234 resultados para Cães domésticos
Resumo:
O exame ultrassonográfico ocular é indispensável no pré-operatório de procedimentos cirúrgicos intraoculares como a facectomia, além de ser uma ferramenta complementar ao exame oftalmológico, em casos de perda da transparência dos meios ópticos. A inexistência de estudos acerca de padrões de normalidades para as medidas do bulbo ocular e de suas estruturas internas nos gatos, cujos valores possibilitam o monitoramento de enfermidades e auxiliam em procedimentos cirúrgicos motivaram este estudo. Utilizaram-se 40 gatos, adultos, machos e fêmeas, livres de enfermidades sistêmica e oftalmológica. Destes, 22 eram da raça persa (grupo braquicefálico - GB) e 18 sem raça definida (grupo não braquicefálico - GNB). A biometria ultrassonográfica ocular transcorneana foi realizada, em modo-B∕A, com o transdutor microlinear de 9 MHz e as medidas D1 (profundidade da câmara anterior), D2 (diâmetro do cristalino), D3 (profundidade da câmara vítrea) e D4 (diâmetro axial do bulbo ocular) aferidas. Ainda, mensuraram-se as distâncias fronto-occipital e bizigomática e o peso desses animais. Os dados obtidos foram analisados pelo teste-t pareado, seguindo-se as análises de variância e covariância, além da regressão linear múltipla relacionando-se as medidas de D1, D2, D3 e D4 às medidas bizigomática e fronto-occipital, como também à idade, ao peso e ao gênero. Obteve-se como resultado a média de D1, D2, D3 e D4, assim como dos diâmetros bizigomático e fronto-occipital, idade e peso, verificando-se diferenças significativas para D4 nas fêmeas de GB. Houve, pela análise de regressão linear, influência do peso, idade e diâmetro fronto-occipital sobre D1, D2 e D4 nos gatos do GB, e dos diâmetros bizigomático sobre D1, D3 e D4 nos gatos do GNB. Conclui-se que houve diferença no diâmetro axial do bulbo ocular nas fêmeas do GB, e que o peso, a idade e os diâmetros cranianos influenciam a biometria ocular dos gatos braquicefálicos e não braquicefálicos.
Resumo:
A leishmaniose visceral é uma enfermidade cujo agente etiológico no Brasil é o protozoário Leishmania infantum chagasi. Os cães são considerados reservatórios urbanos da doença, sendo indicadores da ocorrência de casos humanos. O presente trabalho teve como objetivo diagnosticar a infecção por L. infantum chagasi em cães domiciliados e errantes do município de Belém, estado do Pará, através da reação em cadeia da polimerase (PCR) e da reação de imunofluorescência indireta (RIFI), empregando dois antígenos distintos. Amostras de sangue venoso de cães adultos, sem distinção de sexo ou raça, de diferentes bairros e épocas do ano da cidade de Belém-PA, foram colhidas em tubos sem e com anticoagulante para obtenção do soro e do DNA, respectivamente. Esses animais foram divididos em dois grupos: cães errantes capturados pelo Centro de Controle de Zoonoses (Grupo A) e cães domiciliados (Grupo B). Os soros foram analisados através do teste de RIFI para pesquisa de IgG utilizando-se dois antígenos distintos: 1) antígeno do kit Bio-Manguinhos/FIOCRUZ (Ag-PRO) contendo formas promastigotas de Leishmania sp. (complexo major-like); 2) Antígeno do Instituto Evandro Chagas (Ag-AMA) constituído por formas amastigotas de L. infantum chagasi. A avaliação dos dois antígenos foi realizada com as amostras reagentes a partir da titulação 1:80. Já a PCR foi realizada a partir do DNA extraído do sangue total dos animais e amplificado utilizando-se os iniciadores RV1e RV2. Das 335 amostras analisadas, 10,4% (35/335) foram reagentes na RIFI (Ag-PRO) e 0,9% (3/335) reagiram com o Ag-AMA. A distribuição das amostras positivas se deu da seguinte forma: Grupo A 14,8% (25/169) com Ag-PRO e 1,2% (2/169) com Ag-AMA; Grupo B 6% (10/166) com Ag-PRO e 0,6% (1/166) com Ag-AMA; sendo que todas as amostras positivas pelo teste de RIFI com o Ag-AMA também reagiram com o Ag-PRO e em nenhuma das amostras foi detectado o DNA de L. infantum chagasi. Os achados do presente estudo indicam que Belém ainda pode ser considerada área não endêmica para leishmaniose visceral canina e que a natureza do antígeno influencia no resultado da RIFI para a pesquisa de anticorpos anti-L. infantum chagasi em cães, sendo que a RIFI que utiliza formas promastigotas de Leishmania major-like como antígeno deve ser utilizada com cautela como método diagnóstico confirmatório em estudos epidemiológicos em áreas não endêmicas para LVC.
Resumo:
Foram obtidas 154 amostras de lesões cutâneas de cães com pioderma superficial atendidos no Serviço de Dermatologia Veterinária do Hospital Veterinário Universitário (HVU) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), com o objetivo de determinar a suscetibilidade antimicrobiana de isolados de Staphylococcus spp. e avaliar a presença de multirresistência. Após isolamento e identificação, as cepas foram submetidas ao teste de sensibilidade aos antimicrobianos, cujos resultados evidenciaram menores percentuais de resistência à associação amoxicilina e ácido clavulânico (1,9%), cefadroxil (1,9%), cefalexina (1,9%) e vancomicina (0,6%). Os maiores percentuais de resistência foram frente à amoxicilina (60,4%) e penicilina G (60,4%). A multirresistência foi detectada em 23,4% e a resistência à meticilina em 5,8% das amostras. Pode-se concluir que os isolados de Staphylococcus spp. apresentam elevada suscetibilidade aos antimicrobianos comumente utilizados no tratamento dos piodermas superficiais em cães atendidos no HVU-UFSM, como a cefalexina e a amoxicilina associada ao ácido clavulânico, confirmando a eleição desses fármacos para o tratamento de cães com esta afecção. A suscetibilidade diminuída das cepas frente às fluoroquinolonas, também recomendadas pela literatura para o tratamento de pioderma, permite sugerir que estes fármacos não devem mais ser considerados na seleção empírica. A identificação de Staphylococcus spp. multirresistentes na população canina estudada justifica análises bacteriológicas periódicas e regionais de lesões cutâneas de cães com pioderma superficial, a fim de minimizar a seleção de bactérias resistentes, possíveis falhas terapêuticas e também motiva a antimicrobianoterapia prudente.
Resumo:
A Golden Retriever Muscular Dystrophy (GRMD) é geneticamente homóloga à distrofia muscular de Duchenne (DMD) que acomete seres humanos. É uma doença genética que gera degeneração progressiva da musculatura esquelética. Considerando-se as intensas alterações musculares, é natural pensar em uma possível lesão renal decorrente da intensa lesão muscular. Foram avaliados seis cães machos da raça Golden Retriever afetados pela distrofia muscular (GRMD) e três cães machos clinicamente sadios. A concentração de creatinina foi determinada e as proteínas urinárias foram avaliadas por eletroforese em gel de poliacrilamida. Os resultados mostraram que a proteinúria patológica não está diretamente associada à Distrofia Muscular de Duchenne, porém diversos parâmetros apresentaram concentrações aumentadas para animais afetados, como a razão proteína/albumina, que foi maior em cães distróficos, podendo ser indício de microalbuminúria e conseqüente lesão renal precoce. Estes resultados visam embasar avaliações clínicas e futuros estudos considerando-se as patologias decorrentes ou associadas a esta doença genética.
Resumo:
O estudo tem o objetivo de identificar efeitos indesejáveis da ribavirina, prednisona e DMSO em cães naturalmente infectados com o vírus da cinomose. Foram utilizados 60 cães apresentando quadro neurológico da cinomose com evolução de 10 dias. Os animais foram internados e receberam tratamento de suporte; foram avaliados diariamente e realizados hemograma, dosagem bioquímica e exame de urina tipo I. Os grupos 1 e 2 foram tratados com ribavirina e sua associação com DMSO; os grupos 3 e 4 com DMSO e prednisona e o grupos 5 com ribavirina e prednisona e o grupo 6 com ribavirina, prednisona e DMSO. Os animais foram anestesiados para a colheita de líquor, medula óssea e sangue, antes do tratamento para diagnóstico através da RT-PCR. As amostras negativas foram analisadas pela técnica de hn-PCR. Todos os animais apresentaram resultado positivo em pelo menos uma das duas reações. O efeito adverso da ribavirina e a sua associação com a prednisona foi a anemia hemolítica, que foi confirmada pela observação de bilirrubina na urina apenas dos cães tratados com ribavirina.
Resumo:
Alterações neurológicas em cães são comuns na rotina da clínica médica, sendo necessário identificar o sítio de lesão quando da ocorrência de neuropatias por compressão em estruturas do Sistema Nervoso Central (SNC). O objetivo deste trabalho foi realizar um estudo epidemiológico das alterações neurológicas compressivas em medula espinal de cães domiciliados em Salvador e região metropolitana: Discopatias, Neoplasias e Traumas identificadas através da Tomografia Computadorizada (TC). Foram avaliados 17 cães de diversas raças com idade entre 2 e 10 anos e de ambos os sexos, atendidos na rotina de dois serviços médicos-veterinários e encaminhados para realização do exame conforme indicação clínica. Imagens em cortes com espessura variando de 0,5 a 2mm em rotação foram produzidas com o Tomógrafo. Dos animais que apresentaram discopatia 12/17 (70,58%), por mielopatia extradural 6/12 (50 %), foram da raça Dachshund com idade média 7,33±1,97 anos e para todos os outros a ocorrência foi pontual; 23,53 % de osteopatias vertebrais, neoplasias ósseas e fraturas, e 5,89% correspondente a neoplasia de medula. Houve uma maior frequência de lesões nos segmentos C4-C6 3/12 (25%), T12-T13 (25 %) e L2-L3 (25 %) dos casos.
Resumo:
Os aspectos epidemiológicos, clínicos e anatomopatológicos da intoxicação espontânea por aceturato de diminazeno foram estudados em 10 cães. Em todos os casos, os cães afetados demonstraram sinais de síndrome tálamo-cortical, principalmente alteração do nível de consciência, tetraparesia, rigidez extensora e crise convulsiva. Em alguns casos, os cães acometidos apresentaram sinais de síndrome cerebelar, como tremores musculares generalizados de alta frequência e baixa amplitude, e/ou de síndrome vestibular, como ataxia, inclinação de cabeça e quedas. Esses sinais ocorreram entre 24 e 48 horas após o uso do fármaco injetável por via intramuscular e se mantiveram até a morte ou eutanásia dos cães (entre 1 e 7 dias). Tais sinais clínicos refletiam encefalomalacia hemorrágica focal simétrica, que afetava a medula oblonga, a ponte, a medular do cerebelo, o tálamo, o mesencéfalo, os pedúnculos cerebelares e os núcleos da base. Esse artigo: 1) descreve e discute essa forma de intoxicação medicamentosa tão pouco citada na literatura internacional e desconhecida da maior parte dos clínicos e patologistas veterinários brasileiros, 2) estabelece critérios clínicos e anatomopatológicos para o seu diagnóstico e, principalmente, 3) atenta para os riscos da utilização desse princípio ativo na terapêutica canina.
Resumo:
A panleucopenia felina é uma importante doença infectocontagiosa de felinos domésticos, principalmente em animais com menos de um ano de idade. Este trabalho descreve os achados clinicopatológicos e o diagnóstico imuno-histoquímico de 33 casos de panleucopenia felina. Os principais sinais clínicos relatados foram vômito, diarreia e anorexia. As alterações mais frequentes na necropsia foram mucosa intestinal avermelhada (16/33), evidenciação das placas de Peyer (14/33) e conteúdo intestinal liquefeito (7/33). Os achados histológicos mais frequentes no intestino foram necrose (33/33) e infiltrado inflamatório linfo-histiocitário na mucosa (31/33), fusão (27/33) e atrofia de vilosidades (26/33). Em órgãos hematopoiéticos as alterações se caracterizavam principalmente por necrose e rarefação celular. Obteve-se resultado imuno-histoquímico positivo para parvovírus em 84,85% dos casos analisados. O intestino delgado foi o melhor órgão para detecção viral, com imunomarcação em 84,85%. Dentre os órgãos linfoides, o baço apresentou o melhor resultado, com 47,37% dos cortes analisados positivos. A pesquisa revelou importantes lesões no intestino delgado e em órgãos linfoides e a técnica da imuno-histoquímica demonstrou-se eficiente na detecção do parvovírus.
Resumo:
O mastocitoma é a neoplasia cutânea maligna de maior frequência em cães. Apesar do estudo e do desenvolvimento de diversos marcadores prognósticos na tentativa de prever o comportamento biológico deste tipo de neoplasia, a graduação histológica continua sendo utilizada como principal delineador prognóstico para os animais acometidos, mesmo não conseguindo prever o comportamento de mastocitomas de diferenciação intermediária. Diferentes marcadores de proliferação e atividade celular vêm sendo testados com resultados promissores, entretanto, em sua maioria, demandam técnicas específicas de coloração e imuno-histoquímica que, ainda hoje, são de alto custo e muitas vezes não estão facilmente disponíveis. O índice mitótico é um método indireto de mensuração da atividade proliferativa celular, que pode ser contabilizado em uma lâmina comum de avaliação histológica e estudos vêm determinando-o como importante marcador prognóstico para o mastocitoma canino. Dada a recente publicação sugerindo nova graduação em dois graus (alto e baixo) e indisponibilidade das técnicas específicas utilizadas na determinação de outros fatores prognósticos, objetivou-se avaliar o poder prognóstico das diferentes classificações, associando-as à sobrevida destes animais e comparando com o índice mitótico. Apesar de isoladamente ambas as classificações histológicas apresentarem associação com a sobrevida (P<.001) dos animais acometidos, na análise multifatorial nenhuma foi significativamente associada com a sobrevida (P>0,05). O índice mitótico foi o fator prognóstico mais confiável para sobrevida, independente do ponto de corte utilizado (P<0,05), principalmente para os mastocitomas grau 2 de Patnaik et al. (1984), que apresentam comportamento biológico variado, sendo também associado à ocorrência de recidivas, tanto locais como distantes, e de síndromes paraneoplásicas (P<0,05). Conclui-se ser o índice mitótico o fator prognóstico mais significante, na ausência de técnicas específicas mais avançadas. Preconiza-se seu uso associado às graduações histológicas, visando maior poder prognóstico.
Resumo:
Foi realizado um estudo retrospectivo de cães atendidos no Serviço de Neurologia (SN) do Hospital Veterinário Universitário (HVU) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), de 2006 a 2013, com o objetivo de identificar e caracterizar a idade, a raça, o sexo e as doenças neurológicas e classificá-las de acordo com a região anatômica e o acrônimo DINAMIT-V. Foram avaliadas 1.277 fichas neurológicas de cães e obtidas as informações para inclusão no estudo em 1.184 delas, sendo o diagnóstico confirmado em 525 cães (44,4%) e presuntivo em 659 (55,6%). A raça mais frequente foi Dachshund (28,7%), seguida dos cães sem raça definida. Os locais mais afetados foram medula espinhal entre T3-L3 (40,9%) e tálamo-córtex (17,5%). A maioria dos cães foi diagnosticada com doença degenerativa (49%), sendo a doença do disco intervertebral a mais observada, seguida das doenças inflamatórias/infecciosas (16,6%). Pode se concluir que a maior prevalência das doenças neurológicas de cães envolve a medula espinhal e o tálamo-córtex, sendo as degenerativas as mais frequentes e os dados obtidos podem auxiliar em futuros estudos sobre a frequência e a distribuição das principais doenças neurológicas em cães.
Resumo:
De 2006 a 2013 foram diagnosticados 81 casos de doença vestibular canina no serviço de rotina em neurologia de um hospital veterinário universitário do sul do Brasil. Desses, aproximadamente dois terços foram diagnosticados com doença vestibular central (DVC) e cerca de um terço como doença vestibular periférica (DVP). Cães com raça definida foram mais acometidos que aqueles sem raça definida, principalmente Dachshund (DVP) e Boxer (DVC). Os principais sinais clínicos observados, tanto na DVP quanto na DVC, incluíram: inclinação de cabeça, ataxia vestibular e estrabismo ventral ou ventrolateral. Deficiência proprioceptiva, disfunção dos nervos cranianos V-XII e alteração de nível de consciência foram vistos apenas em casos de DVC, já a ausência de reflexo palpebral ocorreu apenas em casos de DVP. Doenças inflamatórias/infecciosas, principalmente cinomose e otite bacteriana, foram as condições mais comumente associadas à DVC e à DVP, respectivamente. Esse artigo estabelece os aspectos epidemiológicos (sexo, idade e raça) e a prevalência dos sinais clínicos observados em cães com doença vestibular na Região Central do Rio Grande do Sul, discute a utilização dos achados clínicos no diagnóstico correto e na diferenciação entre DVC e DVP, e define quais as principais doenças responsáveis pela ocorrência dessas duas síndromes clínicas.
Resumo:
Resumo: A obesidade é o problema nutricional que mais acomete os cães e pode causar vários efeitos deletérios a saúde animal. No entanto, o efeito desta condição sobre a pressão arterial sistólica (PAS) em cães obesos é controverso. Os métodos indiretos de mensuração da PAS são os mais comumente utilizados na medicina veterinária para o diagnóstico da hipertensão sistêmica, por serem mais práticos e de fácil acesso. Não foram localizados na literatura estudos que tenham comparado os dois métodos para esta avaliação em cães obesos. Diante do exposto, o objetivo desse estudo foi avaliar a PAS em cães obesos, comparando os métodos indiretos de mensuração da pressão arterial, oscilométrico e doppler ultrassônico, a fim de verificar as diferenças nos valores obtidos, como também o método mais indicado para aferir a PAS em cães nesta condição. Foram avaliados 50 cães, incluindo 25 obesos com escore de condição corporal (ECC) médio de 8,42±0,50 e 25 cães com peso corporal ideal com ECC médio de 4,56±0,51. Os resultados revelaram valores superiores da PAS obtidos pelo método doppler (152±16mmHg) comparados ao oscilométrico (136±11mmHg). A análise de correspondência determinada por análise estatística multivariada demonstrou maior correspondência entre a condição corporal e o método de avaliação da PAS. Esses achados sugerem que o método indireto doppler pode aferir com mais precisão os valores de PAS em cães obesos.
Resumo:
Neoplasias oculares causam desconforto, problemas de visão e podem refletir doenças sistêmicas. Um estudo retrospectivo foi realizado para identificar e analisar neoplasmas oculares e de anexos obtidos por biópsias enviadas ao Setor de Patologia Veterinária (SPV) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Durante o período de janeiro de 2009 a dezembro de 2014 realizou-se 265 diagnósticos de neoplasmas oculares e de anexos, destes 87,5% na espécie canina e em 12,5% na espécie felina. As neoplasias ocorreram mais em animais com idade superior a 12 meses e idosos, e os cães (52/232) e gatos (21/33) sem raça definida foram os mais acometidos. A pálpebra foi o local mais acometido na espécie canina (164/232) e felina (20/33), seguida pela terceira pálpebra em cães (20/232) e órbita nos felinos (5/33). O tumor mais diagnosticado nos cães foi o adenoma meibomiano (82/232) e nos gatos o carcinoma de células escamosas (10/33), ambos em pálpebras. Foram identificados nos cães 24 tipos tumorais e nos gatos 16. Em caninos as neoplasias benignas representaram o maior número de diagnósticos (56%) sendo que em felinos o maior número de casos foi de neoplasias malignas (75,8%).
Resumo:
A tomografia de coerência óptica (OCT) é um exame não invasivo e de não contato que permite avaliar a retina e o nervo óptico. As imagens da OCT fornecem informações da constituição da retina e sua integridade estrutural in vivo, gerando imagens de alta resolução, que se assemelham à microscopia óptica. Objetivou-se descrever a técnica de tomografia de coerência óptica (OCT) e sua utilização em cães. Foi possível diferenciar claramente as camadas retinianas de cães hígidos e compará-las com as de cães portadores de atrofia progressiva de retina, que apresentaram perda da estratificação e diminuição significativa das camadas. No descolamento de retina (DR) foi possível observar a separação entre a retina neurossensorial e o epitélio pigmentário da retina (EPR), além da presença de exsudatos intrarretinianos. Assim, a OCT mostrou-se eficaz no diagnóstico de retinopatias.
Resumo:
O objetivo do trabalho foi avaliar através de teste in vivo, a eficácia e o período residual de proteção do fipronil 10% "top spot" em cães infestados com diferentes cargas parasitárias de Ctenocephalides felis felis. Foram utilizados 24 cães da raça Beagle, compondo seis animais por grupo. Os cães foram divididos em quatro grupos. Os cães dos grupos controles I e II não receberam tratamento, enquanto que os cães dos grupos tratados I e II receberam tratamento com formulação de fipronil 10% "top spot". Os cães dos grupos controle I e tratado I foram infestados com 100 pulgas adultas não alimentadas, e os cães dos grupos controle II e tratado II foram infestados com 300 pulgas adultas não alimentadas. As infestações foram realizadas nos dias, -2, +5, +12, +19, +26, +33 e +40 e nos dias +2, +7, +14, +21, +28, +35 e +42 foi realizada retirada mecânica e contagem de pulgas para avaliação. As eficácias pulguicidas, para o grupo tratado I, nos dias +2, +7, +14, +21, +28, +35 e +42, foram respectivamente 99,36%; 99,73%; 99,48%; 99,74%; 99,75%; 95,06% e 67,62%. As eficácias pulguicidas, para o grupo tratado II, avaliadas nos mesmos dias, foram respectivamente 100%; 100%; 100%; 100%; 99,91%; 95,60% e 68,55%. O fipronil mostrou-se eficaz na eliminação das pulgas em cães até o dia +35. A análise estatística comparativa entre as médias de pulgas vivas, entre os grupos controle I e tratado I, demonstrou que ocorreu diferença significativa (p≤0,05) para os desafios em todos os dias experimentais, após o tratamento. Os grupos controle II e tratado II também apresentaram diferença significativa (p≤0,05) para os desafios em todos os dias experimentais, após o tratamento. A análise estatística entre os grupos tratados I e II demonstrou que não ocorreu diferença significativa (p≥0,05) para os desafios em todos os dias experimentais. O desafio foi encerrado no dia +42 já que a eficácia do fipronil nos grupos tratados I e II foram inferiores 70%. O produto em teste mostrou-se eficaz na eliminação das pulgas em cães até o dia + 35, não apresentando mais efeito residual de proteção quando os animais foram reinfestados. Não houve diferença significativa nos níveis de eficácia entre os grupos infestados com 100 e 300 exemplares adultos de C. felis felis ao longo do período experimental.