20 resultados para 26-251
Resumo:
A mastite bovina é uma doença importante na bovinocultura de leite, devido à sua alta incidência e perdas econômicas associadas principalmente com a produção de leite reduzida e aos custos do tratamento. O uso de antimicrobianos para o tratamento de casos clínicos e no período seco tem levantado preocupações quanto à seleção de cepas bacterianas resistentes. Isso também pode refletir na saúde pública, uma vez que bactérias resistentes, como o Staphylococcus aureus meticilina-resistente (MRSA), podem ser transmitidas aos seres humanos por contato direto com animais infectados ou produtos lácteos. A resistência das bactérias aos agentes antimicrobianos aumentou, em geral, devido a tratamentos ineficazes. Estudos realizados no Brasil com amostras não planejadas mostram aumento no padrão de resistência, principalmente em S. aureus. A exposição ao tratamento antimicrobiano repetido ao longo das lactações consecutivas de vacas pode ser um fator predisponente para o desenvolvimento da resistência antimicrobiana em bactérias que infectam o úbere. Assim, o objetivo deste estudo foi determinar a possível associação causal entre resistência antimicrobiana em bactérias isoladas a partir do leite bovino e dados como idade e período de lactação. As amostras de leite foram coletadas de 21 rebanhos leiteiros do Rio Grande do Sul, Brasil, selecionados aleatoriamente a partir da população-alvo de 1.656 explorações leiteiras semi-intensivas, estratificada por tamanho do rebanho. A bactéria foi considerada a unidade amostral, e para a estimativa de prevalência foram utilizados os seguintes parâmetros: uma frequência de 35% de Staphylococcus sp. resistentes à penicilina; um nível de confiança de 90%; e uma precisão absoluta de 12%. As bactérias foram isoladas de amostras de leite compostas de todos os quartos mamários de cada vaca após descartar os primeiros três ou quatro jatos de leite. Para acessar os potenciais fatores de risco, características dos animais foram obtidas através de uma entrevista com os produtores. Os exames laboratoriais foram realizados de acordo com as recomendações do National Mastitis Council. Um total de 242 isolados foi obtido de 195 vacas a partir da amostra do rebanho total (251 vacas). A prevalência de infecções foi descrita em grupos de acordo com o perfil epidemiológico: bactérias ambientais, contagiosas e outras. Estas perfizeram 57,3%, 26,3% e 11,2%, respectivamente, dos animais amostrados. Testes de suscetibilidade antimicrobiana contra 12 diferentes antimicrobianos foram realizados em 159 isolados. No total, 30% dos isolados testados mostraram resistência a pelo menos três grupos diferentes de antimicrobianos e foram classificados como multirresistentes. Foram observadas as freqüências mais elevadas de resistência contra a ampicilina para os estafilococos coagulase-negativo, seguida de eritromicina para estafilococos coagulase-positivo e tetraciclina para estreptococos. A análise de regressão logística mostrou uma relação significativa entre a idade das vacas e a presença de estafilococos coagulase-positivo multirresistentes e distribuição de classes diferentes de bactérias nos diferentes estratos etários, o que sugere uma concorrência dinâmica ao longo do tempo (p < 0,05). Animais com três a quatro anos tiveram 13,7 vezes mais chances (IC95% 1,4 - 130,2, p = 0,02) de ter estafilococos coagulase-positivo multirresistentes em comparação com aqueles com dois ou três anos. O tempo de exposição a agentes infecciosos e consequentes terapias sugere uma maior chance de colonização do úbere por patógenos resistentes devido à pressão de seleção repetida durante a vida.
Resumo:
A seletividade de 24 herbicidas registrados para a cultura do milho foi avaliada a Trichogramma pretiosum em condições de laboratório (temperatura de 25±1 ºC, umidade relativa de 70±10%, fotofase de 14 horas e luminosidade de 500 lux). Adultos de T. pretiosum foram colocados em contato com uma película seca dos herbicidas pulverizados sobre placas de vidro e avaliou-se a capacidade de parasitismo das fêmeas. A redução na capacidade de parasitismo dos tratamentos foi comparada com a da testemunha (água destilada) e utilizada para classificar os herbicidas em 1, inócuo (<30%); 2, levemente nocivo (30-79%); 3, moderadamente nocivo (80-99%); e 4, nocivo (>99%). Os herbicidas Callisto, Equip Plus, Extrazin SC, Primóleo, Provence 750 WG e Siptran 500 SC são inócuos (classe 1); Agrisato 480 SL, Gesaprim GrDA, Glifos, Glyphosate Nortox, Gliz 480 SL, Polaris, Primatop SC, Sanson 40 SC, Trop e Zapp Qi, levemente nocivos (classe 2); Finale, Herbadox, Poast, Roundup Original, Roundup Transorb e Roundup WG, moderadamente nocivos (classe 3); e Gramoxone 200 e Primestra Gold, nocivos (classe 4) aos adultos de T. pretiosum, nas dosagens utilizadas. Os herbicidas nocivos (classes 2, 3 e 4) deverão passar para as etapas seguintes, que envolverão testes sobre as fases imaturas do parasitóide em condições de laboratório e adultos a campo.
Resumo:
A seletividade de oito formulações comerciais de glyphosate registradas no Brasil (Roundup®, Roundup® WG, Roundup® Transorb, Polaris®, Gliz® 480 CS, Glifosato Nortox®, Glifosato 480 Agripec® e Zapp® Qi) foi avaliada sobre os estádios imaturos do parasitóide de ovos Trichogramma pretiosum, bem como seus efeitos sobre os adultos emergidos, em condições de laboratório (temperatura de 25±1 ºC, umidade relativa de 70±10%, fotofase de 14h e luminosidade de 500 lux). Os bioensaios consistiram na pulverização da calda herbicida, na concentração de 14,4 mg L-1 de equivalente ácido de glyphosate, sobre ovos de Anagasta kuehniella contendo em seu interior o parasitóide nos estádios imaturos de ovo-larva, pré-pupa e pupa. Reduções na emergência de adultos em relação à testemunha foram utilizadas para mensurar os efeitos dos tratamentos. Aos adultos do parasitóide emergidos de pupas pulverizadas foram ofertados ovos do hospedeiro A. kuehniella, sendo avaliado o parasitismo de T. pretiosum de cada tratamento em relação à testemunha. Não houve efeito deletério significativo para nenhum dos herbicidas avaliados quando pulverizados sobre os diferentes estádios imaturos de desenvolvimento de T. pretiosum, de acordo com a IOBC. De forma similar, o parasitismo de adultos emergidos de ovos pulverizados na fase de pupa também não foi afetado.
Resumo:
In a cross-sectional study conducted four years ago to assess the validity of the Brazilian version of the Eating Attitudes Test-26 (EAT-26) for the identification of abnormal eating behaviors in a population of young females in Southern Brazil, 56 women presented abnormal eating behavior as indicated by the EAT-26 and the Edinburgh Bulimic Investigation Test. They were each matched for age and neighborhood to two normal controls (N = 112) and were re-assessed four years later with the two screening questionnaires plus the Composite International Diagnostic Interview (CIDI). The EAT results were then compared to diagnoses originating from the CIDI. To evaluate the temporal stability of the two screening questionnaires, a test-retest design was applied to estimate kappa coefficients for individual items. Given the prevalence of eating disorders of 6.2%, the CIDI psychiatry interview was applied to 161 women. Of these, 0.6% exhibited anorexia nervosa and 5.6%, bulimia nervosa (10 positive cases). The validity coefficients of the EAT were: 40% sensitivity, 84% specificity, and 14% positive predictive value. Cronbach's coefficient was 0.75. For each EAT item, the kappa index was not higher than 0.344 and the correlation coefficient was lower than 0.488. We conclude that the EAT-26 exhibited low validity coefficients for sensitivity and positive predictive value, and showed a poor temporal stability. It is reasonable to assume that these results were not influenced by the low prevalence of eating disorders in the community. Thus, the results cast doubts on the ability of the EAT-26 test to identify cases of abnormal eating behaviors in this population.
Resumo:
Treatments for patients with hematologic malignancies not in remission are limited, but a few clinical studies have investigated the effects of salvaged unrelated cord blood transplantation (CBT). We retrospectively studied 19 patients with acute leukemia, 5 with myelodysplastic syndrome (MDS with refractory anemia with excess blasts [RAEB]), and 2 with non-Hodgkin's lymphoma who received 1 CBT unit ≤2 loci human leukocyte antigen (HLA)-mismatched after undergoing myeloablative conditioning regimens between July 2005 and July 2014. All of them were in non-remission before transplantation. The infused total nucleated cell (TNC) dose was 4.07 (range 2.76-6.02)×107/kg and that of CD34+ stem cells was 2.08 (range 0.99-8.65)×105/kg. All patients were engrafted with neutrophils that exceeded 0.5×109/L on median day +17 (range 14-37 days) and had platelet counts of >20×109/L on median day +35 (range 17-70 days). Sixteen patients (61.5%) experienced pre-engraftment syndrome (PES), and six (23.1%) patients progressed to acute graft-versus-host disease (GVHD). The cumulative incidence rates of II-IV acute GVHD and chronic GVHD were 50% and 26.9%, respectively. After a median follow-up of 27 months (range 5-74), 14 patients survived and 3 relapsed. The estimated 2-year overall survival (OS), disease-free survival (DFS), and non-relapse mortality (NRM) rates were 50.5%, 40.3%, and 35.2%, respectively. Salvaged CBT might be a promising modality for treating hematologic malignancies, even in patients with a high leukemia burden.