332 resultados para Escuta ativa
Resumo:
A pancreatite aguda é uma condição inflamatória causada por ativação intracelular e extravasamento inapropriado de enzimas proteolíticas que determinam destruição do parênquima pancreático e dos tecidos peripancreáticos. Consiste em uma condição clínica bastante frequente, identificando-se duas formas principais de apresentação: a forma edematosa, menos intensa, e a forma necrosante, a forma grave da doença que acomete uma proporção significativa dos pacientes. A avaliação radiológica, sobretudo por tomografia computadorizada, tem papel fundamental na definição da conduta nos casos graves, sobretudo no que diz respeito à caracterização das complicações locais, que têm implicação prognóstica, e na determinação do tipo de abordagem terapêutica. Novos conceitos incluem a subdivisão da pancreatite necrosante nas formas de necrose do parênquima pancreático concomitante com necrose dos tecidos peripancreáticos ou necrose restrita aos tecidos peripancreáticos. Além disso, houve sistematização dos termos: acúmulos líquidos agudos peripancreáticos, pseudocisto, alterações pós-necróticas pancreáticas/peripancreáticas e necrose pancreática delimitada. Tal conhecimento é de extrema relevância no sentido de uniformizar a linguagem entre os especialistas envolvidos no diagnóstico e tratamento desses pacientes.
Resumo:
Utilizando a técnica de macroarranjos de cDNA em membranas de náilon, analisou-se o perfil de expressão de 3.575 ESTs ("Expressed Sequence Tags") de cana-de-açúcar, oriundas do projeto SUCEST, em duas variedades, uma tolerante (SP80-0185) e outra suscetível (SP70-3370) ao Raquitismo da Soqueira. Foram analisadas amostras foliares de plantas inoculadas com Leifsonia xyli subsp. xyli., agente etiológico do Raquitismo, contrastadas com plantas não inoculadas (controle), para cada variedade, marcadas com sondas de cDNA e hibridizadas contra os macroarranjos. Após as hibridizações e análises estatísticas dos dados foi possível identificar 49 ESTs com expressão alterada, sendo 44 na variedade tolerante (41 ESTs induzidos e 3 reprimidos) e 5 na variedade suscetível (2 ESTs induzidos e 3 reprimidos). Os resultados obtidos sugerem que a tolerância da variedade SP80-0185 de cana-de-açúcar à bactéria fitopatogênica pode estar relacionada com a percepção de sinais extracelulares, visto que ESTs relacionados a vias de transdução de sinais apresentaram expressão gênica induzida na variedade tolerante, os quais codificam para uma EST com similaridade à H+-ATPase da membrana plasmática, fatores de transcrição G-box, OsNAC6, "DNA binding", família MYB e "Zinc Finger" e ainda uma EST com similaridade ao fator de ligação ao G-Box, o qual corresponde a uma seqüência de DNA cis presente em vários promotores de plantas e requerido para o reconhecimento de muitos estímulos ambientais. Na variedade suscetível foi reprimido uma EST com similaridade à lipase. Esta enzima, também de membrana, faz parte da síntese do jasmonato, o qual ativa as defesas vegetais contra patógenos de plantas. Possíveis funções para os genes induzidos ou reprimidos nas cultivares de cana tolerante ou resistente ao Raquitismo são discutidas neste trabalho.
Resumo:
Na safra agrícola de 2007 foi instalado um experimento com a cultura do trigo com o objetivo de avaliar a influência do zinco, manganês e molibdênio aplicados juntamente com fungicidas sobre a severidade de doenças e duração da área foliar verde. As aplicações dos fungicidas foram realizadas no final do emborrachamento e no florescimento, e a de micronutrientes, somente no florescimento. Foram analisados os teores de micronutrientes nas folhas, severidade das doenças causadas por Drechslera tritici-repentis eSeptoria tritici, índice SPAD (Soil Plant Analysis Development), peso hectolítrico, peso de mil grãos, tamanho de espigas, e rendimento de grãos. O uso do epoxiconazol + piraclostrobina proporcionou o melhor controle de D. tritici-repentis e de S. tritici. Produtos com epoxiconazol e piraclostrobina atuaram na fisiologia da planta, incrementando os teores de micronutrientes nos tecidos e prolongando o tempo que o trigo permaneceu com área foliar fotossinteticamente ativa. Epoxiconazol + piraclostrobina, piraclostrobina e epoxiconazol pulverizados associados ou não a micronutrientes, propiciaram aumento do peso hectolítrico, peso de mil grãos e rendimento, quando comparados à testemunha.
Resumo:
A homeopatia pode ser uma alternativa de controle de doenças de plantas pela ativação de genes vegetais responsáveis pela resistência às doenças. O objetivo deste trabalho foi avaliar a ação dos medicamentos homeopáticos Propolis, Sulphur e Ferrum sulphuricum nas dinamizações 6, 12, 30 e 60CH (escala centesimal hahnemaniana) no controle de Alternaria solani e em variáveis de crescimento. Solução hidroalcóolica 10% e água destilada foram os tratamentos controle. Aos 19 dias após o transplante, a 6 ª folha de cada planta foi tratada e 72 horas após, a 6ª e a 7ª folhas foram inoculadas com A. solani. A severidade da doença foi avaliada e calculada a área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD). Foram avaliados volume e massa seca do sistema radicular e massa fresca e seca da parte aérea. Sulphur em 12 e 30CH, Ferrum sulphuricum em 6, 12 e 30CH e Propolis em todas as dinamizações reduziram a AACPD na ordem de 17% a 49%. Sulphur em 60CH e solução hidroalcoólica 10% apresentaram efeito sistêmico na indução de resistência. Nas variáveis de crescimento, Propolis em 30 e 60CH incrementou o volume de raiz em 39% e 33%, a massa fresca da parte aérea em 35% (30CH) e a massa seca da raiz em 38% (30CH). Sulphur em todas as dinamizações aumentou a massa da parte aérea entre 23% a 37%, e em 60CH incrementou em 59% a massa de raízes, o que também ocorreu com Ferrum sulphuricum 60CH (65% de incremento). Esses resultados indicam que os preparados homeopáticos podem controlar a pinta preta e incrementar o crescimento do tomateiro.
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Este trabalho relata a estratégia de incorporação das bases da Saúde Coletiva no currículo da Faculdade de Medicina de Marília (Famema). Em 1991, a Famema passou a desenvolver o Projeto UNI, financiado pela Fundação Kellogg, iniciando um conjunto de mudanças no ensino de Medicina, resultando, em 1997, na introdução do método de ensino da Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP). A ABP trabalha com a perspectiva holística do processo ensino aprendizagem e, por isso, estimula a participação ativa dos estudantes, principalmente, na cooperação em pequenos grupos; no auto-estudo e na educação multidisciplinar. Algum tempo após a introdução do ABP, identificou-se a dificuldade do uso de explicações das dimensões psicológicas e sociais para os problemas. A solução construída para a incorporação da dimensão social nos problemas foi a adoção da perspectiva sociológica das categorias fundantes da Saúde Coletiva: tempo, espaço e pessoa. O resultado foi a construção de uma matriz formada por seis tópicos e orientada para estimular os alunos a alcançar as noções de totalidade e integralidade do cuidado em saúde.
Resumo:
As faculdades de Medicina devem acompanhar as mudanças na política de saúde e os desafios da assistência médica com novas propostas de ensino-aprendizagem, contemplando o projeto pedagógico centrado no aluno. Apesar disso, a visão discente raramente tem servido de parâmetro para essa reforma. Com este objetivo, foi aplicado em 2004 um questionário para todos os alunos do terceiro ano do curso de graduação de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, sendo a participação voluntária e anônima. Esse questionário foi composto para se avaliar a importância do ciclo básico no ensino da Semiologia, os cenários de prática e o desempenho discente. Segundo os resultados, a Fisiologia foi considerada a mais importante do ciclo básico, seguida da Anatomia. A maioria dos alunos se considerou apta a fazer a anamnese, mas realizava o exame físico e o raciocínio fisiopatológico principalmente com ajuda docente. Quanto ao cenário de prática, houve uma preferência pelo ensino que englobasse a prática no ambulatório e na enfermaria. Concluiu-se que questionários específicos e apropriados podem ser úteis para um melhor planejamento pedagógico com a participação ativa dos alunos e para assegurar a integração horizontal e vertical das disciplinas.
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OBJETIVO: Identificar informações sobre sexualidade entre estudantes de Medicina e analisar as diferenças quanto a gênero e ano do curso. MÉTODO: Foi aplicado um questionário estruturado a estudantes da Faculdade de Medicina de Botucatu, com questões sobre sexualidade e vida sexual dos sujeitos. A aplicação ocorreu em sala de aula, sendo que 455 estudantes (82,6%) aceitaram participar do estudo. A análise foi estratificada para gênero e ano do curso, sendo utilizado o teste do qui-quadrado. RESULTADOS: Comparando-se primeiros e últimos anos, observou-se aumento da freqüência de vida sexual ativa, mas não de satisfação. Crenças predominaram sobre crendices, tendo sido observadas diferenças entre os gêneros. Aspectos da sexualidade feminina e da homossexualidade apresentaram um significativo percentual de respostas equivocadas. CONCLUSÕES: Entre estudantes de Medicina ainda persiste desinformação sobre aspectos específicos da sexualidade humana. A formação médica precisa abarcar a sexualidade em seus múltiplos aspectos, capacitando os profissionais a lidarem com a sexualidade de seus pacientes.
Resumo:
A prescrição é o ponto de partida para a utilização de medicamentos. O objetivo deste trabalho foi identificar a qualidade das informações presentes nas prescrições das enfermarias de um hospital universitário brasileiro. Foram coletadas 1.785 prescrições medicamentosas de pacientes maiores de 12 anos, de ambos os sexos, internados em enfermaria de 1º de janeiro a 30 de abril de 2004. A amostragem foi feita coletando-se todas as prescrições emitidas em um dia de cada semana durante o período de estudo, observando-se o intervalo de seis dias entre cada coleta. Foram avaliados dados relativos à identificação do paciente, do medicamento e do prescritor. Em 230 (12,9%) prescrições não havia a idade do paciente. Em 224 (12%) prescrições não constava à assinatura do prescritor. Em 16% dos medicamentos prescritos foi detectada afalta de pelo menos uma informação relativa à posologia (dose, forma farmacêutica, via e/ou intervalo entre doses). Afalta destas informações é um obstáculo ao uso seguro de medicamentos, podendo levar ao uso inadequado e a reações adversas. Sugerimos intervenções educativas junto aos profissionais que lidam com o medicamento (desde a prescrição até sua utilização) e a implantação de monitoramento farmacoterapêutico dos pacientes. A participação mais ativa do farmacêutico na equipe de saúde também pode proporcionar tratamentos mais efetivos, seguros e convenientes aos pacientes hospitalizados. A assistência farmacêutica e a utilização de medicamentos em hospitais brasileiros precisam ser mais estudadas.
Resumo:
Este estudo discute a construção do discurso especializado, a partir do verbalizado por médicos após dois anos de residência médica em Obstetrícia/Ginecologia no Instituto Fernandes Figueira, Fundação Oswaldo Cruz. A pesquisa foi operacionalizada em duas etapas: observação participante de reuniões clínicas da Obstetrícia e da Ginecologia e construção de fontes orais. Foi realizada análise semiótica das notas de campo e do material transcrito das entrevistas. Os resultados giram em torno de dois eixos: a caracterização do perfil do médico obstetra/ginecologista e a convivência com o normal e o estranho no contato com as pacientes, como integrantes da construção do discurso especializado, no ambiente escolhido para a pesquisa. Conclui-se que a residência conduz ao discurso especializado, escudado, principalmente, na utilização de exames complementares, como os que fornecem imagens, visto que tais exames são percebidos como revelando objetivamente o corpo real. Tal fato infunde segurança nos residentes, mas, por outro lado, afasta-os da atenção à escuta da história da paciente e da composição da narrativa médica, fragmentando o processo de exercício da semiologia clínica
Resumo:
Apresenta-se uma reflexão teórico-metodológica focada na construção de indicadores qualitativos, voltados principalmente para a avaliação de mudanças no campo educacional. Foi escrito para subsidiar o processo de autoavaliação de um conjunto de escolas médicas que desenvolvem um programa de transformação de seus métodos tradicionais para outros fundamentados na filosofia e na prática de aprendizagem ativa. Nele são discutidos e problematizados: o conceito de indicador; a produção de indicadores para pesquisa avaliativa e a construção de indicadores qualitativos. Esses últimos são tratados sob duas formas mais frequentes: dentro da lógica quantitativa e da lógica qualitativa. Indicadores qualitativos a partir da visão quantitativa da realidade são construídos principalmente por meio de escalas. Dentro da ótica qualitativa, são elaborados a partir das representações e práticas dos sujeitos envolvidos na investigação. Enfatizando a necessidade de produção de indicadores de mudança que levem em conta estruturas, processos, relações e a contribuição da subjetividade, conclui-se que a validade interna desses indicadores pode ser alcançada quando as categorias empregadas em sua construção são fundamentadas teórica e contextualmente e possuem significados mútuos e partilhados entre os participantes.
Resumo:
Os métodos ativos de aprendizagem necessitam de processos avaliativos igualmente coerentes com o novo perfil profissional. A Faculdade de Medicina de Marília (Famema) vem utilizando o portfólio reflexivo como instrumento de avaliação formativa no curso médico. Este trabalho propõe-se a analisar a percepção dos estudantes quanto ao seu uso. Trata-se de um estudo qualitativo cujos dados foram coletados pela técnica de grupo focal, à qual se seguiram os passos da técnica de análise de conteúdo na modalidade temática. Definiram-se, então, as categorias temáticas: "O portfólio enquanto espaço que oportuniza reflexão sobre a prática e a aprendizagem ativa"; "Um instrumento de avaliação pro cessual e dialógica"; "O imaginário biomédico e a resistência às mudanças permeando a construção do novo modelo" e "O reconhecimento da necessidade de mudanças". Pode-se considerar que o portfólio reflexivo constitui um instrumento que contribui para a formação profissional, embora sua utilização requeira constantes aproximações e ajustes.
Resumo:
Este ensaio pretende refletir criticamente sobre a importância do processo de formação dos profissionais de saúde, enfocando aspectos de produção de subjetividade - modelos de atenção que trabalhem uma educação em saúde que amplie a autonomia e a capacidade de intervenção das pessoas sobre suas próprias vidas com a experimentação de alteridade com os usuários de produção de habilidades técnico- científicas e o adequado conhecimento do Sistema Único de Saúde (SUS). Destaca-se a relevância da articulação/interação entre os serviços de saúde e as instituições formadoras, problematizando o trabalho, organização de saúde e ensino, e construindo significados e práticas com orientação social, mediante participação ativa dos gestores setoriais, formadores, usuários e estudantes. Por fim, aborda a importância da construção de espaços sociais, denominados "espaço de possíveis", que tendem a definir o universo de problemas, referências, marcos teóricos, atores e instituições. E é esse "espaço de possíveis" que possibilita concretizar a relação de trabalho desejada de forma efetiva no mundo real.
Resumo:
Competência, para fins de organização de currículos na área de saúde, deve ser concebida como a capacidade de mobilizar, articular e colocar em prática conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias ao desempenho efetivo das atividades requeridas no contexto do trabalho. Currículos orientados por competência devem alinhar metodologias de ensino-aprendizagem, práticas pedagógicas, diferentes contextos e cenários de aprendizagem, métodos de avaliação e atividades de pesquisa com esse princípio de organização curricular. Caracteristicamente, são centrados na busca ativa pelo conhecimento, interdisciplinaridade, integração teórico-prática e interação ensino-sociedade, trazendo o desenvolvimento da identidade profissional para o centro das atividades de aprendizado. Sua construção envolve, inicialmente, a identificação e definição das competências necessárias à boa prática profissional. Em seguida, a definição de seus componentes e os níveis de desempenho. Posteriormente, deve ser elaborado um programa de avaliação que esteja prioritariamente a serviço do aprendizado (avaliação formativa) e que seja voltado para a detecção de conhecimentos, habilidades e atitudes assimilados pelos estudantes e não para sua classificação dentro de um grupo normativo.
Resumo:
Trata-se de uma dissertação de mestrado que propôs conhecer e descrever os efeitos desencadeados na formação de residentes de psiquiatria ao participarem de grupos constituídos por pessoas diagnosticadas com transtorno mental que utilizaram a intervenção GAM (Gestão Autônoma da Medicação) como norteadora. A aposta foi que, ao participarem dos encontros, os residentes experienciariam uma nova situação em que a palavra do paciente passaria a ser ouvida de forma diferente da trabalhada no currículo da residência, construindo um dispositivo capaz de transformar suas práticas clínicas. Para verificar esses efeitos, utilizamos dois grupos focais, realizados antes e depois dos grupos de intervenção, além de entrevistas individuais conduzidas após o término dos grupos. A análise do material indicou efeitos principalmente quanto à escuta clínica desses profissionais, mostrando a necessidade de estudos mais aprofundados.
Resumo:
A violência entre parceiros íntimos é um problema de saúde pública, mas, em geral, a integração da atenção a esta complexa problemática social é insatisfatória na formação e na atenção em saúde. Essa situação é examinada neste artigo, com base em evidências e questões levantadas na literatura. Nas experiências internacionais, constatou-se que a busca ativa dos casos nos serviços é priorizada, porém encontra dificuldades na institucionalização das rotinas e sistematização da capacitação desde a educação inicial. No contexto brasileiro, o pouco conhecimento sobre o assunto entre estudantes e profissionais de saúde foi sinalizado, sendo que a incorporação da normatização da assistência à violência sexual dá visibilidade ao despreparo das equipes. As conclusões ratificam limites da formação em saúde baseada no modelo biomédico e do processo de trabalho centrado na figura do médico. Recomenda-se a "problematização" da VPI via processos de ensino-aprendizagem que valorizem saberes e experiências dos educandos e garantam espaços coletivos de discussão, com apoio da incorporação dos referenciais das Ciências Humanas e Sociais nos currículos médicos e de mudanças na educação médica orientadas pela integralidade e intersetorialidade das ações.