384 resultados para Cardiopatia congênita
Resumo:
E descrito um caso incomum de filariose linfática, devido a Wuchereria Bancrofti, com localização dos vermes nos linfonodos e linfáticos do mediastino. A intensa reação do conjuntivo mediastinal, provavelmente desencadeada por macrofilárias mortas, determinou no paciente - de 9 anos, residente em Belém, Estado do Pará - estreitamento do tronco e dos ramos principais da artéria pulmonar, defeito tido, inicialmente, como de natureza congênita. O exame histopatológico de duas dentre várias formações nodulares encontradas no mediastino, durante o ato operatório,permitiu, no entanto, estabelecer-se a verdadeira causa da alteração exibida pelo paciente. O achado representa uma formà curiosa de infecção por W. bancrofti, completamente inesperada, quando se considera que a prevalência da bancroftose é, hoje, muito baixa na cidade de Belém. Segundo dados oficiais, o índice de microfilaremia atingiu, em 1985, nessa cidade, cerca de 0,1% apenas, enquanto que, há algumas décadas, era ele estimado em mais de 10%.
Resumo:
Ratos albinos Wistar infectados com diferentes inóculos das cepas Y, Colombiana (COL) e São Felipe (12SF) do Trypanosoma cruzi desenvolveram parasitemia elevada entre 14e21 dias, a qual tomou-se desprezível ou desapareceu completamente ao final da 4ª semana. As lesões do coração foram avaliadas, semiquantitativamente, pelo sistema de "scores", conforme a intensidade e a extensão da inflamação, nas diferentes estruturas do órgão, tendo sido observado que: a) na fase inicial (aguda) da infecção, os animais mortos espontaneamente ou em conseqüência de acidente anestésico apresentaram cardite de intensidade moderada à acentuada, não havendo diferença em relação às cepas utilizadas; as diferentes estruturas do coração estavam uniformemente comprometidas; b) na fase crônica da infecção observou-se cardite degrau leve a moderado e as lesões foram mais freqüentes e intensas quanto maior o inoculo empregado; no entanto, inóculos baixos só produziram lesões quando a cepa utilizada foi a Colombiana. Trombose mural nos átrios e dilatação da ponta do ventrículo esquerdo foram observadas em 20% dos animais, independentemente da cepa. Na fase crônica 15% dos animais apresentaram miocardite crônica com fibrose, associada à hipertrofia das miocélulas. Os AA confirmam ser o rato albino suscetível à infecção chagásica e, portanto, um modelo útil no estudo das manifestações cardíacas da Doença de Chagas.
Resumo:
Os autores documentam a cardiopatia difusa fibrosante, com todos os sintomas clínicos e dados de autópsia pertinentes à insuficiência cardíaca congestiva, em um dos 21 cães infectados com a cepa Colombiana (cinco morreram na fase aguda e quatro continuam vivos) e cinco, dos 13 infectados com a cepa Berenice-78 (oito morreram na fase aguda), num período de oito anos de observação. Em vista destes resultados, os autores sugerem que o cão possa vir a ser um modelo experimental, adequado para o estudo da história natural da doença de Chagas, preenchendo os requisitos estabelecidos pelo Comitê Assessor de Doença de Chagas do Programa Especial de Pesquisa e Treinamento em Doenças Tropicais da Organização Mundial de Saúde.
Resumo:
É relatado um caso de fase aguda inaparente da doença de Chagas em lactente de sete meses de idade, filho de chagàsica crônica. Excluiu-se a possibilidade de transmissão congênita, vetorial ou por hemotransfusão concluindo-se pela transmissão da infecção chagàsica via aleitamento materno.
Resumo:
Como parte de um estudo pré-terapêutico da infecção chagásica crônica, a parasitemia de 206pacientes (85 homens e 121 mulheres, com idades de 7 a 80 anos, média de 37,4 ± 14,6) do município de Virgem da Lapa, Minas Gerais, foi avaliada pelo índice de ninfas de triatomíneos infectadas nos xenodiagnósticos aplicados. Cada paciente foi submetido a três exames no período de 12 meses. Em cada exame foram aplicadas 40 ninfas de 3.° ou 4.° estádios de Triatoma infestans. A parasitemia de cada paciente foi classificada arbitrariamente, de acordo com o percentual de ninfas positivas no total de examinadas nos três xenos, em: não detectada - todas as ninfas negativas; baixa - quando o valor era maior que zero ou até igual a 2,0%; média - quando maior que 2,0% ou até igual a 7,0%; e alta- quando era maior que 7,0%. Com esses critérios a parasitemia não foi detectada em 105 (51,0%) pacientes, foi baixa em 55 (26,7%), média em 27 (13,1%) e alta em 19 (9,2%). Não houve diferença nos níveis da parasitemia em relação ao sexo dos pacientes, mas em relação aos grupos etários foi maior a freqüência da parasitemia baixa no grupo de 60 ou mais anos. A parasitemia alta foi mais freqüente no grupo de pacientes com cardiopatia crônica chagásica. A "parasitemia persistente" (todos os xenopositivos) foi observada em todos os pacientes com parasitemia alta, em 22,2% dos que apresentaram parasitemia média e em nenhum com parasitemia baixa.
Resumo:
Relatam-se três casos de morte súbita, de chagásicos crônicos, por mecanismos de óbito pouco freqüentes. Em dois casos, foi inesperada, sendo o primeiro, por infarto encefálico e o segundo, por broncopneumonia consecutiva a infarto intestinal sem oclusões vasculares ( enfarte não oclusivo"). No terceiro caso, o paciente era cardiopata e teve morte súbita esperada por tamponamento cardíaco consecutivo à ruptura espontânea do ventrículo direito.
Resumo:
Em 1982 e em 1985 foram observados em Humaitá, Estado do Amazonas, respectivamente, uma criança lactente e uma gestante tercigesta, no segundo trimestre da gravidez, ambas com malária pelo Plasmodium falciparum. O lactente, masculino, natural do Amazonas tinha um mês de idade e apresentava malária desde o décimo dia após o nascimento. Sua mãe tinha 19 anos, era natural do Amazonas e apresentara a primo-infecção palustre no dia do parto, desse que era o seu segundo filho. O outro caso era o de uma gestante com 22 anos, natural do Amazonas, que tinha 2 filhos, um de 8 e outro de 6 anos e apresentara três surtos prévios de malária, o primeiro em 1983 e o último em março de 1985. Quando foi atendida estava com malária e no 2º trimestre da gestação. Tanto o lactente, quanto a gestante foram tratados com clindamicina e tiveram cura clínica e parasitária. O lactente provavelmente apresentou malária congênita, ou intraparto, pelo curto período de incubação, que apresentou. Ao contrário do que tem sido descrito em áreas hiperendêmicas a gestante apresentou malária na terceira gestação, embora tenha se comportado como primigesta, do ponto de vista da imunidade, pois os surtos prévios que teve ocorreram após as gestações anteriores.
Resumo:
Dentre 1708 necrópsias de chagásicos crônicos, de um total de 4690, diagnosticamos 273 megas. Destes o mais freqüente foi o megacólon, seguido pelo megaesôfago, ocupando a associação megacólon e megaesôfago o terceiro lugar. Discutem-se e comparam-se os achados com outros de ordem clinico-epidemiológica e anatomopatológica. Confirmando dados da literatura, nossos achados atuais mostram, que a exemplo do que sucede na cardiopatia chagásica, o megacólon e o megaesôfago predominam no sexo masculino, discutindo-se os fatores que poderiam explicar a razão desse fato.
Resumo:
A classificação da infecção pelo Trypanosoma cruzi varia de acordo com diferentes critérios. Se considerarmos o mecanismo de transmissão do parasita ela pode ser por triatomineos, transfusão de sangue, congênita, acidental em laboratório, aleitamento, transplante de órgãos e surtos epidêmicos de provável transmissão oral. Esta classificação é útil do ponto de vista epidemiológico ou para o controle da doença. A medida que vamos conhecendo melhor as populações de T. cruzi toma-se possível agrupá-las em tipos ou raças, de acordo com sua composição antigênica, seus perfis enzimáticos, comportamento nas infecções experimentais, suscetibilidade a drogas e outros parâmetros36. Tais estudos procuram estabelecer relações epidemiológicas, clínicas e geográficas. O seguinte exemplo ilustra a utilidade da classificação da infecção pelo agente etiológico. De acordo com as variações enzimáticas, Miles e cols31 verificaram que nos chagásicos do Centro e Leste do Brasil predominam as raças de T. cruzi com zimodemas 2 (Z2), que não são encontradas na região amazônica e na Venezuela, onde existe o T. cruzi Z1 e mais raramente o Z3.
Resumo:
Mulher chagásica de 49 anos teve morte súbita devido a hemopericárdio conseqüente à ruptura espontânea do ventrículo direito. Em nosso conhecimento este é o terceiro relato de rotura cardíaca espontânea da cardiopatia chagásica humana. Neste caso os fatores que determinaram a ruptura foram o adelgaçamento, o grande raio de curvatura da parede anterior do ventrículo direito e, possivelmente, o aumento de pressão no interior desta câmara. Não havia infarto e o adelgaçamento da região rota foi causado pela miocardite crônica chagásica.
Resumo:
Procedeu-se à análise do sistema nervoso autônomo intracardíaco (SNAIC) em 150 cortes histológicos obtidos a partir de fragmentos atriais de homem de 74 anos, falecido de insuficiência cardíaca consecutiva à doença de Chagas aguda (DCA), provavelmente adquirida por via digestiva. Em 10 lâminas havia discretos infiltrados de mononucleares em torno de gânglios e/ou filetes nervosos sem alterações morfológicas significativas dos neurônios; em um preparado constatou-se ganglionite e periganglionite, de moderada intensidade, associadas a alterações neuronais. Epicardite focal, em geral discreta, foi observada em todas as lâminas. Os achados sugerem que a inflamação dos gânglios e fibras do SNAIC na DCA ocorre, pelo menos em parte, da propagação da epicardite adjacente e, que mesmo nos casos fatais da Tripanosomose cruzi as lesões morfológicas do SNAIC podem ser discretas.
Resumo:
Vários trabalhos com eletrocardiograma na doença de Chagas têm sido feitos. Alguns referindo-se a grupos selecionados de casos, outros a estudos longitudinais, relatam as características da mortalidade nas diversas fases da doença. Com o objetivo de avaliar o valor do eletrocardiograma como índice de avaliação terapêutica e de seu comportamento na doença de Chagas desde a fase aguda, no presente trabalho, analisou-se evolutivamente o eletrocardiograma de 42 pacientes (18 mulheres e 24 homens) procedentes da zona rural do Norte de Minas Gerais; predomínio etário foi nas duas primeiras décadas; todos com comprometimento cardíaco; todos receberam tratamento específico. O acompanhamento dos 42 pacientes foi de 9 anos dos quais 3 pacientes tiveram seguimento de 20 anos. Foram analisados 270 eletrocardiogramas. Nós utilizamos os seguintes critérios para a análise do ECG: código de Minnesota modificado para doença de Chagas; WHO/I. S. F. C. TASK FORCE para condução intraventricular e critérios de Pieretti para área eletricamente inativa. Concluímos que as alterações eletrocardiográficas agravam com a evolução da doença e que o eletrocardiograma não serve de índice de avaliação terapêutica.
Resumo:
A forma indeterminada da doença de Chagas é definida pela presença de infecção pelo Trypanosoma cruzi na ausência de manifestações clínicas, radiológicas e eletrocardiográficas de acometimento cardíaco ou digestivo. Pacientes na forma indeterminada podem apresentar anormalidades cardiovasculares significativas à propedêutica mais avançada. Entretanto, a validade do conceito de forma indeterminada tem sido reafirmada, pela simplicidade diagnóstica e benignidade do prognóstico. Na prática clínica, dificuldades diagnósticas são freqüentes, relacionadas à subjetividade e ao significado incerto de achados clínicos, eletrocardiográficos e radiológicos. Adicionalmente, o prognóstico na forma indeterminada não é uniformemente bom: após cinco a 10 anos, postula-se que um terço dos pacientes evoluirão para a forma cardíaca. A morte súbita, uma complicação rara, pode ser a primeira manifestação da doença. É necessária uma reavaliação do conceito de forma indeterminada, com redefinição dos critérios diagnósticos e da conduta terapêutica. A estratificação do risco individual, através de métodos clínicos e não-invasivos, pode permitir o reconhecimento de grupos de risco aumentado, passíveis de intervenções terapêuticas. Como o tratamento etiológico pode prevenir o aparecimento da cardiopatia, seu papel no manejo da forma indeterminada deve ser reavaliado.
Resumo:
Com o objetivo de avaliar as características clínicas e epidemiológicas do aneurisma ventricular esquerdo na doença de Chagas crônica, 388 indivíduos não selecionados: 298 chagásicos e 90 não-chagásicos, foram submetidos ao exame ecocardiográfico. A função ventricular foi avaliada ao modo M através do cálculo da fração de ejeção e ao bidimensional através da análise subjetiva da função sistólica global e a contratilidade regional foi avaliada pelo modelo da Sociedade Americana de Ecocardiografia. Foram diagnosticados 56 (18,8%) aneurismas do ventrículo esquerdo, todos entre os chagásicos, sendo 38 (12,7%) no segmento apical, 10 (3,4%) no septo interventricular, 2 (0,7%) ápico-septal, 2 (0,7%) na parede posterior, 2 (0,7%) na parede inferior e 2 (0,7%) no segmento ínfero-posterior. Não houve diferença significativa nas freqüências dos aneurismas em relação à faixa etária, ao sexo e à etnia. Não houve associação entre aneurismas e hipertensão arterial. Dos 56 indivíduos com aneurismas, 55 (98,2%) eram sintomáticos com predominância de palpitações, 53 (94,6,%) apresentaram ECG anormais, com predominância de extra-sístoles ventriculares, seguidas de alterações da condução e 34 (60,7%) apresentaram comprometimento da função ventricular, sem diferença quanto ao segmento acometido. Diante destes resultados podemos considerar o aneurisma ventricular esquerdo, principalmente apical, como um marcador de doença de Chagas e um indicador da alta morbidade da infecção humana pelo T. cruzi em Virgem da Lapa.
Resumo:
Se estudió la infección por T. cruzi en mujeres embarazadas en la localidad de General Güemes, provincia de Salta. La misma fue del 12,3 %. El 8,8% de los recién nacidos estudiados tuvieron diagnóstico de Enfermedad de Chagas utilizando la técnica directa (microhematocrito). Todos fueron tratados con benznidazol a razón de 5mg/kg/día durante 30 dias. Todos presentaron anemia, que fue interpretada como reacción adversa medicamentosa. Se estima que la técnica directa representa la mejor opción para llevar a cabo el diagnóstico de esta enfermedad en el recién nacido. Se ha propuesto un flujograma para el seguimiento de la infección por T. cruzi en el recién nacido.