247 resultados para Cydonia oblonga Mill. e propagação
Resumo:
A utilização de técnicas não-destrutivas (NDT) pode incrementar o nível de informação tecnológica sobre espécies de madeira conhecidas, bem como daquelas ainda não estudadas. A principal vantagem das técnicas NDT é que são rápidas e várias medidas podem ser feitas, melhorando assim o nível de confiança dos resultados. Nesse contexto, o trabalho objetivou avaliar a viabilidade de utilização da técnica de ondas de tensão na estimativa de propriedades de flexão de seis espécies de madeiras amazônicas. As espécies foram escolhidas com base na sua densidade: Balfourodendron riedelianum, Cedrela fissilis, Cordia goeldiana, Bowdichia virgilioides, Dipteryx odorata and Tabebuia sp. Foram obtidas vinte amostras por espécie nas dimensões segundo ASTM D143-94 para a determinação das propriedades de flexão, totalizando assim 120 amostras. Antes do ensaio destrutivo em flexão estática, as amostras foram avaliadas não-destrutivamente por meio da técnica de ondas de tensão para a determinação do módulo de elasticidade dinâmico e a velocidade de propagação das ondas tensão. De acordo com os resultados, os modelos de regressão foram altamente significativos para a predição das propriedades de flexão do conjunto de espécies. Dessa forma, pode-se concluir que o método é adequado para predizer as propriedades de flexão onde há variação, por exemplo, entre espécies. No entanto, quando a variabilidade é baixa, como dentro da espécie, os modelos apresentaram baixa previsibilidade.
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A banana (Musa spp.) é uma das frutas mais consumidas no mundo, e amplamente cultivada no Brasil, porém doenças como as sigatokas, negra e amarela, vêm reduzindo a sua produção. A disponibilização imediata de novas cultivares resistentes às principais doenças é limitada pela propagação convencional. A micropropagação é uma alternativa para a produção de mudas com qualidade fitossanitária e vegetativa, mas apresenta fatores que dificultam sua aplicação como a contaminação por fungos e bactérias, associada à oxidação dos explantes. O objetivo desse trabalho foi adaptar e/ou otimizar as etapas do processo de micropropagação para diferentes cultivares de bananeira, por meio do controle de oxidação, contaminação, e multiplicação de brotos, sendo utilizadas as cultivares Caipira (AAA), BRS Caprichosa (AAAB), Pacovan Ken (AAAB), Preciosa (AAAB), PV 03-76 (AAAB), Thap Maeo (AAB). No estudo foram utilizados o antibiótico sulfato de estreptomicina e o fungicida Opera® (BASF) visando reduzir a contaminação in vitro provocada por bactérias e fungos, além do anti-oxidante PVP (polivinilpirrolidona) para controlar a oxidação. Houve redução da contaminação com uso do sulfato de estreptomicina à concentração de 100 mg L-1 e da oxidação com PVP a 4 g L-1. Na fase de multiplicação de brotos, as cultivares apresentaram médias que variaram de 1,90 a 4,75 brotos/explante. A cultivar caipira (AAA) destacou-se das demais com a maior taxa de multiplicação de brotos após três subcultivos, média de 41,50 brotos por rizoma.
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O presente estudo teve por objetivo analisar os aspectos da germinação e avaliar o efeito de concentrações de sacarose no crescimento in vitro de Cattleya violacea. Sementes provenientes de cápsulas fechadas foram semeadas em meio de cultura Murashige e Skoog (MS) e a morfologia externa da semente à plântula foi fotodocumentada em estereomicroscópio e microscópio eletrônico de varredura. Plântulas com 90 dias após a semeadura foram repicadas em meio de cultura ½ MS (com metade da concentração de macronutrientes) com diferentes concentrações de sacarose (0, 10, 20, 30 e 40 g L-1), incubadas nas mesmas condições in vitro por mais 150 dias e em seguida as plântulas foram avaliadas quanto ao número de raízes, comprimento da maior raiz, número de folhas, comprimento da parte aérea, massa fresca e seca total. Os dados biométricos foram submetidos à análise estatística e a eles ajustadas curvas de regressão. As sementes apresentaram testa reticulada com uma extremidade micropilar (aberta) e calazal (fechada); o embrião originou uma estrutura tuberiforme clorofilada denominada protocormo que pode apresentar rizóides, folíolos e quando provido de raiz é considerado plântula. A ausência de açúcar ou a maior concentração avaliada de sacarose foram prejudiciais ao crescimento da planta. A concentração de 27 g L-1 proporcionou maior crescimento in vitro possibilitando maior eficiência para a propagação massal dessa espécie de elevado potencial ornamental.
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First records of myxomycetes in the North region of Brazil go back to the 19th century. Nevertheless, the myxobiota of this region is still largely unexplored, with only 42 species recorded, distributed in 20 genera and seven families. The objectives of this paper were to characterize the Myxomycetes collection of the Herbarium of the Federal University of Roraima (UFRR) and to add new records for the myxobiota of this State. The collection holds specimens collected in fragments of Open Ombrophilous Forest, Seasonal Semi-deciduous Forest, Riparian Forest, deforested areas and urban home gardens in the state of Roraima. The 157 exsiccates were analyzed and identified or redetermined based on identification keys, descriptions and illustrations. The collection is in good conditions of preservation and includes all subclasses of Myxomycetes, 83% of its orders, 50% of its families, and 20 species. Trichiales, with one family, three genera and six species, represents 62% of all exsiccates. Cribraria aff. splendens, Metatrichia vesparia, Physarella oblonga, Stemonaria longa and Stemonitis splendens are new records for Roraima and Arcyria obvelata, Comatricha pulchella, Stemonitis pallida and Stemonitopsis aequalis are referred for the first time in the Northern Region, enlarging the knowledge of the Brazilian geographic distribution of these species.
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An understanding of the complex ecological interaction between fig wasps and their host plants in Amazonia requires previous knowledge of their distribution and diversity. The objective of this study was to describe the composition and structure of the wasp community associated with four species of Ficus in the municipal area of Manaus, Amazonas, Brazil. A total of 600 syconia from four species were collected. The study species were: Ficus obtusifolia Kunth; Ficus citrifolia Mill; F. americana subspecies guianensis Desv. form mathewsii; and F. americana subspecies guianensis Desv. form parkeriana. Statistical analyses were used to examine the relationship between fig wasp diversity and syconium diameter, and the effect of non-pollinating wasps on numbers of pollinators and seeds. Forty three species of fig wasp were identified, distributed across seven genera (Pegoscapus, Idarnes, Aepocerus, Physothorax, Anidarnes, Heterandrium , Eurytoma). Idarnes (carme group) was the wasps genus non-pollinator with greatest number of individuals with the greatest number of infested syconia (7409 wasps in 376 syconia). Analysing non-pollinating wasp diversity in relation to fig diameter, a significant difference was observed between the four fig species. Ficus citrifolia and F. americana subspecies guianensis form mathewsii had the smallest diameter but the greatest diversity of fig wasp. Ficus obtusifolia was the only species in which the non-pollinating wasps had a significant negative effect on the number of Pegoscapus sp. and on seed production.
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OBJETIVO: Determinar as alterações de atividade da enzima conversora de angiotensina (ECA) no coração com infarto do miocárdio (IM) e comparar os efeitos do captopril e losartan em parâmetros morfológicos e funcionais de ratos com IM. MÉTODOS: O IM foi produzido em ratos Wistar por ligadura de ramos da artéria coronária esquerda. Os controles (Con) foram submetidos a uma cirurgia fictícia. Animais com IM e Con foram tratados com captopril (30mg/kg/dia) ou losartan (15mg/kg/dia) e estudados 30 dias após, determinando-se a atividade da ECA nos ventrículos direito (VD) e esquerdo (VE), as alterações hemodinâmicas e as concentrações de hidroxiprolina (OH-Pro) e proteína total no VD e VE. RESULTADOS: A atividade da ECA aumentou no VD (+25%) e VE (+70%) após IM. A maior atividade foi observada na cicatriz fibrótica, onde atingiu cerca de 4,5 vezes a do músculo do VE que sobreviveu ao IM (420±68 vs 94±8nmoles/g/min; P<0,01). O IM determinou aumento da pressão diastólica final e hipertrofia do VD e VE. Captopril e losartan foram igualmente eficazes em atenuar a hipertrofia e o aumento da pré-carga. O captopril também atenuou o aumento de OH-Pro no VD e VE após IM. O IM reduziu a concentração de proteína principalmente no músculo de VE, efeito esse acentuado pelo captopril. CONCLUSÃO: A grande atividade da ECA na cicatriz deve produzir altas concentrações de angiotensina II (AII) no sangue que drena da cicatriz. Os efeitos dos inibidores da ECA seriam decorrentes, principalmente, da redução de geração local de AII, e não de aumento de cininas, uma vez que captopril e losartan exerceram efeitos similares no remodelamento pós-infarto.
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OBJECTIVE: To compare the regression of left ventricular hypertrophy in patients with moderate hypertension treated with enalapril, losartan or a combination of the two drugs at lower doses. METHODS: Patients of both sexes with moderate hypertension confirmed by ambulatory monitoring of arte-rial blood pressure and with left ventricular hypertrophy on echocardiogram were assigned to three groups: enalapril (35 mg/day, n=15), losartan (175 mg/day, n=15) and enalapril+losartan (15 mg+100 mg/day, n=16). The patients received the drugs for 10 months. RESULTS: The three therapeutic regimens were equally effective in reducing blood pressure and left ventricular mass index (LVMI, g/m²): 141±3.9 to 123±3.6 in the enalapril group (p<0.05), from 147±3.8 to 133±2.8 in the losartan group (p<0.05), and from 146±3.0 to 116±4.0 in the enalapril+losartan group (p<0.05). However, the percent reduction of LVMI was significantly greater (p<0.01) in the enalapril+losartan group (20.5±5.0%) than in enalapril (12.4±3.2%) and the losartan (9.1±2.1%) groups. Normalization of LVMI was obtained in 10 out of the 16 patients who received enalapril+ losartan, in 6 out of the 15 patients who received only enalapril and in 4 out of the 15 patients treated with losartan. CONCLUSION: The combination of an angiotensin-converting enzyme inhibitor and an angiotensin II receptor antagonist (AT1 receptor antagonist) in patients produced an additional effect on the reduction of left ventricular hypertrophy. This finding may depend on a more complete inhibition of the cardiac renin-angiotensin.
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OBJETIVO: Verificar a ação do hormônio de crescimento (GH) sobre a remodelação miocárdica em ratos infartados. MÉTODOS: Ratos Wistar foram submetidos ao infarto e tratados com GH (IAM-GH; n=8), ou com o veículo (IAM; n=8). Ratos controles foram submetidos ao infarto simulado (C; n=8). Após 30 dias, os animais foram submetidos ao estudo funcional por meio de ecocardiograma e as alterações da contratilidade miocárdica estudadas no músculo papilar isolado do ventrículo esquerdo (VE). RESULTADOS: O ecocardiograma identificou aumento nos diâmetros (mm) diastólico (C=7,32±0,49; IAM=8,50±0,73; IAM-GH= 9,34± 0,73; P<0,05) e sistólico (C=3,38±0,47, IAM= 5,16±1,24; IAM-GH=5,96±1,54; P<0,05) no VE dos animais com infarto. Os animais do grupo IAM-GH apresentaram menor fração (%) de ejeção (C=0,9±0,03; IAM=0,76±0,12; IAM-GH=0,72±0,14; P<0,05 para C vs IAM-GH) em relação aos controles. O estudo do músculo papilar isolado do ventrículo esquerdo mostrou que o grupo IAM-GH apresentou alterações (C=1,50±0,59; IAM= 1,28±0,38; IAM-GH=1,98±0,41; P<0,05 para C vs IAM-GH) somente na tensão de repouso (TR - g/mm²) e no delta do tempo para a tensão desenvolvida decrescer 50% (TR50, ms) após estimulação com cálcio (C=23,75±9,16; IAM=-16,56±14,82; IAM-GH=-4,69±8,39; P<0,05 para C vs IAM-GH) e no delta da tensão desenvolvida (TD, g/mm²) após estimulação com isoproterenol (C=0,99±0,17; IAM=0,54±0,62; IAM-GH= 0,08±0,75; P<0,05 para C vs IAM-GH), em relação aos animais controle. CONCLUSÃO: A administração precoce do GH no modelo de infarto experimental em ratos pode resultar em efeitos adversos no processo de remodelação ventricular.
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OBJETIVO: Determinar as medidas ecocardiográficas de referência das cavidades cardíacas, da massa e dos índices de massa do ventrículo esquerdo (VE) em amostra da população adulta assintomática. MÉTODOS: Estudo observacional realizado em amostra aleatória da população da cidade de Vitória, Brasil. Foi realizado ecocardiograma transtorácico em 295 indivíduos voluntários (61,7% mulheres), sem história pregressa de doença cardiovascular. Os diâmetros dos ventrículos, a espessura do septo interventricular e da parede posterior do VE, a massa e os índices de massa VE e os diâmetros da aorta e do átrio esquerdo foram avaliados por ecocardiograma unidimensional. As medidas foram descritas por média e desvio padrão, por percentis, com intervalo de confiança de 95%. RESULTADOS: Sexo e idade influenciaram discretamente os valores ecocardiográficos. Em geral, os valores das medidas cardíacas foram maiores no sexo masculino. A espessura da parede posterior, os índices de massa corrigidos pela altura e o diâmetro diastólico foram influenciados pela idade. Os valores de percentil de 95% de septo interventricular e parede posterior do VE para homens foram 9,9 mm e 9,6 mm, respectivamente, e 9,3 mm para septo e parede posterior para mulheres. CONCLUSÃO: Os valores do percentil de 95% do septo interventricular e da parede posterior e, conseqüentemente, de massa ventricular esquerda absoluta e indexada encontrados em nosso estudo na população de Vitória são inferiores aos valores encontrados em estudos prévios. Nesse aspecto, os resultados deste estudo serão úteis como referência, pois estão de acordo com os novos limites sugeridos na literatura para o diagnóstico ecocardiográfico de hipertrofia ventricular esquerda.
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FUNDAMENTO: Estudos clínicos e epidemiológicos demonstram grande associação da dieta com os agravos crônicos, particularmente com os eventos cardiovasculares, apesar de ainda não compreendidos todos os seus mecanismos de ação. OBJETIVO: Descrever e analisar o risco cardiovascular em vegetarianos e onívoros residentes na Grande Vitória/ES, na faixa etária de 35 a 64 anos. MÉTODOS: Para avaliação do risco cardiovascular foi realizado estudo de coorte histórico com 201 indivíduos. Foram incluídos 67 vegetarianos há no mínimo 5 anos, provenientes da Grande Vitória, e 134 onívoros, participantes do Projeto MONICA/Vitória, pareados por classe socioeconômica, sexo, idade e raça. Medidas bioquímicas e hemodinâmicas foram obtidas na Clínica de Investigação Cardiovascular da UFES. Para comparação de proporções, foi usado o teste chi2 e calculada a razão de prevalência. O risco cardiovascular foi calculado por meio do algoritmo de Framingham. RESULTADOS: A idade média do grupo foi de 47 ± 8 anos e o tempo médio de vegetarianismo 19 ± 10 anos, sendo a dieta ovolactovegetariana seguida por 73% dos vegetarianos. Pressão arterial, glicemia de jejum, colesterol total, colesterol de lipoproteína de baixa densidade (LDL-colesterol) e triglicerídeos foram mais baixos entre vegetarianos (p<0,001). O colesterol de lipoproteína de alta densidade (HDL-colesterol) não foi diferente entre os grupos. De acordo com o algoritmo de Framingham, os vegetarianos apresentaram menor risco cardiovascular (p<0,001). CONCLUSÃO: A alimentação onívora desbalanceada, com excesso de proteínas e gorduras de origem animal, pode estar implicada, em grande parte, no desencadeamento de doenças e agravos não-transmissíveis, especialmente no risco cardiovascular.
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OBJETIVO: Determinar o peso dos ventrículos cardíacos em necropsia de indivíduos sadios vítimas de morte acidental, visando determinar padrões de normalidade em nossa população. MÉTODOS: Foram examinados 94 corações no Instituto Médico Legal de Vitória. Após remoção do coração e ressecção dos átrios e gordura epicárdica, os ventrículos direito (VD) e esquerdo (VE), incluindo o septo, foram separados e pesados e a massa indexada pela altura. O teste de Kolmogorov-Smirnov foi usado para testar normalidade da distribuição. Os dados são apresentados como média ± desvio padrão. RESULTADOS: Após 12 exclusões (doença cardiovascular possível detectada após a morte) foram analisados 82 corações (52 homens e 30 mulheres, 16-68 anos, média 31±12 anos). O peso do VE foi de 181±25 g e 125±15 g, do VD foi de 54±7 g e 38±6 g e a massa de VE indexada pela altura foi de 105±14 g/m e 78±8 g/m para homens e mulheres, respectivamente. O P95 do peso do VE foi de 218 g e 128 g/m em homens e 148 g e 88 g/m em mulheres. Não detectamos correlação significante entre a massa ventricular e idade. CONCLUSÃO: O peso do ventrículo esquerdo do coração dos homens da nossa amostra foi superior aos relatados na literatura contemporânea. Nossos resultados sugerem que a presença de hipertrofia de VE pode ser inferida em presença de massa de VE superior a 218 g ou 128 g/m nos homens e 148 g ou 88 g/m nas mulheres.
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FUNDAMENTO: A hipertrofia do ventrículo esquerdo (HVE) detectada pela eletrocardiografia é um forte preditor de morbidade e mortalidade cardiovasculares. OBJETIVO: Analisar o desempenho dos critérios de Sokolow-Lyon-Rappaport (SLR) e de Cornell, em amostra populacional, em relação ao diagnóstico de HVE à ecocardiografia. MÉTODOS: Entre os 682 participantes da segunda fase do Projeto MONICA-OMS/Vitória, 641 foram avaliados por meio de eletrocardiografia e ecocardiografia. O subgrupo de indivíduos saudáveis (n = 269) foi usado para gerar valores de referência da massa do ventrículo esquerdo (MVE). As sensibilidades e especificidades dos critérios eletrocardiográficos foram determinadas pela curva ROC (receptor-operator characteristics) em relação ao diagnóstico de HVE definido pelo critério ecocardiográfico interno (MVE > 48 g/m2,7 e 46 g/m2,7 para homens e mulheres, respectivamente). RESULTADOS: A prevalência de HVE à ecocardiografia foi de 23,7% na amostra global, em que havia 49% de hipertensos. O critério de Cornell apresentou melhor associação com a MVE estimada pela ecocardiografia (r = 0,37; p < 0,01) que o critério de SLR (r = 0,19), além de melhor desempenho na análise da área sob a curva ROC. Os novos pontos de corte para o critério de Cornell definidos internamente (2,3 mV para homens e 1,9 mV para mulheres) apresentaram combinação aceitável de sensibilidade para homens e mulheres (22,5% e 28%, respectivamente), com alta especificidade (95%). CONCLUSÃO: Os critérios clássicos de SLR e Cornell apresentaram baixo desempenho em relação à HVE definida pela ecocardiografia. Entretanto, a acurácia pode ser melhorada, utilizando-se os critérios de Cornell definidos neste estudo.
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A mieloperoxidase (MPO) é uma enzima derivada de leucócitos que catalisa a formação de numerosas espécies reativas oxidantes. Além de integrantes da resposta imune inata, evidências têm comprovado a contribuição desses oxidantes para o dano tecidual durante inflamação. A MPO participa de atividades biológicas pró-aterogênicas relacionadas à evolução da doença cardiovascular, incluindo iniciação, propagação e as fases de complicação aguda do processo aterosclerótico. Dessa forma, a MPO e sua cascata inflamatória representam um alvo atrativo para investigação prognóstica e terapêutica na doença aterosclerótica cardiovascular. Nesta revisão, apresentamos o estado da arte no entendimento das ações biológicas às evidências clínicas da relação entre MPO e doença arterial coronariana. Vários estudos apontam para o efeito independente dos níveis de MPO na evolução da doença e ocorrência de eventos em pacientes com síndrome coronariana aguda. Entretanto, ainda não é consistente o valor preditivo adicional dos níveis de MPO na estratificação de risco cardiovascular para incorporá-la à prática clínica como sinalizadora de vulnerabilidade de placa. Estudos adicionais são necessários para confirmar seu papel nas diferentes formas de apresentação da cardiopatia isquêmica, além da padronização do ensaio, ponto fundamental para a transição desse marcador do ambiente de pesquisa para uso na rotina clínica.
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FUNDAMENTO: Hipertensão e síndrome metabólica são fatores de risco cardiovascular associados com o aumento da adiposidade. Em um estudo anterior, a razão cintura-estatura (RCE) foi identificada como o melhor índice de obesidade associado com hipertrofia do ventrículo esquerdo. OBJETIVO: Comparar a capacidade desse índice na identificação da hipertensão e síndrome metabólica com outros índices de obesidade (índice de massa corporal - IMC; circunferência da cintura - CC e razão cintura-quadril - RCQ) através da análise de curvas ROC (receiver operator characteristics). MÉTODOS: 1.655 (45,8% homens) participantes do Projeto MONICA-WHO/Vitória, com idade média de 45 ± 11 anos foram investigados. A prevalência de síndrome metabólica (critérios ATP-III) foi de 32,9%, hipertensão de 42,4% e obesidade de 19,2%. RESULTADOS: Em relação à capacidade de identificar a hipertensão, houve uma superioridade significante da RCE em relação ao IMC e CC (p < 0,05), independentemente do sexo, mas não em relação à RCQ (p > 0,05). Em relação à capacidade de identificar a síndrome metabólica, houve uma superioridade significante da RCE em relação à RCQ em homens (p < 0,001), mas não em relação ao IMC e à CC (p = 0,16 e p = 0,9 respectivamente). Entretanto, em mulheres, a RCE foi significativamente superior em relação à RCQ (p < 0,001) e IMC (p = 0,025), mas não em relação à CC (p = 0,8). Os pontos de corte são 0,52 e 0,53 para hipertensão e 0,53 e 0,54 para síndrome metabólica, para homens e mulheres, respectivamente. CONCLUSÃO: A obesidade abdominal identificada pela RCE, ao invés da obesidade geral identificada pelo IMC, é o índice mais simples e melhor aplicável, associado à hipertensão e síndrome metabólica, em nossa população.