314 resultados para Sociologia urbana - Salvador (BA)
Resumo:
OBJETIVO: Analisar processos de estigmatização e modalidades de violência vividos por portadores de transtornos mentais. MÉTODOS: Estudo qualitativo baseado em entrevistas individuais com usuários e grupos focais com familiares e profissionais de cinco centros de atenção psicossocial, nos municípios de Itaberaba, Lauro de Freitas, Salvador e Vitória da Conquista (BA) e em Aracaju (SE), em 2006-2007. As categorias de análise foram construídas com base no conceito de estigma proposto por Goffman e foram sistematizadas quatro tipos de violência: interpessoal, institucional, simbólica e estrutural. RESULTADOS: Usuários e familiares relataram exemplos de desqualificações, repreensões, constrangimentos, humilhações, negligência e agressões físicas, com fins de dominação, exploração e opressão. Profissionais referiram que pessoas que sofrem transtornos mentais permanecem como alvo de preconceitos arraigados e naturalizados na cultura. A principal conseqüência foi a manutenção do isolamento, da vida social como forma de "tratamento" ou como atitude excludente manifestada por reações discriminatórias, que se apresentam como rejeição, indiferença e agressividade verbal ou física. CONCLUSÕES: As variadas formas de expressão do estigma denotam uma situação sociocultural de violências contra os portadores de transtornos mentais. Propõe-se a constituição de observatórios estaduais capazes de planejar e avaliar contra-ações às estigmatizações.
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OBJETIVO: Descrever as formas de enfrentamento à violência física adotadas por mulheres agredidas por parceiro íntimo. MÉTODOS: Estudo transversal realizado na linha de base de estudo de coorte, com gestantes cadastradas no Programa Saúde da Família, entre julho de 2005 e março de 2006, em Recife, PE. Foram selecionadas 283 gestantes de 18 a 49 anos com histórico de violência física pelo parceiro de então ou mais recente antes e/ou durante a gestação. As entrevistas foram realizadas face a face, com questionário estruturado e pré-codificado, e realizou-se análise descritiva. Foi coletada informação sobre características sociodemográficas das mulheres, tipos e gravidade da violência física cometida pelo parceiro, formas de enfrentamento da violência, pessoas e serviços de apoio procurados pelas mulheres, motivos para a mulher ter alguma vez abandonado e retornado a casa em razão da violência. RESULTADOS: Das mulheres que sofreram violência física pelo parceiro íntimo, 57,6% conversaram com alguém, 3,5% procuraram ajuda institucionalizada, 17,3% conversaram e procuraram ajuda institucionalizada e 21,6% não procuraram nenhuma forma de ajuda. As pessoas mais procuradas foram os pais (42,0%), amigo/amiga (31,6%) e irmão/irmã (21,2%). Os serviços mais procurados pelas mulheres foram: polícia/delegacia (57,6%), serviços de saúde (27,1%) e instituições religiosas (25,4%). Relataram não ter obtido qualquer tipo de ajuda 44,8% das mulheres; 32,1% disseram ter saído de casa alguma vez na vida, pelo menos por uma noite, das quais 5,9% não retornaram a casa. Foram motivos para deixar a casa: a exacerbação da violência e o medo de ser morta; para o retorno: a esperança de mudança do parceiro e o desejo de preservar a família. CONCLUSÕES: Grande parte das mulheres que sofriam violência por parceiro íntimo buscou alguma forma de ajuda. A rede social primária (familiares e amigos) foi a mais procurada pelas mulheres para romper o ciclo violento. Os resultados apontam a necessidade de maior divulgação dos serviços de apoio e a importância da ampliação e qualificação da rede de serviços (polícia, justiça, saúde, assistência psicossocial) para que estes possam acolher e apoiar as mulheres, dando-lhes suporte efetivo para romper com a situação de VPI.
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OBJETIVO: Analisar a prevalência da deficiência de vitamina A em crianças e os fatores associados. MÉTODOS: Estudo de corte transversal de base populacional realizado com 1.211 crianças de seis a 59 meses de idade, de ambos os sexos, procedentes da área urbana de nove cidades do estado da Paraíba, Brasil. O estado nutricional de vitamina A foi avaliado pelas concentrações séricas de retinol e presença de infecção subclínica avaliada pelas concentrações de proteína C-reativa. Foram investigadas as condições socioeconômicas, demográficas, de saneamento, além da suplementação prévia com vitamina A. Foram consideradas com deficiência de vitamina A as crianças com concentrações de retinol sérico < 0,70 µmol/L. Níveis séricos de vitamina A < 0,70 µmol/L com prevalência ≥ 20% foram considerados como grave problema de saúde pública. Análises uni e multivaridas foram conduzidas para testar associações estatísticas (p < 0,05). RESULTADOS: A prevalência de deficiência de vitamina A foi de 21,8% (IC95% 19,6;24,2), mostrando associação com a presença de infecção subclínica e ausência de água no domicílio. A prevalência de deficiência de vitamina A foi de 21,8% (IC95% 19,6;24,2). Após ajuste para confundimento, a deficiência de vitamina A mostrou-se associada com a presença de infecção subclínica e com a ausência de água no domicílio. A ocorrência da deficiência de vitamina A foi quatro vezes maior (IC95% 1,49;10,16) em crianças com infecção subclínica e sem água no domicilio, comparativamente às crianças sem infecção e com água no domicílio. CONCLUSÕES: Apesar das ações de prevenção e controle da deficiência de vitamina A, a hipovitaminose A ainda configura-se como um problema de saúde pública preocupante entre as crianças menores de cinco anos.
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OBJETIVO Analisar o uso de medicamentos entre idosos e os fatores associados. MÉTODOS Estudo transversal com 400 indivíduos maiores de 60 anos residentes na área de abrangência da Estratégia Saúde da Família, em Recife, PE, em 2009. Os indivíduos foram selecionados por amostra probabilística sistemática, com coleta de dados de base domiciliar. Foram avaliadas variáveis socioeconômicas e demográficas, estilo de vida, condições de saúde e nutricionais. A variável independente foi uso de medicamentos. O diagrama analítico envolveu análises estatísticas uni e multivariadas. RESULTADOS A prevalência de uso de medicamentos foi de 85,5%. A polifarmácia (> 5 medicamentos) ocorreu em 11% dos casos. Dos 951 medicamentos relatados, 98,2% foram por prescrição médica e 21,6% foram considerados inseguros para idosos. Os medicamentos de uso nos sistemas cardiovascular (42,9%), nervoso central (20,2%), digestório e no metabolismo orgânico (17,3%) foram os mais utilizados. O uso de polifarmácia associou-se à escolaridade (p = 0,008), à saúde autorreferida (p = 0,012), à doença crônica autorreferida (p = 0,000) e ao número de consultas médicas ao ano (0,000). CONCLUSÕES A proporção de uso de medicamentos é elevada entre idosos, inclusive daqueles considerados inadequados, e há desigualdades entre grupos de idosos quando se considera escolaridade, quantidade de consultas médicas e saúde autorreferida.
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En la República Argentina, la hidatidosis constituye un serio problema que afecta a la salud publica y tiene graves repercusiones socioeconómicas. Las fuertes corrientes urbanisticas han traido consigo el traslado de algunas costumbres rurales hacia los centros poblados. A partir ae ello la hidatidosis en las areas endêmicas ha adquirido importância como zoonosis urbana. Si bien las cifras de infección canina halladas (1.12%) son significativamente inferiores que en las áreas rurales de la misma región, la capacidad potencial de infectar al hombre es muy superior en canes domiciliados en áreas de gran densidad demográfica. Las altas tasas de infección humana halladas son demostrativas de los aspectos señalados.
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Em inquérito realizado na zona urbana de Cáceres (Mato Grosso, Brasil) foram estudados 485 homens e 766 mulheres maiores de 10 anos de idade. Neles a prevalência de Hipertensão arterial foi de 12,2%. Os critérios utilizados foram os propostos pela OMS. As mulheres apresentaram prevalência maior que a dos homens, e em ambos os sexos a prevalência aumenta com a idade. Dentre os hipertensos poucos tinham consciência de seu estado e raros estavam em tratamento.
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Dados sobre o grau de incidência e distribuição de espécies Anopheles, em Ariquemes (RO), evidenciaram que a diversidade é maior na periferia da cidade e que Anopheles darlingi é registrada em praticamente todas as localidades de coleta. O inquérito entomológico revelou níveis diferentes de penetração da espécie na área urbana, podendo-se constatar que os Setores 1 e 3 são áreas livres de malária; Setores 2 e 4 mostram riscos na periferia; e a Área Industrial e Setor de Áreas Especiais, Conjunto BNH, Setor 5 e Vila Velha constituem áreas de alto risco da malária. Nestes últimos, os índices de mosquitos por homem/hora foram os mais elevados, observando-se variações no decorrer das amostragens e conforme a localização da área urbana. Medidas de densidade populacional revelaram mudanças estacionais, sendo os menores valores registrados no período de inverno. A transmissão da malária é discutida, considerando-se: 1) o papel da estrutura física da cidade, na época da fundação, 2) os igarapés que margeam a área urbana e suas relações com o ciclo de desenvolvimento dos anofelinos, 3) os padrões comportamentais da atividade de picar das espécies correlacionados a ambientes naturais e às áreas ecologicamente alteradas, e 4) a importância do manuseio ambiental no controle da malária, para redução da densidade populacional. Para conter o processo migratório do vetor é proposto um cinturão de proteção à cidade, constituído de mata não densa, incluindo também proteção biológica para incentivar a zoofilia dos anofelinos. Os resultados de infecção natural, obtidos em áreas de autoctonia da malária, permitem citar A. darlingi como vetor, sendo discutida a possibilidade de que outras espécies estejam envolvidas na transmissão.
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Generation of epidemiological data on perinatally-transmitted infections is a fundamental tool for the formulation of health policies. In Brazil, this information is scarce, particularly in Northeast, the poorest region of the country. In order to gain some insights of the problem we studied the seroprevalence of some perinatally-transmitted infections in 1,024 low income pregnant women in Salvador, Bahia. The prevalences were as follow: HIV-1 (0.10%), HTLV-I/II (0.88%), T.cruzi (2.34%). T.pallidum (3.91%), rubella virus (77.44%). T.gondii IgM (2.87%) and IgG (69.34%), HBs Ag (0.6%) and anti-HBs (7.62%). Rubella virus and T.gondii IgG antibodies were present in more than two thirds of pregnant women but antibodies against other pathogens were present at much lower rates. We found that the prevalence of HTLV-I/II was nine times higher than that found for HIV-1. In some cases such as T.cruzi and hepatitis B infection there was a decrease in the prevalence over the years. On the other hand, there was an increase in the seroprevalence of T.gondii infection. Our data strongly recommend mandatory screening tests for HTLV-I/II, T.gondii (IgM), T.pallidum and rubella virus in prenatal routine for pregnant women in Salvador. Screening test for T.cruzi, hepatitis and HIV-1 is recommended whenever risk factors associated with these infections are suspected. However in areas with high prevalence for these infections, the mandatory screening test in prenatal care should be considered.
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A total of 868 (84.89%) patients diagnosed with tetanus were studied, out of the 1,024 tetanus patients hospitalized at Couto Maia Hospital (Salvador, Bahia, Brazil), during the period between 1986 and 1997. Of this group (n = 868), 63.5% (n = 551) were discharged, 35.4% (n = 307) died, and 1.1% (n = 10) were transferred. The average age of the deceased patients (38.73 ± 23.31 years) was significantly greater (p < 0.0001) than the age of those who survived (29.21 ± 20.05 years). Analyzing the variables of the logistic regression model with statistic significance (p £ 0.25) for univariate analysis, we observed a greater association of risk for worst prognosis (death) in patients aged ³ 51 years; time of illness < 48 hours; time of incubation < 168 hours; neck rigidity; spasms; opisthotonos; body temperature ³ 37.7 ºC; heart beat ³ 111 beats/minute; sympathetic hyperactivity and association with pneumonia. Among the group of those who survived, patients with 1 to 5 of those variables (n = 398; 76.8%) were more frequent, while among patients of the group of the deceased, 70.3% (n = 206) presented 6 to 10 of those variables, with a highly significant difference (p < 10-8). In conclusion, the indicators described provide early information that may guide the prognosis and medical and nurse care.
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SUMMARY Parasitic infections are responsible for substantial mortality and morbidity worldwide. In most healthy individuals, little overt pathology is observed during infection with S. stercoralis. However, the symptoms in advanced cases may include gastrointestinal bleeding. Anemia is most commonly associated with hookworm infection, especially when several hundred worms are present. Our study evaluates the relationship between the hookworm or S. stercoralis infection status and the hemoglobin concentration of individuals examined by a private network of laboratories in Salvador, Bahia, Brazil. We examined 374,120 samples from middle-class individuals living in Salvador City from January 2004 to April 2008. The stool samples were analyzed by the Lutz and Baermann-Moraes methods, and the blood samples were analyzed for hemoglobin concentration and eosinophil counting. The prevalence of hookworm and S. stercoralis were 0.27% (1,027) and 0.34% (1,286), respectively. The prevalence of hookworm and S. stercoralis infection was significantly higher in males than in females and increased with age. Eosinophilia was a common laboratorial finding in individuals infected with hookworm and S. stercoralis. The hemoglobin concentration was lower in the hookworm-infected individuals than in non-infected ones, but none of the examined patients were anemic. Lack of anemia could be a consequence of the socioeconomic status of these patients.
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Os autores estudaram a coagulação do sangue em 30 pacientes tratados com 25mg/kg/dia/7 dias, com o composto 1 (5-Nitro-2-Tiazolil-2-Imidazolidinona) - Ciba 32.644 - Ba. Além do exame clínico e várias provas laboratoriais, efetuaram pesquisa do tempo de protrombina, retração do coágulo, dosagem de fibrinogênio, contagem de plaquetas, tempo de sangria e coagulação. As alterações observadas não nos parecem ter influência nas hemorragias que possam ocorrer durante o tratamento com o medicamento estudado, em pacientes com a forma hepato-intestinal da esquistossomose. Mesmo a queda discreta do tempo de protrombina, verificada nos 6 meses seguintes ao tratamento, em seis dos pacientes, não favoreceria a hemorragia, porque os valores encontrados não alcançaram o limiar da mesma. Quanto à retração do coágulo, como alteração isolada, parece-nos impossível a interpretação de que possa ser justificada por alguma alteração na fisiologia das plaquetas.
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Os autores apresentam resultados da prevalência de enteroparasitoses na população urbana do município de São Tomé, Rio Grande do Norte, obtidos no período de 9 a 27 de julho de 1969, empregando o método de Hoffman, Pons e Janer, através de exames realizados em 550 amostras de fezes e registrando-se 495 positivadas para as diversas parasitoses intestinais, correpondendo a uma prevalência de 90%, relacionada com fatores do meio ambiente. As prevalências foram as seguintes: E. histolytica, 39,2%; E. coli, 59,8%; G. lamblia, 12,9%; A. lumbricoides, 23,8%; T. trichiurus 9,2%; Ancylostomydae, 7,8%; H. nana, 1,2%; E. vermicularis, 2,9%.
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Os Autores apresentam os resultados de observações realizadas entre os anos de 1971 a 1974 sobre a incidência humana da esquistosomose no Dique do Tororó, em Salvador, Bahia, após alí terem sido realizadas melhorias pela engenhària sanitária e medidas de combate biológico ao caramujo vetor pelo uso de peixes predadores. Comparando com os resultados obtidos por outros Autores em 1960, concluem que o Dique do Tororó não mais representa uma importante fonte de propagação da esquistosomose.
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Foi encontrada uma incidência de Capillaria hepática de 57% entre ratos capturados na cidade do Salvador. Destes animais infectados foram isoíados ovos do parasito e se obteve a infecção experimental em camundongos. Foi demostrada a presença de anticorpos circulantes contra Capillaria hepatica no soro destes camundongos, tendo sido feito o estudo através de técnicas de eletroforese e imunofluorescência. Estes anticorpos se fixam em todas as estruturas parasitárias, (seja larva, verme ou ovo) e estão presentes no soro dos camundongos já a partir da primeira semana de infecção.