343 resultados para Especialidade médica
Resumo:
A evolução tecnológica tem permitido utilizar novas abordagens no processo de ensino-aprendizagem. Os serious games se relacionam com uma categoria especial de jogos, voltados a conteúdos e finalidades específicos, nos quais o jogador utiliza seus conhecimentos para resolver problemas, conhecer novas problemáticas e treinar tarefas. Uma das tecnologias propícias à construção de serious games é a Realidade Virtual, que oferece ambientes computacionais tridimensionais com formas avançadas de interação capazes de prover maior motivação ao processo de aprendizagem. No contexto da educação médica, tais aplicações apresentam um nicho ainda pouco explorado, se observados sua relevância e impactos na sociedade. Este artigo apresenta os serious games baseados em Realidade Virtual como uma proposta para o ensino de conteúdos específicos da área médica. Para isso, categoriza-os e apresenta o que tem sido desenvolvido nos últimos anos, seus componentes, características de desenvolvimento e suas potencialidades como oportunidades de pesquisa, desenvolvimento e negócios.
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A temática relacionada a imperícia, imprudência e negligência na ética médica adquire os contornos previstos na noção de responsabilidade legal, de onde resulta a inferência de que o erro médico tem tripla acepção, fundada na noção de responsabilidade com bases patrimoniais, penais e éticas. Este estudo analisa 18 das 26 matrizes curriculares dos cursos de Medicina, autorizados ou reconhecidos pelo Ministério da Educação, oferecidos pelas Instituições de Ensino Superior (IES) situadas no Estado de Minas Gerais, com o objetivo de perscrutar a oferta de disciplinas relacionadas a responsabilidade civil médica, ética, bioética e deontologia. Desses cursos, oito não disponibilizam as matrizes curriculares para acesso público, nos moldes da Portaria nº 2.864, de 24 de agosto de agosto de 2005, do Ministério da Educação, e seis não têm nenhuma disciplina específica sobre ética, bioética ou responsabilidade civil. Apenas nove cursos oferecem a disciplina de ética, oito a de bioética, e apenas três a disciplina de deontologia. Nenhuma das matrizes curriculares analisadas oferece a disciplina de responsabilidade civil médica, embora os casos de erro médico estejam aumentando consideravelmente.
Resumo:
No âmbito do ensino da medicina, diante das imperiosas mudanças necessárias para a formação de um profissional que aprenda a aprender, a aprendizagem significativa de David Ausubel - pressuposto teórico para a construção de mapas conceituais - tem permitido uma genuína articulação dos conhecimentos necessários à prática médica, facultando, portanto, um aprendizado mais efetivo e permitindo a atuação em um contexto complexo e interdisciplinar. Em conformidade com o exposto, o presente manuscrito objetiva apresentar o papel dos mapas conceituais na educação médica.
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A extensão universitária é um processo educativo, cultural e científico, que articula o ensino e a pesquisa de forma indissociável, possibilitando uma relação transformadora entre Universidade e sociedade. Nesse contexto, o projeto Unimontes Solidária tem como objetivo promover ação solidária articulada, por meio dos diversos cursos da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), nos municípios carentes das regiões norte e noroeste de Minas Gerais, Vales do Jequitinhonha e do Mucuri, de forma a equacionar os problemas sociais, reduzir a exclusão e as disparidades regionais, colocando a serviço da sociedade o conhecimento que é produzido na Universidade. As ações do projeto no município de Indaiabira (MG) proporcionaram benefícios tanto aos acadêmicos do curso de Medicina como à comunidade local, a partir das atividades extracurriculares desenvolvidas, ampliando o espaço de aprendizado oferecido pela instituição, complementando a formação acadêmica, bem como amenizando as demandas inerentes ao município relacionadas à saúde. Pesquisar, aprender sobre temas relacionados e estender o conhecimento adquirido à comunidade é a tríade que sustenta a formação acadêmica nas mais modernas metodologias de ensino.
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Transformações recentes na educação e no sistema de saúde brasileiros repercutiram nas instituições de ensino médico e demais áreas da saúde, exigindo um novo perfil de profissional: mais crítico, humanista, reflexivo e ético. O preceptor tem importante papel na formação médica, ao integrar a teoria e a prática no contexto da assistência durante o período do internato, mas esta atividade de ensino é pouco considerada. Não existe capacitação específica para desenvolver essas qualidades e construir uma efetiva relação médico-aluno. Foram analisados 176 trabalhos dos congressos brasileiros de educação médica referentes à preceptoria quanto a conceito aplicado, atividade exercida, formação e capacitação em articular teoria e prática e fornecer subsídios à prática profissional. A formação e capacitação dos preceptores é um tema pouco discutido, embora esteja cada vez mais presente nos congressos.
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CONTEXTO: Em 2004, foi proposta uma reestruturação de cursos de pós-graduação lato sensu em Medicina do Trabalho, com aumento da carga horária prática. A Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de SP introduziu o Programa de Estágio Monitorado (PEM) em complemento às 680 horas-aula. Objetivos: Descrever o programa, a percepção da Coordenação sobre o mesmo e analisar a atualrelação dos ex-alunos com a especialidade. MATERIAL E MÉTODO: (a) Discussão não estruturada entre os coordenadores e entrevista com empresas parceiras; (b) Aplicação de questionário a 46 ex-alunos,-abordando aspectos socioprofissionais. RESULTADOS: O PEM tem carga horária de 1.240 horas, é voluntário e baseado numa bimonitorização das atividades do aluno, com a apresentação de relatórios semanais para discussão clínica. Notou-se aumento do interesse no curso teórico-prático e carência de programas de desenvolvimento profissional nos locais de estágio. Da amostra, 67,3% exercem jornada semanal em Medicina do Trabalho superior a 20 horas. DISCUSSÃO: O programa cumpre diretrizes e parece contribuir para a fixação à especialidade. Questiona-se a omissão do mercado de trabalho em cobrar formação mais sólida e se recomenda discutir a regulamentação do exercício da especialidade.
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Pesquisa descritiva de abordagem qualitativa. O objetivo do estudo é identificar o cuidado com o paciente cirúrgico dispensado pelo residente de anestesiologia e o compartilhamento deste cuidado com a equipe cirúrgica, bem como as percepções desse residente sobre o autocuidado. A análise dos discursos dos nove residentes entrevistados resultou na construção de seis categorias: (a) escolha da especialidade: proximidade com o intensivista, imediatismo das ações e analgesia; (b) cuidados com o paciente cirúrgico: apresentação de ações de rotina e da técnica anestésica empregada; (c) compartilhamento do cuidado com os outros profissionais: o residente compreende sua importância, mas compartilha pouco; (d) preceptoria médica: existe uma ambivalência de sentimentos − satisfação pela proximidade com o docente, pela orientação e resolução de problemas, e insatisfação pelo pouco tempo dedicado às atividades acadêmicas e despreparo docente; (e) autocuidado: os residentes negligenciam o autocuidado, devido principalmente à extensa carga horária. As repercussões desta postura são relatadas como nervosismo, impaciência, diminuição da criatividade e do humor, e propensão a erros.
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O objetivo deste estudo foi identificar as percepções de estudantes de Medicina que cursaram a disciplina de Semiologia Médica em relação ao contato com os pacientes à beira do leito em aulas práticas no Hospital Universitário Lauro Wanderley, da Universidade Federal da Paraíba. Pesquisa observacional e descritiva com entrevistas por meio de autoaplicação de questionário semiestruturado elaborado pelos autores e pré-testado. Participaram do estudo 105 alunos com idade entre 20 e 24 (21 ± 1,1) anos, 56,2% do sexo masculino. A grande maioria declarou dificuldade na abordagem clínica inicial do doente (89/84,8%) e 72 (68,6%) referiram insegurança ou medo. Houve aumento de respostas positivas em momentos posteriores da disciplina, porém 34,3% ainda reportaram sentimentos negativos. Observou-se maior constrangimento no questionamento do paciente sobre temas mais íntimos por alunos do sexo masculino. Esses achados reforçam a necessidade de valorizar questões éticas, humanísticas e psicopedagógicas no início da graduação nas escolas médicas.
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Diversos autores relatam que a consulta médica se associa a melhores resultados quando se adota como referencial o modelo centrado no paciente. OBJETIVO: Avaliar se os médicos ingressantes na residência de Pediatria realizam consultas ambulatoriais segundo pressupostos do modelo centrado no paciente. MÉTODO: Em 2007, no início de seu estágio de ambulatório, dez residentes foram selecionados aleatoriamente para serem filmados durante a realização de uma consulta. Adotando-se como referencial teórico pressupostos do modelo centrado no paciente, os dados foram analisados por meio de metodologia qualitativa, por meio da técnica exploratória, com três juízes independentes. RESULTADOS: A maioria dos residentes explora precocemente a primeira queixa referida pelos pais, assumindo-a como principal; não explora outras queixas; decide e faz orientações terapêuticas de modo não compartilhado; conversa pouco com as crianças; cria longos momentos de silêncio durante a consulta; não explica o exame físico e às vezes utiliza o prontuário como a principal fonte de informação. CONCLUSÃO: Os residentes realizam consultas sem a inclusão da perspectiva dos pais e, portanto, não atendem segundo pressupostos do modelo centrado no paciente.
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Esta pesquisa foi realizada em instituição federal pública universitária com o objetivo de melhor conhecer visões, valores e atitudes dos médicos residentes em clínica médica em relação ao suicídio. Trabalhou-se com o conceito de representação social (Moscovici) e a metodologia qualiquantitativa do discurso do sujeito coletivo (DSC) (Lefèvre e Lefèvre). Os discursos revelaram que os médicos residentes se apresentam sensibilizados com a questão do suicídio, entretanto não familiarizados com a bibliografia especializada e nem com os procedimentos de atendimento normatizados pelo Ministério da Saúde e pela OMS. Os pesquisados revelaram dificuldades para identificar e prestar atendimento a pacientes em risco de suicídio. Conclui-se que parece faltar à formação médica (graduação e residência) maior atenção ao tema suicídio.
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INTRODUÇÃO: A sedimentação da qualidade teórica da educação médica é derivada de habilidades afetivas adequadas, passíveis de serem ensinadas e aprendidas. Essa aquisição, entretanto, requer abordagens curriculares diferenciadas, que propiciem a edificação de um vínculo profissional efetivo. OBJETIVO: Analisar a aquisição e evolução de atitudes dos discentes da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS). METODOLOGIA: Foram selecionados, por conveniência, 120 estudantes (25% de cada ano). O instrumento de coleta de dados constou de questionário estruturado e validado, com 52 itens do tipo Likert. Foram avaliados aspectos psicológicos de doenças orgânicas, situações relacionadas à morte, atenção primária em saúde, doença mental, contribuição do médico ao avanço científico da medicina e aspectos da prática médica. RESULTADOS: As atitudes positivas predominaram, destacando-se o amadurecimento importante nas questões ligadas à morte e dificuldades na abordagem da doença mental. A atenção primária em saúde obteve maior percentual positivo. CONCLUSÃO: O estudo traz subsídios indicativos de que a aprendizagem baseada em problemas (ABP) pode possibilitar uma prática médica de qualidade, utilizando-se de metodologias ativas, vivenciais e dinâmicas.
Resumo:
O ensino superior brasileiro tem sofrido mudanças significativas nas últimas décadas após a reforma universitária e a ampliação do setor privado. O número de escolas médicas é crescente, porém não tem sido acompanhado do aumento do número de vagas de residência médica. A competição acirrada por vagas de residência médica pode levar os estudantes a buscar auxílios para estudo, como os cursinhos preparatórios. A presença de estudantes nestes cursinhos pode influenciar negativamente o modo de aprendizagem dos médicos em formação, por estes se submeterem a normas de condutas e rotinas de estudo enrijecedoras. Entendendo os cursinhos como reflexo do desequilíbrio de políticas educacionais e de saúde, aponta-se a necessidade de políticas de formação profissional em saúde embasadas em necessidades sociais.