87 resultados para Garrett, Almeida, 1799-1854 Crítica e interpretação
Resumo:
O presente artigo faz uma crítica da interpretação da filosofia de Plato compreendida como dualista e, a partir do texto dos dilogos, defende que ela deve ser reconhecida como tridica, ao identificar relaes de mediao entre os diversos elementos que constituem a realidade.
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So discutidas as contribuies trazidas pela abordagem histrica ao debate epistemolgico da epidemiologia. Buscando-se na teoria do agir comunicativo, de Habermas, e na filosofia hermenutica de Gadamer, enriquecimentos para uma compreenso prxica das cincias, procura-se explorar o sentido em que a perspectiva histrica redimensiona as questes epistemolgicas bsicas da epidemiologia. A argumentao aponta para a maior fecundidade desta aproximao, em contraste com as aproximaes estritamente lgico-formais, na apreenso dos impasses tericos com que se defronta a epidemiologia na busca de seus axiomas cientficos. Destaca-se, em particular, o potencial emancipador do resgate da historicidade no mbito da prpria atividade epistemolgica.
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A mudana climtica e o aquecimento global passaram, em curto espao de tempo, para o centro do debate pblico como o maior desafio do sculo XXI. Este artigo busca apresentar uma reviso crítica sobre a temtica das cidades e a mudana climtica baseando-se numa anlise da literatura internacional e nacional disponvel. Ressalta-se que os impactos da mudana climtica so esperados em reas urbanas afetando vrios setores do cotidiano das cidades. A evidncia emprica mostra que governos locais so fundamentais para implementar polticas pblicas relativas mudana climtica. De forma geral, a resposta dada por esses governos concentra-se em aes de mitigao e adaptao. Buscou-se, neste sentido, compreender os processos de urbanizao e industrializao como forma de entender a condio e as origens da vulnerabilidade socioambiental urbana no Brasil, bem como alertar para os enormes dficits socioeconmicos e ambientais das cidades brasileiras que tornam polticas pblicas e respostas mais urgentes e complicadas. Assim, no se trata de vinho velho em garrafa nova, mas sim da oportunidade no s de corrigir erros do passado, como tambm transformar as cidades brasileiras para o futuro de forma mais sustentvel e justa. Para isso torna-se necessrio um maior envolvimento dos estudos em administrao pblica e gesto local nessa discusso.
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Trata-se de parte de uma pesquisa sobre a soroprevalncia e fatores de risco para as doenas infecciosas triadas pelos bancos de sangue, com o objetivo de discutir as implicaes metodolgicas na interpretação dos estudos seccionais realizados em bancos de sangue para estimativa da prevalncia populacional para a infeco pelo Virus da Hepatite B (VHB). De outubro de 1988 a fevereiro de 1989, 1.033 primodoadores de sangue, de 5 dos 8 bancos de sangue da cidade de Goinia - GO, Brasil, foram entrevistados. Uma amostra de sangue foi coletada para deteco dos marcadores sorolgicos AgHBs e anti-HBs pela tcnica de ELISA. Foram obtidas taxas de soroprevalncia de 1,9% e 10,9% para AgHBs e anti-HBs, respectivamente. No houve diferena estatisticamente significante na prevalncia de AgHBs em diferentes grupos etrios e sexo. Foi observado o aumento significante de anticorpos anti-HBs com a idade (X para tendncia = 7,9 p = 0, 004). O valor preditivo positivo e a sensibilidade da histria de ictercia ou hepatite na anamnese em detectar soropositivos mostraram-se baixos, 13,6% e 2,2%, respectivamente. Foram discutidas a validade interna e externa e as limitaes na extrapolao destas estimativas levando-se em considerao as caractersticas de distribuio etria e sexo da populao, a "voluntariedade", um possvel "efeito doador saudvel" e a representatividade dos grupos de risco para infeco pelo VHB entre os doadores de sangue.
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Este trabalho relata detalhes da vida reprodutiva de duas espcies de abelhas sem ferro. Rainhas velhas de Melipona compressipes fasciculata, no Maranho, morrem e so substitudas com sucesso em todos os meses. Rainhas de Melipona scutellaris, trazidas de Lenis (BA - nordeste do Brasil) para Uberlndia (MG, centro-sudeste do Brasil) morreram durante todos os meses e no mostraram a existncia de trimestre preferencial para as novas rainhas iniciarem postura. Quarenta machos de M. scutellaris, aps serem marcados no trax e libertados em grupos de 10 a 100, 400, 800 e 1000 metros do meliponrio, tiveram seus retornos observados. Todos os machos libertados a 100 e 400 metros regressaram ao meliponrio, 7 de 10 machos e 2 de 10 machos retornaram de 800 e 1000 metros, respectivamente. Os machos esperam constantemente pela sada de uma rainha virgem, prximos s colnias rfs, o que indica que a maioria das rainhas inseminada prximo aos seus ninhos, portanto, a disperso dos genes depende do vo dos machos e da distncia de enxameagem para ocupao de uma cavidade para o novo ninho.
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A eroso acelerada do solo, um processo basicamente induzido pela ao antrpica, muito contribui para a degradao da qualidade das terras arveis em todo o mundo, alm de constituir a principal fonte no pontual de poluio dos recursos hdricos superficiais. Considerando a demanda efetiva pelo desenvolvimento de indicadores para avaliao do impacto da eroso na qualidade do solo em sistemas de produo agrcola, este trabalho teve por objetivo desenvolver um ndice, com valor prognstico, para ser aplicado como uma ferramenta de planejamento na interpretação da tolerncia de perda de solo em reas agrcolas. Foi desenvolvido o mtodo designado "ndice de Tempo de Vida do Solo", para se proceder ao diagnstico da eroso em uma rea predominantemente utilizada com a cultura da cana-de-acar no municpio de Piracicaba (SP). Na realizao do trabalho, foram empregados geotcnicas e mtodos de anlise geoestatstica, sendo o processamento e a anlise dos dados efetivados em ambiente de sistema de informao geogrfica do tipo matricial. As taxas anuais mdias de perda de solo foram estimadas em trabalho anterior, empregando a equao universal de perda de solo (EUPS), com ajuste dos fatores do modelo s condies locais da rea de estudo. Nos clculos do ndice de tempo de vida do solo, foi presumida uma taxa de renovao de 0,2 mm ano-1 e foram analisadas duas profundidades, de 50 e de 100 cm, consideradas mnimas para o uso agrcola. A avaliao da espessura do solum revelou que, na rea de estudo, predominam solos pouco profundos, com mdias ponderadas pelas reas de ocorrncia de 78 cm, solos ocupados com cana-de-acar, e de 72 cm, solos ocupados com outros usos. A aplicao do ndice de tempo de vida revelou que, adotando a profundidade crítica de 50 cm, o tempo de vida mdio do solo nas reas ocupadas com cana-de-acar de 178 anos, e que, mantida a expectativa atual de perdas, pouco mais de 70 anos sero suficientes para degradar o recurso em cerca de 50 % da rea cultivada com cana-de-acar (meia-vida do solo). Para a profundidade crítica de 100 cm, a situao se agrava, e o tempo de vida mdio do solo nas reas ocupadas com cana-de-acar cai para apenas 102 anos e a meia-vida para 42 anos. A aplicao do mtodo possibilitou ainda estimar em cerca de 19 e de 74 % as propores da rea cultivada com cana-de-acar em que a atual situao j de impacto permanente instalado (tempo de vida do solo zero), isto , locais onde as taxas de perda de solo so superiores taxa de renovao, e a espessura do solo j inferior s profundidades críticas consideradas, no caso 50 m e 100 cm, respectivamente. Nas condies atuais de uso e manejo, a situao de conservao de recursos, em particular do solo, pde ser caracterizada em apenas 7,6 ha ou em menos de 1 % da rea com cana-de-acar. A taxa de renovao do solo foi superior s taxas estimadas de perdas por eroso. Em mais de 99 % da rea ocupada com cana-de-acar, portanto, as taxas estimadas de perda de solo por eroso superam a taxa de renovao do solo (p > r), caracterizando a degradao de recursos. O ndice proposto mostrou-se uma ferramenta promissora para interpretação da tolerncia da perda de solo aplicada ao planejamento do uso agrcola em bases sustentveis.
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O objetivo deste trabalho foi ajustar a curva crítica de diluio do nitrognio (N) da batata 'Asterix' e avaliar o seu emprego no manejo da adubao nitrogenada. Tubrculos dessa cultivar foram plantados em sacolas de polietileno com 5 dm de substrato orgnico, na densidade de 4,4 sacolas m-2. Os tratamentos consistiram de cinco solues nutritivas, com concentraes de N de 5, 8,3, 11,3, 14,3 e 16,3 mmol L-1. Os demais nutrientes foram fornecidos nas concentraes: 8,3 de K+, 1,75 de Ca2+, 1,2 de H2PO4-, 0,7 de Mg2+ e 0,7 mmol L-1 de SO4(2-), complementados por micronutrientes. Em intervalos de sete dias, entre os 43 e 99 dias aps o plantio, foram determinados: a massa de matria seca (MS) e o teor de N nas folhas, hastes e tubrculos. Foi ajustada a curva crítica de diluio [N (g kg-1) = 36MS-0.37] para a produo total de MS da planta. Essa curva pode ser usada, como referencial, na interpretação dos resultados de anlise foliar e na estimativa das quantidades de N extradas pelas plantas da batata 'Asterix', no decorrer do ciclo de crescimento e desenvolvimento.
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A administrao universitria, em especial a gesto da escola mdica, no temtica reconhecida e valorizada pela comunidade acadmica. No entanto, o desenvolvimento da formao mdica depende, em grande parte, de boas prticas de gesto. Isso ainda mais relevante quando a escola est imersa em processos de mudana. Este ensaio aborda nove tpicos relacionados gesto segundo um enfoque crtico/autocrtico: 1. Auto-suficincia mdica; 2. Dicotomia acadmica e administrativa; 3. Aprimazia do bombeiro frente ao estrategista; 4. Educao permanente de docentes; 5. Despreparo para formar e manter equipes de trabalho; 6. Parcerias incompletas; 7. Ensino multiprofissional; 8. Trabalho em rede; 9. Produo terica. A anlise visa contribuir para o sucesso das mudanas na educao mdica, para melhores perspectivas de trabalho dos atuais e futuros gestores e para a melhoria das escolas mdicas.
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Quando alteraes curriculares abrangentes so propostas para os cursos de Medicina, como no caso da implantao de um currculo integrado, exige-se do professor a modificao de seu papel central de transmissor de conhecimentos para um papel mais cooperativo efacilitador do processo de ensino-aprendizagem, o que pode gerar insegurana, sensao de perda de poder e resistncia. A capacitao formal dos docentes para suas novas funes imperiosa para o sucesso nas mudanas. Alm das aes educativas sistematizadas, atividades alternativas podem contribuir para aperfeioar a funo docente. Este artigo analisa a experincia de docentes do curso de Medicina da Universidade Estadual de Londrina (UEL), membros das comisses de apoio ao colegiado, que desenvolveram, nos primeiros anos da implantao do currculo integrado, atividades no sistematizadas de educao permanente junto a docentes do curso. So comentadas informaes a respeito: da reunio semanal realizada com os tutores; da pesquisao sobre a insero e o desenvolvimento docente no currculo integrado; da reviso dos contedos dos mdulos temticos; da pesquisao com os coordenadores dos mdulos temticos; e do inqurito realizado com os preceptores de reas do internato mdico. As atividades analisadas forneceram respostas a demandas locais e contriburam com a dinmica de um processo de implantao que deve permanecer em contnua renovao.
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As diretrizes curriculares nacionais de 2001 demandam uma consistente formao em humanidades por parte do egresso da graduao em Medicina. A fim de cumprir essa exigncia, caberia ao docente uma nova tarefa frente ao alunato, alm da produo de conhecimento cientfico, capacitao profissional e formao tica. Diante dessa premissa, portanto, restaria ao professor de Medicina tomar posse de surpreendente atributo, o de ser um "intelectual". Este artigo apresenta uma anlise crítica da viabilidade dessa "misso iluminista" relativa ao ensino mdico brasileiro no sculo XXI, a partir de pressupostos histricos de formao docente tanto no Brasil quanto no exterior.
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OBJETIVOS: fazer avaliao crítica do diagnstico histopatolgico do carcinoma ductal in situ (CDIS) da mama empregando a variao interobservador quanto ao diagnstico, padro arquitetural predominante, grau nuclear e grau histolgico. MTODOS: oitenta e cinco casos com diagnstico inicial de CDIS foram revisados por um mesmo patologista, especialista em patologia mamria, que selecionou 15 casos para anlise interobservador. A anlise foi realizada por cinco patologistas e um especialista internacional em patologia mamria, que receberam as mesmas lminas e um protocolo para classificar as leses em hiperplasia ductal atpica (HDA), CDIS e CDIS com microinvaso (CDIS-MIC). Caso o diagnstico fosse de CDIS, os patologistas deveriam tambm classific-lo quanto ao padro arquitetural, grau nuclear e grau histolgico. Os resultados foram analisados usando-se concordncia percentual e o teste kappa. RESULTADOS: houve grande variao diagnstica interobservador. Em um caso tivemos todos os diagnsticos, desde HDA, CDIS at CDIS-MIC. Usando o teste kappa para a comparao entre os diagnsticos dos cinco observadores e o especialista internacional obtivemos concordncia interobservador mnima (<0,40). Quanto classificao do CDIS em relao ao padro arquitetural e ao grau histolgico, os valores do teste kappa foram considerados ruins quanto concordncia interobservador. Os melhores resultados foram obtidos na anlise da concordncia quanto ao grau nuclear, com ndices kappa de at 0,80, considerados como boa concordncia. CONCLUSO: os baixos ndices de concordncia interobservador no diagnstico e classificao do CDIS da mama indicam a dificuldade na utilizao dos critrios diagnsticos mais empregados na literatura na interpretação destas leses e a necessidade de treinamento especifico dos patologistas no-especialistas no diagnstico destas leses.
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RESUMOEste artigo discute as tentativas de publicar uma edio histrico-crítica das obras de Karl Marx, o Marx-Engels Gesamtausgabe (MEGA): a primeira, que foi liderada por David Riazanov na dcadas de 1920 e 1930, e o segundo, a MEGA2, projeto que comeou na dcada de 1970 e ainda est em curso de publicao. O artigo apresenta essas duas edies e discute o seu impacto sobre a interpretação do pensamento econmico e filosfico de Marx.
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O objetivo do artigo o de extrair dos escritos de Taylor uma crítica da concepo de Kuhn a respeito de uma possvel unidade entre as cincias naturais e as cincias humanas, e dos de Kuhn uma crítica caracterizao proposta por Taylor para as cincias naturais. Deste empreendimento resulta uma reconceptualizao da unidade das cincias.
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O objetivo deste ensaio propor uma interpretação daquilo que para muitos intrpretes constitui o enigma e a dificuldade maior da terceira Crítica de Kant: o fato de o filsofo remeter para a mesma faculdade do esprito (a faculdade de julgar - Urteilskraft) e para o mesmo princpio transcendental de apreciao (a teleoformidade ou conformidade a fins - Zweckmssigkeit) o fenmeno da arte humana e os fenmenos da natureza organizada - a esttica e a teleologia. Na leitura que propomos, tentamos perceber a fecundidade dessa estranha associao ("associao barroca", no dizer de Schopenhauer) precisamente para permitir pensar alguns dos problemas que coloca atualmente a racionalidade ecolgica, no aquela que visa excluir o homem da natureza como seu inimigo, mas uma conscincia ecolgica que defenda uma natureza viva com homens sensveis, com seres humanos tais que no pensam j a sua relao com a natureza como sendo uma relao de meros "senhores e possuidores" frente a um objeto inerte e destitudo de valor e de significao por si mesmo, mas que so capazes de contemplar e apreciar a natureza como valiosa por si mesma, de reconhec-la como um sistema de sistemas finalizados e de colaborar na sua preservao, que tm at perante ela genunos sentimentos de admirao pela sua beleza, de respeito pela sua sublimidade e de gratido pela sua exuberncia e favores. Em suma, propomo-nos mostrar a nova atitude perante a natureza que se deixa pensar a partir da Crítica do Juzo, considerada esta obra na sua complexidade sistemtica.
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O presente artigo visa explicar o conceito kantiano de mxima. Seu propsito aduzir uma interpretação capaz de identificar as diferentes funes deste conceito na filosofia de Kant. Alm disso, o autor explora as consequncias da sua anlise na esfera da soluo da antinomia da faculdade de julgar teleolgica na terceira Crítica. No cerne desta antinomia est a alegao de Kant, segundo a qual toda a "aparncia" (Anschein) de conflito entre as mximas mecnica e teleolgica provm da confuso de um princpio da faculdade de julgar reflexiva com um princpio da faculdade de julgar determinante.