423 resultados para Periódicos brasileiros História
Resumo:
OBJETIVO: Compreender os sentidos que bioeticistas brasileiros atribuem aos princpios da universalidade e da integralidade no sistema pblico de sade brasileiro. PROCEDIMENTOS METODOLGICOS: Estudo exploratrio qualitativo, realizado com 20 professores universitrios de biotica atuantes no campo das cincias da sade, com funes de diretores e ex-diretores da Sociedade Brasileira de Biotica e de diretorias regionais, no perodo de julho de 2007 a julho de 2008. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas, com perguntas abertas, sendo realizada anlise de contedo. ANLISE DE RESULTADOS: Quanto ao princpio da universalidade de acesso dos cidados brasileiros a um sistema pblico, as manifestaes dos entrevistados se posicionaram majoritariamente em prol de sua manuteno. Todavia, quanto ao princpio da integralidade, as divergncias foram manifestas, ensejando a maioria em restringi-lo. CONCLUSES: Os bioeticistas relatam pluralismo de valores morais e dificuldades em decidir moralmente sobre o que seria um sistema de sade justo.
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OBJETIVO: Avaliar a prevalncia de cesariana em hospitais brasileiros. MTODOS: Estudo transversal com dados do Sistema Global de Dados para a Sade Materna e Perinatal, da Organizao Mundial da Sade, para os estados de So Paulo, Pernambuco e Distrito Federal. Analisaram-se dados de 15.354 mulheres que tiveram parto entre setembro/2004 e maro/2005, segundo caractersticas sociodemogrficas e reprodutivas e do hospital. Foram realizadas anlises bivariada - com clculos de razes de prevalncia e respectivos intervalos de confiana- e multivariada por regresso de Poisson. RESULTADOS: A razo de prevalncia de cesarianas foi significativamente maior entre mulheres com maior idade, entre as casadas/unidas, e com maior ndice de massa corporal. As condies apresentadas durante a gravidez ou parto, como diagnstico de HIV da parturiente, maior peso e permetro ceflico do recm-nascido, e maior nmero de consultas de pr-natal, se associaram maior razo de prevalncia de cesariana. Na anlise de regresso mostraram associao direta com o desfecho: maior idade e escolaridade da parturiente; presena de hipertenso/eclmpsia, doenas crnicas e de outras condies mdicas; maior permetro ceflico do recm-nascido, ser primpara, ter tido cesariana na ltima gravidez, e ter recebido analgesia peridural ou raquidiana durante o trabalho de parto. Embora a proporo de cesarianas tenha sido maior nos hospitais com ndice de complexidade alto, a diferena no foi estatisticamente significante, assim como para as demais caractersticas dos hospitais. CONCLUSES: As condies da gravidez, do recm-nascido e as caractersticas sociodemogrficas e reprodutivas da parturiente associaram-se independentemente realizao de cesariana. O ndice de complexidade hospitalar no esteve associado, provavelmente pela homogeneidade da amostra de hospitais.
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OBJETIVO: Analisar opinies de juzes e promotores de justia sobre a legislao brasileira e as circunstncias em que o aborto induzido deveria ser permitido. MTODOS: Estudo transversal realizado com 1.493 juzes e 2.614 promotores no Brasil entre 2005 e 2006. Os participantes preencheram um questionrio estruturado sobre caractersticas sociodemogrficas, opinies acerca da legislao que trata do aborto e circunstncias para permiti-lo. Realizaram-se anlises bivariada e multivariada por regresso de Poisson. RESULTADOS: A maioria (78%) dos participantes opinou que as circunstncias nas quais no se pune o aborto deveriam ser ampliadas, ou mesmo que o aborto no deveria ser considerado crime. As maiores propores de opinies favorveis a que o aborto seja permitido referiram-se a risco para a vida da gestante (84%), anencefalia (83%), malformao congnita grave (82%) e gravidez resultante de estupro (82%). As variveis relativas religio foram as mais freqentemente associadas a essas opinies. CONCLUSES: Observou-se uma tendncia a considerar a necessidade de mudanas na atual legislao brasileira no sentido de ampliar as circunstncias nas quais no se pune o aborto e at deixar de consider-lo como um crime, independentemente da circunstncia em que praticado.
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OBJETIVO: Analisar o perfil epidemiolgico da Aids nos municpios brasileiros entre 2002 e 2006, associando tendncia e magnitude com indicadores socio- demogrficos e caractersticas da epidemia local. MTODOS: Foi conduzido um estudo ecolgico que categorizou os municpios segundo a magnitude e tendncia da epidemia para, posteriormente, analis-los de acordo com os indicadores sociais, formas de transmisso do HIV e ano de registro do primeiro caso. Os dados so provenientes do Sistema Nacional de Vigilncia Epidemiolgica, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica e Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento no Brasil. Utilizou-se regresso linear para estimar a tendncia e estatsticas de qui-quadrado e Anova para o estudo dos indicadores. RESULTADOS: Um total de 4.190 municpios (75,3%) apresentou casos entre 2002 e 2006. Desses, 3.403 (81,2%) possuam ocorrncia de "pequena magnitude" (mdia = 4,7 casos), 367 (8,8%) "mdia magnitude" (mdia = 30,3 casos) e 420 (10,0%) "grande magnitude" (mdia = 378,7 casos). Os de "pequena magnitude" associaram-se menor incidncia, incio da epidemia aps 1991, existncia de uma ou duas categorias de transmisso, especialmente heterossexual, com ocorrncias de casos em um ou dois anos do perodo e menor ndice de desenvolvimento humano (IDH). Os de "grande magnitude" associaram-se s cidades de maior porte e IDH, apresentaram todas as categorias de transmisso, incio da epidemia entre 1980/1991 e tendncia de reduo/estabilizao, especialmente por diminuio da transmisso entre usurios de drogas injetveis. O crescimento da epidemia concentrou-se em cidades de "pequena magnitude", mas sem significncia, a ponto de alterar a participao proporcional (8,7%) desses municpios no conjunto de casos no Pas. CONCLUSES: A epidemia de Aids permanece concentrada nos centros urbanos e a interiorizao caracterizada pela ocorrncia irregular e de pequena magnitude. Municpios com baixo IDH e com transmisso exclusivamente por relaes heterossexuais apresentaram baixa capacidade de crescimento e a reduo da epidemia est associada especialmente diminuio da transmisso entre usurios de drogas injetveis.
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OBJETIVO: Avaliar o uso de medidas de comorbidade para predizer o risco de bito em pacientes brasileiros. MTODOS: Foram utilizados dados de internaes obtidos do Sistema de Informaes Hospitalares do Sistema nico de Sade, que permite o registro de somente um diagnstico secundrio. Foram selecionadas 1.607.697 internaes ocorridas no Brasil em 2003 e 2004, cujos diagnsticos principais foram doena isqumica do corao, insuficincia cardaca congestiva, doenas crebro-vasculares e pneumonia. O ndice de Charlson e as comorbidades de Elixhauser foram as medidas de comorbidade utilizadas; o simples registro de algum diagnstico secundrio foi tambm empregado. A regresso logstica foi aplicada para avaliar o impacto das medidas de comorbidade na estimava da chance de bito. O modelo de base incluiu as seguintes variveis: idade, sexo e diagnstico principal. Os modelos de predio de bitos foram avaliados com base na estatstica C e no teste de Hosmer-Lemeshow. RESULTADOS: A taxa de mortalidade hospitalar foi 10,4% e o tempo mdio de permanncia foi 5,7 dias. A maioria (52%) das internaes ocorreu em homens e a idade mdia foi 62,6 anos. Do total de internaes, 5,4% apresentava um diagnstico secundrio registrado, mas o odds ratio entre bito e presena de comorbidade foi de 1,93. O modelo de base apresentou uma capacidade de discriminao (estatstica C) de 0,685. A melhoria nos modelos atribuda introduo dos ndices de comorbidade foi fraca - equivaleu a zero quando se considerou a estatstica C com somente dois dgitos. CONCLUSES: Embora a introduo das trs medidas de comorbidade nos distintos modelos de predio de bito tenha melhorado a capacidade preditiva do modelo de base, os valores obtidos ainda so considerados insuficientes. A preciso desse tipo de medida influenciada pela completitude da fonte de informao. Nesse sentido, o alto sub-registro de diagnstico secundrio, aliado conhecida insuficincia de espao para anotao desse tipo de informao no Sistema de Informaes Hospitalares, so os principais elementos explicativos dos resultados encontrados.
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OBJETIVO: Identificar os fatores associados autopercepo da sade bucal entre idosos brasileiros. MTODOS: Utilizaram-se dados do Projeto SB Brasil, realizado em 20022003. Foi examinada e entrevistada amostra probabilstica de 5.349 idosos de 65 a 74 anos agrupados em dentados e edentados. A varivel dependente foi autopercepo da condio de sade bucal e as independentes foram: local de moradia, caractersticas individuais, comportamentos relacionados sade, condies objetivas de sade e condies subjetivas relacionadas sade. Foram conduzidas anlises descritivas e anlises de regresso linear mltipla hierrquica. RESULTADOS: Nos dois grupos a autopercepo da sade bucal foi considerada positiva, apesar das precrias condies de sade bucal entre os idosos. No modelo final, o local de moradia e as caractersticas individuais pouco contriburam para explicar a variabilidade da autopercepo. Entre dentados, o uso de servios odontolgicos esteve associado ao desfecho, e as condies objetivas e subjetivas se mostraram associadas nos dois grupos. Entre dentados e edentados, o R para o ambiente externo foi de 0,00; com o acrscimo das caractersticas individuais, respectivamente, 0,05 e 0,02; incluindo o comportamento relacionado sade, 0,06 e 0,03; acrescentando as condies objetivas de sade, 0,11 e 0,04; adicionando as condies subjetivas relacionadas sade foram 0,50 e 0,43. Foi possvel explicar 50% da variabilidade da autopercepo entre dentados e 43% entre edentados. CONCLUSES: Os principais fatores associados autopercepo da sade bucal como positiva nos dois grupos foram a autopercepo da aparncia como tima seguida pela autopercepo da mastigao como positiva. O terceiro fator associado, entre dentados, foi o relato de nenhuma necessidade de tratamento odontolgico e, entre edentados, a autopercepo da fala.
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OBJETIVO: Analisar o acesso geogrfico ao parto hospitalar nos municpios brasileiros. MTODOS: Foram analisadas informaes de bitos e nascimentos quanto sua adequao para o clculo do coeficiente de mortalidade infantil no perodo de 2005 a 2007 para os 5.564 municpios brasileiros. O acesso geogrfico foi expresso por indicadores de deslocamento, oferta e acesso aos servios de sade. A associao entre o acesso geogrfico ao parto e o coeficiente de mortalidade infantil em municpios com adequao de suas informaes vitais foi avaliada por meio de regresso mltipla. RESULTADOS: Dentre os municpios analisados, 56% apresentaram adequao das informaes vitais, correspondendo a 72% da populao brasileira. O deslocamento geogrfico ao parto mostrou-se inversamente associado ao porte populacional, renda per capita, e mortalidade infantil, mesmo controlado por fatores demogrficos e socioeconmicos. CONCLUSES: Embora tenham sido desenvolvidas estratgias importantes para a melhoria da qualidade do atendimento s gestantes no Brasil, as aes para garantir o acesso igualitrio assistncia ao parto ainda so insuficientes. O maior deslocamento intermunicipal para o parto se mostrou como um fator de risco para a mortalidade infantil, aliado desigualdade de oferta de servios qualificados e falta de integrao com a ateno bsica de sade.
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O consumo de gordura trans comprovadamente prejudicial sade humana. Esse lipdio encontrado principalmente na gordura vegetal parcialmente hidrogenada, amplamente utilizada em alimentos industrializados. O objetivo do estudo foi analisar publicaes oficiais sobre o limite mximo de consumo de gordura trans e sua regulamentao de notificao obrigatria na rotulagem nutricional de alimentos industrializados brasileiros. Foram constatadas fragilidades no contedo dos documentos analisados, sobretudo a necessidade de reformulao, tanto na recomendao mxima de consumo quanto na notificao da gordura trans na rotulagem nutricional dos alimentos industrializados. So feitas sugestes para essa reformulao, com as quais se busca auxiliar o consumidor no controle de ingesto de gordura trans e, consequentemente, na promoo da sade.
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Analisar mudanas nos diferenciais por renda nas condies de sade e no uso de servios de sade por idosos brasileiros. MTODOS: Foram analisadas amostras representativas da populao brasileira com 60 anos ou mais em 1998 e 2008 (n = 27.872 e 41.198, respectivamente), oriundas da Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios. As variveis consideradas foram renda mensal domiciliar per capita, autoavaliao da sade, capacidade funcional, consultas mdicas e hospitalizaes nos 12 meses precedentes e uso exclusivo do Sistema nico de Sade. A anlise dos dados foi baseada em estimativas de prevalncia e em razes de prevalncia obtidas por meio da regresso de Poisson. RESULTADOS: Em 1998 e 2008, as prevalncias ajustadas por idade e sexo da autoavaliao da sade como ruim, do comprometimento da mobilidade e da incapacidade para realizar atividades da vida diria apresentaram fortes gradientes com o quintil da renda domiciliar per capita, com pior performance entre aqueles com renda mais baixa. As razes de prevalncia ajustadas por idade e sexo entre o quintil inferior (mais pobres) e o superior (mais ricos) de renda permaneceram estveis para pior autoavaliao da sade (RP = 3,12 [IC95% 2,79;3,51] em 1998 e 2,98 [IC95% 2,69;3,29] em 2008), comprometimento da mobilidade (RP = 1,54 [IC95% 1,44;1,65 e 1,69[IC95% 1,60;1,78], respectivamente) e incapacidade para realizar atividades da vida diria (RP = 1,79 [IC95% 1,52;2,11] e 2,02 [IC95% 1,78;2,29], respectivamente). Observou-se reduo das disparidades por renda na realizao de trs ou mais consultas mdicas e no uso exclusivo do Sistema nico de Sade. No foram observadas desigualdades entre os extremos de renda na ocorrncia de hospitalizaes no mesmo perodo. CONCLUSES: Apesar da reduo das desigualdades por renda de indicadores do uso de servios de sade, a magnitude das disparidades nas condies de sade no diminuiu. So necessrios estudos longitudinais para um melhor entendimento da persistncia dessas desigualdades entre idosos brasileiros.
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OBJETIVO: Estimar a prevalncia e descrever a distribuio do tracoma entre escolares em municpios brasileiros.MTODOS: Estudo de corte transversal, usando amostragem por conglomerados, da populao escolar dos municpios brasileiros com ndice de Desenvolvimento Humano-Municipal menor que a mdia nacional. O inqurito de prevalncia de tracoma foi realizado pelo Ministrio da Sade entre 2002 e 2007. Foram selecionados 119.531 alunos de 2.270 escolas localizadas em 1.156 municpios. Os alunos foram submetidos ao exame ocular externo, com lupa (2,5X), para deteco de sinais clnicos de tracoma segundo critrios da OMS. Estimou-se a prevalncia de tracoma segundo estado e em nvel nacional, e seus respectivos intervalos de 95% de confiana. Para a comparao de variveis categricas foram usados os testes do Qui-quadrado e do Qui-quadrado de tendncia linear.RESULTADOS: Foram detectados 6.030 casos de tracoma, resultando em prevalncia de 5,0% (IC95% 4,5;5,4). No foi encontrada diferena significante entre os sexos. A prevalncia de tracoma foi de 8,2% entre menores de cinco anos de idade, diminuindo nas faixas etrias mais altas (p < 0,01). Houve diferena significante entre as prevalncias de tracoma na zona urbana e rural, 4,3% versus 6,2%, respectivamente (p < 0,01). Foram detectados casos em 901 municpios (77,7% da amostra), em todas as regies do Pas. Em 36,8% dos municpios selecionados a prevalncia foi superior a 5%.CONCLUSES: O estudo mostra que o tracoma um importante problema de sade pblica no Brasil, contradizendo a crena de que a endemia estaria controlada no Pas. O inqurito realizado apresenta uma linha de base para avaliao das intervenes planejadas com vistas ao alcance da meta mundial de certificao da eliminao do tracoma como causa de cegueira no Brasil, at 2020.
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OBJETIVO: Estimar a prevalncia da desnutrio infantil para os municpios brasileiros.MTODOS: Utilizou-se modelo de regresso logstica multinvel para estimar a probabilidade individual de desnutrio em 5.507 municpios brasileiros em 2006, em funo de fatores preditivos agrupados segundo nveis hierrquicos. A varivel resposta foi a desnutrio infantil (crianas de seis a 59 meses com estatura para idade e sexo inferior a -2 escores Z, segundo o padro da Organizao Mundial da Sade). As variveis preditivas foram determinantes da desnutrio aferidos de forma semelhante pela Pesquisa Nacional sobre Demografia e Sade-2006 e pela Amostra do Censo de 2000. No nvel 1 (individual): sexo e idade; no nvel 2 (domiciliar): variveis socioeconmicas, gua com canalizao interna, rea urbana ou rural; e no nvel 3 (municipal): localizao do municpio e cobertura da Estratgia Sade da Famlia em 2006.RESULTADOS: Detectou-se elevao estatisticamente significativa da chance de desnutrio nas crianas do sexo masculino, que moravam em domiclios com duas ou mais pessoas por cmodo, pertencentes aos quintos inferiores do escore socioeconmico, com trs ou mais crianas < 5 anos, que no dispunham de gua encanada ou localizados na Regio Norte. Verificou-se associao dose-resposta negativa entre a cobertura da Estratgia Sade da Famlia e a chance de desnutrio (p = 0,007). Cobertura municipal da Estratgia Sade da Famlia > 70% mostrou reduo de 45% na chance de desnutrio infantil. Estimativas da prevalncia de desnutrio infantil mostraram que a maioria dos municpios estudados apresentou risco de desnutrio sob controle, muito baixo ou baixo. Riscos de maior magnitude foram encontrados em 158 dos municpios, na Regio Norte.CONCLUSES: A desnutrio infantil como problema de sade pblica concentra-se nos municpios da Regio Norte do Pas, onde a cobertura da Estratgia Sade da Famlia mais baixa. Detectou-se efeito de proteo da Estratgia Sade da Famlia em relao desnutrio infantil no Pas como um todo, independentemente de outros determinantes do problema.
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OBJETIVO: Estimar o consumo de energia e nutrientes e a prevalncia de inadequao da ingesto de micronutrientes entre adolescentes brasileiros. MTODOS: Amostra probabilstica composta por 6.797 adolescentes (49,7% do sexo feminino) entre dez e 18 anos de idade foi avaliada no Inqurito Nacional de Alimentao, 2008-2009. Os fatores de expanso, a complexidade do desenho da amostra e a correo da variabilidade intrapessoal do consumo foram considerados. A prevalncia de inadequao de consumo de micronutrientes foi estimada pela proporo de adolescentes com ingesto abaixo da necessidade mdia estimada. Para o sdio, estimou-se a prevalncia de consumo acima do valor de ingesto mxima tolervel. RESULTADOS: A mdia de consumo de energia variou de 1.869 kcal, observada nas adolescentes de 10 a 13 anos, a 2.198 kcal, estimada para os adolescentes de 14 a 18 anos. Os carboidratos forneceram 57% da energia total, os lipdios, 27% e as protenas, 16%. As maiores prevalncias de inadequao foram observadas para clcio (> 95%), fsforo (entre 54% e 69%) e vitaminas A (entre 66% e 85%), E (100%) e C (entre 27% e 49%). Mais de 70% dos adolescentes apresentaram consumo de sdio superior ingesto mxima tolervel. CONCLUSES: As mdias de consumo energtico e a distribuio de macronutrientes eram adequadas, mas foram observadas elevadas prevalncias de inadequao no consumo de vitaminas e minerais, destacando-se consumo de sdio muito acima do recomendado, consumo de clcio reduzido e nas adolescentes de 14 a 18 anos foi observada importante inadequao na ingesto de ferro.
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OBJETIVO: Estimar a prevalência e a extensão da cárie radicular na população adulta e idosa do Brasil. MÉTODOS: A partir dos dados da Pesquisa Nacional de Saúde Bucal (SBBrasil 2010) foram examinados 9.564 adultos e 7.509 idosos em domicílios das 26 capitais e no Distrito Federal e de 150 municípios do interior de cada macrorregião. Adotaram-se os critérios de diagnóstico preconizados pela Organização Mundial da Saúde. Para estudo da prevalência e de extensão utilizou-se o índice de cárie radicular e o índice de raízes cariadas e obturadas. RESULTADOS: A prevalência de cárie radicular foi de 16,7% nos adultos e 13,6% nos idosos; o índice de raízes cariadas e obturadas foi de 0,42 e 0,32, respectivamente, a maior parte composta por cárie não tratada. Observaram-se diferenças na experiência de cárie radicular entre capitais e macrorregiões, com valores maiores em capitais do Norte e Nordeste. O índice de cárie radicular nos adultos variou de 1,4% em Aracaju (SE) a 15,1% em Salvador (BA) e nos idosos de 3,5% em Porto Velho (RO) a 29,9% em Palmas (TO). Verificou-se incremento da cárie radicular com a idade e maior expressividade da doença em homens de ambos os grupos etários. CONCLUSÕES: Identificou-se uma grande variação da prevalência e extensão da cárie radicular entre e dentro das regiões do Brasil, tanto em adultos quanto em idosos, e a maior parte da cárie radicular encontra-se não tratada. Recomenda-se a incorporação deste agravo ao sistema de vigilância em saúde bucal, devido à sua tendência crescente.
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OBJETIVO: Identificar tendências do padrão da cárie dentária em adultos brasileiros. MÉTODOS: Foram utilizados dados provenientes de levantamentos epidemiológicos realizados pelo Ministério da Saúde nos anos de 1986, 2003 e 2010. A experiência de cárie, expressa pelo índice CPOD (dentes permanentes cariados, perdidos e obturados), e a saúde dentária, expressa pelo índice OH-D (dentes hígidos + obturados) relativo ao número de dentes funcionais, foram comparadas em amostras aleatórias de residentes de 35 a 44 anos de idade em cada região brasileira. As diferenças nas condições dentárias entre os anos foram estimadas por meio da razão dos valores dos índices, empregando-se análise de regressão de Poisson ajustada pela idade. RESULTADOS: Houve reduções no índice CPOD e aumento no índice OH-D em todas as regiões no período de 1986 a 2010. A região Norte, que tinha o pior padrão em 1986, apresentou o maior ganho em termos de dentição funcional. CONCLUSÕES: Tem ocorrido uma transição da saúde bucal para melhor nos adultos brasileiros. É plausível que a adição de flúor à água e ao creme dental, maior incorporação de serviços restauradores e a melhoria nos indicadores de desenvolvimento humano decorrentes de políticas públicas estejam relacionados a essa melhora.