237 resultados para Dificuldade Respiratória
Resumo:
São descritos três casos de feo-hifomicose subcutânea, os primeiros encontrados no Estado do Pará, todos oriundos de localidades situadas a leste de Belém, nas micron-regiões do Salgado e Bragantina. O diagnóstico teve por base o reconhecimento dos parasitos em cortes histológicos, sem identificação de espécie, uma vez que todo o material disponível para exame - compreendendo as lesões completamente excisadas -, ao ser recebido, já estava fixado em formol e imprestável, portanto, para qualquer tentativa de estudo micológico. A abmidância de elementos fúngicos verificada nos tecidos, após impregnação pela prata (métodos de Grocott e de Fontana-Masson), contrastava com a dificuldade para visualizá-los em cortes não-corados ou corados por hematoxilina-eosina, fato devido certamente ao aspecto das hifas neles existentes: delgadas, de paredes finas e cor quase imperceptível.
Resumo:
Com o objetiiro de identificar a espécie de Leishmania envolvida nas afecções cutâneas de indivíduos residentes nos municípios de Cosmópolis e Indaiatuba, região de Campinas, Estado de São Paulo, correlacionamos dados clínicos, histopatológicos e testes de bibridização in situ. Os expressivos índices de incidência de leishmaniose tegumentar americana obsewados nesses municípios nos levaram a iniciar esses estudos. Nesse trabalho, apresentamos os dados relativos a seis indivíduos. As características das lesões, ulceradas, de dificil cicatrização e presentes em locais expostos do corpo sugeriram quadros de leishmaniose tegumentar americana. Os testes de intradermoreação de Montenegro, positivos em cinco dos seis pacientes analisados também reforçaram a suspeita de leishmaniose tegumentar americana. Os padrões histopatológicos, como reação exsudativa celular e granulomatosa e a dificuldade de isolamento dos parasitas obtidos de biópsias de lesões são compatíveis com aqueles descritos para Leishmania (Viannia) braziliensis. Em testes de bibridização in situ do DNA do cinetoplasto de amastigotas das lesões dos seis pacientes, obseivamos que quatro deles apresentavam sinais de bibridização com a sonda de L. (Viannia) braziliensis, confirmando as suspeitas de que a Leishmania responsável pelas afecções cutâneas nos pacientes analisados era do subgenêro Viannia e do complexo braziliensis.
Resumo:
Relata-se caso da forma miliar generalizada da infecção tuberculosa, em homem de 80 anos não portador da síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA) cujo óbito decorreu de progressiva disseminação hematogênica, semelhante a casos da era pré-antibiótica. Enfatiza-se a associação com estados de subnutrição e imunodepressão, a dificuldade na abordagem clínica e a importância da necropsia para estabelecer o diagnóstico da disseminação miliar hematogênica crônica ou críptica.
Resumo:
Dificuldade para o estabelecimento de colônias de roedores silvestres no laboratório podem impedir realização de estudos experimentais. Descrevemos o emprego de tijolos vazados dentro das gaiolas, com objetivo de proporcionar abrigo e reduzir o estresse dos animais. Isto facilita a limpeza das gaiolas e outros procedimentos, já que os animais permanecem espontaneamente dentro do tijolo, enquanto são transferidos para uma nova gaiola. Este método foi empregado em uma tentativa de adaptação de Oryzomys nigripes em cativeiro. Apesar do transporte por mais de 1500km, mortalidade foi zero no grupo de 62 roedores e a colônia expandiu-se imediatamente. O tijolo vazado é um material barato, facilmente disponível e contribui para a adaptação de roedores silvestres em cativeiro.
Resumo:
Os conceitos de dengue clássico, com ou sem hemorragia, e de febre hemorrágica do dengue (FHD) que, pode cursar sem fenômenos hemorrágicos, com ou sem síndrome do choque do dengue (SCD), são revistos neste artigo. As definições clássicas propostas, úteis em outros tempos, geram confusão e dificultam a tomada de decisões no momento do tratamento dos pacientes com as formas graves da doença porque deixaram de incorporar novos conceitos e avanços terapêuticos. A classificação do dengue proposta neste trabalho, e apresentada em fluxograma, incorpora os conceitos atuais de sepse, síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SIRS) e síndrome da angústia respiratória do adulto (SARA). A nova classificação serve de guia para orientar a conduta terapêutica inicial e aproxima o tratamento do dengue aos protocolos e rotinas já implantados nos diversos centros hospitalares de urgência, facilitando a atuação dos serviços de saúde em situações de surtos epidêmicos.
Resumo:
A síndrome pulmonar e cardiovascular por Hantavirus (SPCVH), é doença emergente com descrição crescente de casos no Brasil. Neste trabalho, estudou-se 8 casos confirmados da doença. Todos apresentaram febre e dispnéia. Taquicardia, astenia, hipotensão e estertoração pulmonar ocorreram em 75 a 87,5% dos casos. Plaquetopenia e hipoxemia ocorreram em 100% dos casos, hemoconcentração, leucocitose com desvio à esquerda e elevação de uréia e creatinina séricas em 75 a 87,5%. Assistência respiratória, hidratação endovenosa e utilização de aminas vasoativas foram as medidas utilizadas nos pacientes. Ressalta-se que o suporte ventilatório e cardiovascular deve ser precocemente instituído, preferencialmente em unidades de terapia intensiva, com precauções universais e respiratórias de isolamento. Deve-se ter cuidados com infusão excessiva de líquidos para não agravar o edema pulmonar. A mortalidade observada, de 50%, é elevada, deveu-se à gravidade da doença e ao comparecimento tardio para tratamento intensivo. Deve-se informar sobre a SPCVH aos profissionais de saúde, considerando que casos de SPCVH, provavelmente, vêm passando desapercebidos.
Resumo:
Os autores relatam a ocorrência de óbito em paciente portador da forma cutânea da LTA no município de Caxias-MA. Trata-se de paciente do sexo masculino, 22 anos, gari, portador de lesão ulcerada no membro inferior (perna esquerda), diagnosticado, após encontro do parasita (Leishmania) na lesão, tratado com stibogluconato de sódio BP88® (Shandong Xinhua) na dose de 10mg/Sb+5/kg/dia/20 dias. Após a 3ª dose apresentou dores articulares, naúseas, mal estar geral. Com a continuação da medicação houve agravamento do quadro com dor epigástrica e no hipocôndrio direito irradiando-se para o hemitórax homolateral. Após a 7ª dose apresentou dispnéia associado à dor torácica de leve intensidade. Na 9ª dose houve piora do quadro, mesmo assim continuou a usar o medicamento até a 11ª dose quando seu estado agravou-se. Foi internado, necessitando de tratamento intensivo. Nos exames realizados apresentou: 4,4 milhões de eritócitos, 10,6% de hemoglobina, 35% de hematócrito, 26.400 de leucócitos, basófilos e mielócitos (0), 59% de segmentados, 30% de linfócitos, 2% de monócitos, plaquetas (normais), glicose 42mg%, uréia 73mg%, creatinina (2,4mg%), eletrocardiograma (bloqueio de ramo direito). Veio a falecer tendo como causa do óbito, insuficiência cárdio respiratória. O relato atual mostra a necessidade de esclarecimento das equipes de saúde quanto ao uso dos Sb+5 e também lembrar o Ministério da Saúde quando da aquisição de novos produtos, preocupar-se com a qualidade e procedência do mesmo.
Resumo:
Gerações de Biomphalaria glabrata e Biomphalaria tenagophila selecionadas geneticamente para resistência e suscetibilidade ao Schistosoma mansoni das linhagens BH e SJ foram utilizadas no estudo da adaptação do trematódeo ao hospedeiro intermediário. As gerações dos planorbídeos foram obtidas por autofecundação dos moluscos que se apresentaram suscetíveis ou resistentes após a exposição aos miracídios de Schistosoma mansoni. Para Biomphalaria glabrata foram obtidas as gerações: Parental, F1S (Suscetível), F1R (Resistente), F2S e F2R. Para a Biomphalaria tenagophila foram estudadas as gerações: Parental, F1S, F1R e F50S. A comparação das taxas de infecção apresentadas pelas diferentes gerações mostrou que, em ambas as espécies, o aumento da suscetibilidade foi mais facilmente obtido do que o aumento da resistência. A dificuldade em aumentar a resistência do molusco ao S. mansoni tem fortes implicações epidemiológicas.
Resumo:
Relato de dois casos, incluindo um óbito, associados ao botulismo, onde houve dificuldade no diagnóstico da doença e falta de integração entre a vigilância sanitária e a vigilância epidemiológica. O objetivo é alertar profissionais para a seriedade deste agravo e refletir sobre as práticas de vigilância da saúde encontradas.
Resumo:
A tungíase, ectoparasitose causada pela pulga Tunga penetrans, é endêmica em comunidades brasileiras de baixo poder aquisitivo. Neste estudo foram identificados habitantes de uma favela urbana em Fortaleza com carga parasitária elevada. Número de lesões, localização, estadiamento e patologias associadas foram registrados. Os 142 indivíduos identificados apresentaram condições de moradia extremamente precárias. Contou-se no total 3.445 lesões localizadas nos pés (mediana = 17 lesões; máximo = 98 lesões). Quase sem exceção, os indivíduos apresentaram deformações ungueais e edema e mais de 70% dor e fissuras. Perda de unha foi observada em 46% dos casos e deformação de dígitos em 25%; 42% apresentaram abscessos e 59% queixaram-se de dificuldade de andar. Nossos dados mostram que a tungíase em comunidade urbana de baixa renda típica no nordeste brasileiro está associada a patologia grave. A doença precisa ser reconhecida como problema de saúde pública na região estudada e em outras áreas endêmicas semelhantes.
Resumo:
Staphylococcus coagulase negativos tem surgido como importantes agentes em infecções de pacientes hospitalizados. Neste estudo, relatamos o caso de bacteremia associada a cateter venoso central devido a Staphylococcus cohnii spp urealyticus isolado em hemocultura de um paciente do sexo masculino, 53 anos, internado em hospital geral da cidade de São Paulo. Discutimos nesse relato a dificuldade em identificar rotineiramente esse microrganismo no Laboratório de Microbiologia Clínica. Staphylococcus cohnii spp urealyticus é um microrganismo encontrado na pele dos seres humanos como parte da microbiota normal, podendo em algumas situações causar sérias infecções em humanos.
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A hanseníase ainda é doença endêmica no Brasil, com cerca de 40.000 novos casos por ano. Devido à dificuldade na realização de exames laboratoriais em campo, classifica-se a forma clínica contando-se lesões, o que pode causar subdiagnóstico de casos multibacilares e falha terapêutica. Para avaliar uma nova ferramenta para diagnóstico de hanseníase multibacilar, o teste ML Flow, foi realizado em 21/77 (27,3%) pacientes com hanseníase dimorfa (6 DV e 15 DT) não tratados, com até cinco lesões de pele, avaliados de acordo com a classificação de Ridley & Jopling (R&J). O teste ML Flow foi positivo em 14/21 (66,6%) pacientes (4 DV e 10 DT); em 7/21 (33,3%) pacientes (5 DT e 2 DV) o resultado foi negativo. A classificação da hanseníase baseada somente na contagem de lesões pode falhar em diagnosticar casos MB. O ML Flow é ferramenta útil no diagnóstico de hanseníase dimorfa com até cinco lesões cutâneas.
Resumo:
A histoplasmose é uma micose causada por fungo dimórfico, o Histoplasma capsulatum. É considerada classicamente uma micose endêmica, embora o fungo tenha um comportamento oportunístico em pacientes com depressão da imunidade celular. O homem adquire a infecção através da inalação de conídeos presentes na natureza (cavernas com morcegos, galinheiros, etc). O quadro clínico pode variar, desde infecções assintomáticas até quadros graves disseminados, que acometem pacientes com Aids, transplantados ou com neoplasias hematológicas. O diagnóstico baseia-se no encontro do fungo em fluidos orgânicos (escarro, sangue, líquor) ou tecidos (histopatologia), na cultura de materiais biológicos e na sorologia. O tratamento das formas agudas graves, respiratória crônica ou de formas localizadas pode ser feito com azólicos orais (itraconazol) e nas disseminadas, a Anfotericina B (preferencialmente as formulações lipídicas) constitui a droga da eleição para iniciar a terapia. A histoplasmose representa, hoje uma das micoses sistêmicas mais importantes nas Américas, com ampla distribuição em todas as regiões do Brasil.
Resumo:
A síndrome pulmonar e cardiovascular por hantavírus é doença causada pela aspiração de aerossóis dos dejetos de roedores silvestres contaminados por vírus da família Bunyaviridae. Estudamos manifestações clínicas e laboratoriais de 70 casos ocorridos de 1998 a 2007 na região de Ribeirão Preto, SP. A freqüência de sintomas foi dispnéia (87%), febre (81%), tosse (44%), cefaléia (34%), taquicardia (81%), hipotensão arterial (56%), hipóxia (49%), acidose metabólica (57%), linfocitopenia (51%), hematócrito >45% (70%), leucocitose com desvio à esquerda (67%), creatinina (51%) e uréia (42%) séricas elevadas. A letalidade (54,3%) ocorreu principalmente no 4o dia. Insuficiência respiratória, hipotensão arterial e choque ocorreu 24-48 horas; o hematócrito elevado e a plaquetopenia são sinais fortemente sugestivos da doença. A hipótese diagnóstica de pneumonia atípica associada a bom prognóstico (p:0,0136); a infusão hídrica >2.000ml e hipotensão arterial associadas a mau prognóstico (p:0,0286 e p:0,0453).
Resumo:
A endocardite infecciosa é uma patologia relativamente rara na prática clínica, e, apesar dos avanços em seu diagnóstico e tratamento, sua morbi-mortalidade ainda é significativa. Muitas vezes é difícil a identificação de suas complicações e a conduta frente a elas, ocorrendo com freqüência a dissociação entre a evolução clínica e os achados de exames complementares - principalmente ecocardiográficos. A decisão clínica torna-se ainda mais difícil frente às manifestações atípicas da doença, como a endocardite de câmaras direitas. Este é o relato de um caso raro de endocardite de câmaras direitas em uma paciente renal crônica, cuja piora dos achados ecocardiográficos se opunha à evolução clínica favorável. Esta situação pode suscitar dificuldade quanto aos critérios para indicação cirúrgica e a segurança do tratamento conservador.