261 resultados para escurecimento de epiderme
Resumo:
Dermatite tem sido observada em bovinos no Uruguai e no Rio Grande do Sul que são suplementados com farelo de arroz desengordurado em quantidade equivalente a 1% do peso corporal. Descreve-se um surto de dermatite associada ao consumo de farelo de arroz desengordurado em um município do interior do Rio Grande do Sul. Do total de 26 bovinos, com três anos de idade, sete apresentaram lesões que foram observadas após 24 dias de ingestão da ração de farelo de arroz desengordurado. As lesões eram observadas na extremidade distal dos membros posteriores e se caracterizavam por áreas de alopecia, com acentuado espessamento da epiderme, formando crostas secas, espessas e fissuradas. A lesão histológica observada nestes casos foi caracterizada como dermatite perivascular superficial crônica focalmente extensa moderada, com acantose irregular e formação de crosta serocelular. As lesões macro e microscópicas observadas, juntamente com os dados epidemiológicos, permitem concluir o diagnóstico de dermatite associada ao consumo de farelo de arroz desengordurado. As lesões histológicas, embora não patognomônicas, são descritas nesta doença.
Resumo:
Carcinomas de células escamosas vulvares (CCEVs) em bovinos foram estudados retrospectivamente quanto à prevalência, epidemiologia, quadro clinicopatológico e aspectos imuno-histoquímicos. O grau de pigmentação da pele vulvar foi também avaliado. Nos 48 anos analisados retrospectivamente, foram computados materiais de necropsias e biópsias de 7.483 bovinos recebidos no Laboratório de Patologia Veterinária da UFSM. Desses, em 664 (8,87%) casos de neoplasmas foram identificados, sendo 33 (4,97%) casos de CCEVs. Dezenove eram vacas da raça Holandesa, três da Charolesa, uma era Jersey e 10 eram sem raça definida. A principal alteração macroscópica foi aumento de volume vulvar, sangrante e com miíase concomitante. As massas tumorais eram firmes, ulceradas e com áreas amarelas. Foi possível reavaliar microscopicamente 30 dos 33 casos. Desses, oito eram CCEVs bem diferenciados, 17 eram moderadamente diferenciados e cinco eram pobremente diferenciados. A avaliação de lesões intraepiteliais escamosas (LIEs) foi realizada em tecidos de 21 casos que tinham epitélio de revestimento. Hiperplasia epitelial foi observada em 10 casos; displasia leve em dois, moderada em um e acentuada em cinco casos; em três casos não havia LIEs. A técnica de Fontana-Masson para melanina foi realizada em 21 casos. Desses, em 17 a pigmentação do epitélio da epiderme vulvar era ausente, em dois era leve e em outros dois era moderada. Independentemente do grau de diferenciação dos CCEVs, houve imunomarcação acentuada da maioria dos ceratinócitos neoplásicos para pancitoceratina bovina pela técnica de imuno-histoquímica (IHQ). Papilomavírus bovino não foi detectado pela IHQ neste estudo.
Resumo:
A maioria das doenças dos animais de natureza e cativeiro encontra-se associada à proximidade humana, que resulta da fragmentação e degradação do habitat destes animais, no isolamento das espécies e no contato mais próximo entre estes e animais domésticos e o homem. Foram estudados os sincrânios de 104 mãos-peladas (Procyon cancrivorus) por meio de avaliação direta, preenchimento de ficha odontológica veterinária e documentação fotográfica, que relataram anormalidades encontradas, as quais foram classificadas e contabilizadas para fins estatísticos. Os achados deste trabalho aludem que os animais de cativeiro foram mais acometidos com as lesões relacionadas à doença periodontal, como cálculo, reabsorção óssea alveolar, deiscência, fenestração, exposição de furca, além de maloclusão, apinhamento dentário e os níveis mais graves de desgaste dentário. Os animais de vida livre apresentaram mais altos índices de fraturas, perdas dentárias ante-morte e escurecimento dentário, que caracterizam maior trauma dentário, durante o processo alimentar. Pretendeu-se, assim, estabelecer um parâmetro do estado de saúde oral da espécie estudada, sua frequência e se esta apresenta as mesmas enfermidades orais em vida livre e em cativeiro, relacionando a prevalência de afecções orais com características da ecologia da espécie.
Resumo:
Considerando-se a falta de informações detalhadas sobre a morfologia da paca, sendo o segundo maior roedor da fauna brasileira, de excelente qualidade de carne e, dada a importância do tegumento comum, inclusive para o bom manejo em cativeiro, e até mesmo estudos como uma opção de animal de experimentação, descreveu-se a morfologia, morfometria e a ultraestrutura da pele de oito pacas (Cuniculus paca) machos e fêmeas, mediante a análise comparativa de segmentos cutâneos das regiões cervical, dorsal e medial do carpo. Observaram-se macroscopicamente as características da pelagem. Parte dos segmentos das regiões cutâneas foi analisada à microscopia de luz e parte, à microscopia eletrônica de varredura. Mensuraram-se as espessuras da derme, epiderme, camada córnea, perfis das fibras de colágeno da derme reticular e a área dos perfis das células das glândulas sebáceas repletas. Analisaram-se os resultados pela estatística descritiva e teste "T" (p<0,001). A coloração da pelagem da paca é castanho avermelhado com cerdas organizadas em grupos. A arquitetura da cútis e os anexos cutâneos se assemelham aos dos mamíferos em geral, embora haja ausência de glândulas sudoríparas. De acordo com a analise morfométrica, pôde-se inferir que a arquitetura da cútis de pacas machos e fêmeas apresenta diferenças quando comparada entre os sexos e também em um mesmo animal, diferenciando-se entre diversas regiões corpóreas.
Resumo:
Os cachorros-do-mato (Cerdocyon thous Linnaeus, 1766) são animais amplamente encontrados em países da América do Sul. Apesar de não ser uma espécie ameaçada de extinção, é possível que muitas populações sofram impactos decorrentes de atropelamentos de indivíduos nas rodovias do país, pois, trata-se de uma das espécies de carnívoros com elevada ocorrência de mortes deste tipo. Foram avaliados 32 sincrânios de C. thous, oriundos de vida livre, armazenados na coleção osteológica do Laboratório de Anatomia Veterinária da Universidade Vila Velha (Vila Velha/ES), a fim de diagnosticar doenças que acometeram estes indivíduos enquanto vivos. As lesões macroscópicas identificadas foram: apinhamento dentário, ausência dentária, cálculo dentário, dentina terciária, desgaste, escurecimento dentário, exposição de polpa, fenestração óssea, fratura dentária, fratura de esmalte, giroversão, pigmentação e reabsorção da crista alveolar. Os achados mais comumente observados foram: ausência dentária, desgaste dentário e fratura dentária. Ausências dentárias anteriores à morte, alterações ósseas, cálculos dentários, apinhamento e giroversão aparentemente não causaram quaisquer prejuízos aos animais enquanto vivos.
Resumo:
Nasua nasua é um animal onívoro, encontrado em todo Brasil. A reprodução da espécie ocorre somente uma vez ao ano, na primavera. As fêmeas são matriarcas e amamentam suas crias até os 5 meses de idade, vivem com seus filhotes em bandos de até 30 indivíduos. Para descrição morfológica da glândula mamaria do Nasua nasua foram utilizados seis animais provenientes do Criatório Cientifico (Cecrimpas), Unifeob. Autorizado pelo Ibama (Proc.02027.002322/98-99). Para análise macroscópica um animal foi injetado com látex neoprene, sendo a artéria femoral injetada com látex de cor vermelha e a veia jugular de cor azul. Os demais animais foram fixados em solução aquosa a 10% de formaldeído. Para análise microscópica, fragmentos glandulares foram coletados e submetidos ao processo rotineiro, embebido em parafina e corados com Hematoxilina e Eosina, Picrossírius e Azul de Toluidina. Macroscopicamente foram evidenciados três pares de glândulas mamárias, sendo dois pares posicionados na região abdominal e um par na região inguinal. Microscopicamente, notou-se epitélio de revestimento externo das papilas mamárias, epitélio pavimentoso estratificado queratinizado, o qual seguia por toda glândula de forma irregular. Na entrada do óstio, o epitélio da epiderme era modificado ocorrendo uma transição de epitélio pavimentoso estratificado para um epitélio cúbico no ducto papilar. O parênquima glandular era caracteristicamente túbulo alveolar com células secretoras, evidenciado principalmente no animal lactente. Os resultados macroscópicos e microscópicos assemelham-se aos já descritos nas cadelas (Canis familiaris) e os do Procyon cancrivorus pertencente à mesma família do quati, Família Procyonidae.
Resumo:
Dermatosparaxia em animais é uma doença autossômica recessiva do tecido conjuntivo caracterizada por fragilidade e hiperextensibilidade cutânea. A doença em ovinos White Dorper é provocada pela mutação c.421G>T no gene ADAMmetalopeptidase com trombospondina tipo 1 motif, 2 (ADAMTS2). O objetivo deste estudo foi descrever os achados clínicos, moleculares e histopatológicos da dermatosparaxia em ovinos White Dorper de um rebanho localizado no Centro-Oeste Paulista. O rebanho era composto por nove animais, sendo um reprodutor, quatro matrizes e seus respectivos borregos. Dos nove animais examinados, dois apresentavam sinais clínicos compatíveis com dermatosparaxia. O exame histopatológico de amostras cutâneas das lesões destes dois animais revelou também achados compatíveis com dermatosparaxia, sendo caracterizados por epiderme e anexos cutâneos preservados e sem características atípicas; colágeno displásico arranjado em feixes pequenos, fragmentados e com focos de degeneração, anexos cutâneos proeminentes e na região da derme foco hemorrágico intenso associado a moderado infiltrado neutrofílico na derme profunda. Com o objetivo de realizar o diagnóstico molecular da enfermidade, uma PCR foi padronizada utilizando primers específicos desenhados para amplificar a região do gene ADAMTS2 que continha a mutação c.421G>T e o DNA obtido de amostras de sangue de todos os animais do rebanho. O sequenciamento direto dos produtos da PCR, comprovou que os dois animais clinicamente afetados possuíam a mutação responsável pela dermatosparaxia. A metodologia descrita neste estudo possibilitou o diagnóstico definitivo da doença. Segundo a literatura consultada, esta é a primeira vez que a dermatosparaxia é descrita em ovinos White Dorper no Brasil. A metodologia aqui descrita poderá ser empregada em estudos futuros que avaliem a prevalência desta mutação no Brasil, possibilitando a adoção de medidas que previnam a disseminação dessa mutação no rebanho brasileiro de ovinos White Dorper.
Resumo:
A pele representa parte importante do sistema tegumentar, pois desempenha funções como a proteção contra desidratação, lesões e infecções, além de apresentar alto poder de renovação. Histologicamente, a pele consiste de duas camadas funcionais, morfologicamente distintas, a epiderme e a derme. As glândulas mamárias, capsula ungueal e cornos também fazem parte deste sistema. Devido à escassez de dados na literatura sobre o desenvolvimento da pele e dos anexos de natureza córnea em bovinos, o objetivo deste trabalho foi descrever as características morfológicas do desenvolvimento do sistema tegumentar durante os períodos embrionário e fetal em bovinos. Os indivíduos foram divididos em três grupos: Grupo I -embriões de 20-26 dias (n=4); Grupo II -embriões 30-47 dias (n=6) e Grupo III -fetos de 74-140 dias (n=6). Durante o desenvolvimento da pele observou-se diferentes padrões morfológicos de acordo com as regiões analisadas, apresentando índice maior de diferenciação no intervalo entre 30-47 dias de gestação. O aparelho ungueal e a glândula mamária se desenvolvem mais tardiamente entre os dias 74-140 da gestação. Em resumo, estes resultados acerca do desenvolvimento do sistema tegumentar em bovinos, poderão auxiliar na interpretação e compreensão da formação dos órgãos que o constituem, assim como para a compreensão de alterações patológicas associadas à organogênese.
Resumo:
Foram utilizados 42 ovinos sem raça definida, divididos segundo a configuração escrotal. Destes animais, 12 foram utilizados na investigação da biometria testicular e histologia da pele escrotal. Os demais foram destinados ao estudo do funículo espermático. Os animais foram agrupados em um grupo de 21 animais sem bipartição escrotal (GEI) e 21 com bipartição escrotal, (GEII), esta não atingindo 50% do comprimento do eixo longitudinal do escroto. Em cada grupo, em 6 animais foram coletados fragmentos da pele do escroto e em 5 do funículo espermáticos, e processados em rotina histológica e analisados em microscopia de luz; e em 10 foram injetados látex na artéria testicular para obtenção de moldes vasculares e obtenção do comprimento da artéria. Quando comparados os grupos GEI e GEII, não foram encontradas diferenças estatísticas significativas (p<0,05) entre a espessura do escroto (epiderme e derme), constituição histológica da pele escrotal, número de glândulas sudoríparas por área, comprimento do funículo espermático ou parâmetros biométricos testiculares. Entretanto, o comprimento total das artérias testiculares do GEI foi maior do que o GEII (p<0,05). Concluiu-se, com base nos parâmetros morfológicos analisados, que a bipartição escrotal em ovinos não influenciou na estrutura da pele, funículo ou biometria testicular quando comparado aos animais que não apresentavam esta característica. Outros estudos merecem atenção para desmistificar o porquê do aparecimento dessa característica em ovinos e se esta característica é ou não desejável para melhoria na produção desses animais em regiões de clima quente.
Resumo:
O objetivo do presente trabalho foi analisar histológica e histo- químicamente a pele do jurará (Kinosternon scorpioides scorpioides). Foram utilizados seis animais (três machos e três fêmeas). Os animais foram eutanasiados com dose letal de tiopental sódico a 2,5%, para colheita de fragmentos de pele mole das patas e pescoço do animal, que após a fixação em líquido de Bouin, foram incluídos em parafina e corados pelas técnicas de hematoxilina-eosina, Giemsa, Sirius red, Reticulina de Gomori e Fucsina-resorcina de Weigert. Os resultados revelaram que a pele do jurará é delgada e composta de epiderme e derme. A epiderme é formada por estrato germinativo constituído por uma única camada de células cilíndricas; estrato espinhoso apresentando duas ou três camadas de células poliédricas; o estrato granuloso não foi observado nos exemplares estudados O estrato córneo apresenta uma delgada camada de queratina mole. Na derme, os fibroblastos foram as células mais freqüentes e as fibras colágenas formavam feixes espessos dispostos em várias direções. No método do Picro Sirius Red sob luz polarizada observou-se que, independente da região analisada, há predomínio de fibras colágenas tipo I em relação ao colágeno tipo III. Foi também observados mastócitos em pequena quantidade e fibras elásticas na região subepidérmica. Concluiu-se que a pele de Kinosternon scorpioides scorpioides possui características semelhantes a dos demais vertebrados (anfíbios, aves e mamíferos), apresenta peculiaridades, como por exemplo, a ausência de papilas dérmicas e glândulas.
Resumo:
O presente trabalho foi conduzido com o objetivo de relatar surtos de fotossensibilização causados por Froelichia humboldtiana em equídeos no Estado do Rio Grande do Norte, Brasil. Foram examinados animais de três propriedades rurais, além de asininos abandonados nas estradas. Procedeu-se a coleta de amostras de sangue periférico de cinco jumentos e dois equinos para análise das atividades das enzimas hepáticas e concentrações de bilirrubina total, direta e indireta. Das áreas de pele com lesões de dois jumentos e de um equino foram realizadas biópsias. Constatou-se que 50 asininos, 18 equinos e duas mulas foram acometidos. Dos asininos acometidos, 45 eram jumentos criados soltos em margens de estradas. Relatou-se a morte de 30 jumentos em decorrência de miíases e debilidade. Os animais tinham histórico de apresentarem lesões de fotodermatite aproximadamente um mês após pastarem em áreas invadidas por F. humboldtiana e recuperavam-se das lesões 10 a 30 dias após serem retirados dessas áreas. Porém, o quadro de prurido e automutilação retornava em uma ou duas semanas quando os equídeos eram reintroduzidos nessas áreas. Ao exame clínico de asininos jovens e adultos, foram observadas feridas extensas, ulceradas, que drenavam exsudato seroso abundante. Todas essas feridas decorriam de traumas causados por automutilação secundária ao intenso prurido. Além disso, muitas das feridas apresentavam miíase. Os equinos e as mulas apresentavam lesões de fotodermatite somente nas áreas de pele despigmentadas, não sendo observadas lesões oculares. A avaliação histopatológica de biópsias de pele revelou inflamação perivascular na derme superficial. Na epiderme havia extensas úlceras, recobertas por fibrina associada a infiltrado neutrofílico e numerosos agregados bacterianos basofílicos superficiais. As atividades séricas de AST, GGT e as concentrações de bilirrubina no soro estavam dentro dos valores de referência. O diagnóstico de fotossensibilização primária associada à ingestão de F. humboldtiana foi baseado na epidemiologia, sinais clínicos, bioquímica sérica, biópsia de pele e reocorrência das lesões após os animais serem reintroduzidos no pasto invadido pela planta. Conclui-se que a F. humboldtiana é uma importante causa de fotossensibilização primária em equídeos no semiárido brasileiro, resultando em quadro de debilidade e morte de grande número de animais, principalmente asininos que não recebem tratamento adequado.
Resumo:
A aplicação do herbicida 2,4-D amina, para controlar plantas daninhas em cultura de cana-de-açúcar, produziu estruturas anormais e afetou a própria cultura da cana. Foram estuda das as alterações anatômicas e organográfícas dessas formas teratogénicas e comparadas com as estruturas normais. Foram observadas deformações no colmo que apresentou curvatur as e entrenós mais finos e curtos; o sistema radicular apresentou-se pouco desenvolvido. Na região do anel meristemático e saída das raízes adventícias, observou-se um intumescimento com tumoração e posterior necrose. Anatomicamente, na região do anel meristemático, a epiderme e o parênquima cortical apresentaram células hipertrofíadas e crescimento desordenado; houve malformação de feixes fibrovasculares. Na região das raízes adventícias foi observada tumoração com acentuada hiperplasia e necrose na periferia.
Resumo:
O gênero Commelina engloba espécies de plantas daninhas de difícil controle em diversas culturas, principalmente onde o herbicida glyphosate tem sido utilizado com elevada freqüência. Este trabalho foi conduzido com o objetivo de avaliar diferenças entre caracteres anatômicos de Commelina benghalensis e Commelina diffusa, submetidas a crescimento sob condições de sol e sombra, que pudessem influenciar a absorção e translocação deste herbicida. O complexo estomático das duas espécies é semelhante e a folha é anfiestomática. O número de estômatos na epiderme foliar foi maior em C. diffusa (38/mm²) em relação a C. benghalensis (33,66/mm²), na epiderme abaxial (54,86/mm²) em relação à adaxial (16,80/mm²) e sob sol (37,89/mm²) em relação a sombra (33,77/mm²). A epiderme abaxial apresentou maior número de estômatos sob sol. Pêlos secretores, do mesmo tipo, estão presentes nas duas espécies, mas em maior número em C. diffusa. Somente C. benghalensis apresentou pêlos tectores, que são de dois tipos: longos com extremidade afilada e curtos com extremidade curva; os pêlos longos concentram-se na epiderme abaxial e os pêlos curtos, na epiderme adaxial. Apesar de a presença de pêlos na epiderme foliar ser freqüentemente associada à maior absorção de herbicidas, acredita-se que o fator determinante da maior suscetibilidade de C. benghalensis ao glyphosate, em relação a C. diffusa, esteja relacionado à reserva de amido no caule. Enquanto C. benghalensis apresenta poucos e pequenos grãos de amido no parênquima medular, C. diffusa apresenta grandes e numerosos grãos de amido, o que, possivelmente, torna mais lenta a translocação simplástica de herbicidas, reduzindo a quantidade de herbicida acumulada nos pontos de crescimento e permitindo que ela rebrote mesmo após a perda total das folhas.
Resumo:
O objetivo deste trabalho foi de estudar a anatomia das folhas das espécies de plantas daninhas de grande ocorrência no Brasil: Bidens pilosa, Emilia sonchifolia, Ageratum conyzoides e Sonchus asper, visando aprofundar o conhecimento sobre as barreiras que cada espécie impõe à penetração dos herbicidas e, assim, fornecer subsídios para a busca de estratégias para superar esses obstáculos. As folhas completamente expandidas do terceiro ao quinto nó foram coletadas de plantas de ocorrência espontânea no campo. Das folhas de cada espécie foram obtidas três amostras da região central mediana, com aproximadamente 1 cm². Foram realizados estudos de estrutura e clarificação e observações em microscópio eletrônico de varredura (MEV). Todas as espécies avaliadas são anfiestomáticas. As principais barreiras potenciais foliares à penetração de herbicidas constatadas na planta daninha B. pilosa foram a alta densidade tricomática, a baixa densidade estomática na face adaxial e o alto teor de cera epicuticular, principalmente na face adaxial. Alto teor de cera epicuticular, grande espessura da cutícula da face adaxial e baixa densidade estomática nas duas faces foram os obstáculos constatados nas folhas de E. sonchifolia. Já em relação a A. conizoides, a baixa densidade estomática na face adaxial foi o principal obstáculo detectado. S. asper apresentou como principais barreiras foliares à penetração de herbicidas a baixa densidade estomática na face adaxial e a grande espessura da epiderme da face adaxial.
Resumo:
Uma das opções para o manejo de Salvina molesta é o controle químico; contudo, a presença de grande quantidade de pêlos na epiderme foliar reduz a molhabilidade das folhas, o que pode afetar a eficiência dos herbicidas. O objetivo deste trabalho foi o de avaliar a deposição do corante azul FDC-1, no qual se simulou a aplicação de herbicidas em plantas dessa espécie, com e sem a mistura de um surfatante. Os tratamentos foram as concentrações de 0 e 5% do surfatante Aterbane (espalhante adesionante), utilizado na elaboração da calda de pulverização. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, com 150 repetições. A aplicação foi realizada com um pulverizador estacionário à pressão de 2,0 bar, com consumo de calda de 180 L ha-1. Foram utilizados bicos de jato plano, tipo XR 110.02. Foram ajustadas curvas de regressão entre os depósitos individuais em cada planta (mL calda/planta) e as freqüências acumuladas. Utilizou-se o modelo de Gompertz, e os valores de R² foram de 0,99 e 0,97 com e sem o espalhante, respectivamente. Em termos médios, a adição de Aterbane reduziu em 1,13% os depósitos do FDC-1. No entanto, o espalhante melhorou em 76, 41 e 29% a deposição em 1, 5 e 10% da população com menores depósitos do corante.