325 resultados para Prática educacional
Resumo:
Numa faculdade com currículo tradicional e predomínio da avaliação cognitiva e somativa, uma nova disciplina, baseada na interação entre universidade, serviços e comunidade (Iusc), para estudantes de Medicina e Enfermagem numa escola de São Paulo, teve por objetivo buscar uma forma de avaliar o desenvolvimento do aluno em habilidades de comunicação e autorreflexão. A avaliação global do aluno em pequenos grupos feita por meio de relatórios escritos e portfólio do grupo não evidenciou a autorreflexão sobre o processo de aprendizagem de alguns estudantes. Foi proposto, então, um estudo piloto com 15 alunos, divididos em dois grupos, selecionados aleatoriamente, que aceitaram desenvolver um portfólio individual e reflexivo. Na análise qualitativa do material, identificou-se a presença de categorias como reflexão sobre a vida estudantil antes do curso universitário escolhido, experiências de vida que levaram à escolha profissional, correlação do aprendizado na disciplina com a prática profissional e capacidade de identificar o crescimento em habilidades de comunicação, mostrando-se eficiente no processo de autorreflexão sobre a aprendizagem.
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Considerando a importância das atividades curriculares para a formação médica, este estudo teve por objetivo identificar e refletir sobre a construção das situações utilizadas na atividade curricular Estações de Simulação (ES) pela primeira turma do curso médico da Universidade Federal de São Carlos/SP-UFSCar, de 2006 a 2009. Trata-se de um estudo de caso do tipo descritivo, que analisa 57 situações de ES e suas ementas. Os resultados revelaram predomínio de estações na área de Saúde do Adulto e Idoso, e Saúde da Família e Comunidade. Foram analisadas outras variáveis, como idade, gênero, fases do processo saúde-doença, cenário de atenção à saúde e áreas do conhecimento, entre outras. Foi possível identificar a necessidade de readequar as ES do curso médico da UFSCar, elaboradas de 2006 a 2009. Este estudo contribuiu com a formulação de variáveis e critérios que devem orientar a construção das ES, para que estas representem o melhor possível a realidade da prática profissional.
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INTRODUÇÃO: O internato médico compreende o período do curso de graduação em Medicina em que o educando recebe preparação para a prática médica. A avaliação contribui para a aquisição da competência clínica e, consequentemente, prepara o educando para a prática médica. OBJETIVOS: Estudar os métodos de avaliação discente no internato em Clínica Médica do curso de graduação em Medicina da Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul), campus Tubarão, por meio da análise da percepção de discentes e docentes envolvidos neste estágio do curso. MÉTODOS: Participaram da pesquisa 44 internos e 15 docentes do semestre letivo 2009/2. RESULTADOS: Os sujeitos da pesquisa percebem a existência e a necessidade de avaliação no internato, têm conhecimento das estratégias e itens utilizados no processo avaliativo e entendem que nesse processo são empregados métodos com medidas objetivas e subjetivas, com abordagens qualitativas e quantitativas. CONCLUSÕES: Sugere-se maior ênfase em conteúdo prático e capacitação docente, aliadas a uma lista de verificação ao final do estágio.
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Mudanças curriculares nos cursos de graduação médica vêm ocorrendo nas últimas décadas a fim de garantir uma formação ampliada e em consonância com as demandas atuais do sistema de saúde brasileiro. O ensino de certos componentes do conhecimento clínico ainda é desafiante neste novo cenário, e algumas especialidades, como a Dermatologia, permanecem com pouca integração tanto vertical quanto horizontal ao longo do curso. O aprendizado insuficiente durante a graduação se reflete na atuação clínica, onde o atraso diagnóstico das afecções de pele pode modificar radicalmente a evolução dos pacientes. Essas dificuldades parecem ainda mais evidentes na Atenção Primária, pela alta prevalência de queixas dermatológicas nestes cenários. A procura por atendimento especializado é elevada e poderia ser minimizada pelo adequado treinamento sobre o tema, abrangendo principalmente as etapas de prevenção e promoção. O presente artigo traz uma reflexão sobre a necessidade de ampliar o diálogo entre serviços, aparelhos formadores e especialistas, oferecendo sugestões com visão integral da formação geral médica, para maior resolutividade das afecções de pele na porta de entrada do sistema de saúde.
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O presente documento traz diretrizes construídas conjuntamente pela Associação Brasileira de Educação Médica (ABEM) e a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) com a intenção de apoiar as escolas médicas de forma objetiva e prática, na elaboração de projetos político-pedagógicos no contexto da Atenção Primária à Saúde. Um marco reconhecido na política educacional brasileira é a publicação das Diretrizes Curriculares Nacionais, as quais flexibilizam as organizações curriculares, possibilitando a construção de projetos político-pedagógicos contemporâneos e consonantes com o Sistema Único de Saúde brasileiro. A Atenção Primária à Saúde é o ponto de convergência entre estas duas políticas, descentralizando o ensino da Medicina dos hospitais para toda a rede de saúde no Brasil. Destaca-se a imperiosidade de que o ensino na Atenção Primária à Saúde esteja presente longitudinalmente, ao longo de todo o curso, de preferência com inserções significativas (de aprendizado real e a partir do trabalho), mas que, sobretudo, deva fazer parte do núcleo de ensino da prática clínica do futuro médico.
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A Universidade de Fortaleza e a Secretaria de Saúde do município se vincularam ao Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde (Pró-Saúde II), fortalecendo a parceria para reorientar a formação profissional por meio dos cursos de graduação do Centro de Ciências da Saúde da universidade. O projeto prioriza o desenvolvimento de ações interdisciplinares de assistência e atenção à saúde, proporcionando reforço aos Sistemas Locais Saúde-Escola nas áreas de abrangência de Centros de Saúde da Família, sensibilizando gestores e profissionais do serviço sobre a atuação interdisciplinar e implantando equipes ampliadas de saúde, buscando a educação permanente dos docentes, discentes e profissionais do serviço. Este artigo relata as ações e estratégias desenvolvidas neste contexto e produz uma reflexão acerca deste processo, mediante relato das mudanças nas estruturas curriculares nos cursos envolvidos e das atividades desenvolvidas nas unidades de saúde. Discute, ainda, aspectos que merecem ser aprofundados na interação ensino-serviço.
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Este trabalho relata a experiência de integração ensino-serviço-comunidade vivenciada por membros de equipes de Saúde da Família e graduandos de Medicina e Enfermagem participantes do PET-Saúde da Universidade Estadual de Santa Cruz. A referida integração contextualizou-se com o desenvolvimento do projeto "Unidos contra a dengue", mobilização conjunta da instituição de ensino com o serviço de saúde e a comunidade no combate à dengue no bairro Nossa Senhora da Vitória, Ilhéus-Bahia. O foco das ações desse projeto foram as atividades de educação em saúde, nas quais se empregou preferencialmente metodologias ativas de ensino e aprendizagem. A mobilização contou com a participação expressiva da população das mais diversas faixas etárias. O sucesso do projeto ressalta a importância da implantação de programas como o PET-Saúde, que fortalecem a interação entre ensino-serviço-comunidade - importante para construção de serviços de saúde mais qualificados, capazes de inter-relacionar promoção, prevenção e assistência à saúde, possibilitando ações nessa área mais próximas das reais necessidades do SUS. Com esta experiência, espera-se ter contribuído para a formação de graduandos em saúde e qualificação em serviço de profissionais dessa área mais dispostos a trabalhar de forma integrada e integradora com a comunidade.
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Considerando a importância das atividades curriculares para a formação médica, este estudo teve como objetivo identificar e refletir acerca da construção das situações utilizadas na atividade curricular Estações de Simulação (ES) pela primeira turma do curso médico da Universidade Federal de São Carlos/SP, no período de 2006 a 2009. Trata-se de um estudo de caso do tipo descritivo, sendo analisadas 57 situações de estações de simulação e suas ementas. Os resultados revelaram um predomínio de estações na área de Saúde do Adulto e Idoso e Saúde da Família e Comunidade. Outras variáveis foram analisadas, como idade, gênero, fases do processo saúde-doença, cenário de atenção à saúde, áreas do conhecimento, entre outras. Foi possível identificar que se faz necessária uma readequação das ES do curso médico da UFSCar, elaboradas entre os anos 2006 a 2009. Este estudo contribuiu com a formulação de variáveis e critérios que devem contribuir com a construção das ES, para que estas possam representar o melhor possível a realidade da prática profissional.
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A grande quantidade de conteúdo a ser ministrado nas disciplinas da área médica torna muitas vezes os métodos tradicionais da pedagogia, calcados na metodologia meramente discursiva, extremamente monótonos e desinteressantes para os alunos. Assim, o desenvolvimento de métodos alternativos para a prática do ensino se torna necessário. O presente trabalho visa a apresentar um jogo educacional desenvolvido para atuar como ferramenta adicional no ensino de virologia. O jogo "Quem sou eu? Jogo dos vírus" é um jogo de tabuleiro no qual os participantes devem adivinhar os vírus apresentados com base em dicas fornecidas pelo mediador. Como o tabuleiro foi desenhado a partir das etapas da replicação viral, os jogadores adquirem conhecimentos básicos de virologia, além dos conhecimentos específicos dos vírus em questão. Além disso, o jogo funciona como um grande motivador dos discentes.
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A proposta deste trabalho é apreender concepções de estudantes e tutores sobre a avaliação formativa nas sessões tutoriais de um currículo PBL, identificando as dificuldades enfrentadas no desenvolvimento dessa prática. Um questionário Likert foi aplicado a 11 tutores e 45 discentes do sétimo período do curso de Medicina da Universidade Estadual de Montes Claros e uma entrevista de aprofundamento foi realizada com a totalidade dos tutores e 20 estudantes. Os entrevistados percebem a proposta formativa da avaliação na sessão tutorial, definindo-a como processual, reflexiva, dialógica, diagnóstica, e enfatizam a possibilidade de feedback como fator motivador e determinante para solucionar as deficiências detectadas e reforçar as potencialidades percebidas. São identificadas dificuldades relacionadas ao desempenho dos docentes, como falta de preparo, ao desempenho dos estudantes (falta de sinceridade, maturidade) e outras decorrentes da inadequação dos critérios utilizados nos instrumentos avaliativos. Os resultados apontam a necessidade de programas de desenvolvimento docente e discente em avaliação, assim como maior compromisso das instituições que utilizam a metodologia Aprendizagem Baseada em Problemas na busca contínua e reflexiva da coerência com os pressupostos pedagógicos estabelecidos pelo currículo.
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A avaliação é fundamental para o processo ensino-aprendizagem. Diferentes métodos de avaliação e diversos atores envolvidos na avaliação podem fornecer elementos distintos, que, somados, fornecem melhor compreensão sobre a efetividade do processo educacional em suas variadas dimensões. A avaliação de habilidades e atitudes de estudantes tem recebido grande atenção recentemente. O envolvimento de pacientes no processo pode ser contributivo, pois sua perspectiva acrescenta informações ímpares. O presente estudo avaliou a aquisição de competências e habilidades de estudantes de Medicina no internato de Obstetrícia, sob o ponto de vista de gestantes. As pacientes responderam a um questionário segundo escala de Likert, com itens de avaliação divididos em habilidades de comunicação, exame físico e profissionalismo. Os resultados mostraram boa avaliação dos estudantes em geral, o que atribuímos ao sentimento de gratidão das pacientes. Algumas questões com maiores frequências de respostas negativas, porém, apontam aspectos que merecem maior atenção da escola médica pelo impacto que podem trazer à prática profissional. A perspectiva de pacientes na avaliação do estudante de Medicina poderá balizar estratégias de feedback para qualificar a formação médica.
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Este trabalho avalia o conhecimento e a opinião de pacientes ambulatoriais de um hospital-escola a respeito da participação de acadêmicos de Medicina nos atendimentos. Aplicaram-se questionários com perguntas objetivas e dissertativas a 131 pacientes enquanto aguardavam primeira consulta médica na unidade. Dos entrevistados, 58,8% sabiam o que significava o termo "hospital-escola" e 57,3% tinham conhecimento de que o hospital analisado se inclui nesse conceito. Apenas 6,9% dos pacientes afirmaram ter recebido explicações sobre o conceito e funcionamento do hospital-escola no momento da marcação da consulta e 36,6% relataram não saber que seriam atendidos por estudantes supervisionados pelo médico professor. Quanto à opinião sobre o atendimento por alunos, 69,5% o consideram bom e importante para o aprendizado deles, que serão os médicos do futuro; 26,7% não se incomodam; e 3,1% preferem atendimento exclusivo pelo médico. Após análise, verificou-se que mais de um terço dos pacientes não sabia que seria atendido por estudantes e que há necessidade de informá-los sobre a dinâmica de atendimento médico no momento do agendamento das consultas.
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Este estudo analisou a contribuição da Psicanálise para educação médica na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Pelotas, onde a psicologia médica objetiva atender na formação, desenvolvimento da capacidade de escuta e compreensão integral do ser humano. Alunos monitores participantes do Projeto de Extensão em Relação Médico-Paciente foram reunidos em grupos focais gravados e realizada análise de enunciação psicanalítica para estudo de caso, em pesquisa qualitativa. Os temas destacados foram: o saber e desdobramentos simbólicos; sofrimentos diante da morte; exigências do meio social; demandas superegoicas insaciáveis e cruéis. Alunos/monitores, na posição de suposto-saber no grupo, demonstram capacidades para sustentar relações transferenciais. Verificaram-se ainda alunos com a coragem de dirigir-se ao outro suportando seu não saber, o que pressupõe a verdade do inconsciente como fundamento. Os pequenos grupos criam e oportunizam a sustentação das diferenças, da estranheza e do vazio, com isso suportando melhor o corte na ilusão do saber absoluto e o surgimento de estilos próprios. Carregado de suas singularidades e responsabilidades, o sujeito é convocado a aprender diante dos desafios a serem enfrentados.
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Estudo transversal quantitativo descritivo observacional, realizado com discentes do internato da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás. OBJETIVOS: Conhecer a expectativa de prática profissional de discentes do internato e observar possíveis dissonâncias em relação ao perfil do discente preconizado pelas Diretrizes Curriculares Nacionais e projeto político-pedagógico da instituição. METODOLOGIA: Foi utilizado um questionário distribuído aos 222 discentes do internato da instituição no ano de 2012. A amostra consta de 190 discentes, que correspondem a 85% do universo de análise. A significância estatística foi calculada pelo Teste do Sinal. RESULTADOS: O perfil sociodemográfico caracteriza discentes com idade média de 23,8 anos, solteiros, sendo que 66% pertencem às classes sociais A e B. O ideal do perfil de prática profissional demonstra que 84% pretendem ser especialistas, 96% desejam cursar residência médica, sendo estatisticamente significante (p = 0,0001), e 70% não pretendem, a priori, trabalhar na Estratégia Saúde da Família (ESF) (p = 0,005). CONCLUSÃO: O estudo demonstra discentes com perfil socioeconômico elevado, que pretendem ser especialistas, cursar residência médica e não veem a ESF como uma meta-fim.
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Metodologias ativas de ensino-aprendizagem apontam a necessidade de colocar o aluno em contato com o paciente e suas necessidades desde o início do curso médico. A reflexão sobre a realidade por meio da problematização assume papel fundamental, juntamente com uma visão humanística do paciente, conhecendo, entendendo e respeitando a complexidade deste. Assim, este trabalho teve por objetivo investigar como a inserção longitudinal de estudantes de Medicina em cenários comunitários de Atenção Básica à saúde poderia influenciar sua formação. Mediante entrevistas, observou-se que o contato com a comunidade - particularmente em visitas domiciliárias, acompanhando agentes comunitários de saúde - resultou em profundas reflexões sobre a inserção social dos sujeitos como alunos e futuros profissionais.