391 resultados para Saturnino Braga
Resumo:
Na classificação de Gralnick, de 1942, a folie à deux é dividida em quatro subtipos básicos: folie imposée, folie communiquée, folie simultannée e folie induite. O último termo se refere à adição de novas idéias delirantes por paciente previamente psicótico sob influência de outro paciente. Relatamos um caso de folie induite ocorrido entre mãe e filho primariamente psicóticos (transtorno delirante e esquizofrenia, respectivamente), que passaram a compartilhar delírios de natureza persecutória e sexual. Casos de folie à deux geralmente correspondem ao transtorno psicótico induzido (DSM-IV-TR) ou transtorno delirante induzido (CID-10). No entanto, o paciente deste relato não pode receber tais diagnósticos, já que nos critérios validados atualmente percebe-se a exigência de que o parceiro induzido não possua um transtorno psicótico anterior ao início do compartilhamento do delírio. Consideramos que o presente relato exemplifica a insuficiência das modernas classificações nesta área. Casos de folie induite podem necessitar de manejo distinto dos demais casos de psicose compartilhada ou não compartilhada. Sugerimos que os critérios diagnósticos correntes poderiam ser revisados para incluir condições psiquiátricas como essa.
Resumo:
OBJETIVO: Este trabalho visa a verificar se de fato existe relação entre o risco de demência e a falta de estímulo físico ou mental em idosos. MÉTODOS: Trezentos e três idosos, com idade de 80 anos ou mais, foram estudados por meio de questionários específicos e distribuídos em três grupos de acordo com a prática de atividade física ou mental. Todos foram submetidos ao Miniexame do Estado Mental (MEEM) e, a partir da pontuação obtida, considerando diferentes pontos de corte, de acordo com a escolaridade, foi comparado o risco de desenvolvimento de demência entre os grupos. RESULTADOS: Não houve diferença da pontuação entre sexos. Comparando as incidências de risco aumentado de demência, os indivíduos que não praticavam atividade alguma tiveram risco relativo de 4,27, quando comparados com os indivíduos que praticavam atividade mental, e de 2,21, quando comparados aos praticantes de atividade física. Esses últimos tiveram risco relativo de 1,93, em relação aos praticantes de atividade mental. CONCLUSÃO: A prática regular de atividades físicas e mentais retarda o declínio cognitivo, reduzindo o risco de demência. Entre essas atividades, as mentais foram mais eficazes.
Resumo:
Objective: To evaluate body image dissatisfaction and its relationship with physical activity and body mass index in a Brazilian sample of adolescents. Methods: A total of 275 adolescents (139 boys and 136 girls) between the ages of 14 and 18 years completed measures of body image dissatisfaction through the Contour Drawing Scale and current physical activity by the International Physical Activity Questionnaire. Weight and height were also measured for subsequent calculation of body mass index. Results: Boys and girls differed significantly regarding body image dissatisfaction, with girls reporting higher levels of dissatisfaction. Underweight and eutrophic boys preferred to be heavier, while those overweight preferred be thinner and, in contrast, girls desired to be thinner even when they are of normal weight. Conclusion: Body image dissatisfaction was strictly related to body mass index, but not to physical activity.
Resumo:
RESUMO Objetivos Descrever a utilização da contenção física em um hospital psiquiátrico público e analisar os fatores de risco associados com seu uso, no contexto da implantação de um protocolo clínico. Métodos Em um hospital psiquiátrico público de Belo Horizonte-MG, os formulários de registro e monitoramento de contenção física (2011-2012) foram analisados e comparados com os registros das demais internações englobadas no mesmo período. Neste estudo transversal, além das análises descritivas das características clínicas e demográficas dos pacientes contidos, das técnicas utilizadas e das complicações reportadas, os fatores de risco associados com o uso da contenção foram analisados por meio de regressão logística múltipla. Resultados A contenção foi utilizada em 13,4% das internações, sendo mais comum em pacientes jovens, do sexo masculino, portadores de psicoses não orgânicas, apresentando agitação/agressividade. A técnica foi geralmente de quatro pontos, durando entre 61-240 minutos. Os únicos fatores de risco significativos para o uso da contenção incluíram a idade (OR = 0,98; p = 0,008) e o tempo de permanência (OR = 1,01; p < 0,001). Conclusões A contenção física foi utilizada usualmente na abordagem aguda do paciente agitado/agressivo inabordável verbalmente, no contexto de um transtorno psicótico. O registro dos dados vitais e dos efeitos adversos foram os itens menos aderentes aos protocolos vigentes.
Resumo:
OBJETIVO: Analisar a experiência inicial no fechamento percutâneo da comunicação interatrial ostium secundum (CIA OS) com a prótese de Amplatzer. MÉTODOS: Sete pacientes foram submetidos ao procedimento através da via venosa anterógrada, orientados pela ecocardiografia transesofágica (ETE) e sob anestesia geral. Uma criança era portadora de 2 CIA e de canal arterial (CA). As CIA medidas pelo ETE variaram de 8,7 a 20mm. Um ecocardiograma transtorácico foi realizado na manhã seguinte do procedimento. RESULTADOS: Oito próteses foram implantadas nos 7 pacientes com sucesso. Em um paciente, o CA foi ocluído na mesma sessão com mola de Gianturco, tendo surgido taquicardia supraventricular durante a oclusão de uma das CIA, controlada com adenosina. Todos receberam alta hospitalar na manhã seguinte, com oclusão total dos defeitos. CONCLUSÃO: O procedimento mostrou-se seguro, eficaz e versátil, podendo ser considerado como uma alternativa terapêutica inicial em pacientes selecionados com CIA OS.
Resumo:
OBJETIVO: Avaliar a experiência global da nossa instituição com o fechamento percutâneo do canal arterial. MÉTODOS: Desde dezembro/92, 150 pacientes foram submetidos a 178 procedimentos (85 - técnica de Rashkind; 87 - coils de Gianturco; 6 - coils Duct Occlud). A mediana de idade foi de 6,5 anos (1 a 57). A média do diâmetro mínimo do canal foi de 3,05±1,24mm (1 a 8). Avaliações clínicas e ecocardiográficas foram realizadas seriadamente. RESULTADOS: Implantes adequados ocorreram em 143 (95,3%) pacientes. A prevalência de shunt residual imediato foi de 52,1%, decrescendo para 15,9% no seguimento. Esta taxa caiu para 5,2% após a realização de procedimentos adicionais. Embolização de coils ocorreu em 12 procedimentos e de umbrella em 1. Um paciente apresentou hemólise e outro estenose discreta da artéria pulmonar esquerda. Não houve mortalidade. CONCLUSÃO: Esta modalidade terapêutica é segura e eficaz, proporcionando bons resultados a longo prazo.
Resumo:
OBJETIVO: A variabilidade da freqüência cardíaca (VFC) tem sido estudada em repouso, como meio não-invasivo para avaliação da regulação autonômica cardíaca, sendo que sua diminuição está relacionada a maior risco cardiovascular. Entretanto, durante o exercício, quando ocorrem importantes alterações neurais, seu comportamento deve ser melhor documentado. Estudamos o comportamento da freqüência cardíaca (FC) e da sua variabilidade durante as diferentes fases metabólicas do exercício físico progressivo máximo, em jovens. MÉTODOS: Dezessete homens (28±6 anos) realizaram teste ergoespirométrico máximo em cicloergômetro (30W/3min), determinando-se a FC e a VFC (desvio-padrão) através da onda eletrocardiográfica, amplificada e gravada batimento a batimento em computador, numa freqüência da 125Hz (AT/Codas). RESULTADO: A FC aumentou concomitantemente ao aumento da intensidade do exercício. A VFC diminuiu progressivamente, atingindo níveis significantes em relação ao repouso a partir de 60% do consumo de oxigênio do pico do exercício, a partir de 45-60% da potência máxima e a partir da intensidade do limiar anaeróbio, estabilizando-se nos períodos subseqüentes. CONCLUSÃO: Nossos resultados sugerem que a VFC medida pelo desvio-padrão da FC diminui em fases do exercício nas quais o aumento da FC é determinado, principalmente, por retirada vagal.
Resumo:
PURPOSE: Evaluation of the role of transesophageal echocardiography in percutaneous closure of atrial septal defects (ASD) with the Amplatzer septal occluder. METHODS: Patients were selected for percutaneous closure of ASD by transesophageal echocardiography (TEE), which was also used to monitor the procedure, helping to select the appropriate size of the Amplatzer device, to verify its position, and to access the immediate results of the procedure. During the follow-up, TEE was used to evaluate the presence and magnitude of residual shunt (RS), device position, and right cardiac chamber diameters. RESULTS: Twenty-two (40%) of a total of 55 studied patients were selected. Thirteen underwent Amplatzer device implantation, eight are still waiting for it, and one preferred the conventional surgical treatment. All procedures were successful, which was mainly due to proper patient selection. Six (23%) patients acutely developed RS, which spontaneously disapeared at the three-month follow-up examination in three patients. There was a significant reduction in the right ventricle diastolic diameter, from 27mm (average) to 24mm and 20mm, one and three months after the procedure, respectively (p<0.0076). CONCLUSION: With the aid of TEE, percutaneous closure of ASD can be successfully, safely, and effectively performed.
Percutaneous mitral valvotomy in patients eighteen years old and younger. Immediate and late results
Resumo:
OBJECTIVE - To analyze immediate and late results of percutaneous mitral valvotomy (PMV) in patients <= 18 year. METHODS - Between August '87 and July '97, 48 procedures were performed on 40 patients. The mean age was 15.6 years; 68.7% were females four of whom were pregnant. RESULTS - Success was obtained in 91.7% of the procedures. Immediate complications were severe mitral regurgitation (6.3%) and cardiac tamponade (2.0%). Late follow-up was obtained in 88.8% of the patients (mean value=43.2±33.9 months). NYHA functional class (FC) I or II was observed in 96.2% of the patients and restenosis developed in five patients, at a mean follow-up of 29.7±11.9 months. Three patients presented with severe mitral insufficiency and underwent surgery. Two patients died. CONCLUSION - PMV represents a valid therapeutic option in young patients. In these patients, maybe because of subclinical rheumatic activity, restenosis may have a higher incidence and occur at an earlier stage than in others persons.
Resumo:
We report new percutaneous techniques for perforating the pulmonary valve in pulmonary atresia with intact ventricular septum, in 3 newborns who had this birth defect. There was mild to moderate hypoplastic right ventricle, a patent infundibulum, and no coronary-cavitary communications. We succeeded in all cases, and no complications related to the procedure occurred. The new coaxial radiofrequency system was easy to handle, which simplified the procedure. Two patients required an additional source of pulmonary flow (Blalock-Taussig shunt) in the first week after catheterization. All patients had a satisfactory short-term clinical evolution and will undergo recatheterization within 1 year to define the next therapeutic strategy. We conclude that this technique may be safely and efficiently performed, especially when the new coaxial radiofrequency system is used, and it may become the initial treatment of choice in select neonates with pulmonary atresia and intact ventricular septum.
Resumo:
OBJECTIVE - To report the results of percutaneous occlusion of persistent ductus arteriosus with the Amplatzer prosthesis in 2 Brazilian cardiological centers. METHODS - From May 1998 to July 2000, 33 patients with clinical and laboratory diagnosis of persistent ductus arteriosus underwent attempts at percutaneous implantation of the Amplatzer prosthesis. The median age was 36 months (from 6 months to 38 years), and the median weight was 14kg (from 6 to 92kg). Sixteen patients (48.5%) were under 2 years of age at the time of the procedure. All patients were followed up with periodical clinical and echocardiographic evaluations to assess the presence and degree of residual shunt and possible complications, such as pseudocoarctation of the aorta and left pulmonary artery stenosis. RESULTS - The minimum diameter of the arterial ducts ranged from 2.5 to 7.0mm (mean of 4.0±1.0, median of 3.9). The rate of success for implantation of the prosthesis was 100%. Femoral pulse was lost in 1 patient. The echocardiogram revealed total closure prior to hospital discharge in 30 patients, and in the follow-up visit 3 months later in the 3 remaining patients. The mean follow-up duration was 6.4±3.4 months. All patients were clinically well, asymptomatic, and did not need medication. No patient had narrowing of the left pulmonary artery or of the aorta. No early or late embolic events occurred, nor did infectious endarteritis. A new hospital admission was not required for any patient. CONCLUSION - The Amplatzer prosthesis for persistent ductus arteriosus is safe and highly effective for occlusion of ductus arteriosus of varied diameters, including large ones in small symptomatic infants.
Resumo:
OBJECTIVE: To determine the immediate behavior and the prognostic value in terms of late survival of serum troponin I measurement in patients undergoing myocardial revascularization surgery with extracorporeal circulation. METHODS: We studied 88 random patients, 65 (73.8%) of the male sex, who underwent myocardial revascularization surgery with extracorporeal circulation. Troponin measurements were performed as follows: in the preoperative period, right after intensive care unit admission, and on the first and second postoperative days. Values below 0.1 nanogram per milliliter (ng/mL) were considered normal. The cut points for late prognostic assessment were 0.5 ng/mL; 1 ng/mL; 2.5 ng/mL; and 5 ng/mL. RESULTS: The serum troponin I levels were elevated on the first postoperative day, suggesting the occurrence of specific myocardial damage. Patients with a poor prognosis could be identified, because the serum levels above 2.5 ng/mL and 5 ng/mL in the postoperative period resulted, respectively, in mortality rates of 33% and 50% in a maximum 6-month follow-up. CONCLUSION: Troponin I values around 2.5 ng/mL in the postoperative period should call attention to the need for more aggressive diagnostic or therapeutical measures.