343 resultados para Especialidade médica
Formação médica e serviço único de saúde: propostas e práticas descritas na literatura especializada
Resumo:
INTRODUÇÃO: A partir da criação do Sistema Único de Saúde (SUS) e das novas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para a graduação em Medicina, algumas escolas de Medicina têm procurado integrar o treinamento médico dos alunos aos serviços públicos de saúde. OBJETIVO: Identificar na literatura experiências de treinamento de alunos de Medicina no SUS. MÉTODOS: Artigos publicados entre janeiro de 2002 e dezembro de 2012 foram selecionados de buscas realizadas nos bancos de dados Scielo, PubMed e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), usando-se os termos "educação médica", "graduação em Medicina" e "Sistema Único de Saúde". Os autores avaliaram a elegibilidade dos artigos. RESULTADOS: Foram incluídos e categorizados 31 artigos. As experiências práticas no SUS foram associadas a currículos integrados, currículos tradicionais, a currículos tradicionais em fase de adequação às novas DCN e a práticas médicas inseridas em projetos extracurriculares. CONCLUSÃO: A literatura revisada desenha um cenário positivo para o treinamento de alunos de Medicina no SUS, destacando a integração entre docentes e profissionais de saúde como um caminho para a formação médica atual.
Resumo:
No intervalo de uma década (1966-1975), três escolas médicas - nas universidades de Brasília (UnB), São Paulo (USP) e Minas Gerais (UFMG) - estabeleceram novos currí-culos a fim de preparar médicos com potencial ampliado no trato de necessidades de saúde no cenário comunitário. As três escolas diferiam entre si no contexto geopolítico, na totalidade de recursos e na experiência de vida. Embora suas propostas tivessem traços em comum, cada qual definiu de forma peculiar os elementos da organização programática, dos enfoques estratégicos e da gestão do processo curricular, os quais se expressaram diferentemente na característica global de orientação comunitária, bem como no impacto de seus efeitos na formação dos médicos e no sistema de saúde. Este relato reúne informações documentais referenciadas e algumas ilações sobre os elementos básicos da inovação curricular e seus efeitos, nos três casos.
Resumo:
A educação, em seus vários níveis, tem o papel de assimilação de uma realidade cultural e de se preparar para resolver problemas referentes a determinada área do conhecimento. Dentre as várias vertentes do ensino, o construtivismo tem exercido influência na formação profissional, manifestada principalmente nas metodologias problematizadoras de ensino-aprendizagem. Em diversas escolas no mundo, o curso de graduação em Medicina tem se mostrado um cenário de aplicação destas modalidades: a aprendizagem baseada em problemas e a problematização. Embora metodologicamente diferentes, ambas trabalham em regiões de desenvolvimento cognitivo potencial dos estudantes, valorizando problemas e não temáticas como pontes entre o conhecimento do aluno e os objetos de aprendizagem. Este trabalho sumaria a utilização das metodologias problematizadoras na formação profissional na graduação médica como estratégias de aproximação da aprendizagem cotidiana do profissional, propondo uma reformulação do arco de Maguerez que torna o esquema mais aplicável às diversas etapas desse processo formativo.
Resumo:
Este é o segundo artigo de uma série que apresenta estrutura curricular e modelo pedagógico do curso de Medicina em implantação na Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), que adota um regime de dois ciclos de formação, integralmente realizado nos contextos de prática do Sistema Único de Saúde. Para isso, apresentam-se resumidamente perfil e competências dos egressos, introduzindo a estrutura curricular do segundo ciclo do curso e destacando sua aderência ao marco legal vigente. Em seguida, destacam-se os blocos temáticos do eixo de formação técnico-científica, com organização de conteúdos em ciclos de vida, visando superar o modelo que fragmenta o sujeito humano em sistemas, órgãos e patologias. Aborda-se ainda o eixo de práticas, composto por estágios supervisionados em todos os níveis de atenção da rede SUS, destacando a Atenção Primária em Saúde, que perpassa todo o segundo ciclo de formação. Por último, discutem-se impacto e efeitos dessa reestruturação da educação superior no sentido da convergência entre modelos formativos de profissionais de saúde e necessidades de saúde da população.
Resumo:
Na edição de volume 38, número 2, versão online desta revista, Corsi e colaboradores apresentaram um texto muito elegante sobre os fatores que influenciam os alunos na escolha da especialidade médica. Este tema vem sendo abordado com grande frequência nas discussões do nosso Curso de Prática Educativa em Medicina, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, coordenado pelos professores Manfroi e Machado. A respeito deste assunto, temos algumas considerações sobre a nova geração de profissionais médicos e sua relação com o autodesenvolvimento profissional.
Resumo:
Observou-se em médicos homeopatas uma prática clínica em desacordo com seu discurso sobre o modelo homeopático, baseado em racionalidade própria. Construiu-se a hipótese de que as crenças epistemológicas modulam a tradução do conhecimento teórico para sua aplicação clínica. Crenças epistemológicas são convicções individuais relativas ao conhecimento e a sua aquisição, e atuam como mediadores cognitivos. Objetivou-se identificar a relação existente entre as crenças epistemológicas de médicos egressos do curso de formação de especialista em Homeopatia e a dificuldade encontrada na incorporação do modelo médico próprio dessa especialidade, determinando práticas médicas distintas. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com 14 médicos homeopatas, e o material foi submetido à análise de conteúdo, relacionando as racionalidades presentes no discurso do entrevistado aos tipos de crenças epistemológicas. Sugere-se relação entre as crenças epistemológicas e a prática médica dos egressos a explicar a dificuldade observada na apreensão do modelo homeopático. A compreensão dessa interdependência, tanto pelo docente como pelo aprendiz, pode propiciar uma conscientização sobre o processo de ensino-aprendizagem e orientar o aproveitamento dos estudos e sua aplicação prática em Homeopatia.
Resumo:
Introdução A incerteza influencia diretamente a tomada de decisões pelos médicos, e a inabilidade em lidar com ela pode resultar em cuidados médicos com baixo padrão de qualidade eem desperdício de recursos em saúde. A incerteza também afeta a satisfação profissional e a qualidade de vida desses profissionais. O questionário Physicians’ Reactions to Uncertainty (PRU) objetiva quantificar as reações afetivas de médicos à incerteza e suas maneiras de lidar com ela. Os objetivos deste trabalho são a tradução para o português, a adaptação cultural e a validação do questionário PRU. Materiais e métodos Estudo transversal analítico, que compreende a tradução, retrotradução e adaptação cultural do questionário PRU. As etapas posteriores consistiram em validação na população-alvo, seguida de avaliação de reprodutibilidade intra e interobservador, e análise da consistência interna. Na avaliação da consistência interna do instrumento foi utilizado o coeficiente alfa de Cronbach; e na análise da reprodutibilidade intra e interobservador, o coeficiente de correlação de Pearson. Resultados Em todos os domínios do questionário, os resultados da correlação intraobservador (test-retest) e interobservador (concordância total) pelo testede correlação de Pearson foram estatisticamente significantes, com p<0,01. De forma geral, a consistência interna do instrumento foi moderada, com um alfa de Cronbach de 0,58. Entre as várias dimensões, atingiu-se consistência moderada, com valores que oscilaram ao redor de 0,6. Conclusões A versão brasileira do questionário PRU tem propriedades de medida adequadas e oferece um novo instrumento nesse campo de pesquisa, possibilitando melhor compreensão da incerteza gerada na tomada de decisão clínica.
Resumo:
A mudança do conceito de saúde e a introdução de outro modelo de Atenção produziram transformações na formação em saúde e exigiram que os alunos participassem dos serviços de saúde com a presença de profissionais sob a forma de preceptoria. Objetivo Analisar quais conceitos e atividades da preceptoria são apresentados pelas publicações brasileiras em saúde, entre os anos de 2002 e 2012, que tratam da preceptoria médica e multiprofissional. Metodologia Revisão de literatura das experiências brasileiras publicadas nas bases bibliográficas Lilacs, Medline, SciELO, Wholis e Portal Capes, utilizando como descritores “formação” e “preceptoria”. Para a análise, selecionaram-se os temas: conceito de preceptor/preceptoria; atividades, características e formação do preceptor; relação preceptor-aluno-serviço; condições de trabalho. Resultados Os termos preceptoria e preceptor são frequentemente utilizados no âmbito da formação em saúde, porém ainda carecem de definição consistente. As atividades e características do preceptor são heterogêneas. A preceptoria traz uma dimensão docente/pedagógica, poucas vezes presente nos processos formativos dos profissionais. Conclusão O perfil e as atividades do preceptor devem ser pactuados previamente nos programas dos cursos. Pensar a formação do preceptor é fundamental para garantir a transformação da Educação em Saúde.
Resumo:
O artigo enfatiza o aprendizado do aluno e a flexibilização do processo educacional, em regra muito centrado no professor. Propõe o desenvolvimento e a oferta, via internet, de módulos autoinstrucionais sobre a fisiologia e fisiopatologia dos vários sistemas orgânicos, enfatizando sua relação com a clínica, a discussão dos principais agravos à saúde da população e a interação do homem com seu meio físico, biológico e social. Tais módulos poderiam atuar como oportunidades de aprendizagem supletiva e núcleo de discussão dos temas por alunos e professores. Propõe a adoção de uma pedagogia híbrida, em que o aluno teria acesso ao conhecimento via internete a oportunidade de aplicá-lo na solução de problemas de saúde de uma população. Admitindo a limitação da formação profissional desenvolvida apenas no hospital de ensino, o autor propõe a participação ativa e comprometida dos alunos, sob supervisão permanente, nos vários níveis de atenção à saúde, atuando na comunidade, unidades de saúde da família, centros integrados de saúde, hospitais secundários e regionais. Essa proposta é particularmente oportuna no momento em que se cogita a criação de novas escolas de Medicina no País.
Resumo:
RESUMO Este ensaio evidencia aspectos de relevância para o ensino de Geriatria e Gerontologia nas escolas médicas brasileiras, balizados na literatura atual sobre a temática e no diálogo com docentes de Geriatria. Vislumbramos a inserção acadêmica da Geriatria e Gerontologia como uma aproximação gradual das escolas do processo de envelhecimento e suas consequências médico-sociais. Para que isto ocorra, enfatizamos a utilização de ações verdadeiramente interdisciplinares que perpassem de forma longitudinal todos os anos do curso médico e integrem as demais especialidades. A ampliação e diversificação dos cenários formais de aprendizagem, além da preocupação com a capacitação e qualificação docente nesta área foram identificadas como pilares indispensáveis à formação de profissionais que possam atender de forma adequada às necessidades de saúde da população idosa nas próximas décadas.
Resumo:
RESUMO A educação médica brasileira apresenta desafios com o intuito de contribuir com a formação de recursos humanos para o Sistema Único de Saúde, em consonância com as principais políticas de saúde do País. A pedagogia de Paulo Freire apresenta uma visão crítica do processo ensino-aprendizagem enquanto processo de emancipação política e de ação transformadora da realidade. Tais valores são desejados na formação profissional dos médicos. O presente estudo visa avaliar a concepção de docentes de Faculdade de Medicina paulistana sobre o processo ensino-aprendizagem segundo os princípios da pedagogia problematizadora de Paulo Freire.