190 resultados para Hernia umbilical
Resumo:
OBJETIVOS: avaliar a prevalência de hemoglobina S (HbS, traços falciformes) em recém-nascidos, por meio de investigação clínico-laboratorial. MÉTODOS: foi elaborado protocolo que estabelece a coleta de 10 ml de sangue de segmento de cordão umbilical, após ser ligado e seccionado pelo obstetra em seguida ao parto, sendo as amostras introduzidas em um tubo contendo EDTA a 5% e submetidas a estudo cromatográfico líquido de alta resolução (high-performance liquid chromatography). Preenchia-se também protocolo clínico mediante entrevista com a puérpera, analisava-se o seu prontuário e efetuava-se o exame físico do recém-nascido. As variáveis analisadas foram peso do recém-nascido, sexo, Apgar no primeiro minuto e cor da mãe. A análise estatística foi baseada no programa Epi-Info versão 6.0, utilizando-se o teste t de Student, considerando-se o nível de significância de p<0,05. RESULTADOS: no período de agosto de 2001 a setembro de 2002, foram analisadas 389 amostras de sangue de cordão umbilical e identificada a presença de HbS em 16 recém-nascidos (4,1%), 15 dos quais compatíveis com traços falcêmicos (HbAS) e um com a hipótese diagnóstica de anemia falciforme (HbSS). Observou-se maior prevalência de hemoglobinopatia no sexo masculino. Não houve diferença significante entre os recém-nascidos com ou sem HbS para médias de peso e escores de Apgar, assim como para cor de pele das mães (brancas, pardas e negras). CONCLUSÃO: recomenda-se triagem de hemoglobinopatias em recém-nascidos, tendo em vista a possibilidade da ocorrência de 25% da anemia falciforme nos filhos de casais com ambos os cônjuges apresentando traços falcêmicos. Diante disso, sugere-se a implantação de programas com esses objetivos e incorporação às rotinas hospitalares.
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OBJETIVO: avaliar as repercussões ultra-sonográficas do tabagismo materno na placenta, com ênfase no seu grau de maturação (calcificação), e correlacionar estes achados com o padrão hemodinâmico útero-placentário com uso da doplervelocimetria das artérias uterinas e umbilicais. MÉTODOS: estudo prospectivo do tipo coorte envolvendo 244 gestantes, sendo 210 não-fumantes e 34 fumantes. Cada paciente submeteu-se a quatro exames ecográficos sendo o primeiro até a 16ª semana, para datar a gestação. Subseqüentemente, na 28ª, 32ª e 36ª semana, foram efetivadas novas ultra-sonografias para biometria fetal, avaliação da ecotextura placentária e estudo doplerfluxométrico das artérias uterinas e umbilicais. O achado ultra-sonográfico de placenta grau III antes da 36ª semana foi considerado como calcificação precoce. Para análise estatística foram aplicados os testes do chi2 e o exato de Fisher na avaliação comparativa dos graus placentários, e o teste de Mann-Whitney para o índice de resistência das artérias uterinas e umbilicais. RESULTADOS: não foram observadas diferenças significantes na freqüência de placenta grau III e no índice de resistência das artérias uterinas entre as fumantes e não fumantes, nas diferentes idades gestacionais. O índice de resistência da artéria umbilical na 32ª semana foi significantemente maior nas tabagistas (0,64 versus 0,61, p<0,05). CONCLUSÕES: não se evidenciou associação do tabagismo com aceleração da maturação placentária. Neste estudo o vício de fumar esteve associado a alterações vasculares da circulação útero-placentária apenas na 32ª semana de gravidez.
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OBJETIVOS: analisar a freqüência cardíaca fetal (FCF) e parâmetros doplervelocimétricos das artérias umbilicais em gestantes com diagnóstico de diabete melito pré-gestacional, entre a 18ª e a 20ª semana de gestação. MÉTODOS: foram incluídas 28 gestantes com diabete melito pré-gestacional e 27 gestantes normais (grupo controle). O estudo é do tipo prospectivo, caso-controle e transversal. Os seguintes critérios de inclusão foram adotados: gestação única entre a 18ª e a 20ª semana, ausência de outras doenças maternas associadas e ausência de anomalias fetais. A ultra-sonografia foi realizada no período gestacional proposto e a FCF foi calculada a partir dos intervalos entre o início de dois ciclos cardíacos consecutivos, em três sonogramas obtidos pela doplervelocimetria da artéria umbilical, avaliada na porção do cordão umbilical próxima à sua inserção na placenta, utilizando-se o mapeamento colorido do fluxo. Em cada traçado de sonograma foram obtidas cinco medidas consecutivas da FCF a partir do início de cada sístole. A média e a variação da FCF foram utilizadas para análise. Foram calculados os seguintes índices doplervelocimétricos: relação A/B (sístole/diástole), índice de pulsatilidade (PI) e índice de resistência (RI). O teste t de Student e o teste de Mann-Whitney U foram utilizados para a análise estatística, adotando-se nível de significância de 5%. Resultados: não foram observadas diferenças significativas entre as médias da FCF entre os grupos estudados (grupo diabéticas: 149,2 bpm e grupo controle: 147,2 bpm; p=0,12). A variação da FCF foi semelhante entre os grupos (grupo diabéticas: 5,3 bpm; grupo controle 5,3 bpm; p=0,5). Não foi constatada diferença significativa em relação aos índices doplervelocimétricos: A/B (p=0,79), PI (p=0,25) e RI (p=0,71). CONCLUSÕES: a inexistência de diferenças nas características da FCF entre a 18ª e a 20ª semana indica que fetos de mães diabéticas apresentam, nesse período, maturação neurológica dos sistemas reguladores da FCF semelhante ao grupo controle. Não foram detectadas anormalidades na resistência ao fluxo útero-placentário nesse período, em gestações complicadas pelo diabete melito pré-gestacional.
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OBJETIVOS: analisar o efeito da glicose na hemodinâmica materno-fetal pela avaliação doplervelocimétrica da circulação materno-fetal e fetoplacentária. MÉTODOS: trata-se de estudo realizado por único observador, no qual foram incluídas 31 gestantes clinicamente sadias entre a 28ª e a 36ª semana. Os parâmetros foram avaliados imediatamente antes e 60 minutos após a ingestão de 50 g de glicose. Foram utilizados como critérios de inclusão a avaliação clínica e laboratorial normal, a presença de feto único, a idade gestacional entre a 28ª e a 36ª semana de gestação confirmada por exame de ultra-sonografia e/ou a data da última menstruação, a glicemia de jejum menor ou igual a 110 mg/dL e o teste de sobrecarga após 50 g de glicose menor de 140 mg/dL. Como critérios de exclusão, adotaram-se a presença de malformação ou alterações de desenvolvimento fetal, o trabalho de parto, os antecedentes familiares de diabetes, as patologias próprias ou intercorrentes à gestação e o uso de fumo, álcool ou outras drogas. Foram avaliados os vasos maternos da artéria carótida comum e artérias uterinas, os vasos placentários da artéria umbilical e os vasos fetais da artéria cerebral média e aorta abdominal. Foram analisados os seguintes parâmetros em cada vaso: índice de resistência, índice de pulsatilidade, velocidade sistólica máxima, velocidade diastólica final e tempo de aceleração. A freqüência cardíaca fetal foi avaliada pelo modo M da ultra-sonografia. Para análise estatística foi utilizado o teste t de Student quando a variável diferença de antes e depois da ingestão de glicose apresentou distribuição normal no teste de Kolmogorov-Smirnov. Quando a normalidade foi rejeitada, utilizamos o teste não-paramétrico de Wilcoxon, com o nível de significância sempre estabelecido de p<0,05. RESULTADOS: Observou-se a elevação da glicemia materna após a ingestão de 50 g de glicose (pré: 68,0±10,1 mg/dL e pós: 104,6±28,2 mg/dL; p<0,001) A freqüência cardíaca fetal diminuiu após a ingestão de glicose (pré: 137,9±6,1 bpm e pós: 134,5±6,9 bpm; p=0,01). Na artéria umbilical, houve aumento do índice de pulsatilidade (pré: 0,8±0,1 e pós: 0,9±0,2; p=0,03). Não foram encontradas alterações velocimétricas significativas nos demais vasos e dos demais índices investigados. CONCLUSÕES: apesar da variação dos níveis de glicemia materna e da freqüência cardíaca fetal, após a ingestão de glicose, não ocorreram alterações significativas de fluxo nos vasos arteriais: umbilical, cerebral média e aorta fetais e carótidas e uterina maternas. Concluímos que a concentração da glicose utilizada pode ser liberada sem interferência hemodinâmica no compartimento materno-fetal.
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OBJETIVO: avaliar a freqüência e fatores associados à endometriose de cicatriz cirúrgica. MÉTODOS: foi realizado estudo observacional, tipo coorte retrospectivo, a partir da revisão de prontuários de pacientes do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) com diagnóstico anatomopatológico de endometriose de cicatriz cirúrgica, no período de maio de 1978 a dezembro de 2003. RESULTADOS: foram encontrados 72 pacientes com diagnóstico de endometriose de cicatriz. A incidência de endometriose de cicatriz após cesariana foi significativamente maior do que após parto normal (0,2 e 0,06%, respectivamente; p<0,00001), com um risco relativo de 3,3. A idade das mulheres, no momento do diagnóstico, variou de 16 a 48 anos, com média de 30,8 anos. A localização da lesão variou conforme a cirurgia prévia: 46 cesarianas, uma histerectomia e uma abdominoplastia (48 lesões na parede abdominal); 19 partos normais com episiotomias, uma recidiva e duas perineoplastias (22 lesões perineais); duas mulheres sem história de cirurgia ginecológica prévia (uma lesão na cicatriz umbilical e uma na parede vaginal posterior). A dor foi o sintoma mais freqüente (80%), seguido de nódulo (79%), e, em mais de 40%, a dor e o nódulo sofreram modificações com o período menstrual. Outras queixas menos freqüentes foram: dispareunia, infertilidade secundária, dor pélvica, dismenorréia, secreção na cicatriz, menorragia e dor à evacuação. O intervalo de tempo médio entre a cirurgia e o início dos sintomas foi de 3,7 anos. O tamanho médio da lesão foi de 3,07 cm. A hipótese diagnóstica, baseada na avaliação clínica, foi correta em 71% dos casos. O tratamento de escolha em todos os casos foi a exérese cirúrgica. Em apenas uma ocorrência houve recidiva e nova intervenção. CONCLUSÕES: a endometriose de cicatriz cirúrgica é situação rara, originada, na maioria das vezes, a partir de procedimento cirúrgico obstétrico, com maior risco após parto abdominal. Apresenta quadro clínico altamente sugestivo, sendo raramente necessário exame complementar.
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A aplicação e o desenvolvimento da doplervelocimetria obstétrica apresentam base para conhecimento da insuficiência placentária e comprovam o comportamento dinâmico da circulação fetal em regime de hipóxia. Na prática clínica, tornou-se quase rotineira a necessidade de se avaliar a hemodinâmica em três territórios vasculares envolvidos na gestação: artérias uterinas, umbilical e cerebral média. Em linhas gerais, a artéria cerebral expressa o balanço entre a oferta de oxigênio nas uterinas e a captação pelas umbilicais. Atualmente, quando este balanço é desfavorável, procura-se ainda conhecer a reserva cardíaca fetal pelo estudo do ducto venoso. Contudo, precisar e interpretar índices de resistência vascular nem sempre é tarefa fácil. O ponto de partida é ter em mente os fundamentos sobre os quais se assenta o papel da doplervelocimetria para a avaliação do bem-estar fetal.
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O contexto atual da atividade médica exige do obstetra e ginecologista ampla compreensão dos avanços científicos e tecnológicos de sua área. O objetivo primordial da avaliação fetal antenatal é identificar fetos de risco para eventos adversos ou para o óbito e, assim, atuar preventivamente para evitar o insucesso. O perfil biofísico fetal atinge sua máxima eficiência quando aplicado dentro do contexto clínico de cada caso. Em gestações de alto risco, a doplervelocimetria da artéria umbilical mostrou-se útil para melhorar os resultados perinatais. Na restrição de crescimento fetal por insuficiência placentária grave, antes da 34ª semana de gestação, a doplervelocimetria do ducto venoso tem sido importante instrumento na condução dos casos. Nenhum teste isoladamente é considerado o melhor na avaliação da vitalidade fetal anteparto, entretanto, a análise conjunta de todos os métodos irá propiciar melhor compreensão da resposta fetal à hipóxia.
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OBJETIVO: descrever os resultados perinatais adversos em pacientes com centralização de fluxo sanguíneo fetal, utilizando a relação entre os índices de pulsatilidade das artérias cerebral média e umbilical (IPACM/IPAU) e entre os índices de resistência das artérias cerebral média e umbilical (IRACM/IRAU), assim como comparar os dois índices diagnósticos. MÉTODOS: foram incluídas 151 gestantes com diagnóstico de centralização de fluxo sanguíneo atendidas na maternidade da Universidade Estadual de Campinas, cujo parto ocorreu até 15 dias após o diagnóstico ultrassonográfico. Foram considerados como resultados perinatais adversos: índice de Apgar inferior a sete no quinto minuto, internação em UTI neonatal, concepto pequeno para a idade gestacional, sofrimento fetal agudo, mortalidade perinatal, hipoglicemia, policitemia, enterocolite necrosante, hemorragia cerebral, hemorragia pulmonar, anemia, septicemia, doença de membrana hialina, síndromes convulsivas, síndrome de hiper-reflexia e insuficiência renal. As frequências dos resultados perinatais adversos (RPA) para as relações cérebro-placentária foram comparadas utilizando-se o teste exato de Fisher ou o do χ2 de Pearson, considerando-se como estatisticamente significativo o nível de 5%. Os resultados perinatais adversos foram avaliados de acordo com a idade gestacional, utilizando-se o teste de tendência de Cochrane-Armitage. RESULTADOS: os resultados perinatais adversos para o grupo em que os dois índices apresentaram-se alterados constatou que 62,5% dos recém-natos necessitaram de internação em UTI, conceptos pequenos para a idade gestacional (PIG) ocorreram em 75,2%, sofrimento fetal agudo em 35,3%, hipoglicemia em 84,4%, policitemia em 8,3%, enterocolite necrosante em 4,2% e hemorragia cerebral em 2,1%. Constatou-se associação significativa das relações IPACM/IPAU e IRACM/IRAU, no decorrer da idade gestacional, para necessidade de cuidados intensivos neonatais, fetos pequenos para a idade gestacional, septicemia, enterocolite necrosante, insuficiência renal, doença de membrana hialina e anemia. Não houve diferença significativa entre um ou outro índice para resultados perinatais adversos.
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OBJETIVO: descrever as complicações maternas decorrentes dos procedimentos endoscópicos terapêuticos em Medicina fetal, realizados em um centro universitário no Brasil. MÉTODOS: estudo observacional retrospectivo que incluiu gestantes atendidas no período de Abril de 2007 a Maio de 2010. Esses casos foram submetidos aos seguintes procedimentos: ablação vascular placentária com laser (AVPL) por síndrome de transfusão feto-fetal (STFF) grave; oclusão traqueal fetal (OTF) e retirada de balão traqueal por via endoscópica por hérnia diafragmática congênita (HDC) grave e AVPL, com ou sem cauterização bipolar do cordão umbilical, por síndrome da perfusão arterial reversa (SPAR) em gêmeo acárdico. As principais variáveis descritas para cada condição clínica/tipo de cirurgia foram as complicações maternas e a sobrevida (alta do berçário) do neonato/lactente. RESULTADOS: cinquenta e seis gestantes foram submetidas a 70 procedimentos: STFF grave (34 pacientes; 34 cirurgias); HDC grave (16 pacientes; 30 cirurgias) e SPAR (6 pacientes; 6 cirurgias). Entre as 34 gestantes tratadas com AVPL por STFF, duas (2/34=5,9%) apresentaram perda de líquido amniótico para a cavidade peritoneal e sete (7/34=20,6%) tiveram abortamento após os procedimentos. A sobrevida de pelo menos um gêmeo foi de 64,7% (22/34). Entre as 30 intervenções realizadas para HDC, houve perda de líquido amniótico para a cavidade peritoneal materna em um caso (1/30=3,3%) e rotura prematura pré-termo de membranas após três (3/30=30%) fetoscopias para retirada do balão traqueal. A sobrevida com alta do berçário foi de 43,8% (7/16). Entre os seis casos de SPAR, houve sangramento materno para a cavidade peritoneal após uma cirurgia (1/6=16,7%) e a sobrevida com alta do berçário foi de 50% (3/6). CONCLUSÕES: em concordância com os dados disponíveis na literatura, em nosso centro, os benefícios relacionados às intervenções endoscópicas terapêuticas em casos de STFF, HDC e SPAR parecem superar os riscos de complicações maternas que, raramente, foram consideradas graves.
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OBJETIVO: avaliar a hipótese de que a relação cerebroplacentária (RCP) fetal relaciona-se com acidemia no nascimento, em gestações complicadas pela insuficiência placentária detectada antes da 34ª semana de gestação. MÉTODOS: trata-se de coorte prospectiva de 55 pacientes entre a 26ª e a 34ª semanas de gestação, com diagnóstico de insuficiência placentária caracterizada pelo Doppler de artéria umbilical alterado (índice de pulsatilidade >p95). Para cada paciente foi realizada avaliação da vitalidade fetal pela doplervelocimetria de artéria umbilical, artéria cerebral média e ducto venoso, e pelo perfil biofísico fetal. Foi calculada a RCP pela razão entre os valores do índice de pulsatilidade da artéria umbilical e da artéria cerebral média, bem como o cálculo de seu z-score (número de desvios padrão que se afasta da média para a idade gestacional). A acidemia no nascimento foi caracterizada quando pH<7,2. RESULTADOS: das 55 pacientes, 29 (52,7%) apresentaram acidemia no nascimento. O grupo com acidemia, comparado ao grupo com pH>7,2, apresentou associação significativa com os valores da RCP (mediana 0,47 versus 0,58; p=0,009), índice de pulsatilidade da artéria umbilical (mediana 2,45 versus 1,93; p=0,003), índice de pulsatilidade para veias (IPV) do ducto venoso (mediana 1,08 versus 0,85; p=0,034) e perfil biofísico fetal suspeito ou alterado (37 versus 8%; p=0,031). A análise da RCP pelo seu z-score demonstrou tendência de maior afastamento negativo da média, mas sem atingir valor significativo (p=0,08). Foi constatada correlação significativa entre o pH no nascimento e a RCP (r=0,45; p<0,01), o z-score da RCP (r=0,27; p<0,05) e o IPV do ducto venoso (r=-0,35 p<0,01). CONCLUSÃO: A RCP associa-se à presença de acidemia no nascimento nas gestações com insuficiência placentária antes da 34ª semana, e esse parâmetro pode configurar potencial fator para avaliação da gravidade do comprometimento fetal.
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OBJETIVO: determinar o melhor parâmetro doplervelocimétrico para predição de recém-nascidos pequenos para a idade gestacional (RNPIG), em gestantes com síndromes hipertensivas. MÉTODOS: realizou-se um estudo transversal, envolvendo 129 mulheres com pressão sanguínea elevada, as quais foram submetidas à doplervelocimetria, até quinze 15 dias antes do parto. Mulheres com gravidez múltipla, malformações fetais, sangramento genital, descolamento prematuro de placenta, rotura prematura das membranas, tabagismo, uso ilícito de drogas e doenças crônicas foram excluídas. A curva ROC para cada parâmetro doplervelocimétrico foi construída para predição de RNPIG. Foram calculadas: a sensibilidade (S), especificidade (E), razão de verossimilhança positiva (RVP) e negativa (RVN). RESULTADOS: a área sob a curva ROC do índice de resistência da artéria cerebral média foi de 52% (p=0,79), com S, E, RVP e RVN de 25,0, 89,1, 2,3 e 0,84%, respectivamente, para um índice de resistência menor que 0,70. Enquanto a área sob a curva ROC para o índice de resistência da artéria umbilical foi 74% (p=0,0001), com S=50,0%, E=90,0%, RVP=5,0, RVN=0,56, para um índice de resistência maior ou igual a 0,70. A área sob a curva ROC para a relação do índice de resistência da artéria umbilical/artéria cerebral média foi 75% (p=0,0001), para uma relação maior que 0,86, a S, E, RVP e RVN foram de 70,8, 80,0, 3,4 e 0,36%, respectivamente. Quanto à relação do índice de resistência da artéria cerebral média/artéria uterina, a área sob a curva ROC foi 71% (p=0,0001), encontrando-se S=52,2%, E=85,9%, RVP=3,7 e RPN=0,56, quando a relação foi menor que 1,05. Quando foram comparadas as áreas dos parâmetros doplervelocimétricos entre si, observou-se que apenas as relações artéria umbilical/artéria cerebral média e artéria cerebral média/uterinas e o índice de resistência da artéria umbilical parecem ser úteis na predição do RNPIG. CONCLUSÃO: em pacientes com pressão sanguínea elevada durante a gravidez, com exceção do índice de resistência da artéria cerebral média, os outros parâmetros doplervelocimétricos podem ser utilizados na predição do RNPIG. A relação artéria umbilical/cerebral média parece ser a mais recomendada.
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OBJETIVO: Analisar os resultados da avaliação da vitalidade fetal em gestações complicadas por plaquetopenia materna moderada ou grave. MÉTODOS: No período de abril de 2001 a julho de 2011, foram analisados, retrospectivamente, os dados de prontuários de 96 gestantes com diagnóstico de plaquetopenia na gestação. Foram analisados os seguintes exames de avaliação da vitalidade fetal realizados no período anteparto: cardiotocografia, perfil biofísico fetal, índice de líquido amniótico e doplervelocimetria das artérias umbilicais. RESULTADOS: Foram analisadas 96 gestações com os seguintes diagnósticos: plaquetopenia gestacional (n=37, 38,5%), hiperesplenismo (n=32, 33,3%), púrpura trombocitopenica imune (PTI, n=14, 14,6%), plaquetopenia imune secundária (n=6, 6,3%), aplasia medular (n=3, 3,1%) e outros (n=4, 4,1%). A cardiotocografia apresentou resultado normal em 94% dos casos, o perfil biofísico fetal com índice 8 ou 10 em 96,9% e o índice de líquido amniótico >5,0 cm em 89,6%. A doplervelocimetria da artéria umbilical apresentou resultado normal em 96,9%. Na análise dos principais grupos de plaquetopenia, constatou-se que o diagnóstico de oligohidrâmnio foi significativamente mais frequente no grupo com PTI (28,6%) quando comparado aos demais (gestacional: 5,4% e hiperesplenismo: 9,4%, p=0,04). CONCLUSÕES: O presente estudo permitiu concluir que, nas gestações complicadas pela plaquetopenia materna moderada ou grave, apesar do bem-estar fetal manter-se preservado na grande maioria dos casos, em gestantes com PTI é importante o seguimento da vitalidade fetal com ênfase na avaliação do volume de líquido amniótico, devido à sua associação com a oligohidramnia.
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OBJETIVO: Criar intervalos de referência longitudinais para os valores de índices de pulsatilidade (IP) dos fluxos nas artérias umbilicais (AU), cerebral média (ACM) e uterinas (AUt) e IP venoso do fluxo no ducto venoso (DV) com uma amostra da população brasileira. MÉTODOS: Estudo observacional longitudinal realizado de fevereiro de 2010 a maio de 2012. Gestantes de baixo risco foram submetidas a exames ultrassonográficos quinzenais da 18ª a 40ª semana para obtenção dos IP das AU, AUt, ACM e IP venoso do DV. Modelos lineares mistos foram usados para elaboração de intervalos de referência longitudinais (percentis 5, 50 e 95) dos IP dos vasos mencionados. Os IP das porções placentária e abdominal do cordão umbilical foram comparados por meio do teste t de amostras independentes. Valores de p bilaterais menores do que 0,05 foram considerados significativos. RESULTADOS: Cento e sessenta e quatro gestantes foram submetidas a 1.242 exames ultrassonográficos. Houve redução significativa nos valores de todos esses parâmetros com o avançar da IG. Entre a 18ª e a 40ª semana de gravidez, as medianas de IP da AU (porções abdominal e placentária do cordão), da ACM, do DV e do IP médio das AUt variaram de 1,19 a 0,74; 1,33 a 0,78; 1,56 a 1,39; 0,58 a 0,41; e 0,98 a 0,66, respectivamente. As equações obtidas para predição das medianas foram: IP-AU=1,5602786 - (0,020623 x IG); Logaritmo do IP-ACM=0,8149111 - (0,004168 x IG) - [0,002543 x (IG - 28,7756)²]; Logaritmo do IP-DV=-0,26691- (0,015414 x IG); IP-AUt=1,2362403 - (0,014392 x IG). Houve diferença significativa entre os IP-AU obtidos nas extremidades placentária e abdominal fetal (p<0,001). CONCLUSÃO: Foram estabelecidos intervalos de referência longitudinais dos parâmetros doplervelocimétricos gestacionais mais importantes em uma amostra da população brasileira. Estes podem ser mais adequados para o acompanhamento das modificações hemodinâmicas materno-fetais em gestações normais ou não, o que ainda requer validação futura.
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OBJETIVO: Avaliar as alterações das repercussões fetais ao estudo da dopplervelocimetria após sessão de exercício físico aeróbico em gestantes sem complicações clínicas ou obstétricas.MÉTODOS: A pesquisa compreendeu um estudo transversal realizado com 10 gestantes hígidas, de baixo risco, em 2 períodos gestacionais distintos (início da gravidez: 26ª à 29ª semana e 6 dias; final da gravidez: 30ª à 35ª semana), que foram submetidas a exercício físico aeróbico em esteira até a fadiga. Foram obtidos os dados ultrassonográficos de repouso e após o exercício (índices da dopplervelocimetria da artéria umbilical, da cerebral média, do ducto venoso e das artérias uterinas). A análise foi efetuada por meio do teste t de Student pareado e independente, com o Statistical Package for the Social Sciences(SPSS) versão 21.0.RESULTADOS:Demonstrou-se vasodilatação do índice de pulsatilidade com valor mediano pré-exercício físico de 1,1±0,1 e pós-exercício de 1,0±0,1, índice de resistência apresentando valor mediano pré-exercício físico de 0,7±0,04 e pós de 0,6±0,07 e da relação sístole/diástole da artéria umbilical com p=0,03 (valor mediano pré-exercício físico de 3,1±0,4 e pós de 2,9±0,2) após a atividade física no início da gravidez. Não foi demonstrada alteração nos parâmetros da dopplervelocimetria das artérias uterinas, da cerebral média e do ducto venoso após a atividade física em nenhum dos períodos estudados. Ao analisarmos de forma pareada pré e pós-atividade física entre os períodos, o estudo hemodinâmico das artérias umbilicais e da cerebral média demonstrou diminuição da resistência entre os períodos (p<0,04).CONCLUSÕES:A realização de exercício físico em gestantes hígidas não leva a alterações no fluxo sanguíneo sistêmico e feto-placentário após a atividade, podendo ser prescrita a realização de atividades de intensidade leve a moderada.
Resumo:
Alguns problemas têm sido observados nos bezerros produtos da técnica fertilização in vitro, dentre esses a elevada casuística de onfalopatias. A partir dessa observação, objetivou-se com este trabalho realizar um estudo retrospectivo da correlação entre os métodos de concepção e a ocorrência de onfalopatias em bovinos e descrever os resultados obtidos a partir dos tratamentos conservativo e cirúrgico. Foram utilizados 44 bovinos atendidos no Hospital Veterinário da Unesp, Campus de Araçatuba, com idade variando de um dia a 12 meses entre os anos de 2003 e 2007. Desses bovinos 27 eram provenientes de fertilização in vitro (FIV), 12 de inseminação artificial (IA), dois de monta natural (MN) e três de transferência de embriões (TE). O diagnóstico clínico-cirúrgico revelou que todos apresentavam afecções umbilicais, sendo 22 casos de persistência de úraco, oito de onfaloflebite, oito de hérnias umbilicais, cinco de onfalites e um de fibrose umbilical. Inicialmente e no pós-operatório administrou-se em todos os animais, uma vez ao dia, durante dez dias, 3mg/kg de ceftiofur sódico pela via intravenosa (IV). Nos casos de infecção grave ou irresponsiva a terapia antimicrobiana inicial, acrescentou-se 6,6mg/kg, durante sete dias de sulfato de gentamicina IV. A antissepsia do umbigo, com tintura de iodo a 2%, foi instituída duas vezes ao dia, nos casos tratados conservativamente, enquanto que os bovinos submetidos à cirurgia receberam 1,1mg/kg de flunixin meglumine IV, uma vez ao dia, por cinco dias consecutivos. Dos 22 animais diagnosticados com persistência de úraco, 10 apresentavam drenagem de urina pelo umbigo e receberam 2mL de tintura de iodo 10% no interior do úraco, sendo 15 tratados com a excisão cirúrgica, especialmente, devido à formação de divertículo vésico-uracal. Todos os animais que apresentavam onfaloflebite e hérnia umbilical foram submetidos à cirurgia. Já dos cinco casos de onfalite, três foram tratados conservativamente. A análise dos diferentes métodos de concepção, correlacionados à ocorrência de onfalopatias, sugere que os animais provenientes de FIV, apresentam maior frequência de persistência de úraco (66,7%), e aqueles concebidos por IA, maior frequência de hérnia umbilical (58,4%), O tratamento cirúrgico foi mais eficiente que a terapia conservativa. Essa última apresentou melhores resultados nos casos descomplicados e precocemente diagnosticados.