422 resultados para População em Situação de Rua
Resumo:
OBJETIVO: Estabelecer a utilizao de servios mdicos ambulatoriais na Cidade de Pelotas, RS, Brasil. METODOLOGIA: Foi feito estudo transversal amostral com base populacional. Foram entrevistados 1.657 adultos, durante os meses de maro e junho de 1992. As perdas amostrais totalizaram 9,7%. Durante a anlise utilizou-se duas variveis dependentes: o tipo de servio de sade classificado quanto natureza do lucro e a freqncia de consultas durante o ltimo ano. RESULTADOS: Na anlise verificou-se que o tipo de servio estava associado com variveis sociais tais como classe social, propriamente dita, escolaridade e local de residncia. A varivel freqncia de consultas relacionou-se com sexo feminino, fatores de risco e motivos de consultas. CONCLUSO: Concluiu-se que a escolha do tipo de servio de sade dependia de fatores ligados classe social antes do que variveis associadas gravidade dos problemas de sade.
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As mortes por causas externas correspondem a grande parcela de bitos em, praticamente, todos os pases do mundo, ocupando, sempre, a segunda ou terceira colocao. Porm a sua distribuio quanto ao tipo de causa diversa. Com o objetivo de estudar a mortalidade por causas externas, segundo o tipo de causa, sexo e idade, foi descrita a situação dessas mortes no Brasil e capitais, no perodo 1977 a 1994. Foram calculados os coeficientes de mortalidade por causas externas e a mortalidade proporcional, utilizando os dados de mortalidade fornecidos pelo Sistema de Informao de Mortalidade do Ministrio da Sade, e a população foi estimada baseada nos dados censitrios de 1970, 1980 e 1991. Os resultados mostraram que, em nmeros absolutos, os bitos por causas externas quase dobraram no perodo de 1977 a 1994, passando a ser a segunda causa de morte no Pas. O coeficiente de mortalidade, em 1994, foi de 69,8/100.000 habitantes e o maior crescimento se deu nos bitos do sexo masculino. Os coeficientes de mortalidade masculinos so, aproximadamente, 4,5 vezes o valor dos femininos. As causas externas representaram a primeira causa de morte dos 5 aos 39 anos, sendo a maior ocorrncia na faixa etria dos 15 a 19 anos (65% dos bitos por causas externas). Alm do aumento, parece estar ocorrendo um deslocamento das mortes para faixas etrias mais jovens. A mortalidade por causas externas, segundo tipo, mostra que durante o perodo analisado houve aumento tanto nos bitos por acidentes de trnsito, quanto por homicdios, tendo os suicdios permanecido, praticamente, constantes. No grupo de acidentes classificados como "demais acidentes" houve leve aumento, devido, principalmente, s quedas e afogamentos. Nas capitais dos Estados a mortalidade por causas externas apresentam valores mais altos que a mdia brasileira, com exceo de algumas reas do Nordeste. As capitais da regio Norte apresentaram algumas das maiores taxas para o Pas. J na regio Nordeste apenas Recife, Macei e Salvador apresentaram nveis muito elevados em relao ao Pas. Vitria, Rio de Janeiro e So Paulo, na regio Sudeste, apresentaram os maiores coeficientes do Pas e Belo Horizonte apresentou declnio no perodo de estudo. Na regio Sul houve aumento nas taxas, bem como na regio Centro-Oeste, que teve aumento homogneo em suas capitais. Esse aumento observado nas diferentes capitais apresentou diferenciais quanto ao tipo de causa externa. Os suicdios no representaram problema de Sade Pblica em nenhuma delas. Os acidentes de trnsito em Vitria, Goinia, Macap, Distrito Federal e Curitiba tiveram sua situação agravada. Os homicdios tiveram aumento expressivo em Porto Velho, Rio Branco, Recife, So Lus, Vitria, So Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Cuiab e Distrito Federal. No perodo estudado houve o crescimento da importncia das causas externas para a população brasileira, chamando ateno, principalmente, o aumento dos homicdios. A qualidade das estatsticas de mortalidade por causas externas depende da colaborao do mdico legista, e essa qualidade no a mesma para todas as capitais estudadas.
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OBJETIVO: Analisar a prevalncia da hipertenso, segundo sexo e grupo etrio, em grupamentos sociais, estabelecidos de acordo com critrios socioeconmicos e caracterizadar as prevalncias, segundo tipo de ocupao. MATERIAL E MTODO: A amostra utilizada, formada por 1.041 indivduos de ambos os sexos, maiores de 20 anos, corresponde soma das amostras representativas de "reas de estudo", estabelecidas por critrios socioeconmicos e geogrficos, levando-se em conta a forma de insero do grupo no meio urbano. Foram definidos estratos sociais, obedecendo um gradiente de nveis socioeconmicos, a partir do estrato I (alto) at o IV (baixo). Os padres de referncia utilizados para a definio da hipertenso foram os Joint National Committee (JNC), 140/90 mmHg, e da Organizao Mundial da Sade (OMS), 160/95 mmHg. RESULTADOS: De acordo com os padres do JNC, e da OMS, respectivamente, nos estratos, conforme a idade, as prevalncias foram as seguintes: estrato (I+II), mais ou menos 60 e 47%; estrato III, 50 e 39%; e estrato IV, 55 e 46%. Entre as mulheres os percentuais foram: no estrato (I+II), 40 e 38%; no estrato III, 56 e 48%; e no estrato IV, 55 e 46%. As prevalncias entre os homens pertencentes população economicamente ativa (PEA), quando classificados segundo tipo de ocupao, tiveram o seguinte comportamento: profissionais autnomos, formados por microempresrio, pequenos comerciantes e profissionais liberais apresentaram uma prevalncia de mais ou menos 60 e 37%; operrios especializados e empregados em indstrias e oficinas, cerca de 47 e 37%; os assalariados do setor de servios, mais ou menos 35 e 14%; os autnomos-diaristas, trabalhadores no especializados e desempregados, cerca de 50 e 40%. Esses diferenciais foram estatiscamente significantes em relao ao conjunto, p<0,05 para o padro JNC, e p<0,005, para o padro OMS. Quando comparados dois a dois os empregados em servios, setor menos atingido pela crise econmica, apresentou prevalncia significativamente menor que os demais (p<0,05). Entre as mulheres, pertencentes e no pertencentes PEA, as prevalncias, segundo o padro da JNC, foram de 39 e 47%, respectivamente (P<0,025). De acordo com o padro da OMS os percentuais foram de 27% para as pertencentes PEA e de 45% para as no pertencentes (P<0,005). CONCLUSO: Os resultados contrariam a hiptese de que a mulher integrada ao mercado de trabalho torna-se mais exposta aos fatores de risco de doenas notransmissveis. Conclui-se, que, nessa população a hipertenso grave problema de sade pblica, com importante determinao social. Tem peculiaridades prprias no que se refere aos homens e s mulheres.
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OBJETIVO: Discutir a situação da mortalidade por acidentes de trnsito a partir da caracterizao das vtimas fatais. MATERIAL E MTODO: A população de estudo foi constituda por 65 vtimas de acidentes de trnsito ocorridos, no Municpio de Maring, Paran (Brasil), em 1992, e que faleceram nesse mesmo ano. RESULTADOS E CONCLUSES: Dos 65 bitos, houve predominncia de vtimas do sexo masculino, na faixa etria de 20 a 49 anos e que se encontravam na condio de pedestre (29%), usurio de motocicleta (34%, sendo 28% condutores e 6% passageiros) e ciclista (18%). Os acidentes ocorreram, principalmente, no incio da tarde e da noite e nos cruzamentos das avenidas de maior fluxo. Concluiu-se que mesmo em reas urbanas do interior, as conseqncias de acidentes de trnsito constituem-se em um dos principais agravos sade da população e revelam um padro de comportamento distinto a exigir tambm medidas especficas de preveno.
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INTRODUO: O diagnstico da situação do aleitamento materno em populaes necessrio para a definio de metas e avaliao de programas de promoo e apoio a esta prtica. Neste sentido, testou-se a viabilidade de realizar tal diagnstico concomitante Campanha Nacional de Multivacinao, no Municpio de Botucatu, SP, Brasil. MTODO: Utilizou-se um questionrio simplificado (3 questes tipo sim/ no) para estudar a alimentao atual de 1.550 crianas menores de um ano (91,8% de cobertura) que compareceram aos postos de vacinao, em 19 de agosto de 1995. As medianas e freqncias das trs categorias de aleitamento materno foram calculadas pela tcnica de anlise de probitos. RESULTADOS: As medianas obtidas foram: aleitamento materno exclusivo = 17 dias (IC: 4,6 - 28,7); aleitamento materno completo = 64 dias (IC: 53,0 - 74,5) e aleitamento materno = 167 dias (IC:153,7 - 182,2). O bom ajuste dos trs modelos foi evidenciado pelos valores de R e pelos testes de Kolmogorov-Smirnov (p < 0,05). CONCLUSES: Os resultados confirmaram a necessidade do programa no municpio. A metodologia simplificada revelou-se vivel. Recomenda-se sua utilizao na monitorizao da tendncia do aleitamento materno e em estudos sobre o impacto de intervenes.
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OBJETIVO: Estudar a relao entre o processo de construo de um distrito de sade e a busca de uma assistncia integral sade da população. MTODO: Foi estudado um distrito de sade de So Paulo, SP, no perodo de 1989 - 1992. Foi realizada a anlise de discurso de gerentes dos trs nveis (regional, distrital e local) e mdicos de unidades bsicas de sade. Utilizou-se o conceito de assistncia integral, englobando cinco dimenses: 1) o ser humano como centro da ateno e no a doena; 2) o ser humano ou o grupo visto na sua totalidade; 3) a assistncia propiciada nos diversos nveis; 4) o tratamento diferente para quem est numa situação desigual; e, 5) a interferncia nas condies gerais de vida da coletividade. RESULTADOS: Foram apontados como fundamentais para facilitar a aproximao do processo de construo do distrito, em relao busca de uma assistncia integral, os seguintes aspectos: o planejamento local, com nfase na maior visualizao da realidade de vida da população adstrita unidade; a implementao do trabalho interdisciplinar; uma melhor organizao dos servios e da rede de referncia e contra-referncia; e uma relao mais estruturada com as demais secretarias municipais, possibilitando uma ao integrada junto população. CONCLUSES: A relao entre a construo do distrito e a busca de uma assistncia integral "desenha" um movimento de aproximao e distanciamento, dependendo das estratgias assumidas pelos grupos de gesto. Foi reforada a afirmao de que a descentralizao no a nica estratgia responsvel pela implementao do papel inovador que se espera dos distritos. necessrio que os gestores assumam o desafio de ser o "locus" das relaes de poder, de trabalho, de saber entre a população e os trabalhadores e entre os diferentes grupos destes dois segmentos para que uma nova assistncia chegue a ser construda.
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OBJETIVO: Objetivou-se estimar o tamanho de população natural de Anopheles albitarsis s.l. presente em fazenda de plantao com arroz irrigado no Vale do Ribeira, SP, Brasil, no perodo do vero, como subsdio para avaliao da capacidade vetora. MTODOS: Foram feitos trs experimentos de marcao-soltura-recaptura com p fluorescente, com populaes de campo e populaes criadas em laboratrio. Foram realizadas, concomitantemente, capturas com isca humana. RESULTADOS: A população estimada em trs eventos de soltura foi 64.560, 50.503 e 22.684 mosquitos. A taxa de picadas/homem/noite variou entre 41,5 e 524,5. CONCLUSO: Observou-se alta densidade de mosquitos no perodo considerado, permitindo inferir que, ainda que a sobrevivncia da espcie seja baixa, nmero substancial de fmeas pode sobreviver tempo suficiente para ultrapassar o perodo extrnseco de desenvolvimento do parasita.
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OBJETIVO: As fibras alimentares esto entre os principais fatores da alimentao na preveno de doenas crnicas. Por isso, objetivou-se estimar o consumo mdio dirio de fibras alimentares totais, insolveis e solveis, nas refeies de uma população de rea metropolitana. MTODOS: Foi estudada uma amostra da população do Municpio de Cotia, SP, composta por 559 indivduos com mais de 20 anos. O consumo alimentar foi obtido pelo mtodo de histria alimentar - dieta habitual. Foram identificadas as fontes de fibras nas refeies: desjejum, almoo e jantar. Com base na poro mdia, os alimentos foram classificados quanto ao contedo de fibras como: muito alto (7 g ou mais); alto (4,5 g a 6,9 g); moderado (2,4 g a 4,4 g) e baixo (< 2,4 g). RESULTADOS: O consumo mdio dirio da população foi de 24 g de fibras totais, sendo as quantidades mdias de fibras insolveis 17 g e, de solveis, 7 g. O consumo de fibras alimentares entre mulheres e homens foi, respectivamente, 20 g e 29 g (p<0,01). A maioria dos alimentos presentes na dieta continha baixo teor de fibras. O feijo foi o nico alimento com alto teor de fibras na dieta habitual e, a principal fonte de fibra na alimentao. O almoo e o jantar foram as refeies que forneceram maior quantidade de fibras. CONCLUSES: Constatou-se baixo consumo de fibras alimentares, com diferenas estatisticamente significante entre os sexos. As prticas alimentares revelaram que a dieta constituda por alimentos pobres em fibras alimentares.
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OBJETIVO: Avaliar a situação de contaminao por caros em gros comercializados a granel em nove mercados municipais da cidade de So Paulo, no perodo de novembro/1989 a novembro/1990. MTODOS: Foram analisadas microscopicamente aps tamisao 25 amostras de arroz polido e 53 de feijo, semanalmente at completar 42 dias, mantidas temperatura ambiente. Outras alquotas das amostras foram mantidas em estufa a 25C e 75% de umidade relativa do ar (URA), durante 28 dias. RESULTADOS: As amostras apresentaram-se negativas para caros no primeiro dia de anlise, sendo detectados aps incubao. As amostras mantidas em estufa apresentaram maior percentual de exames positivos para caros (incidncia): 31,7% (1.845 caros). As amostras mantidas no ambiente apresentaram 6,9% (45 caros). As amostras de arroz polido apresentaram maior contaminao do que as amostras de feijo. O maior percentual de caros ocorreu em temperatura mdia mensal de laboratrio de 21,5C a 22,5C (37,8%) e a uma umidade de 73,5% a 74,5% (31,1%). CONCLUSES: A espcie predominante foi Tyrophagus putrescentiae. A população de caros apresentou maior proliferao na primavera, vero e incio do outono, devido influncia da temperatura e da URA.Tais resultados confirmam a importncia de aprimorar o armazenamento de gros, visando a no proliferao de caros.
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OBJETIVO: Estudar a evoluo da prevalncia de crie em dentes permanentes da população infantil do Municpio de So Paulo, SP, no perodo 1970-1996, com base em levantamento epidemiolgico em escolares das redes pblica e privada de ensino. MTODOS: Utilizando metodologia recomendada pela Organizao Mundial da Sade, foram examinados 2.491 escolares de 103 unidades das redes de ensino pblico e privado. Foi obtida amostra probabilstica, com base no cadastro das escolas do municpio. Os elementos amostrais foram identificados ao acaso. RESULTADOS: Observou-se que de uma situação de prevalncia "muito alta" de crie dentria nos anos 60 e 70, a população de referncia evoluiu positivamente, na idade-ndice de 12 anos, para um quadro de "baixa" prevalncia. CONCLUSO: Entre 1986 e 1996 o declnio na crie dentria, aos 12 anos de idade, foi da ordem de 68,2% entre escolares do Municpio de So Paulo.
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OBJETIVO: Analisar e comparar os cuidados primrios prestados população materno-infantil e contribuir para a avaliao da assistncia integral a esse grupo. MTODOS: Inqurito populacional realizado por entrevistas, no principal posto de vacinao do Municpio de Terespolis, RJ, no Dia Nacional de Vacinao, que abrangeu questes sobre utilizao de servios de sade e prestao de cuidados primrios preventivos. RESULTADOS: Foram colhidas informaes de 329 crianas e suas respectivas mes. Mais de 90% das crianas haviam comparecido consulta peditrica nos trs meses anteriores e quase todas possuam o carto da criana, embora em 30% desses cartes no havia qualquer peso registrado no perodo. Observou-se associao positiva entre consulta de puericultura e registro de peso no carto da criana (RP = 1,34; IC: 1,13-1,58; p = 0,0002). Cerca de 59% das mes compareceram consulta de reviso de parto, mas 25% referiram nunca ter feito exame colpocitolgico-onctico e 36% nunca haviam realizado exame de mama. Observou-se associao positiva entre a idade materna acima de 20 anos e a realizao de algum exame colpocitolgico-onctico durante a vida reprodutiva (RP = 1,56; IC: 1,08-2,26; p = 0,03). Quase 70% das mes relataram uso de algum mtodo anticoncepcional, principalmente plula, condom e laqueadura tubria. CONCLUSES: Apesar de algumas limitaes, os resultados sugerem a viabilidade da metodologia utilizada, permitindo a identificao de deficincias importantes na prestao de cuidados primrios de sade para crianas e principalmente para mes.
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OBJETIVO: A presena de resduos de praguicidas em alimentos, somada contaminao da gua, oferece risco para a população em geral e representa, sem dvida, um grande problema de sade pblica no Brasil. Com o objetivo de obter melhor conhecimento da situação, foi estudada a utilizao de praguicidas em tomates produzidos no Estado de Pernambuco. MTODOS: Foram aplicados questionrios semi-estruturados para obteno de informaes socioambientais e de morbidade referida aos trabalhadores rurais, durante a safra de tomates. Foram selecionadas seis propriedades, localizadas em duas regies produtoras do agreste pernambucano. O total de entrevistados foi de 186. RESULTADOS/CONCLUSES: Ficou constatado que as duas regies estudadas carecem, indiscriminadamente, de aes que visem proteo da sade dos trabalhadores rurais, que lidam com os praguicidas, e de medidas contra os danos para o meio ambiente, que se encontra gravemente comprometido.
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INTRODUO: Fatores relacionados s condies de vida da população e condies ambientais precrias so freqentemente citados como os maiores obstculos para o controle de surtos e epidemias por clera. Nesse sentido, realizou-se estudo com o objetivo de avaliar o peso de fatores referentes s condies de vida da população, relacionando questes ambientais com a instalao e o impacto da clera. MTODO: Atravs de uma regresso linear mltipla, pelo mtodo "backward stepwise", com influncia do investigador, foram correlacionados os indicadores socioeconmicos com as taxas de incidncia por clera observadas nos municpios do Estado de Pernambuco, no ano de 1992. RESULTADOS/CONCLUSES: O modelo ajustado indica que a proporo de domiclios que utilizam gua no proveniente de uma rede geral a varivel que tem maior peso na flutuao positiva das taxas de incidncia de clera. As variveis "proporo de domiclios no ligados rede geral de esgotos" e "proporo de chefes de famlia com renda igual ou menor do que um salrio-mnimo mensal" tambm se associam positivamente, com coeficientes de regresso estatisticamente significativos, s taxas de incidncia de clera. A proporo de domiclios sem nenhuma instalao sanitria, por outro lado, se associa negativamente s taxas de incidncia de clera, sugerindo que instalaes sanitrias, sem existncia de rede de esgoto, aumentam o risco de contaminao ambiental. Os resultados apontam que a maior prioridade em saneamento a oferta de gua de boa qualidade.
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OBJETIVO: Descrever a evoluo de condicionantes socioeconmicas da sade na infncia, com base nas informaes extradas de dois inquritos domiciliares realizados nos anos de 1984/85 e 1995/96, na cidade de So Paulo, SP. MTODOS: Foram estudadas amostras probabilsticas da população entre zero e 59 meses de idade: 1.016 crianas em 1984/85 e 1.280 crianas em 1995/96. Os inquritos apuraram a renda per capita mensal das famlias e o nmero de anos de escolaridade das mes das crianas. As rendas nominais foram deflacionadas segundo o ndice Nacional de Preos ao Consumidor e expressas em valores de outubro de 1996. RESULTADOS: Embora os indicadores socioeconmicos apurados no ltimo inqurito ainda estejam muito distantes da situação ideal, a mdia da renda familiar dobra entre os inquritos e a escolaridade materna aumenta em 1,5 anos. Rendas inferiores a meio salrio-mnimo per capita so reduzidas metade e virtualmente desaparece o analfabetismo materno. Ainda assim, intensifica-se no perodo a concentrao da renda. CONCLUSES: Os aumentos de renda e de escolaridade so superiores aos relatados para a população brasileira em geral, o que poderia decorrer de declnios seletivos da fecundidade nos estratos mais pobres da população de So Paulo. A influncia das mudanas na renda familiar e na escolaridade materna sobre a evoluo de diferentes indicadores do estado de sade das crianas da cidade examinada em artigos subseqentes.