas ocorreu entre idosos do sexo feminino (66%), com idade média de 76 anos, no próprio lar do idoso (66%). As causas foram principalmente relacionadas ao ambiente físico (54%), acarretando sérias conseqüências aos idosos, sendo as fraturas as mais freqüentes (64%). A queda teve grande impacto na vida do idoso no que se refere às atividades da vida diária. Provocou maior dependência para a realização de atividades como: deitar/levantar-se, caminhar em superfície plana, cortar unhas dos pés, tomar banho, caminhar fora de casa, cuidar das finanças, fazer compras, usar transporte coletivo e subir escadas. CONCLUSÕES: O estudo demonstrou que a queda ocorrida entre os idosos traz sérias conseqüências físicas, psicológicas e sociais, reforçando a necessidade de prevenção da queda, garantindo ao idoso melhor qualidade de vida, autonomia e independência.
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OBJETIVO: Verificar o grau de concordância entre as medidas obtidas a partir da percepção do cuidador e a observação direta do profissional da área da saúde quanto ao desempenho das atividades de vida diária de idosos em programa de assistência domiciliária. MÉTODOS: Foram feitas observações do desempenho em 40 idosos e entrevistas com seus respectivos cuidadores. Durante a visita domiciliar, os dados quanto à percepção do cuidador foram coletados por meio do instrumento Medida de Independência Funcional (MIF), respondido a um observador independente. O idoso foi observado pelo profissional da saúde quanto à sua capacidade funcional com observação direta da MIF, em relação às seis dimensões que esse instrumento contempla: autocuidados, controle de esfíncteres, transferências, locomoção, comunicação e cognição social. RESULTADOS: O coeficiente de correlação intraclasse mostrou concordância excelente para todas as dimensões, sendo que a MIF total obteve o escore mais alto (0,95). Somente as dimensões "autocuidados" e "transferências" apresentaram viés entre as medidas (teste do sinal: p<0,001). Para as dimensões em que o teste do sinal verificou vieses, estes não apareceram quando aplicado o gráfico de Bland-Altman. CONCLUSÕES: A obtenção de concordância entre as medidas do profissional e cuidador mostra boa interação entre a equipe do programa e os cuidadores, o que é muito importante na avaliação e tratamento do idoso. Os resultados também sugerem que, quando utilizado um instrumento de validade e confiabilidade como a MIF, a reprodutibilidade das medidas encontradas é grande, mesmo para diferentes formas de observação.
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OBJETIVO: Avaliar a associação entre sexo e grupo etário com variáveis socioeconômicas e de saúde dos idosos. MÉTODOS: Estudo transversal realizado no Distrito Noroeste de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, em 2004. Foram estudados indivíduos acima de 60 anos (N=292), selecionados por amostra probabilística em dois estágios. Os dados de variáveis socioeconômicas e demográficas foram coletados por inquérito domiciliar. As condições de saúde foram auto-referidas. Foram realizadas análises descritivas, de qui-quadrado de Pearson e tendência linear. RESULTADOS: Entre os idosos, 67,8% eram do sexo feminino, 84% encontravam-se na faixa dos 60 aos 79 anos, 81% consideravam-se saudáveis. Em comparação com os homens, as mulheres moravam mais sozinhas (p=0,046), sem companheiro (p<0,001), tinham menor escolaridade (p=0,021); relatavam mais problemas de saúde (p=0,003) e uso de medicação sistemática (p=0,016); realizavam menos atividades físicas (p=0,015) e eram mais dependentes nas atividades de vida diária (p<0,001), recebiam menos aposentadoria (p<0,001), exerciam menos atividades remuneradas (p=0,002), mas se percebiam mais apoiadas pela rede social informal (p=0,023), consumiam menos bebidas alcoólicas (p=0,003) e não eram fumantes (p<0,001). Os mais idosos tinham menor escolaridade (p<0,001), piores condições econômicas (p=0,004), recebiam menos aposentadoria (p<0,001), não tinham companheiro (p<0,001), eram mais dependentes nas atividades de vida diária (p<0,001), mas se percebiam mais apoiados pela rede social informal (p=0,014) e não eram fumantes (p<0,001). CONCLUSÕES: Foram evidenciadas diferenças quanto a gênero e grupo etário para variáveis socioeconômicas e de saúde, sendo piores para as mulheres e para os idosos mais velhos.
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OBJETIVO: Avaliar a confiabilidade do Instrumento para Classificação de Idosos quanto à Capacidade para o Autocuidado, desenvolvido para auxiliar o terapeuta ocupacional na atenção a idosos em unidades básicas de saúde. MÉTODOS: Foram realizados testes de estabilidade e consistência interna. Para validação do Instrumento, os testes foram aplicados à amostra de 30 indivíduos com 60 anos ou mais, em dois momentos. A análise estatística foi realizada a partir de agrupamentos criteriosos de respostas, o que levou à formulação de uma versão simplificada do Instrumento. A estabilidade desta versão foi avaliada pelo coeficiente kappa e a consistência interna pelo coeficiente alpha de Cronbach. RESULTADOS: A estabilidade variou de moderada a excelente. A consistência interna foi verificada somente para áreas que se mostraram adequadas para o uso da metodologia baseada no cálculo do alpha de Cronbach: três das seis questões da área "perfil social" e os blocos das atividades básicas e instrumentais de vida diária da área "capacidade funcional", respectivamente com nove e oito atividades. CONCLUSÕES: Após os testes de estabilidade e consistência interna, o Instrumento possibilita classificação sucinta e simplificada de idosos quanto à capacidade funcional para atividades básicas e instrumentais e sua caracterização quanto aos demais aspectos do autocuidado. Evidências acerca de sua confiabilidade e validade podem ser ampliadas por meio de novos estudos.
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OBJETIVO: Embora a relação entre Epidemiologia e Antropologia tenha uma longa história, geralmente, ela tem sido compreendida por meio da integração dos métodos quantitativos e qualitativos em pesquisa. Recentemente, esses dois campos têm convergido para linhas conceituais e teóricas, enfatizando mais a explicação do que a simples descrição dos fenômenos investigados. O objetivo do estudo foi mostrar como a análise de dados etnográficos auxilia na interpretação aprofundada e teórica de dados epidemiológicos. MÉTODOS: As análises antropológicas do artigo foram obtidas usando métodos etnográficos, de 1997 a 2007, de uma amostra pertencente ao estudo de coorte de nascimento de 1982 em Pelotas (RS). As análises etnográficas foram estruturadas de acordo com os resultados de dois artigos epidemiológicos sobre os determinantes de morbidade mental e da idade de iniciação sexual. RESULTADOS E CONCLUSÕES: As análises etnográficas indicam diversos caminhos de influência e causalidade presentes nas associações estatísticas e que correspondem a experiências únicas de grupos específicos. Explorando esses caminhos, observaram-se vários fatores importantes que ajudam a explicar os resultados epidemiológicos, incluindo as respostas dos jovens às experiências de injustiça/desigualdade, o papel da violência na vida diária, os eventos de vida traumáticos, a reclusão social e introversão como resposta as dificuldades vividas, assim como a maturação psicossocial. A colaboração teórica e metodológica entre antropologia e epidemiologia é importante para a saúde pública, pois tem modificado positivamente esses dois campos do saber.
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OBJETIVO: Avaliar fatores associados à assistência domiciliar recebida pela população idosa e suas características, segundo modelos de atenção Estratégia Saúde da Família e modelo tradicional. MÉTODOS: Estudo transversal de base populacional, com amostra representativa de 1.593 indivíduos com 60 anos ou mais, residentes na região urbana de Bagé, RS, em 2008. A amostragem foi realizada em múltiplos estágios. Os dados foram coletados em entrevistas individuais. Foram analisadas as formas de acesso aos serviços, participação dos profissionais, satisfação e situação de saúde dos usuários após o atendimento. Foi utilizado modelo de regressão de Poisson para estimar as razões de prevalência bruta e ajustada, os respectivos intervalos com 95% de confiança e p-valor (teste de Wald). RESULTADOS: Assistência domiciliar foi estatisticamente associada à história prévia de acidente vascular cerebral, à presença de sinais de demência e à incapacidade para as atividades da vida diária. A família foi responsável por 75% das solicitações de cuidado. Nas áreas da atenção tradicional, os médicos responderam pela maior promoção de cuidados, enquanto nas áreas da Estratégia Saúde da Família destacou-se a participação da equipe de enfermagem. Aproximadamente 78% das solicitações foram atendidas em até 24 horas e 95% dos usuários avaliaram positivamente o cuidado recebido. Dois terços dos idosos referiram melhora nas condições de saúde. CONCLUSÕES: As variáveis associadas ao recebimento de assistência domiciliar reiteram os indicadores de fragilidade destacados na Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa e fortalecem a importância da estratégia na promoção da eqüidade no cuidado dos idosos. A avaliação positiva e o impacto na situação de saúde afirmam o domicílio como ambiente terapêutico.
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OBJETIVO: Analisar se o modelo explicativo para a avaliação da saúde do idoso com base no auto-relato é comparável com o modelo de relato do informante secundário e se a auto-avaliação de saúde do informante secundário influencia a avaliação da saúde do idoso. MÉTODOS: Estudo transversal com 230 pares idoso-informante secundário realizado em Belo Horizonte, MG, em 2007. Foram investigadas variáveis sociodemográficas e de saúde dos idosos por meio de entrevista estruturada. Utilizou-se regressão logística múltipla para analisar associação com auto-avaliação da saúde do idoso como ruim e com as informações prestadas pelo informante secundário. RESULTADOS: No modelo com base no auto-relato, a variável mais fortemente associada à avaliação da saúde do idoso como ruim foi a presença de restrições ou incapacidade para realizar atividades relacionadas à vida diária e/ou à mobilidade. No modelo baseado no informante secundário, a variável explicativa mais relevante foi o número de doenças crônicas apresentadas pelo idoso. Além disso, a chance de o informante secundário avaliar a saúde do idoso como ruim foi três vezes maior quando ele auto-avaliou sua saúde da mesma forma. CONCLUSÕES: Os resultados mostram diferenças importantes entre o modelo da avaliação da saúde do idoso com base nas respostas do próprio indivíduo e nas do informante secundário. O idoso tende a valorizar suas restrições ou incapacidade de realizar atividades da vida diária/mobilidade, enquanto o informante secundário tende a valorizar o diagnóstico de doenças crônicas. O informante secundário com pior auto-avaliação da saúde apresenta chance quase três vezes maior de relatar a saúde do idoso da mesma forma. Assim, informações auto-relatadas refletem melhor a condição de saúde do indivíduo do que se relatadas por informantes secundários.
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Analisar mudanças nos diferenciais por renda nas condições de saúde e no uso de serviços de saúde por idosos brasileiros. MÉTODOS: Foram analisadas amostras representativas da população brasileira com 60 anos ou mais em 1998 e 2008 (n = 27.872 e 41.198, respectivamente), oriundas da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. As variáveis consideradas foram renda mensal domiciliar per capita, autoavaliação da saúde, capacidade funcional, consultas médicas e hospitalizações nos 12 meses precedentes e uso exclusivo do Sistema Único de Saúde. A análise dos dados foi baseada em estimativas de prevalência e em razões de prevalência obtidas por meio da regressão de Poisson. RESULTADOS: Em 1998 e 2008, as prevalências ajustadas por idade e sexo da autoavaliação da saúde como ruim, do comprometimento da mobilidade e da incapacidade para realizar atividades da vida diária apresentaram fortes gradientes com o quintil da renda domiciliar per capita, com pior performance entre aqueles com renda mais baixa. As razões de prevalência ajustadas por idade e sexo entre o quintil inferior (mais pobres) e o superior (mais ricos) de renda permaneceram estáveis para pior autoavaliação da saúde (RP = 3,12 [IC95% 2,79;3,51] em 1998 e 2,98 [IC95% 2,69;3,29] em 2008), comprometimento da mobilidade (RP = 1,54 [IC95% 1,44;1,65 e 1,69[IC95% 1,60;1,78], respectivamente) e incapacidade para realizar atividades da vida diária (RP = 1,79 [IC95% 1,52;2,11] e 2,02 [IC95% 1,78;2,29], respectivamente). Observou-se redução das disparidades por renda na realização de três ou mais consultas médicas e no uso exclusivo do Sistema Único de Saúde. Não foram observadas desigualdades entre os extremos de renda na ocorrência de hospitalizações no mesmo período. CONCLUSÕES: Apesar da redução das desigualdades por renda de indicadores do uso de serviços de saúde, a magnitude das disparidades nas condições de saúde não diminuiu. São necessários estudos longitudinais para um melhor entendimento da persistência dessas desigualdades entre idosos brasileiros.
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OBJETIVO: Analisar a influência de fatores sociodemográficos, de saúde física, capacidade funcional e função cognitiva sobre a sintomatologia depressiva de idosos do município de Santa Cruz, no Rio Grande do Norte. MÉTODOS: Estudo com delineamento transversal de base populacional, incluindo 310 idosos, acima de 60 anos, residentes na zona urbana da cidade, nos quais se aplicou a Escala de Depressão Geriátrica (GDS-15).Aanálise estatística foi realizada com nível de significância p = 0,05, com cálculo da respectiva odds ratio (OR) na regressão logística binária. RESULTADOS: Encontrou-se uma prevalência de 25,5% de sujeitos considerados casos de depressão, nos quais, a partir de análise multivariada, verificou-se associação significativa com idade acima de 75 anos (p = 0,046), analfabetismo (p = 0,037), má percepção de saúde (p < 0,001) e dependência para atividades instrumentais da vida diária (AIVD) (p = 0,001). CONCLUSÕES: As variáveis idade acima de 75 anos, analfabetismo, má percepção de saúde e dependência para AIVD estiveram associadas de forma independente à presença de sintomatologia depressiva nos idosos da nossa população. Os autores discutem que a identificação de fatores que influenciam o surgimento de sintomas depressivos em idosos constitui passo fundamental para o planejamento das ações que visem reduzir os efeitos dessa enfermidade na qualidade de vida dessas pessoas.
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OBJETIVO: Verificar a prevalência de sintomas depressivos de uma população idosa residente em uma comunidade de Montes Claros, Minas Gerais, Brasil, e avaliar sua associação com aspectos biopsicossociais e capacidade funcional. MÉTODOS: Estudo transversal, observacional e de base populacional. Foi avaliada a totalidade dos idosos residentes na área de abrangência de uma Equipe de Saúde da Família, sendo eles entrevistados em seus domicílios. Foi utilizado questionário adaptado do Brazil Old Age Schedule (BOAS) para coletar os dados biopsicossociais. Para avaliar sintomas depressivos, foi aplicada a Escala de Depressão Geriátrica abreviada (EDG-15). A escala de Katz foi utilizada para avaliar as atividades básicas de vida diária (ABVD) e a escala de Pfeffer, para atividades instrumentais de vida diária (AIVD). As associações foram verificadas mediante submissão dos dados à análise bivariada e multivariada. RESULTADOS: A prevalência de sintomatologia depressiva foi de 20,9%. Apresentaram associação significativa com sintomas depressivos: dificuldade para dormir (RP = 2,04; p = 0,002) e dependência para AIVD (RP = 3,22; p < 0,001). CONCLUSÃO: Há alta prevalência de sintomas depressivos entre idosos no âmbito comunitário, sendo mais frequentes entre idosos com dificuldade para dormir e com dependência funcional para AIVD.
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OBJETIVOS: Caracterizar idosos do Centro-Dia Geriátrico de Rio Claro (SP) de acordo com os sintomas depressivos e o prejuízo funcional e, ainda, verificar a relação entre sintomas depressivos e desempenho nas atividades instrumentais da vida diária. MÉTODOS: Estudo descritivo, transversal, do qual participaram 36 idosos. Os instrumentos utilizados foram: anamnese, Escala Geriátrica de Depressão e Questionário de Atividades Instrumentais de Pfeffer. A análise dos dados ocorreu por meio da estatística descritiva e dos testes U de Mann-Whi-t-ney e correlação de Spearman, com nível de significância de 5%. RESULTADOS: Houve maior presença de mulheres na amostra, que apresentou em média 77,02 anos de idade e 3,44 anos de estudo. A prevalência de sintomas depressivos e prejuízo funcional foi de 30,5% e 63,8%, respectivamente, sendo maior entre as mulheres. Não houve diferença significativa entre as variáveis analisadas em comparação aos gêneros e às faixas etárias. O teste de correlação de Spearman apresentou rho = 0,38 e p = 0,02, indicando correlação positiva, porém fraca, entre sintomas depressivos e prejuízo funcional. CONCLUSÃO: Conclui-se que há uma baixa relação entre as variáveis sintomas depressivos e prejuízo funcional, sendo necessários novos estudos para investigar outros fatores que podem estar relacionados a essas variáveis.
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OBJETIVO: Avaliar se a presença de sintomas depressivos associa-se a uma evolução hospitalar desfavorável (aumento da permanência e mortalidade hospitalar), independente da capacidade funcional. MÉTODO: Coorte prospectivo em pacientes idosos internados nas enfermarias de Clínica Médica do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW), avaliados em dois momentos (segundo dia de internação e na alta). Os instrumentos utilizados foram a Escala de Depressão Geriátrica, versão breve (EDG-15) e Índice de Barthel para Incapacidade em Atividades da Vida Diária (IBAIVD). RESULTADOS: A idade dos 100 pacientes variou entre 60 e 96 anos (69,47 ± 7,45). A mortalidade hospitalar relacionou-se com os escores da EDG-15 da internação (p = 0,001). Observou-se correlação entre os escores da EDG-15 e IBAIVD no início (p = 0,008) e final da internação (p = 0,01), verificando-se correlações lineares inversas (p = -0,30), porém de magnitudes fracas (p = -0,30 e p = -0,28, respectivamente). CONCLUSÃO: Sintomatologia depressiva associou-se à maior mortalidade, independente da capacidade funcional. Ressalta-se a importância da avaliação da sintomatologia depressiva nos idosos internados. Novos estudos e análises prospectivas poderão oferecer mais indicadores sobre esse problema de pesquisa.