469 resultados para Pessoa juridica - Brasil - 1994-2007
Resumo:
Foi investigada a dieta de Pachyurus bonariensis Steindachner, 1879 associando-a à variações espaciais, temporais e ontogenéticas. Os peixes foram coletados mensalmente de março/2000 a fevereiro/2001 e de agosto/2002 a fevereiro/2003 em duas baías do Pantanal, Chacororé e Sinhá Mariana. Conteúdos estomacais de 359 exemplares foram analisados através dos métodos de freqüência de ocorrência e volumétrico. A dieta foi composta essencialmente por larvas bentônicas de Chironomidae e Ephemeroptera, independente do local e período (seca e cheia) analisados. Entretanto, nota-se marcante diferença na composição alimentar de acordo com o tamanho do peixe. Os menores exemplares (comprimento padrão = 1,6 a 7,2 cm) consumiram preferencialmente Chironomidae e os maiores (comprimento padrão = 13,0 a 18,6 cm) Ephemeroptera. Conclui-se que P. bonariensis tem hábito alimentar bentívoro e especializado, devido principalmente ao restrito espectro alimentar aliado à posição e forma da boca adaptada a explorar o substrato.
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Xestoblatta insularis sp. nov. é descrita com base nas placas genitais, estruturas genitais do macho e na modificação do sétimo tergito abdominal. Xestoblatta Hebard, 1916 é registrado pela primeira vez no sul do Brasil.
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Melampus coffeus (Linnaeus, 1758) é um gastrópode pulmonado, macrodetritívoro, importante na transferência de energia em manguezais neotropicais, mas sua distribuição em diferentes escalas espaciais ainda é pouco conhecida nas regiões brasileiras. Assim, o objetivo deste trabalho foi verificar a distribuição de M. coffeus com relação: 1) às espécies Rhizophora mangle Rhizophoraceae e Laguncularia racemosa Combretaceae; 2) à posição dos rizóforos de R. mangle e 3) à altura das árvores em diferentes manguezais. O seu comportamento ao longo do ciclo de marés também foi descrito. A densidade de M. coffeus foi similar entre R. mangle e L. racemosa, porém os maiores caramujos foram encontrados nas árvores de R. mangle. A distribuição dos caramujos encontrados no sedimento diferiu em relação aos rizóforos, com maior densidade no centro e o maior tamanho na borda da área amostral. Entretanto, não houve relação com a disponibilidade de recursos alimentares formados por folhas. A densidade também foi maior nos manguezais baixo e médio quando comparados ao alto, porém não foram encontradas diferenças de tamanho dos caramujos em mangues de alturas distintas. Observamos também que, durante a maré alta, M. coffeus sobe nas árvores mais próximas. Estes resultados podem estar relacionados principalmente com a disponibilidade de recursos e abrigos fornecidos por R. mangle. Desta forma, novos estudos sobre a distribuição de M. coffeus sob diversas condições são recomendáveis, já que as regiões de manguezais estão cada vez mais sujeitas a perturbações.
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As estruturas teciduais do trato gastrintestinal de Pimelodus maculatus La Cepède, 1803, do reservatório de Funil (22º30'-22º35'S; 44º35'- 44º40'W) foram descritas através das técnicas de hematoxilina-eosina (HE), tricômico Gomori, ácido Periódico de Schiff (PAS) e alcian blue (AB) pH 2,5. Objetivou-se a detecção de glicoproteínas (GPs) na mucosa através de uma análise histoquímica e caracterização de possíveis alterações ao longo do trato digestório destes peixes neste sistema de elevado grau de alteração. Cinqüenta e quatro indivíduos adultos, coletados entre abril de 2003 e julho de 2004 (CT=19-38 cm) foram utilizados. Na cavidade bucofaríngea, a mucosa apresenta-se com pregas longitudinais e o epitélio é do tipo estratificado pavimentoso. O esôfago apresenta o mesmo tipo de epitélio da cavidade bucofaríngea, destacando-se a predominância de células mucosas que tiveram forte reação aos métodos utilizados. O estômago foi diferenciado em região cárdica, fúndica e pilórica. A mucosa é continuamente revestida por um epitélio simples cilíndrico que apresentou reação positiva ao AB e PAS somente na superfície apical das células; a lâmina própria possui glândulas tubulares que se ramificam gradativamente e consistem de um tipo celular denominado oxinticopépticas, relacionadas com a síntese de ácido clorídrico e pepsinogênio. O intestino apresenta vilosidades revestidas por um epitélio simples cilíndrico com planura estriada e células caliciformes. Na camada submucosa do duodeno foi observada a abertura do colédoco, sendo o epitélio do tipo simples cilíndrico sem células caliciformes, positivo tanto ao PAS quanto ao AB. O ambiente eutrófico do reservatório de Funil não parece influenciar os padrões morfológicos das estruturas (esôfago, estômago e intestino) e não foram observadas modificações nas atividades das células mucosas.
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Um estudo da distribuição fotoperiódica e sazonal das zoeas de Brachyura foi realizado no estuário do Rio Jaguaribe, Pernambuco, Brasil. Amostras de plâncton foram obtidas bimestralmente, durante o ano de 2001, em diferentes marés e nos períodos noturno e diurno em duas estações de coleta. Foram identificados 14 táxons, onde a família Ocypodidae, representada pelas larvas de Ucides cordatus (Linnaeus, 1763) e Uca spp., foi a mais abundante, seguida de Xanthidae e Grapsidae. Na estação próxima à foz, os táxons estiveram bem distribuídos, além de ter apresentado um maior número de famílias identificadas. As larvas de Ocypodidae, Grapsidae e Morfotipo B indicaram um movimento de dispersão para áreas costeiras, enquanto que os Pinnotheridae indicaram uma provável retenção nas águas do estuário. A elevada ocorrência de zoeas no primeiro estágio larval reforça o importante papel dos estuários como berçários para diversas espécies de crustáceos.
Resumo:
A interação Ficus (Moraceae) - vespas de figo é considerada um dos exemplos mais extremos de mutualismo entre planta e inseto. Neste trabalho, descreve-se a fauna de vespas de figo associada a cinco espécies de Ficus na Amazônia Central, considerando alguns aspectos do modo de polinização nas espécies Ficus (Urostigma) cremersii, Ficus (Urostigma) greiffiana, Ficus (Urostigma) mathewsii, Ficus (Urostigma) pertusa e Ficus (Pharmacosycea) maxima. O estudo foi desenvolvido durante o período de abril a julho de 2004 em Manaus e Presidente Figueiredo, Estado do Amazonas. O número de espécies de vespas de figo por hospedeiro variou de uma a 13. Vespas do gênero Pegoscapus Cameron, 1906, polinizadoras de Ficus (Urostigma) spp., apresentam pentes coxais e bolsos torácicos adaptados à coleta e ao transporte de pólen, indicando modo ativo de polinização. No subgênero Pharmacosycea, a polinizadora do gênero Tetrapus Mayr, 1885, não apresenta estrutura morfológica adaptada ao transporte de pólen, condizente com o modo passivo de polinização. Além das vespas de figo, F. (Pharmacosyceae) maxima e F. (Urostigma) pertusa apresentaram associação com ácaros, formigas (Solenopsis sp., Formicidae), besouros (Staphylinidae) e larvas de Diptera e Lepidoptera.
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A dieta de cinco espécies de Hemiodontidae (Hemiodus argenteus (Pellegrin, 1908), H. atranalis (Fowler, 1940), H. immaculatus (Kner, 1858), H. microlepis (Kner, 1858) e H. unimaculatus (Bloch, 1794)) na área de influência do reservatório de Balbina, rio Uatumã, norte do Brasil, foi investigada. Os peixes foram coletados bimestralmente entre abril de 2005 e fevereiro de 2007, em quatro locais, dois no reservatório (a montante da barragem) e dois no rio (a jusante da barragem). A dieta foi avaliada usando-se dois métodos: freqüência de ocorrência e volume relativo, combinados no Índice Alimentar (IAi). A amplitude do nicho alimentar foi baixa entre as cinco espécies analisadas. Hemiodus unimaculatus apresentou a maior amplitude de nicho, enquanto H. argenteus apresentou o menor. Detrito foi um item importante na dieta de todas as espécies analisadas, sendo predominante em H. argenteus e H. microlepis. Para H. unimaculatus, além dos detritos, as algas filamentosas também tiveram grande participação na alimentação da espécie. Já em H. atranalis e H. immaculatus, o item detrito também teve relativa importância na dieta, porém os itens microcrustáceos e vegetais foram, respectivamente, mais abundantes. Apesar da ampla variedade trófica, ocorreu o consumo preferencial de determinados itens, representados, principalmente, por detritos, matéria vegetal e microcrustáceos. A ampla diversidade trófica pode explicar o relativo sucesso das espécies desta família em ambientes represados.
Resumo:
Este trabalho teve como objetivos caracterizar e comparar a estrutura e a dinâmica populacional de Microphrys bicornutus Latreille, 1825 no fital Halimeda opuntia (Halimedaceae) coletado nas formações recifais de Picãozinho (submetida à visitação turística) e São Gonçalo (área controle), na costa de João Pessoa (Nordeste do Brasil), sob influência de fatores ambientais e do número de visitantes. Nas duas áreas de estudo as populações analisadas estiveram compostas por fêmeas e machos maduros e imaturos com significativa predominância de machos e de animais imaturos, freqüência de tamanho e períodos reprodutivos similares. O tamanho máximo dos exemplares, a freqüência de distribuição de tamanho e a razão sexual diferiram dos resultados obtidos para a espécie em outras latitudes e habitats. Dados de razão sexual evidenciam que independentemente do estágio de maturação, os machos apresentam predominância significativa (RS>1,0), e que a proporção de fêmeas diminui com o amadurecimento sexual. Sem sofrer influência da biomassa da alga, e da salinidade e temperatura da água, variações populacionais significativas foram associadas ao aumento de juvenis durante períodos chuvosos. A baixa densidade populacional e a maior desproporção da relação macho: fêmea em subárea de Picãozinho com maior fluxo de pessoas sugerem que estas variações podem ter sido induzidas pelo pisoteio das algas.
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Analisou-se o crescimento de Aegla itacolomiensis Bond-Buckup & Buckup, 1994, em ambiente natural, a partir de amostragens mensais, realizadas entre junho de 2005 e maio de 2006, no arroio Solitária Alta, tributário da bacia hidrográfica do Rio dos Sinos, município de Igrejinha, RS, Brasil (29º33'10,2''S; 50º50'57''W). Os indivíduos foram coletados com o auxílio de um puçá, triados por sexo, medidos quanto ao comprimento do cefalotórax (CC) e devolvidos ao arroio no mesmo local de onde foram retirados. O crescimento em comprimento de machos e fêmeas de A. itacolomiensis foi avaliado pela análise das distribuições de frequências absolutas em intervalos de classe do CC. As modas dos histogramas de frequências do CC foram verificadas. O crescimento dos indivíduos foi estimado por meio da análise da progressão das modas calculadas, resultando nas curvas de crescimento para machos e fêmeas, respectivamente Ct= 23,21[1-e-0,0094 (t + 7,03)] e Ct respectivamente: Ct = 19,49 [1-e-0,0065 (t + 11,16)]. O recrutamento ocorreu na primavera e no verão. Os machos atingiram tamanhos maiores do que as fêmeas e apresentaram maior taxa de crescimento que estas. A longevidade estimada para os machos foi de 2,2 anos enquanto que para as fêmeas foi de 2,5 anos. O padrão de crescimento de A. itacolomiensis é semelhante ao de outras espécies de eglídeos anteriormente estudados.
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Este estudo apresenta a composição de espécies, os padrões de distribuição e dominância, e a estrutura de tamanhos da assembleia de peixes em diferentes unidades de hábitat (zonas litoral, profunda e limnética costeira) da lagoa Mangueira, no extremo sul do Brasil. As amostras foram obtidas no norte, centro e sul da lagoa, entre os anos de 2001 e 2007 utilizando-se de diversos amostradores (rede de emalhe, tarrafa, rede de arrasto de praia, puçá e rede de arrasto de fundo). Um total de 52 espécies foi identificado, 46 na zona litoral, 33 na limnética costeira e 26 na profunda, distribuídas em 17 famílias, das quais, Characidae, Cichlidae, Loricariidae e Atherinopsidae foram as mais diversas. As espécies dominantes somaram 91,1 %, 92,9 % e 82,7 % dos indivíduos capturados nas zonas litoral, profunda e limnética costeira respectivamente. A zona litoral é constituída de pequenos peixes, quase 70 % entre 25 e 50 mm de comprimento. Os padrões de dominância mostraram que, nesta zona, 19,5 % das espécies foram dominantes, embora quatro dessas também predominaram nas demais zonas. Na zona profunda, 7,6 % das espécies capturadas foram dominantes, com tamanhos semelhantes aos da zona litoral. Para as demais espécies, os tamanhos se assemelham aos da zona limnética costeira. A zona limnética costeira é constituída de peixes de maior porte, a maioria entre 150 e 200 mm de comprimento total, tais como os grandes caracídeos, o birú e os peixes-rei. Observou-se uma maior diferença na composição de espécies entre as zonas litoral e limnética costeira, com as espécies Jenynsia multidentata, Bryconamericus iheringii, Hyphessobrycon luetkenii e Gymnogeophagus gymnogenys dominando exclusivamente no litoral, e as espécies Oligosarcus jenynsii, Cyphocharax voga, Odontesthes perugiae e Astyanax fasciatus dominando exclusivamente a zona limnética costeira. A zona litoral apresentou diferenças na composição e dominância das espécies entre as porções norte e sul da lagoa. As 52 espécies registradas neste estudo representam uma alta riqueza de peixes na lagoa Mangueira, sobretudo quando comparada a outras lagoas costeiras do RS. Padrões diferenciados de composição e abundância de espécies parecem refletir características distintas dos habitats litorâneos amostrados.
Resumo:
Realizou-se levantamento malacológico na praia de Carne de Vaca, município de Goiana, litoral norte de Pernambuco, entre novembro de 2006 e outubro de 2007, com o objetivo de conhecer a fauna malacológica dessa localidade e verificar as condições naturais, pouco ou bastante alteradas das áreas de estudo através da aplicação de um protocolo de avaliação de diversidade de hábitats. Foram coletados 5.912 moluscos, representados por sete espécies e quatro famílias, dos quais, 5.209 exemplares de Biomphalaria glabrata (Say, 1818), 113 de Drepanotrema lucidum (Pfeiffer, 1839), 55 de Drepanotrema cimex (Moricand, 1837), 13 de Drepanotrema anatinum (Pfeiffer, 1839), 222 de Melanoides tuberculatus (Muller, 1774), 263 de Pomacea sp. e 37 de Physa marmorata Guilding, 1828. Entre os exemplares de B. glabrata coletados, 44 mostraram-se positivos para Schistosoma mansoni Sambon, 1907 e 91 mostraram-se positivos para outras larvas de trematódeos. Um exemplar de Pomacea sp. mostrou-se positivo para larva de trematódeo. Os dados obtidos, georreferenciados espacialmente, serão utilizados para a determinação das áreas de risco para a transmissão da esquistossomose na praia de Carne de Vaca, além de simulações computacionais para estudos de previsibilidade e comportamento do processo de expansão da esquistossomose no estado de Pernambuco.
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O tamanho da primeira maturação sexual (TPM) em Aegla platensis Schmitt, 1942 foi estimado através das mudanças nas proporções de dimensões corporais dos animais. Para isso, foram realizadas coletas mensais, de julho de 2007 a junho de 2008 no Lajeado Bonito (27º25'27''S, 53º24'39''W), um tributário de primeira ordem do Rio da Várzea, município de Frederico Westphalen, Rio Grande do Sul. Foram utilizados 437 machos com comprimento de cefalotórax (CC) variando de 6,00 mm a 31,75 mm e 368 fêmeas, com tamanhos entre 6,08 mm e 27,92 mm de CC. As seguintes dimensões corporais foram mensuradas em todos os indivíduos coletados: comprimento do cefalotórax (CC), largura do abdome (LA), comprimento do própodo do quelípodo direito (CPD) e comprimento do própodo do quelípodo esquerdo (CPE). Após o registro dessas medidas, os animais foram devolvidos ao mesmo local de captura. As análises de maturidade sexual morfológica foram realizadas com auxílio do software Mature 2, nas quais foram utilizadas as medidas de CC, considerada como variável independente e relacionada com as demais dimensões. As relações que melhor se ajustaram para estas análises, em machos, foram CPD x CC (TPM: CC=18,2 mm) e CPE x CC (TPM: CC=20,1 mm) e LA x CC (TPM: CC=16,5 mm) nas fêmeas.
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A composição, abundância e riqueza de Trichoptera imaturos foram estudadas em 12 tributários da bacia do rio Suiá-Miçú, afluente do rio Xingu, um mosaico de áreas alagadas, córregos e rios na área de transição Cerrado - Floresta Amazônica na região leste de Mato Grosso, Brasil. Larvas de insetos aquáticos foram amostradas em transectos nas margens de tributários lênticos e lóticos com tamanho e níveis de conservação variáveis, em três períodos entre 2007 e 2008. Foram coligidas 867 larvas (sete famílias, 17 gêneros, 45 morfoespécies), sendo Hydropsychidae e Leptoceridae as famílias mais abundantes e ricas, e Leptonema sparsum a espécie mais abundante (n=370). Houve perda de riqueza de espécies em ambientes impactados e naqueles de maior porte ou de fluxo lêntico. Foi possível detectar variações na composição relacionadas ao fluxo, tipo de vegetação e na interação entre o nível de conservação e fluxo. O nível de conservação, a largura e o índice quantitativo de integridade de hábitat (IIH) não influenciaram a composição de Trichoptera isoladamente. Estes resultados podem fomentar novas investigações dos efeitos dos impactos sobre a composição da entomofauna aquática na transição entre o Cerrado e a Floresta Amazônica.
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Este estudo objetivou verificar a distribuição temporal e espacial de Eretmochelys imbricata (Linnaeus, 1766) e aspectos de sua biologia reprodutiva, tais como tempo de incubação, sucesso reprodutivo, biometria das fêmeas, número de ninhos e fecundidade. Os dados foram coletados de 2007 a 2010 nas praias de Muro Alto, Cupe, Merepe, Porto de Galinhas e Maracaípe, todas elas localizadas no município do Ipojuca, estado de Pernambuco, Brasil. Foram analisados comparativamente parâmetros relativos à biologia reprodutiva e áreas de nidificação da espécie. Eretmochelys imbricata foi registrada nidificando entre os meses de outubro a maio, totalizando 350 ninhos monitorados em três temporadas. Os picos de desova ocorreram de janeiro a março, revelando um padrão sazonal das desovas. Houve diferença significativa entre o número de ninhos nas temporadas. A praia de Merepe apresentou uma ocorrência elevada de ninhos (46 ninhos/km) em relação às demais praias monitoradas. Quanto aos aspectos da biologia reprodutiva, o sucesso reprodutivo foi 65,6%, e o intervalo do tempo de incubação de 54 a 56 dias. As medidas biométricas foram coletadas de 59 espécimes, e apresentaram média de 92,5 cm ± 4,5 para o comprimento curvilíneo da carapaça e de 83,4 cm ± 5 para a largura curvilínea da carapaça. Os resultados podem ser utilizados para subsidiar planos de conservação e demonstram que as praias registradas neste estudo têm relevância como áreas de nidificação para E. imbricata.
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A diversidade biológica e os processos ecológicos do bioma Cerrado ainda são pouco conhecidos. Neste estudo são apresentadas informações acerca da estrutura da anurofauna do município de Barro Alto, estado de Goiás (Brasil Central). Cinco corpos d'água foram amostrados entre os anos de 2007 a 2010 (outubro-março), três deles associados à área florestal e dois associados à área aberta. Registraram-se 39 espécies de anuros, caracterizados como especialistas de hábitat aberto, florestal ou generalistas. A curva de acumulação de espécies apresentou a formação de uma assíntota, evidenciando que as técnicas e esforço de amostragens foram adequados para se estimar a riqueza de espécies de anuros na região. A riqueza foi influenciada pela umidade e temperatura, já que a maioria das espécies se reproduz na estação quente e chuvosa. Diferenças significativas na composição de espécies entre os sítios reprodutivos de áreas florestais e abertas foram registradas. A fauna de anuros no Cerrado parece ser constituída a partir da heterogeneidade horizontal dos hábitats no espaço. Assim, hábitats contrastantes no espaço são importantes para a manutenção da riqueza da anurofauna, e portanto, relevantes em termos conservacionistas.