319 resultados para |Atitudes
Resumo:
OBJETIVO: Investigar situaes, atitudes e comportamentos dos coordenadores pedaggicos das escolas municipais de ensino fundamental relacionados ao uso indevido de substncias psicoativas. MTODOS: Estudo realizado na cidade de So Paulo, em 2002. As informaes foram colhidas por meio de entrevista semi-estruturada, com oito informantes-chave locados em setor administrativo e com experincia de coordenao pedaggica. Foi realizada a anlise qualitativa de contedo, com o referencial etnogrfico. RESULTADOS: A idia da transmisso de conhecimentos como base da preveno permeia a maioria dos discursos, entretanto, os coordenadores relataram sentirem-se mal informados. As atitudes mais freqentes frente ao usurio de drogas so de impotncia e paralisia e algumas vezes, repressora. Elas so motivadas pelo desconhecimento e medo devido associao entre usurio e marginalidade. Nas situaes indiretamente associadas ao abuso de drogas (problemas familiares e de comportamento) foram relatadas atitudes mais compreensivas e inclusivas, compatvel com prticas do paradigma da reduo de danos. CONCLUSES: Uma capacitao terica dos educadores para uma prtica preventiva teria a funo de ratificar aquela desenvolvida a partir da sua vivncia na escola com as situaes (in)diretamente associadas ao abuso de drogas. Conseqentemente, os tornaria mais seguros nas suas intervenes de reduo de danos ou risco com os usurios.
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OBJETIVO: Analisar o conhecimento e a representao social sobre promoo de alimentao saudvel e sade de gestores do Programa de Alimentao do Trabalhador. MTODOS: Estudo transversal, realizado com empresas cadastradas no Programa de Alimentao do Trabalhador na cidade de So Paulo. Foram aplicados aos gestores locais (responsveis pela alimentao do trabalhador) questionrios semi-estruturados. Os dados foram tabulados por meio da tcnica do discurso do sujeito coletivo, utilizando-se trs figuras metodolgicas: idia central, expresses-chave e o discurso do sujeito coletivo. RESULTADOS: Os discursos dos gestores de 70 empresas indicaram que 60% das idias centrais expressaram desconhecimento sobre o Programa e seus objetivos, ou tinham como representao os benefcios para empresa. Entretanto, observou-se que a idia central mais freqente foi: " um programa para fornecer alimentao balanceada para o trabalhador", representando um discurso com nfase na promoo de alimentao saudvel e sade, que se aproxima dos objetivos do Programa. CONCLUSES: A maioria dos discursos no teve nfase na promoo de alimentao saudvel e sade. Para que o Programa de Alimentao do Trabalhador possa atingir seus objetivos, necessrio que os gestores locais conheam o Programa e sejam conscientizados do seu objetivo de promoo de sade.
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OBJETIVO: Conhecer e analisar o discurso dos moradores de um conjunto residencial estudantil universitrio sobre os processos de socializao e consumo de drogas. MTODOS: Pesquisa qualitativa, realizada com 20 alunos de graduao residentes em moradia estudantil universitria em So Paulo, SP, 2003. Tomou-se a moradia como um espao de socializao juvenil que viabiliza a presena de estudantes de baixa renda, na universidade. As entrevistas abordaram o conhecimento dos alunos sobre a histria da moradia, a experincia de viver em uma moradia estudantil e a percepo dos moradores sobre o consumo de drogas. O procedimento metodolgico que serviu de base para a coleta, organizao e anlise das entrevistas foi o discurso do sujeito coletivo. RESULTADOS: Os resultados mostraram que: os estudantes tm pouco conhecimento sobre a histria da moradia; as alternativas para os problemas que enfrentam na moradia tm sido buscadas individualmente; observou-se entre os moradores as duas principais concepes de preveno ao consumo de drogas - guerra s drogas e reduo de danos. Observou-se haver uma viso negativa sobre a moradia estudantil relacionada com a constante divulgao de fatos conturbados e com o desconhecimento sobre a importncia da moradia para viabilizar a permanncia de estudantes pobres na universidade. CONCLUSES: Na opinio de seus moradores, a moradia estudantil viabiliza o acesso a universidade, apesar de dificuldades na convivncia coletiva e na administrao da universidade. Em relao ao uso de drogas na moradia, parte dos moradores ressalta a necessidade de menor tolerncia ao consumo de drogas e outra parte destaca a importncia de trabalho educativo, principalmente com os ingressantes.
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O objetivo do estudo foi analisar o processo de monitoramento de indicadores centrais propostos pela UNGASS, em nvel nacional, vis--vis aos indicadores do Programa Nacional de DST e Aids. Foram avaliados os dois conjuntos de indicadores propostos, respectivamente, em 2002 e 2005, para o monitoramento de progresso da Declarao de Compromisso da UNGASS. Foram analisadas a disponibilidade de informaes e as limitaes para o clculo dos indicadores propostos no Brasil, incluindo discusso sobre a adequao dos indicadores propostos para o monitoramento da epidemia brasileira. Dos 13 indicadores quantitativos inicialmente propostos pela UNGASS, cinco no esto includos no sistema de monitoramento do Programa Pacional. Um deles no foi includo por ser um indicador qualitativo. Dois dos indicadores foram considerados de pouca utilidade e dois no foram contemplados pela falta de dados disponveis para o seu clculo. Como o Brasil caracterizado por ter uma epidemia concentrada, no segundo conjunto de indicadores propostos pela UNGASS, prioriza-se o acompanhamento da epidemia entre as populaes sob maior risco. Destacou-se que o Programa Nacional centra seus esforos no desenvolvimento, adaptao e transferncia de metodologias de amostragem em populaes de difcil acesso. Tais aes so voltadas para a estimao do tamanho dos grupos vulnerveis, bem como para obter mais informaes sobre seu comportamento, atitudes e prticas. Concluiu-se que, pela possibilidade de comparaes internacionais dos avanos conseguidos, a proposio de indicadores supranacionais estimula os pases a discutir e viabilizar sua construo. De maneira complementar, os sistemas nacionais de monitoramento devem ser focados na melhoria do programa, cobrindo reas que permitam avaliar as aes de controle e intervenes especficas.
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OBJETIVO: Descrever a percepo de profissionais da sade sobre prestar assistncia parturiente na presena do acompanhante por ela escolhido, e a percepo dos acompanhantes sobre essa experincia. MTODOS: Realizou-se estudo qualitativo, a partir de ensaio clnico randomizado controlado. A amostra estudada foi intencional e definida por saturao de informao. Foram entrevistados 11 profissionais da sade e 16 acompanhantes no centro obsttrico de uma maternidade em Campinas, SP, de outubro de 2004 a maro de 2005. Empregou-se a tcnica de anlise temtica de discurso, utilizando-se as figuras metodolgicas: idia central, expresses-chave e o discurso do sujeito coletivo. RESULTADOS: Entre as idias centrais dos profissionais destacaram-se: no houve diferena em prestar assistncia com acompanhante durante o trabalho de parto e parto; com o acompanhante ocorreram mudanas positivas na assistncia; o acompanhante d apoio emocional parturiente, que fica mais satisfeita, segura e tranqila; existem muitos aspectos positivos no comportamento e participao das parturientes com acompanhante; o acompanhante no causou problema e fez o profissional ter atitude mais humana e menos rotineira. As principais idias centrais dos acompanhantes foram: sentimentos positivos, emoo, satisfao com a experincia; poder ajudar ao dar apoio emocional; sentir-se bem recebido pelos profissionais. CONCLUSES: Os profissionais da sade consideraram importante o apoio do acompanhante no tendo sido observado problema em prestar assistncia na sua presena. Os acompanhantes se sentiram satisfeitos e recompensados com a experincia. No foram detectados conflitos de opinio entre os envolvidos.
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OBJETIVO: Descrever comportamentos facilitadores exposio ao HIV/Aids em populao rural. MTODOS: Pesquisa qualitativa realizada com 52 pacientes atendidos em ambulatrio de DST/Aids, em 2002-2003. Foram feitas entrevistas abertas e semi-estruturadas em profundidade com os participantes (30 homens e 22 mulheres), conduzidas no ambulatrio ou em suas residncias, em municpios rurais da regio norte de Minas Gerais. As entrevistas foram transcritas, analisadas em categorias: concepes da doena, trabalho, sociabilidade, informaes prvias sobre a doena, modo de vida. A interpretao dos resultados baseou-se na anlise de contedo. RESULTADOS: Na percepo dos entrevistados, a Aids era "doena de cidade grande" e de "forasteiro", desvinculada da cultura local. Todos os entrevistados se infectaram atravs de atividades heterossexuais ou homossexuais. A migrao rural-urbana aspecto relevante da infeco do HIV na regio devido ao deslocamento em busca de trabalho. CONCLUSES: As noes populares de doena contribuem para vulnerabilidade infeco pelo HIV. necessrio apreender noes culturais locais para melhor entender as categorias de pensamento dessa populao, enfocando essas noes ao divulgar informaes sobre a doena.
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O objetivo do artigo foi ressaltar a necessidade de esforos educativos que visem ao empowerment de funcionrios de abatedouros, baseado nos principais problemas de sade por eles enfrentados. A rotina em abatedouros consiste em tarefas estressantes e cansativas. As conseqncias incluem problemas msculo-esquelticos, transmisso de zoonoses, problemas de pele e acidentes com materiais prfuro-cortantes e animais. Esses trabalhadores geralmente no so especializados, no tm controle sobre suas tarefas, e podem no estar conscientes dos determinantes que afetam sua sade. Os veterinrios so geralmente responsveis pela rotina de trabalho nesses locais e conhecem os riscos sade que a execuo dessas tarefas representam. Portanto, esses profissionais poderiam participar mais ativamente na educao para o empowerment dos trabalhadores e no se concentrarem apenas em questes referentes segurana alimentar.
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OBJETIVO: Descrever conhecimentos e prticas adotados por estudantes do ensino mdio na preveno de acidentes de trabalho. DELINEAMENTO DO ESTUDO: O estudo foi realizado em uma escola pblica, localizada no Municpio de So Paulo, em 2003. Participaram 53 estudantes do perodo noturno, com idades entre 14 e 21 anos, divididos em dois grupos: com e sem experincia de trabalho (32 e 21 adolescentes, respectivamente). Eles responderam a duas questes: "Por qu os acidentes de trabalho ocorrem?" e "O que voc faz para evitar que ocorram acidentes de trabalho?". As anlises dos dados foram feitas no programa Quali-quanti, para a elaborao do discurso de sujeito coletivo. ANLISE DOS DISCURSOS: Para os adolescentes com experincia de trabalho, acidentes ocorrem devido ao descuido ou m sorte do funcionrio, irresponsabilidade do patro, falta de treinamento no trabalho e ambiente de trabalho inseguro. Os adolescentes sem experincia relataram que acidentes de trabalho ocorrem devido ao descuido do funcionrio e irresponsabilidade do patro. Sobre as formas de proteo dos acidentes de trabalho os adolescentes de ambos grupos relataram que: prestam (prestariam) ateno no trabalho e usam (usariam) equipamentos de segurana. CONCLUSES: Os adolescentes dos dois grupos mostraram conhecimento limitado sobre acidentes de trabalho e formas de preveno. Os adolescentes apontaram como "culpa da vtima" as ocorrncias dos acidentes de trabalho e a melhor forma de proteo "prestar ateno no trabalho". A cultura de culpar a vtima est presente desde a adolescncia e provavelmente resultado de um processo de aprendizado na sociedade.
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OBJETIVO: Analisar o significado da depresso para mulheres diagnosticadas com o transtorno e o contexto do atendimento realizado pelos psiquiatras que as acompanham. MTODOS: Estudo qualitativo realizado no municpio de Embu, na Grande So Paulo, entre agosto de 2002 e janeiro de 2003. Foram realizadas observao etnogrfica e entrevistas em profundidade com 16 mulheres diagnosticadas com depresso, pacientes de uma Unidade Bsica de Sade, e quatro psiquiatras. Aps a leitura exaustiva, os dados foram agrupados em categorias e analisados. A interpretao dos resultados baseou-se no conceito de cultura. RESULTADOS: As entrevistadas tinham ampla noo do transtorno, aceitando o tratamento com medicao. Para os psiquiatras, a depresso um termo assimilado pelo senso-comum. Todas as entrevistadas identificaram a origem da doena em eventos passados, como: morte de filho, episdios violentos ligados ao trfico de drogas, desemprego e agressividade do companheiro. A violncia era comum no cotidiano das entrevistadas, tanto fora como dentro de casa. CONCLUSES: Para essas mulheres, a depresso era uma forma de expressar sentimentos, como a infelicidade num contexto de pobreza e violncia. Os psiquiatras extrapolam as suas funes clnicas e tm um papel na reorganizao do cotidiano dessas mulheres.
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OBJETIVO: Analisar a vivncia materna diante de gravidez com pr-eclampsia e com recm-nascido prematuro hospitalizado em unidade de terapia intensiva neonatal. MTODOS: Estudo qualitativo com a utilizao da tcnica do grupo focal, realizado com 28 mulheres em maternidade referncia para gestaes de risco no Rio Grande do Norte, em 2004. As mes includas tiveram gravidez com pr-eclampsia e parto pr-termo e conseqente internao do recm-nascido em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Os dados foram analisados por meio da tcnica anlise de contedo temtica categorial, abordando trs ncleos temticos: informaes sobre a pr-eclampsia no pr-natal; vivncias com o recm-nascido pr-termo; e a percepo das usurias sobre o atendimento dos profissionais. RESULTADOS: Os relatos maternos evidenciaram o desconhecimento das participantes sobre a pr-eclampsia e sua associao com a prematuridade. Foram detectadas dificuldades inerentes definio do papel materno nos cuidados com o filho, acentuadas pelas falhas na relao entre os profissionais de sade e os usurios. CONCLUSES: Parte das dificuldades vividas pelas mes no contexto da pr-eclampsia e da prematuridade foram agravadas pela ausncia de informao ou inadequao para o entendimento das usurias. Os resultados mostram que dificuldades vividas por mes no contexto da pr-eclampsia e da prematuridade so agravadas pela ausncia de informao ou inadequao para o seu entendimento.
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OBJETIVO: Avaliar a relao entre o risco de ocorrncia de dengue e os nveis socioeconmicos. MTODOS: Os casos autctones de dengue confirmados entre setembro de 1990 a agosto de 2002 foram geocodificados e agrupados segundo setores censitrios urbanos de So Jos do Rio Preto, estado de So Paulo. Um fator socioeconmico foi gerado por meio da tcnica de anlise de componentes principais, agrupando os setores censitrios em quatro nveis socioeconmicos. Os coeficientes de incidncia foram calculados, por ano e quadrinio, para cada um dos agrupamentos de setores censitrios, considerando-se o perodo entre setembro de um ano a agosto do ano seguinte. So apresentados mapas temticos dos setores agrupados nos quatro nveis socioeconmicos com os respectivos coeficientes de incidncia da doena. RESULTADOS: A anlise de componentes principais produziu um fator socioeconmico responsvel por 87% da variao total. Esse fator esteve associado com as incidncias de dengue apenas no ano de 1994-1995. CONCLUSES: A ausncia de associao encontrada entre risco de ocorrncia de dengue e nveis socioeconmicos na quase totalidade dos anos estudados mostra que esta uma questo que precisa ser mais bem estudada e, talvez, dependa da realidade de cada municpio. importante que sejam verificadas as relaes espaciais entre a transmisso de dengue e outras variveis, como o grau de imunidade da populao; a efetividade das medidas de controle; o grau de infestao pelo vetor; os hbitos e atitudes da populao, entre outros.
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A tendncia das publicaes brasileiras em tuberculose referente ao perodo de foi analisada no perodo 1986 a 2006. Esta anlise incluiu dissertaes e teses registradas da Capes e artigos indexados na base de dados Medline e no SciELO. A seleo das publicaes foi realizada por busca pela palavra "tuberculose" e instituies brasileiras a que se afiliavam os autores. A anlise mostrou inicialmente publicaes do tipo relatos de caso e revises, e posteriormente artigos originais em cincia, tecnologia e inovao cientfica. Estas mudanas podem refletir o incremento das atividades de pesquisa nas instituies acadmicas e novas atitudes relativas aos objetivos da pesquisa em tuberculose nos ltimos anos. Embora muitas teses tenham utilizado metodologia qualitativa, poucos artigos nessa modalidade foram encontrados, possivelmente refletindo a orientao quantitativa das revistas. Discutem-se pesquisa quantitativa versus qualitativa e educao versus pesquisa, assim como polticas pblicas e estratgias para incluir a pesquisa como instrumento de controle das doenas. Sugere-se a utilizao da mesma metodologia para analisar as tendncias da pesquisa em outras doenas negligenciadas.
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OBJETIVO: Descrever a influncia das concepes dos profissionais de sade sobre o cuidado prestado a pacientes usurios de drogas vivendo com HIV/Aids. MTODOS: Estudo qualitativo baseado em entrevistas semi-estruturadas com 22 profissionais de diferentes categorias, pertencentes a dois servios especializados em DST/Aids da rede municipal de So Paulo, em 2002. As entrevistas foram gravadas e submetidas anlise temtica. RESULTADOS: Os profissionais relataram dificuldades em identificar usurios de drogas entre seus pacientes, indicando a invisibilidade da questo. Acham os usurios de drogas pacientes mais difceis de tratar, por tumultuarem o servio e/ou no aderirem ao tratamento. Embora reconheam necessidades especiais dos pacientes usurios e que lidar com o uso de drogas seja importante, os profissionais de sade acreditam que essas questes fogem de suas atribuies. Os profissionais mostraram limites pessoais e tcnicos para o manejo desses casos, indicando sua falta de capacitao especfica como importante. Assim, recomendam a criao de servios especializados para esse atendimento, reconhecendo os servios em que atuam como inadequados e, embora conhecessem o projeto de reduo de danos, pouco participavam dele. CONCLUSES: Elementos tcnicos, ideolgicos e pessoais, tais como crenas, valores e dimenses afetivo-emocionais, mostraram-se relevantes para ampliar ou recusar vnculos mais especficos com o paciente usurio de drogas. As concepes sobre o uso de drogas podem interferir no desenvolvimento de uma assistncia melhor e da eqidade no cuidado em sade.
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OBJETIVO: Compreender as percepes das equipes de farmcia sobre seu papel nos desafios assistenciais e adeso aos anti-retrovirais de usurios de drogas injetveis vivendo com HIV/Aids. MTODOS: Estudo qualitativo por grupos focais e anlise temtica das falas produzidas com farmacuticos, tcnicos e auxiliares com experincia superior a seis meses na dispensao de medicamentos, de 15 unidades assistenciais de DST/Aids do municpio de So Paulo, em 2002. RESULTADOS: Formaram-se trs grupos, totalizando 29 participantes, provenientes de 12 dos 15 servios existentes, com 12 universitrios e 17 profissionais de nvel mdio. Os grupos concluram que a farmcia tem importante papel na dispensao de anti-retrovirais, o que se reflete na adeso ao tratamento, pois por meio de seus procedimentos podem ser construdas relaes de confiana. Avaliam, porm, que tal construo no ocorra pela excessiva burocratizao de suas atividades. Isso repercute negativamente para todos os pacientes, em especial sobre usurios de drogas injetveis, concebidos como "pessoas difceis". Tal concepo essencializa seus comportamentos: seriam confusos, com limites de compreenso e sem possibilidades de adeso ao tratamento. Os profissionais, porm, afirmam que tratam esses pacientes tal como os demais, igualando-os. No percebem neste proceder, uma invisibilizao das necessidades especficas dos usurios de drogas injetveis no servio, bem como a possibilidade de gerarem esteretipos estigmatizantes com barreira adicional ao trabalho da adeso. CONCLUSES: Embora a farmcia seja indicada como espao potencialmente favorvel para escuta e construo de vnculos com os usurios, os resultados mostram obstculos objetivos e subjetivos para torn-la propcia para trabalhar a adeso.
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OBJETIVO: Analisar as percepes de risco, as estratgias de preveno, sua prpria relao com o uso de drogas e do parceiro e suas expectativas quanto ao futuro relatadas por mulheres vivendo com HIV/Aids parceiras de usurios de drogas. MTODOS: Estudo qualitativo sobre mulheres vivendo com HIV/Aids, atendidas em servio especializado no Municpio de So Paulo. Foram aplicadas entrevistas semi-estruturadas a 15 mulheres, cuja via de infeco auto-referida foram as relaes heterossexuais com parceiro usurio de drogas injetveis. O roteiro das entrevistas compreendia: infncia, histria dos relacionamentos amorosos, uso de drogas, impacto da soropositividade no cotidiano, compreenso sobre preveno de infeces sexualmente transmissveis, e viso do futuro. A interpretao das entrevistas foi realizada por meio de anlise de contedo. RESULTADOS: O estudo indicou diversidade da convivncia das mulheres com o uso de drogas prprio e do parceiro. O uso de drogas injetveis pelo parceiro no foi, prioritariamente, associado ao risco de infeco por HIV/Aids, seja por estratgias de ocultamento do fato, seja por considerarem que a trade monogamia-fidelidade-confiana teria primazia como forma de proteo. CONCLUSES: A diversidade da convivncia das mulheres com o uso de drogas deve ser considerada e oportunidades de fala e escuta sobre a questo podem ser importantes para a adoo de estratgias mais efetivas de preveno e cuidado.