233 resultados para Serviços de saúde
Resumo:
OBJETIVO: Condies sensveis ateno primria (CSAP) so problemas de saúde atendidos por aes do primeiro nvel de ateno. A necessidade de hospitalizao por essas causas deve ser evitada por uma ateno primria oportuna e efetiva. O objetivo do estudo foi estimar a probabilidade do diagnstico de CSAP em pacientes hospitalizados pelo Sistema nico de Saúde. MTODOS: Estudo transversal com 1.200 pacientes internados entre setembro/2006 e janeiro/2007 em Bag (RS). Os pacientes responderam a questionrio aplicado por entrevistadoras, sendo classificados segundo o modelo de ateno utilizado previamente hospitalizao. As CSAP foram definidas em oficina promovida pelo Ministrio da Saúde. Analisaram-se variveis demogrficas, socioeconmicas, de situao de saúde e relativas aos serviços de saúde utilizados. A anlise multivarivel foi realizada por modelo de Poisson, seguindo modelo terico hierrquico de determinao da hospitalizao segundo sexo e modelo de ateno. RESULTADOS: O total de 42,6% das internaes foi por condies sensveis ateno primria. A probabilidade de que o diagnstico principal de internao seja por uma dessas condies aumenta com as caractersticas: ser do sexo feminino, ter idade menor de cinco anos, ter escolaridade menor de cinco anos, ter sido hospitalizado no ano anterior entrevista, ter consulta mdica na emergncia, estar internado no hospital universitrio. Associaram-se probabilidade de CSAP: (a) mulheres: faixa etria, escolaridade, tempo de funcionamento da unidade de saúde, residir em rea de saúde da famlia, ser usuria do Programa Saúde da Famlia, consulta mdica na emergncia no ms anterior pesquisa e hospital de internao; (b) homens: faixa etria, ter sofrido outra internao no ano anterior entrevista e o hospital de internao. CONCLUSES: As condies sensveis ateno primria permitem identificar grupos carentes de ateno saúde adequada. Embora o estudo no permita inferncias sobre o risco de internao, as anlises por sexo e modelo de ateno sugerem que o Programa Saúde da Famlia mais eqitativo que a ateno bsica tradicional.
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OBJETIVO: Compreender a percepo de profissionais de saúde sobre a violncia fsica cometida contra a mulher por parceiro ntimo. PROCEDIMENTOS METODOLGICOS: Trata-se de estudo qualitativo com 30 profissionais de trs unidades de saúde vinculadas ao Sistema nico de Saúde no municpio de Natal (RN), realizado em 2006. Foram conduzidas entrevistas semi-estruturadas em trs ncleos temticos: idias associadas violncia fsica sofrida pela mulher, atuao dos profissionais de saúde e papel dos serviços de saúde. O roteiro das entrevistas incluiu questes referentes percepo dos profissionais sobre relaes de gnero, violncia fsica, atuao como profissional de saúde e papel dos serviços de saúde. Foram extradas categorias desses ncleos pela tcnica de anlise de contedo temtica categorial. RESULTADOS: Os profissionais de saúde indicaram vrios fatores que influenciam situaes de violncia domstica, dentre os quais machismo, baixas condies econmicas, alcoolismo e experincias anteriores de violncia no mbito familiar. Foram relatadas falta de capacitao para discutir a temtica com a populao e a necessidade de os serviços de saúde desenvolverem atividades educativas com essa finalidade. CONCLUSES: Os resultados indicam a necessidade de sistematizao e efetivao de aes voltadas para humanizao da assistncia s mulheres em situao de violncia.
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OBJETIVO: Descrever um ndice para reconhecimento das desigualdades de condies de vida e saúde e sua relao com o planejamento em saúde. MTODOS: Foram selecionadas variveis e indicadores que refletissem os processos demogrficos, econmicos, ambientais e de educao, bem como oferta e produo de serviços de saúde. Esses indicadores foram utilizados no escalonamento adimensional dos indicadores e agrupamento dos 5.507 municpios brasileiros. As fontes de dados foram o censo de 2000 e os sistemas de informaes do Ministrio da Saúde. Para anlise dos dados foram aplicados os testes z-score e cluster analysis. Com base nesses testes foram definidos quatro grupos de municpios segundo condies de vida. RESULTADOS: Existe uma polarizao entre o grupo de melhores condies de vida e saúde (grupo 1) e o de piores condies (grupo 4). O grupo 1 caracterizado pelos municpios de maior porte populacional e no grupo 4 esto principalmente os menores municpios. Quanto macrorregio do Pas, os municpios do grupo 1 concentram-se no Sul e Sudeste e no grupo 4 esto os municpios do Nordeste. CONCLUSES: Por incorporar dimenses da realidade como habitao, meio ambiente e saúde, o ndice de condies de vida e saúde permitiu identificar municpios mais vulnerveis, embasando a definio de prioridades, critrios para financiamento e repasse de recursos de forma mais eqitativa.
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OBJETIVO: Caracterizar o perfil de indivduos que no obtiveram o procedimento de contracepo cirrgica e fatores associados. MTODOS: Estudo transversal realizado em Ribeiro Preto (SP), em 2004, com 230 indivduos que no obtiveram cirurgia de esterilizao no perodo de 1999 a 2004 pelo Sistema nico de Saúde. Foi aplicado um questionrio com informaes sociodemogrficas, uso de mtodos anticoncepcionais e aspectos da esterilizao e desejo de esterilizar-se no futuro. Foram comparadas as variveis sexo, idade, religio, renda per capita, estado marital e escolaridade do total dos que no obtiveram o procedimento com 297 indivduos esterilizados. RESULTADOS: Dos 230 entrevistados 21,3% eram homens e 78,7% mulheres. A maioria era casada, branca, catlica e tinha pelo menos quatro anos de estudo. A renda per capita mediana mensal foi R$ 140,00. Dos entrevistados, 23 (10%) tinham expectativa de fazer a cirurgia. Os restantes 207 foram classificados em dois grupos: 71% decidiram adiar cirurgia e 29% encontraram obstculos no acesso esterilizao. O segundo grupo foi associado a ser mulher, jovem e negra. Aps regresso logstica, ser negro foi o nico fator que se manteve associado no-obteno da esterilizao. Ao comparar com o grupo dos que obtiveram o procedimento, pertencer ao sexo feminino, ser de maior idade, ter como religio a evanglica e ser solteiro estiveram associados no obteno da esterilizao, enquanto maior renda e maior escolaridade favoreceram o acesso. CONCLUSES: Poucos indivduos estudados no tiveram acesso esterilizao, sobretudo por terem adiado esse procedimento e uma menor parcela teve obstculos institucionais. Os negros encontraram mais barreiras que os brancos.
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OBJETIVO: Analisar a associao entre indicadores socioeconmicos, de proviso de serviços pblicos odontolgicos e de alocao de recursos financeiros em saúde, e identificar se o sentido das associaes ocorre em favor da eqidade vertical. MTODOS: Foi realizado um estudo transversal de abordagem ecolgica, com dados do Ministrio da Saúde referentes a 399 municpios do estado do Paran, no perodo de 1998 a 2005. A condio socioeconmica foi aferida por meio do ndice de Desenvolvimento Humano dos municpios, alm de indicadores de renda, educao e saneamento bsico, os quais foram obtidos nas bases de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica. Os dados foram submetidos a testes estatsticos no-paramtricos: coeficiente de correlao de Spearman, Friedman e Mann-Whitney. RESULTADOS: Houve tendncia redistributiva dos recursos federais transferidos aos municpios para o custeio da ateno bsica, intensificada a partir do lanamento da Estratgia Saúde da Famlia. Observou-se expanso das aes de saúde bucal no perodo analisado, bem como tendncia pr-eqidade na oferta e utilizao dos serviços odontolgicos em ateno bsica. CONCLUSES: Houve tendncia redistributiva, ou pr-eqidade, na proviso de serviços odontolgicos no estado do Paran, com maior proviso per capita de recursos ou serviços para municpios com piores indicadores socioeconmicos. Esta tendncia se mostrou compatvel com as diretrizes programticas recentes do Ministrio da Saúde.
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OBJETIVO:Avaliar mudanas em conhecimentos, atitudes e acesso/utilizao de serviços odontolgicos decorrentes de um programa de promoo da saúde bucal com agentes comunitrios de saúde. MTODOS:Um projeto de capacitao combinando ensino-aprendizagem, apoio e superviso, foi desenvolvido entre os meses de julho de 2003 a agosto de 2004. As mudanas foram avaliadas por meio de entrevistas estruturadas em que participaram 36 agentes comunitrios de saúde e uma amostra de 91 mulheres e mes, representativa de donas de casa com 25 a 39 anos de idade, alfabetizadas e residentes em domiclios de trs a seis cmodos no municpio de Rio Grande da Serra (SP). Foram colhidos dados sobre conhecimentos de saúde-doena bucal, prticas e capacidades auto-referidas em relao ao auto-exame, higiene bucal, nmero de residentes e de escovas dentais individuais e coletivas em cada domiclio e acesso e uso de serviços odontolgicos. Por meio do teste t de Student pareado, foram comparadas as mdias dos valores obtidos antes e depois do programa para cada um dos grupos estudados. As respostas foram analisadas adotando-se um nvel de significncia de 5%. RESULTADOS: Foram observadas diferenas estatisticamente significativas para questes relativas ao conhecimento de saúde bucal entre os agentes e entre as mulheres antes e depois da capacitao (p<0,05). Desequilbrio entre o nmero de escovas e de indivduos em cada famlia diminuiu. A freqncia da escovao e do uso do fio dental se elevou depois da atuao dos agentes. Os valores de auto-avaliao da higiene bucal aumentaram. Modificao nas prticas e capacidades auto-referidas mostrou significativa elevao da auto-confiana. O acesso ao servio foi mais fcil (p<0,000) e seu uso mais regular (p<0,000) entre mulheres. CONCLUSES: Houve mudanas positivas na percepo em relao a aspectos de saúde bucal, na auto-confiana e no acesso e uso de serviços odontolgicos. Tais mudanas podem ser um importante indicativo do papel dos agentes comunitrios de saúde na promoo de saúde bucal.
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Com base na teorizao da ergologia e do processo de trabalho, este ensaio objetiva contribuir para a reflexo acerca do trabalho coletivo em saúde, destacando sua especificidade e as dificuldades de construo e gesto de coletivos de trabalho. Aborda o trabalho como atividade humana que compreende, dialeticamente, a aplicao de um protocolo prescrito e uma perspectiva singular e histrica. O trabalho em saúde envolve uma relao entre sujeitos que agem nas dramticas do uso de si e que fazem a gesto do seu prprio trabalho; influenciado pela histria das profisses de saúde e pelas determinaes macro-polticas. Conclui-se que essa complexidade do trabalho em saúde precisa ser considerada no processo de gesto de equipes/coletivos profissionais de modo a articular aes que possibilitem implementar um novo projeto de ateno saúde na perspectiva da integralidade.
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OBJETIVO: Identificar variveis associadas a internaes sensveis ao cuidado primrio. MTODOS: Inqurito de morbidade hospitalar realizado com amostra aleatria de 660 pacientes internados em enfermarias de clnica mdica e cirrgica de hospitais conveniados com o Sistema nico de Saúde, em Montes Claros, MG, de 2007 a 2008. Foram realizadas entrevistas com os pacientes e seus familiares utilizando formulrio prprio e pesquisa aos pronturios. A definio das condies consideradas sensveis ao cuidado primrio baseou-se na lista do Ministrio da Saúde. A associao entre variveis socioeconmicas e de saúde com as internaes sensveis foi analisada utilizando-se anlises bivariadas e de regresso logstica mltipla. RESULTADOS: O percentual de internaes sensveis ao cuidado primrio no grupo estudado foi de 38,8% (n=256). As variveis que se mantiveram estatisticamente associadas com as condies sensveis ao cuidado primrio foram: internao prvia (OR=1,62; IC 95%: 1,51;2,28), visitas regulares a unidades de saúde (OR=2,20; IC 95%: 1,44;3,36), baixa escolaridade (OR=1,50; IC 95%: 1,02;2,20), controle de saúde no realizado por equipe de saúde da famlia (OR=2,48; IC 95%: 1,64;3,74), internao solicitada por mdicos que no atuam na equipe de saúde da famlia (OR=2,25; IC 95%: 1,03;4,94) e idade igual ou superior a 60 anos (OR=2,12; IC 95%: 1,45;3,09). CONCLUSES: As variveis associadas s internaes sensveis so sobretudo prprias do paciente, como idade, escolaridade e internaes prvias, mas o controle regular da saúde fora da Estratgia de Saúde da Famlia duplica a probabilidade de internao.
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OBJETIVO: Estimar a prevalncia de histrico de violncia sexual entre mulheres gestantes e sua associao com a percepo de saúde. MTODOS: Estudo transversal, com 179 mulheres maiores de 14 anos e grvidas de 14 a 28 semanas, entrevistadas em serviços pblicos de saúde em So Paulo, SP, entre os anos de 2006 e 2007. Os instrumentos utilizados foram: inventrio de violncia sexual, inventrio de dados sociodemogrficos e questionrio de qualidade de vida relacionada saúde: "Medical Outcomes 12-Item Short-Form Health Survey" (SF-12). Mulheres com e sem histria de violncia sexual foram comparadas quanto idade, escolaridade, ocupao, estado civil, cor da pele e autopercepo de saúde fsica e mental. A violncia sexual foi caracterizada em penetrativa ou no penetrativa. RESULTADOS: Houve prevalncia de 39,1% de violncia sexual entre as entrevistadas, sendo 20% do tipo penetrativo, cometida sobretudo por agressores conhecidos. Em 57% das mulheres a primeira agresso ocorreu antes dos 14 anos. No houve diferenas sociodemogrficas entre mulheres que sofreram e as que no sofreram violncia sexual. Escores mdios de percepo de saúde fsica entre as entrevistadas com antecedente de violncia sexual foram menores (42,2; DP=8,3) do que das mulheres sem este antecedente (51,0; DP=7,5) (p<0,001). A percepo de saúde mental teve escore mdio de 37,4 (DP=11,2) e 48,1 (DP=10,2) (p<0,001), respectivamente para os dois grupos. CONCLUSES: Houve alta prevalncia de violncia sexual entre as grvidas dos serviços de saúde avaliados. Mulheres com antecedente de violncia sexual apresentaram pior percepo de saúde do que as sem esse antecedente.
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OBJETIVO: Avaliar os modelos assistenciais, de gesto e de formao de trabalhadores de uma rede centros de ateno psicossocial (CAPS). MTODOS: Pesquisa avaliativa qualitativa, sustentada pela hermenutica gadameriana, realizada na cidade de Campinas (SP), em 2006-2007. Os dados foram coletados por meio de 20 grupos focais, em CAPS III, realizados com diferentes grupos de interesse (trabalhadores, gestores municipais, usurios, familiares e gestores locais). Aps a transcrio do material gravado de cada grupo, foram construdas narrativas, seguindo o referencial terico de Ricoeur. Na segunda etapa de grupos focais essas narrativas foram apresentadas aos participantes para contest-las, corrigi-las e valid-las. Os resultados preliminares foram discutidos em oficinas para elaborao de um guia de boas prticas em CAPS III. RESULTADOS: Foram identificados pontos fortes e fragilidades no que concerne ateno crise, articulao com a rede bsica, formulao de projetos teraputicos, gesto e organizao em equipes de referncia, formao educacional e sofrimento psquico. CONCLUSES: A rede de centros de ateno psicossocial em Campinas destaca-se pela sua originalidade na implantao de seis CAPS III , e pela sua eficcia na continncia com usurios e familiares no momento da crise e na reabilitao. A organizao por tcnico e/ou equipe de referncia prevalece, assim como a construo de projetos teraputicos. A reduo das equipes noturnas desponta como principal problema e fonte de estresse para os trabalhadores. A formao dos profissionais se mostrou insuficiente para os desafios enfrentados por esses serviços.
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OBJETIVO: Avaliar as relaes de custo-utilidade entre medicamentos antipsicticos de primeira e segunda geraes no tratamento da esquizofrenia. MTODOS: Foi construdo um modelo de Markov de cinco anos, a partir de um levantamento em pronturios de pacientes atendidos em um centro de ateno psicossocial em Florianpolis (SC), 2006. Os custos foram avaliados sob a perspectiva o Sistema nico de Saúde. As utilidades foram medidas em anos de vida ajustados pela qualidade obtidas na literatura. RESULTADOS: No modelo de Markov, a alternativa mais custo-efetiva foi a utilizao de risperidona e haloperidol antes de olanzapina. CONCLUSES: Os antipsicticos haloperidol e risperidona apresentaram melhor relao de custo-efetividade quando comparados olanzapina. Estratgias que priorizem a utilizao de antipsicticos com melhor relao de custo-efetividade podem otimizar recursos, sem necessariamente implicar prejuzos saúde dos pacientes atendidos no Sistema nico de Saúde.
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OBJETIVO: Compreender concepes e experincias de gestores em relao avaliao qualitativa na ateno bsica em saúde. PROCEDIMENTOS METODOLGICOS: Estudo qualitativo, fundamentado na vertente crtico-interpretativa, realizado em 2006 na cidade de Fortaleza, CE. A amostra terica foi composta pelo grupo responsvel pelo planejamento da ateno bsica em nvel estadual. Para a obteno do material emprico, utilizou-se a tcnica de grupo focal. ANLISE DOS RESULTADOS: Emergiram dois temas centrais: concepes de qualidade e dimenses da qualidade na prxis da avaliao em saúde, desdobrando-se em aspectos distintos. Os conceitos qualidade e avaliao qualitativa no se mostraram claramente demarcados, confundindo-se a avaliao qualitativa com a avaliao da qualidade formal. Do mesmo modo, no se reconhece a multidimensionalidade inerente qualidade. A despeito de se revelarem nos depoimentos crticas quantificao indevida de certas dimenses, no se observou clareza e domnio tcnico quanto abordagem a utilizar para abranger as distintas dimenses da qualidade em processos avaliativos. CONCLUSES: As concepes dos gestores responsveis pelo planejamento da ateno bsica, no espao estudado, revelam um importante distanciamento das premissas da avaliao qualitativa, sobretudo aquela orientada pelo enfoque de quarta gerao. Portanto, o modelo adotado por esses atores na avaliao da qualidade dos programas e serviços no contempla sua multidimensionalidade.
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OBJETIVO: Analisar diferenas quanto a caractersticas sociodemogrficas e relacionadas saúde entre indivduos com e sem linha telefnica residencial. MTODOS: Foram analisados os dados do Inqurito de Saúde (ISA-Capital) 2003, um estudo transversal realizado em So Paulo, SP, no mesmo ano. Os moradores que possuam linha telefnica residencial foram comparados com os que disseram no possuir linha telefnica, segundo as variveis sociodemogrficas, de estilo de vida, estado de saúde e utilizao de serviços de saúde. Foram estimados os vcios associados no-cobertura por parte da populao sem telefone, verificando-se sua diminuio aps a utilizao de ajustes de ps-estratificao. RESULTADOS: Dos 1.878 entrevistados acima de 18 anos, 80,1% possua linha telefnica residencial. Na comparao entre os grupos, as principais diferenas sociodemogrficas entre indivduos que no possuam linha residencial foram: menor idade, maior proporo de indivduos de raa/cor negra e parda, menor proporo de entrevistados casada, maior proporo de desempregados e com menor escolaridade. Os moradores sem linha telefnica residencial realizavam menos exames de saúde, fumavam e bebiam mais. Ainda, esse grupo consumiu menos medicamentos, auto-avaliou-se em piores condies de saúde e usou mais o Sistema nico de Saúde. Ao se excluir da anlise a populao sem telefone, as estimativas de consultas odontolgicas, alcoolismo, consumo de medicamentos e utilizao do SUS para realizao de Papanicolaou foram as que tiveram maior vcio. Aps o ajuste de ps-estratificao, houve diminuio do vcio das estimativas para as variveis associadas posse de linha telefnica residencial. CONCLUSES: A excluso dos moradores sem linha telefnica uma das principais limitaes das pesquisas realizadas por esse meio. No entanto, a utilizao de tcnicas estatsticas de ajustes de ps-estratificao permite a diminuio dos vcios de no-cobertura.
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OBJETIVO: Analisar fatores relacionados integralidade na assistncia saúde bucal em centros de especialidades odontolgicas segundo os princpios norteadores da Poltica Nacional de Saúde Bucal. MTODOS: Estudo exploratrio transversal baseado em entrevista com 611 usurios de quatro centros de especialidades odontolgicas da Bahia em 2008. A varivel dependente foi descrita como "integralidade na saúde bucal", correspondente realizao de tratamento odontolgico bsico antes do tratamento especializado ou concomitante a este. As principais co-variveis se referiram a cobertura da estratgia saúde da famlia no municpio, caractersticas sociodemogrficas dos usurios, acessibilidade organizacional e geogrfica ao servio, alm do tipo de especialidade demandada. RESULTADOS: Residentes de cidades em que o Programa Saúde da Famlia tinha cobertura > 50% tiveram mais chance de concluir o tratamento odontolgico (RP = 2,03, IC 95%: 1,33;3,09) em relao queles residentes em locais com cobertura menor. Quem buscou tratamento endodntico teve mais chance de receber assistncia integral saúde bucal do que os usurios em busca de outras especialidades (RP = 2,31, IC 95%: 1,67;3,19). Os usurios com maior facilidade no acesso geogrfico ao servio especializado (RP = 1,22, IC 95%: 1,03;1,41), com ficha de referncia (RP = 2,95, IC 95%: 1,82;4,78) e oriundos da ateno primria (RP = 3,13, IC 95%: 1,70;5,77) tiveram mais chance de alcanar a integralidade na assistncia saúde bucal em relao aos demais usurios. CONCLUSES: Usurios com facilidade de acesso geogrfico, mais jovens e necessidade de servio endodntico tiveram mais chance de receber assistncia integral. A implantao de centros de especialidades odontolgicas em municpios nos quais a ateno primria saúde no esteja adequadamente estruturada no recomendada, visto que a ateno secundria estaria atendendo a livre demanda e executando procedimentos bsicos e, portanto, no cumprindo o princpio da integralidade pretendida.
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OBJETIVO: Comparar taxas de internaes por condies sensveis em municpios-sede de coordenadorias de saúde. MTODOS: Estudo ecolgico com indivduos de ambos os sexos de 20 a 59 anos nos municpios-sede das coordenadorias regionais de saúde do Rio Grande do Sul de 1995 a 2007. Os dados sobre internaes foram obtidos do Datasus. Foram analisadas as taxas mediante regresso de Poisson com variao robusta. As taxas dos municpios foram comparadas com as do restante do estado do Rio Grande do Sul, excludos os municpios-sede. RESULTADOS: Os municpios, exceto Porto Alegre (1,01) e Osrio (1,02), apresentaram reduo das taxas de internaes por condies sensveis. Entre os municpios grandes, as maiores quedas foram observadas em Santa Maria (0,92) e Pelotas (0,93). Os municpios mdios apresentaram taxas inferiores no final do perodo. Nos pequenos, apenas Lajeado e Frederico Westphalen apresentaram taxas inferiores s do estado em 2007. As maiores taxas foram observadas nos municpios pequenos. CONCLUSES: Houve tendncia de diminuio das internaes em quase todos os municpios, possivelmente pela ampliao da ateno primria antes mesmo do Programa Saúde da Famlia e das modificaes de gesto. As elevadas taxas de hospitalizaes em municpios pequenos sugerem ocupao de leitos por condies sensveis para justificar oferta ociosa.