742 resultados para 227
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OBJETIVO: Analisar efeitos do uso de pesos de pós-estratificaç227;o para corrigir vícios decorrentes da baixa cobertura de domicílios com telefone. MÉTODOS: Comparaç227;o dos resultados levantados pelo Inquérito Domiciliar com o Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteç227;o para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), em Rio Branco, AC, 2007, cuja cobertura era de 40% de telefonia fixa. O vício potencial do Vigitel foi expresso pela diferença entre as prevalências do Vigitel e do Inquérito Domiciliar, calculada a raiz quadrática do erro quadrático médio como medida de acurácia da estimativa. RESULTADOS: O procedimento de ponderaç227;o do Vigitel corrigiu o vício potencial nas prevalências de consumo de frutas, legumes e verduras, de carnes com gordura visível, o ser fumante, a autoavaliaç227;o do estado de saúde ruim e da morbidade referida de colesterol ou triglicéride. O procedimento adotado pelo Vigitel n227;o reduziu o vício nas prevalências da prática de atividade física no tempo livre e de morbidade referida de asma, bronquite asmática, bronquite crônica ou enfisema. CONCLUSÕES: É necessário o uso de métodos alternativos de ponderaç227;o e a estratégia de seleç227;o de variáveis externas para construç227;o de pesos de pós-estratificaç227;o que minimizem o vício potencial das estimativas das variáveis decorrentes da baixa cobertura de domicílios com telefone fixo.
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OBJETIVO: Analisar os efeitos da exposiç227;o de partículas finas de queimadas sobre as internações por doenças respiratórias em crianças e idosos. MÉTODOS: Estudo ecológico de série temporal em Cuiabá, estado de Mato Grosso, regi227;o da Amazônia brasileira, durante 2005. Níveis diários de material particulado fino PM2.5 foram estimados e disponibilizados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Variáveis relacionadas a temperatura, umidade relativa e ajustes por tendência temporal, sazonalidade e efeitos de calendário foram incluídos no modelo. Utilizou-se a Regress227;o de Poisson por modelos aditivos generalizados. RESULTADOS: Crescimento de 10 mg/m3 nos níveis de exposiç227;o ao PM2.5 foi associado a aumentos de 9,1%, 9,2% e 12,1% das internações hospitalares de crianças, relacionados às médias móveis de 1, 2 e 5 dias, respectivamente. O nível de exposiç227;o ao material particulado foi associado a aumentos de 11,4%, 21,6% e 22,0% em crianças, referentes às médias móveis de 1, 5 e 6 dias, respectivamente, para a estaç227;o seca. N227;o foram observadas associações significativas para os idosos. CONCLUSÕES: Foi evidenciada a influência de PM2.5 sobre a ocorrência de internações por doenças respiratórias em crianças < 5 anos, na regi227;o estudada.
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OBJETIVO: Analisar o processo de cuidado desenvolvido por meio de arte e cultura em centros de atenç227;o psicossocial. MÉTODOS: Estudo integrado à pesquisa de avaliaç227;o dos centros de atenç227;o psicossocial, em S227;o Paulo, SP. Foram analisados os relatos da observaç227;o de tipo etnográfico de 126 atividades grupais de arte e cultura realizadas em 21 desses centros, entre 2007 e 2008. A análise incluiu depoimentos de coordenadores sobre os objetivos das atividades observadas. Baseado em referenciais teóricos da atenç227;o psicossocial, utilizou-se da técnica de análise de conteúdo para investigar relações entre meios terapêuticos (enquadres, atividades e vínculos) e objetivos das atividades. RESULTADOS: Três tendências de cuidado foram identificadas: (1) estritamente clínica, predominante e marcada por atividades realizadas dentro dos centros com foco em competências pessoais e interações grupais; (2) psicossocial, que incluiu atividades no território, ampliaç227;o dos repertórios culturais e da circulaç227;o social; e (3) residual, minoritária e sem ganhos psicossociais. CONCLUSÕES: A realizaç227;o de atividades de arte e cultura que produzam cuidado na perspectiva da reabilitaç227;o psicossocial depende do acesso dos profissionais a bens culturais e a processos criativos, do reconhecimento dessas atividades como trabalho integrado a toda a equipe e da consideraç227;o de todos os atores envolvidos como produtores de fatos de cultura.
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OBJETIVO: Analisar os fluxos de viagens de crianças e adolescentes com câncer, entre os locais de residência e serviço de saúde. MÉTODOS: Foram analisados os fluxos de viagens de crianças e adolescentes com câncer entre os locais de residência e de serviço de saúde atendidos no Sistema Único de Saúde (SUS), de 2000 a 2007. A unidade de análise foi a regional de saúde. Utilizou-se o sistema de informações geográficas e metodologia de redes por tipo de tratamento recebido (quimioterapia e radioterapia) e internações hospitalares. RESULTADOS: Foram emitidas 465.289 autorizações de quimioterapia, 29.151 de radioterapia e 383.568 de internações hospitalares de crianças e adolescentes com diagnóstico de câncer para tratamento no SUS. O fluxo dominante formou 48 redes para quimioterapia, 53 para radioterapia e 112 para internações hospitalares. A maior parte do volume de atendimento ocorreu nas regionais de saúde das 12 maiores metrópoles do País com grande relacionamento entre elas e extensa área de influência direta acompanhando a estrutura da rede urbana brasileira. CONCLUSÕES: A identificaç227;o das redes estabelecidas no âmbito do SUS para o atendimento de crianças e adolescentes com câncer mostra que a maioria dos pacientes está contemplada pelas redes estruturadas. Cerca de 10% das viagens ocorrem fora do fluxo dominante, indicando a necessidade de regionalizaç227;o alternativa. Os resultados evidenciam a importância do planejamento da distribuiç227;o dos serviços de acordo com as necessidades da populaç227;o usuária.
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OBJETIVO: Analisar os fatores que influenciam na mortalidade infantil evitável na perspectiva dos protagonistas envolvidos. MÉTODOS: Estudo qualitativo crítico-construtivista de análise do acesso das crianças à atenç227;o e à mortalidade infantil evitável por ações e serviços no Distrito Sanitário I do Recife, PE, entre fevereiro de 2007 e fevereiro de 2008. Desenhou-se amostra teórica em duas etapas: I) instituições prestadoras de serviços de saúde infantil; II) informantes: gestores (11); profissionais da Estratégia de Saúde da Família e do Programa de Agentes Comunitários de Saúde (48); profissionais das policlínicas (12), m227;es (20), com tamanho definido por saturaç227;o dos discursos. Foram realizadas entrevistas individuais semiestruturadas e estudo de caso de óbito infantil evitável. Utilizou-se análise temática de conteúdo com geraç227;o mista de categorias (emergentes e roteiro). RESULTADOS: Houve posições de conflito entre grupos de atores, refletindo o papel desempenhado na rede assistencial. Os participantes institucionais relacionavam os óbitos infantis à ausência/má divulgaç227;o das políticas de saúde infantil e das ações intersetoriais; profissionais e m227;es destacaram dificuldades de acesso por insuficiência global de recursos, principalmente a falta de médicos na Estratégia de Saúde da Família, deslocando a assistência para enfermeiras. Ausência de médicos, rechaço às doenças agudas, atenç227;o desumanizada e/ou de má qualidade técnica foram os principais fatores relacionados aos óbitos pelas m227;es. Os participantes da Estratégia de Saúde da Família, do Programa de Agentes Comunitários de Saúde e m227;es identificaram a condiç227;o de exclus227;o social e negligência materna com os óbitos enquanto o estudo de caso de óbito mostrou sua associaç227;o à baixa qualidade da atenç227;o ofertada. CONCLUSÕES: Numerosas barreiras de acesso apontam a insuficiente implantaç227;o do Sistema Único de Saúde e falta de resolubilidade da principal porta de entrada, a Estratégia de Saúde da Família. Melhorias dos fatores estruturais e organizacionais da oferta s227;o necessárias, sobretudo mecanismos de incentivo à contrataç227;o de médicos para a Estratégia de Saúde da Família e de formaç227;o/capacitaç227;o profissional da equipe compatível com o modelo de atenç227;o para o cumprimento das políticas de atenç227;o à saúde da criança e prevenç227;o das mortes infantis evitáveis.
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OBJETIVO: Analisar os gastos com medicamentos para o tratamento da osteoporose na pós-menopausa e os fatores associados ao gasto médio per capita . MÉTODOS: Pareamento probabilístico-determinístico a partir das bases das Autorizações de Procedimentos de Alta Complexidade com o Sistema de Informaç227;o sobre Mortalidade, resultando em coorte histórica de pacientes que utilizaram medicamentos de alto custo para o tratamento da osteoporose na pós-menopausa de 2000 a 2006. O gasto médio mensal com medicamentos foi estratificado por faixas etárias e descrito de acordo com as características demográficas, clínicas e tipo de medicamento utilizado. Foi utilizado modelo de regress227;o linear para avaliar o impacto de características demográficas e clínicas sobre o gasto médio mensal per capita com os medicamentos. RESULTADOS: Foram identificadas 72.265 mulheres que receberam medicamentos para o tratamento da osteoporose na pós-menopausa. O gasto médio mensal per capita no primeiro ano de tratamento foi de R$ 90,00 (dp R$ 144,49). A maioria das mulheres tinha de 60 a 69 anos de idade, iniciaram tratamento em 2000, eram residentes na regi227;o Sudeste, tinham fraturas osteoporóticas prévias e o alendronato de sódio foi o medicamento mais utilizado no início do tratamento. A maioria das pacientes permaneceu em uso do mesmo princípio ativo durante o tratamento. Foram identificados 6.429 óbitos entre as participantes. Mais de um terço das mulheres permaneceram no programa por até 12 meses. Raloxifeno e calcitonina sintética foram as alternativas com maior impacto sobre o gasto médio mensal com medicamentos, tendo como padr227;o de referência o alendronato de sódio. CONCLUSÕES: Dado o alto impacto do tipo de medicamento utilizado no gasto com medicaç227;o, recomenda-se estabelecer critérios para prescriç227;o e dispensaç227;o, com prioridade para aqueles com menores custos e maior efetividade. Isso pode otimizar o processo de assistência farmacêutica e a provis227;o de maior número de unidades farmacêuticas à populaç227;o.
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Discute-se a emergência de dilemas morais nas práticas de saúde, tendo em vista a acelerada transiç227;o demográfica nos países em desenvolvimento e os crescentes custos dos sistemas públicos de saúde. S227;o focalizadas duas dimensões do cuidado à saúde que têm ocupado um lugar importante na geraç227;o desses dilemas: a tens227;o entre as estratégias comerciais que contornam o mercado de produtos de saúde e a expans227;o do acesso a esses produtos, por um lado, e o aumento da importância das tecnociências nas práticas de cuidado à saúde, por outro. Em conclus227;o, é discutida a importância da arbitragem política, social e jurídica na codificaç227;o ética desses dilemas e o papel do Estado Democrático de Direito nessa arbitragem.
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Discute-se a utilizaç227;o do conceito de classe em pesquisas em saúde, as diferentes abordagens sociológicas de estratificaç227;o social e de estrutura de classes, o potencial explicativo do conceito em estudos de determinaç227;o social e desigualdades em saúde, os modelos de operacionalizaç227;o elaborados para uso em pesquisas sociológicas, demográficas ou de saúde e os limites e possibilidades desses modelos. Foram destacados quatro modelos de operacionalizaç227;o: de Singer para estudo da distribuiç227;o de renda no Brasil, adaptado por Barros para uso em pesquisas epidemiológicas; de Bronfman & Tuirán para o censo demográfico mexicano, adaptado por Lombardi et al para pesquisas epidemiológicas; de Goldthorpe para estudos socioeconômicos ingleses, adaptado pela Sociedade Espanhola de Epidemiologia; e o modelo de Wright para pesquisa em sociologia e ciência política, também usado em inquéritos populacionais em saúde. Em conclus227;o, conceitualmente cada um dos modelos apresentados é coerente com a concepç227;o teórica que os embasam, mas n227;o há como optar por qualquer deles, descartando os demais.
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OBJETIVO Estimar tendências temporais do consumo domiciliar de itens alimentícios no Brasil, levando em conta a extens227;o e o propósito do seu processamento industrial. MÉTODOS Os dados analisados s227;o provenientes de Pesquisa de Orçamentos Familiares realizadas no Brasil em 1987-1988, 1995-1996, 2002-2003 e 2008-2009. Foram analisadas amostras probabilísticas dos domicílios das áreas metropolitanas em todos os períodos mencionados e, nas duas amostras mais recentes, a abrangência foi nacional. As unidades de análise foram registros de aquisições de agregados de domicílios. Os itens alimentícios foram divididos segundo extens227;o e propósito de seu processamento industrial em: alimentos in natura ou minimamente processados, ingredientes culinários processados e produtos alimentícios prontos para consumo, processados ou ultraprocessados. A quantidade adquirida de cada item foi convertida em energia. Estimaram-se a disponibilidade diária total per capita de calorias e a contribuiç227;o dos grupos de alimentos em cada pesquisa. Calcularam-se estimativas por quintos de renda para as pesquisas nacionais. Variações temporais foram testadas por teste de diferença de médias e modelos de regress227;o linear. RESULTADOS Houve aumento significativo da participaç227;o de produtos prontos para o consumo (de 23,0% para 27,8% das calorias), graças ao aumento no consumo de produtos ultraprocessados (de 20,8% para 25,4%) entre 2002-2003 e 2008-2009. Houve reduç227;o significativa na participaç227;o de alimentos e de ingredientes culinários nesse período. O aumento da participaç227;o de produtos ultraprocessados ocorreu em todos os estratos de renda. Observou-se aumento uniforme da participaç227;o calórica de produtos prontos para o consumo em áreas metropolitanas, novamente à custa de produtos ultraprocessados e acompanhada por reduções na participaç227;o de alimentos in natura ou minimamente processados quanto de ingredientes culinários. CONCLUSÕES Produtos ultraprocessados apresentam participaç227;o crescente na dieta brasileira, evidenciada desde a década de 1980 nas áreas metropolitanas e confirmada para todo o País na década de 2000.
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OBJETIVO Analisar a eficácia de ações de educaç227;o nutricional com merendeiras na reduç227;o da adiç227;o de açúcar na alimentaç227;o escolar e no próprio consumo. MÉTODOS Ensaio randomizado por conglomerado, controlado, conduzido em 20 escolas municipais na cidade metropolitana de Niterói, RJ, de março a dezembro de 2007. Programa de educaç227;o nutricional foi implementado nas escolas de intervenç227;o, junto a merendeiras, usando mensagens, atividades e material educativo que encorajassem a reduç227;o da adiç227;o de açúcar na alimentaç227;o escolar e no consumo. A reduç227;o da disponibilidade de açúcar pelas escolas foi analisada por planilhas com dados da utilizaç227;o dos itens do estoque. O consumo individual das merendeiras foi avaliado pelo uso de questionário de frequência de consumo alimentar. As medidas antropométricas foram realizadas de acordo com técnicas padronizadas e a variaç227;o na mudança do peso foi medida ao longo do estudo. RESULTADOS A reduç227;o da disponibilidade de açúcar ocorreu mais acentuadamente nas escolas de intervenç227;o quando comparadas às escolas controle (-6,0 kg versus 3,4 kg), sem diferença estatisticamente significante (p = 0,21), embora o poder do estudo tenha sido baixo. Houve reduç227;o do consumo de doces e bebidas açucaradas nos dois grupos, mas o consumo de açúcar n227;o apresentou diferenças estatisticamente significativas entre eles. Houve reduç227;o do peso e do consumo de energia total nos dois grupos, mas sem diferença estatisticamente significante entre eles e sem modificaç227;o dos percentuais de adequaç227;o dos macronutrientes em relaç227;o ao consumo de energia. CONCLUSÕES N227;o foi possível provar que a estratégia de reduç227;o da disponibilidade e do consumo de açúcar por merendeiras de escolas públicas se mostrou eficaz.
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OBJETIVO Avaliar a confiabilidade e a validade do Índice de Qualidade da Dieta Revisado de acordo com as propriedades psicométricas. MÉTODOS Estudo transversal em amostra probabilística do município de S227;o Paulo, SP, com 2.375 indivíduos com idade maior ou igual a 12 anos, de ambos os sexos, incluídos no Inquérito de Saúde, realizado em 2003. As informações sobre características da populaç227;o foram obtidas por meio de questionário. Dados do consumo alimentar foram obtidos pela aplicaç227;o do Recordatório de 24 horas, utilizado para calcular o Índice de Qualidade da Dieta Revisado (IQD-R). Foram avaliados (1) validade de conteúdo, comparando os componentes com as recomendações do Guia Alimentar para a Populaç227;o Brasileira; (2) validade de constructo, por meio da análise fatorial pelo método dos componentes principais e verificando se o índice consegue mensurar a qualidade da dieta independente da energia ingerida; (3) validade discriminante; e (4) a confiabilidade do IQD-R pela análise da consistência interna dos itens utilizando o coeficiente alfa de Cronbach. RESULTADOS As correlações entre os escores dos componentes e a energia consumida foram fracas (r #< 0,30). A análise de componentes principais indicou a presença de quatro fatores com autovalores #> 1 que representaram 67% da variância do índice. A validade discriminante do IQD-R foi observada comparando os indivíduos por sexo e hábito de fumar, identificando diferenças estatisticamente significativas entre as médias dos componentes do IQD-R e o escore final. O valor do alfa de Cronbach (α = 0,7) indicou a presença de consistência interna entre os componentes do IQD-R. O componente Gord_AA, seguido dos componentes frutas totais e frutas integrais, apresentaram maior correlaç227;o com a pontuaç227;o final do índice. CONCLUSÕES O Índice de Qualidade da Dieta Revisado mostrou-se confiável e estruturalmente válido quando utilizado para avaliar e monitorar a qualidade da dieta de brasileiros.
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OBJETIVO : Investigar criadouros com moluscos hospedeiros e casos humanos autóctones para esquistossomose. MÉTODOS : Entre julho de 2010 e setembro de 2012 foram realizados: (1) levantamento malacológico para busca ativa de criadouros, coleta e identificaç227;o de caramujos Biomphalaria positivos para Schistosoma mansoni em Recife, PE; (2) inquérito de prevalência com 2.718 escolares, de sete a 14 anos, para diagnóstico de casos de esquistossomose; (3) exame clínico e ultrassonografia nos casos positivos para S. mansoni. Os casos foram investigados quanto à sua autoctonia e avaliados clinicamente. Os casos e criadouros foram georreferenciados e espacializados. RESULTADOS : Foram identificados 30 criadouros de B. straminea , quatro deles potenciais focos de transmiss227;o, uma vez que os testes moleculares identificaram DNA de S. mansoni nos caramujos coletados. Foram diagnosticadas 14 crianças com esquistossomose; entre elas, cinco foram consideradas casos autóctones da doença. CONCLUSÕES : Ações emergenciais pela vigilância em saúde s227;o necessárias para evitar que a esquistossomose se endemize em Recife, como acontece em localidades litorâneas do estado de Pernambuco.
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OBJETIVO : Analisar a expans227;o da ocorrência de leishmaniose visceral americana em humanos e identificar localidades prioritárias para o desenvolvimento de ações de vigilância e controle. MÉTODOS : A área de estudo constituiu-se dos 316 municípios do estado de S227;o Paulo pertencentes às cinco regiões de saúde com ocorrência da leishmaniose visceral americana em humanos, utilizando os casos autóctones e óbitos, com ano de notificaç227;o e município de ocorrência. Calcularam-se taxas de incidência e de mortalidade e letalidade por município, por regi227;o e para a área de estudo. Utilizaram-se o estimador bayesiano empírico para obtenç227;o de taxas de incidência e de mortalidade bayesianas locais para cada município e a krigagem para visualizaç227;o da distribuiç227;o espacial das temperaturas e das precipitações pluviométricas. RESULTADOS : Foram detectados 73 municípios com transmiss227;o da doença. As primeiras ocorrências deram-se em áreas com maiores temperaturas e menores pluviosidades, mas sua disseminaç227;o também ocorreu em áreas menos quentes e mais úmidas. A expans227;o da leishmaniose visceral americana em humanos apresentou um eixo principal de disseminaç227;o no sentido noroeste para sudeste, acompanhando a rodovia Marechal Rondon e o gasoduto Bolívia-Brasil, e um eixo secundário, na direç227;o norte-sul, acompanhando a malha rodoviária. As taxas de incidência, segundo regiões de saúde, apresentaram um pico seguido de queda, com exceç227;o da regi227;o de S227;o José do Rio Preto. Observou-se maior concentraç227;o de municípios com altas taxas de incidência e mortalidade nas regiões de saúde de Araçatuba, Presidente Prudente e Marília. CONCLUSÕES : Possíveis fatores determinantes da expans227;o da doença incluíram a rodovia Marechal Rondon e a construç227;o do gasoduto Bolívia-Brasil. Fatores climáticos pareceram n227;o ter papel determinante nessa expans227;o. O uso de técnicas de análise espacial permitiu identificar municípios com possível subnotificaç227;o de casos e óbitos e indicar municípios prioritários para o desenvolvimento de ações de vigilância e controle.
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OBJETIVO Analisar a prevalência e fatores associados a sintomas depressivos em idosos. MÉTODOS Estudo epidemiológico transversal e de base domiciliar (inquérito EpiFloripa Idoso) com 1.656 idosos, realizado por conglomerados em dois estágios, setores censitários e domicílios, em Florianópolis, SC. A prevalência de sintomas depressivos (desfecho) foi obtida por meio da Geriatric Depression Scale (GDS-15), e testadas associações segundo variáveis sociodemográficas, de saúde, comportamentais e sociais. Foram calculadas razões de prevalências brutas e ajustadas com intervalo de 95% de confiança por regress227;o de Poisson. RESULTADOS A prevalência de sintomas depressivos foi de 23,9% (IC95% 21,84;26,01). Os fatores de risco associados no modelo final foram: escolaridade de cinco a oito anos (RP = 1,50; IC95% 1,08; 2,08), um a quatro anos (RP = 1,62; IC95% 1,18; 2,23) e nenhum ano de estudo (RP = 2,11; IC95% 1,46;3,05); situaç227;o econômica pior quando comparada com a que tinha aos 50 anos (RP = 1,33; IC95% 1,02;1,74); déficit cognitivo (RP = 1,45; IC95% 1,21;1,75); percepç227;o de saúde regular (RP = 1,95; IC95% 1,47;2,60) e ruim (RP = 2,64; IC95% 1,82;3,83); dependência funcional (RP = 1,83; IC95% 1,43; 2,33); e dor crônica (RP = 1,35; IC95% 1,10;1,67). Grupo etário de 70 a 79 anos (RP = 0,77; IC95% 0,64;0,93); atividade física de lazer (RP = 0,75; IC95% 0,59;0,94); participaç227;o em grupos de convivência ou religiosos (RP = 0,80; IC95% 0,64;0,99); e ter relaç227;o sexual (RP = 0,70; IC95% 0,53;0,94) mostraram-se fatores protetores ao aparecimento dos sintomas depressivos. CONCLUSÕES Situaç227;o clínica adversa, desvantagem socioeconômica e pouca atividade social e sexual mostraram-se associadas aos sintomas depressivos em idosos.
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OBJETIVO Analisar as características das vítimas, vias e veículos envolvidos em acidentes de trânsito e os fatores de risco de acidentes com ocorrência de óbito. MÉTODOS Estudo de coorte n227;o concorrente considerando os acidentes de trânsito em Fortaleza, CE, de janeiro de 2004 a dezembro de 2008. Foram utilizados dados do Sistema de Informaç227;o de Acidente de Trânsito de Fortaleza, do Sistema de Informações de Mortalidade, do Sistema de Informações Hospitalares e dos bancos de dados de Habilitaç227;o e Veículos do Departamento Estadual de Trânsito. Técnicas de relacionamento determinístico e probabilístico foram aplicadas para integrar as bases de dados. Efetuou-se a análise descritiva das variáveis relativas às pessoas, às vias, aos veículos e ao tempo. Foram utilizados os modelos lineares generalizados na investigaç227;o de fatores de risco para óbito por acidente de trânsito. O ajuste do modelo foi verificado pela raz227;o de verossimilhança e análise ROC. RESULTADOS Registraram-se 118.830 acidentes no período. Predominaram colis227;o/abalroamento (78,1%), atropelamentos (11,9%) e choque com obstáculo fixo (3,9%) e com motocicletas (18,1%). Ocorreram óbitos em 1,4% dos acidentes. Estiveram independentemente associados ao óbito por acidente de trânsito: bicicletas (OR = 21,2; IC95% 16,1;27,8), atropelamentos (OR = 5,9; IC95% 3,7;9,2), choque com obstáculo fixo (OR = 5,7; IC95% 3,1;10,5) e acidentes com motociclistas (OR = 3,5; IC95% 2,6;4,6). Os principais fatores contribuintes foram envolvimento de uma única pessoa (OR = 6,6; IC95% 4,1;10,73), presença de condutores n227;o habilitados (OR = 4,1; IC95% 2,9;5,5) um único veículo envolvido (OR = 3,9; IC95% 2,3;6,4), sexo masculino (OR = 2,5; IC95% 1,9;3,3), tráfego em vias de jurisdiç227;o federal (OR = 2,4; IC95% 1,8;3,7), horário madrugada (OR = 2,4; IC95% 1,8;3,0) e dia de domingo (OR = 1,7; IC95% 1,3;2,2), todas ajustadas segundo modelo log-binomial. CONCLUSÕES As ações de promoç227;o e prevenç227;o de acidentes no trânsito devem focar os acidentes com veículos de duas rodas, que mais frequentemente envolvem uma única pessoa, n227;o habilitada, do sexo masculino, em horários noturnos, em finais de semana e nas vias onde se desenvolvem maiores velocidades.