32 resultados para Brasil. [Código civil (2002)]
em Sistema UNA-SUS
Resumo:
A Febre do Chicungunya (CHKV) uma doena aguda causada pelo vrus chicungunya, vrus RNA, do gnero Alphavirus, pertencente famlia Togaviridae. Trata-se de arbovirose, transmitida aos humanos pelos mosquitos Aedes, mesmos vetores responsveis por transmitir o vrus da dengue. Considerada primariamente doena tropical, sua distribuio geogrfica ocorria mais frequentemente na frica, sia e ilhas do Oceano ndico. Mais recentemente, em fins de 2013, a transmisso autctone (local) foi documentada na Amrica Central, na regio do Caribe. Os primeiros casos autctones notificados no Brasil ocorreram em 2014, sendo notificados at o momento em algumas cidades no Amap, Bahia, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. A doena j afetou milhes de pessoas e continua a causar epidemias em muitos pases. Artralgias persistentes podem interferir na qualidade de vida do paciente e em suas atividades laborais. O quadro clnico inespecfico, constituindo-se de sinais e sintomas comuns a vrias doenas infecciosas. Febre alta de incio agudo (at 7 dias) e artralgia/artrite (no explicada por outras condies), geralmente simtrica, migratria, com presena de edema, podendo ser debilitante, acometendo especialmente mos, punhos, tornozelos e ps so os achados mais frequentes. A doena em geral auto-limitada com a maior parte dos pacientes recuperando em 1 a 3 semanas. Porm, contingente significativo de pacientes pode cursar com quadro de artrite de longa durao, persistindo por meses a anos, podendo ocorrer acometimento articular intenso. Considerando a durao dos sintomas, o Chicungunya pode determinar doena aguda (durao de at semanas), subaguda (de semanas at 3 meses) e crnica (durao > 3 meses). As medidas de preveno podem ser pensadas em termos de proteo individual e coletiva e incluem uso de vestimentas que reduzam a rea de pele exposta, repelente (especialmente em situaes de viagens para reas de transmisso) e mudana de hbitos que evitem condies que propiciam a multiplicao dos vetores. As medidas que reduzem os criadouros para os vetores so de responsabilidade individual e dos rgos de sade pblica. Todos os casos suspeitos devem ser mantidos sob mosquiteiros durante o perodo febril da doena. No existe vacina disponvel at o momento, mas seu desenvolvimento est em progresso. Nos locais onde no se registra ainda ocorrncia de casos autctones deve-se investigar histrico de viagens a reas onde existe a circulao do vrus. Por se tratar de situao dinmica, informaes epidemiolgicas nacionais e internacionais devem ser atualizadas e disponibilizadas para os profissionais de sade e para a comunidade.
Resumo:
A doena pelo vrus Ebola classificada como uma zoonose e de acordo com as evidncias cientficas disponveis, os morcegos frugvoros so considerados os provveis reservatrios naturais do vrus Ebola. A infeco acomete gorilas, chimpanzs, antlopes, porcos, roedores, outros mamferos e os seres humanos. H cinco espcies do vrus Ebola, que diferem em sua virulncia, denominadas Bundibugyo, Tai Forest (anteriormente denominado Costa do Marfim), Sudo, Zaire e Reston, nomes dados a partir de seus locais de origem. Apenas o vrus Ebola Reston no est relacionado doena em humanos, embora haja evidncia de infeco assintomtica, estando associado doena em primatas no humanos. No h transmisso durante o perodo de incubao, que s ocorre aps o aparecimento dos sintomas e se d por meio do contato direto da pele no integra ou membranas mucosas com sangue, tecidos ou fluidos corporais de indivduos infectados (incluindo cadveres) ou animais silvestres infectados (sangue, secrees, tecidos ou carcaas). A transmisso ocorre tambm atravs do contato com superfcies e materiais contaminados com esses fluidos (agulhas, peas de vestirio, lenis). Durante surtos as pessoas com maior risco de infeco so os familiares, profissionais de sade e aqueles em contato prximo com pessoas doentes ou falecidas, incluindo os profissionais envolvidos nos enterros. No h evidncia de transmisso area, a no ser durante procedimentos que gerem aerossol. O quadro clnico consiste em febre, fraqueza, mialgias, cefaleia, dor de garganta, vmitos, diarreia. Frequentemente evolui com erupo cutnea, disfunes heptica e renal, e hemorragias em vrios stios. No Brasil e nos pases onde no ocorre a doena, a histria de viagem a pases onde ocorre a transmisso de fundamental importncia. O diagnstico deve ser feito a partir do isolamento viral em soro ou vsceras, atravs de deteco de antgenos, PCR e anticorpos, em laboratrio de referncia (Instituto Evandro Chagas de Belm, Par). No h vacina disponvel, nem tratamento especfico com eficcia comprovada por estudos clnicos.
Resumo:
O Zika Vrus conhecido desde a dcada de 40, mas surge atualmente como novidade a partir dos primeiros surtos fora dos Continentes Africano e Asitico. A propagao do Zika Vrus se torna um grande problema de sade pblica no Brasil com a possvel relao entre a contaminao de gestantes e o aumento do nmero de casos de recm-nascidos com microcefalia. Esta videoaula teve como objetivo abordar o contexto atual da epidemia do Zika Vrus e as abordagens na gestante infectada.
Resumo:
A Organizao Mundial de Sade reconhece a coincidncia espao-temporal entre surtos de Zika e a incidncia de algumas sndromes neurolgicas, mas diante da escassez de dados, ainda no estabelece um vnculo direto entre as doenas. No Brasil, a relao entre essas sndromes neurolgicas e o Zika Vrus foi percebida em estados da regio Nordeste que apresentaram aumento atpico dessas sndromes. O objetivo desta videoaula foi o de abordar as possveis relaes entre o Zika Vrus e algumas sndromes neurolgicas do adulto.
Resumo:
O texto refere-se a segunda opinio formativa sobre o diagnstico de dengue, seus sintomas e mtodo de escolha para o diagnstico.
Resumo:
O texto refere-se ao processo de deciso de interrupo do uso de anticoagulantes e antiagregantes plaquetrios no contexto da dengue, considerando a avaliao do risco-benefcio para as diferentes situaes clnicas.
Resumo:
Segunda Opinio Formativa (SOF), resposta sistematizada, construda com base em reviso bibliogrfica, oriunda de dvidas relevantes do servio de teleconsultoria. O texto refere-se causa do bloqueio de ramo direito (BRD) e lista os trs critrios do padro eletrocardiogrfico que o mesmo resulta.
Resumo:
Segunda Opinio Formativa (SOF), resposta sistematizada, construda com base em reviso bibliogrfica, oriunda de dvidas relevantes do servio de teleconsultoria. O texto refere-se aos principais fatores para indicao do implante de marcapasso cardaco definitivo e lista as principais indicaes, a partir daquelas com melhor definio (classe I) para aquelas onde existe alguma controvrsia (classe IIa/ maior tendncia ao benefcio, ou classe IIb/ maior tendncia ineficcia).
Resumo:
A confirmao da febre do Chicungunya (CHKV) feita atravs do diagnstico laboratorial utilizando-se um dos trs testes a seguir, a depender da data do incio dos sintomas: 1- Isolamento viral, 2- Reao em cadeia de polimerase em tempo real (RT-PCR), 3- Sorologias IgM e IgG. Para o isolamento viral a amostra de sangue deve ser coletada de preferncia nos 3 primeiros dias do incio dos sintomas e do 1º ao 8º dias para o PCR. Para a pesquisa de anticorpos IgM coletar amostras preferencialmente a partir do 4º dia de incio de sintomas (at aproximadamente 2 meses, embora IgM possa persistir por maior tempo). Para pesquisa de anticorpos IgG ou ensaio de anticorpo neutralizante mostrando ttulos crescentes, devem ser coletadas duas amostras, separadas por intervalo de 14 dias, sendo a primeira amostra coletada aps o 70 dia do incio dos sintomas. Alm do sangue outras amostras podem ser utilizadas como o liquido crebro-espinhal, lquido sinovial, ou ainda bipsias de tecidos ou rgos. No existe at o momento antiviral especfico para o CHKV, sendo o tratamento inteiramente sintomtico ou de suporte. Para o tratamento da fase aguda, que dura em mdia 7 dias, recomenda-se manter o paciente em repouso e aplicar compressas frias nas articulaes acometidas. Prescrever dipirona ou paracetamol para controle da febre e dor, ou codena para os casos refratrios. Ingesto de lquidos (oral ou endovenoso, de acordo com a gravidade do quadro) para reposio de perdas por sudorese, vmitos e outras perdas deve ser instituda. Os anti-inflamatrios no esteroides (ibuprofeno, naproxeno, cido acetilsaliclico) no devem ser utilizados na fase aguda. Ressalte-se que o cido acetilsaliclico tambm contraindicado nessa fase da doena pelo risco de Sndrome de Reye e de sangramento. Os esteroides esto contraindicados na fase aguda, pelo risco do efeito rebote. Pode-se indicar fisioterapia com exerccios leves para os pacientes em recuperao. J nas fases subaguda (com durao mdia de 3 meses) ou crnica (durao maior que 3 meses), indica-se anti-inflamatrio no hormonal para alvio do componente artrtico. Uso de analgsicos mais potentes como morfina ou uso de corticosteroides podem ser necessrios para pacientes com dor intensa que no obtiveram alvio com os anti-inflamatrios no hormonais. Na presena de fatores de risco (gestantes, crianas < 2 anos, idosos, pacientes com comorbidades) est indicado controle clnico dirio at desaparecimento da febre. Diante de sinais de gravidade, recomenda-se manejo em leito de internao. A Febre do CHKV doena de notificao compulsria imediata, devendo ser notificada imediatamente (menos de 24h) por telefone para Gerencia de Epidemiologia GEREPI ou Centro de Informaes Estratgicas em Vigilncia em Sade (CIEVS).
Resumo:
As palpitaes constituem uma queixa comum na prtica clnica, mas so tambm um sintoma muito inespecfico: pacientes podem perceber pequenas modificaes nos batimentos cardacos (na frequncia ou fora de contrao deles), sem que isso se correlacione a arritmias cardacas importantes; por outro lado, arritmias cardacas so muitas vezes assintomticas. As palpitaes so, portanto, um indicador pouco preciso dos distrbios do ritmo. Algumas variveis ajudam na definio do significado clnico desse sintoma, e so de fcil obteno durante uma anamnese e exame clnico cuidadosos. 1) Probabilidade de doena cardaca subjacente: Pacientes idosos e/ou com mltiplos fatores de risco cardiovascular esto mais sujeitos a arritmias; ao contrrio, jovens hgidos que se queixam de palpitaes dificilmente tero doena cardaca ou arritmia importante que justifiquem o sintoma; 2) Descrio das palpitaes: Na maioria das vezes a palpitao percebida como uma “falha”, “arranco” ou um batimento mais vigoroso, e isso se deve presena de extrassstoles isoladas, um achado benigno. Se o relato for de palpitaes taquicrdicas com incio e trmino sbitos, onde o paciente consegue definir aproximadamente a durao do sintoma, apropriado pensar nas taquiarritmias por reentrada e a investigao cardiolgica est bem indicada. 3) Sintomas associados: Palpitaes associadas angina, hipotenso, lipotmia ou sncope precisam ser esclarecidas; 4) Exame do aparelho cardiovascular: No exame fsico, avaliar se h indcios de cardiopatia subjacente: desvio do impulso cardaco apical, bulhas acessrias, sopros cardacos, tudo isso sugere a presena de doena cardaca estrutural e aumenta a probabilidade de que as palpitaes estejam relacionadas taquiarritmias significativas; 5) ECG basal: Avaliar se h indcios de cardiopatia estrutural como: sobrecargas de cmaras, bloqueios de ramo, sndrome de pr-excitao, aumento do intervalo QT ou reas de infarto prvio. Muitas vezes as palpitaes so causadas por transtorno de ansiedade, ataques de pnico, uso de lcool e/ou nicotina. A conduta mdica deve ser direcionada para tais questes, e no para uma pesquisa de doena cardaca. Na grande maioria dos pacientes as palpitaes tm uma causa benigna, e uma investigao cardiolgica no se justifica. A abordagem desse sintoma deve seguir os preceitos da preveno quaternria, definida como a deteco de indivduos em risco de tratamento excessivo para proteg-los do sobrediagnstico e de intervenes mdicas inapropriadas.
Resumo:
Em 1930, Louis Wolff, John Parkinson e Paul Dudley White publicaram uma srie de casos de pacientes com paroxismos de taquicardia cujo ECG basal mostrava um intervalo PR curto e um padro de bloqueio de ramo. A sndrome de Wolff-Parkinson-White (WPW) acontece quando existem vias acessrias que promovem uma pr-excitao ventricular: fibras anormais, congnitas, conectam o trio ou a juno AV ao ventrculo, fora do sistema His-Purkinje. O impulso eltrico ser transmitido sem o retardo do NAV, e haver um by-pass com ativao eltrica prematura do ventrculo. A pr-excitao ventricular determina trs principais alteraes no ECG: 1. Intervalo PR curto, menor do que 120 ms nos adultos ou 90 ms nas crianas; 2. QRS alargado (durao maior do que 120 ms), com um empastamento em sua poro inicial (onda delta) e poro final normal; tal padro acontece por uma fuso entre a ativao inicial causada pela pr-excitao (com conduo intraventricular lenta fibra a fibra) e a ativao final, pelo sistema especializado His-Purkinje. 3. Alteraes secundrias do ST-T, geralmente opostas polaridade da onda delta. Padro de WPW vs. Sndrome de WPW: importante diferenciar o padro eletrocardiogrfico de pr-excitao que acontece em indivduos assintomticos do diagnstico da sndrome de WPW: a sndrome s existe quando, alm do padro descrito, h taquiarritmias sintomticas. O padro de WPW raro, e a sndrome mais rara ainda, com uma prevalncia em torno de 1,5/100. Embora o prognstico seja usualmente excelente, a morte sbita pode acontecer em cerca de 0,1% dos pacientes, e geralmente est associada a fibrilao atrial com resposta ventricular muito rpida, que se degenera em taquicardia ventricular. Pacientes com padro de pr-excitao ao ECG e aqueles com a sndrome de WPW devem ser referendados ao cardiologista. A indicao de Holter, teste ergomtrico e, sobretudo do estudo eletrofisiolgico (diagnstico e para ablao das vias acessrias) ser definida conforme as diretrizes e a avaliao cuidadosa do paciente em questo.
Resumo:
H dcadas o ECG de esforo vem sendo o principal instrumento no diagnstico da doena cardaca isqumica estvel e sua indicao mais frequente no esclarecimento da dor torcica. Alm de diagnstico, o teste ergomtrico fornece informaes prognsticas e sobre a capacidade funcional do paciente, as quais norteiam a necessidade de novos exames e o tratamento da doena. Entretanto, o teste NO deve ser utilizado no rastreamento da doena isqumica em indivduos assintomticos, porque nesse contexto o exame tem baixa acuidade diagnstica: um resultado “positivo” ser, mais frequentemente, um falso positivo, gerando ansiedade, uma propedutica adicional desnecessria e tratamentos incorretos, com custos e riscos indesejados. O mdico deve estar atento ao conceito de preveno quaternria, definida como a deteco de indivduos em risco de tratamento excessivo para proteg-los de intervenes mdicas inapropriadas. O teste ergomtrico tem maior valor diagnstico quando a probabilidade pr-teste de doena isqumica for moderada. O mdico deve estimar essa probabilidade antes de solicitar o exame, e esta estimativa simples pode ser feita atravs das seguintes variveis clnicas: sexo / idade do paciente e caractersticas da dor torcica. A melhor indicao acontece nos pacientes com probabilidade intermediria, geralmente aqueles acima dos 40 anos, com dor torcica tpica ou atpica, que tenham um ECG basal interpretvel e um bom nvel de atividade fsica. As principais contraindicaes para o teste de esforo so: insuficincia cardaca em classe funcional III ou IV (NYHA), pericardites ou miocardites agudas, estenose artica grave sintomtica, doenas febris e a hipertenso no controlada (com nveis superiores a 200/100 mmHg). Alguns pacientes com dor torcica apresentam limitaes para a realizao de esforo fsico, ou um ECG no interpretvel, e nesses casos um mtodo de imagem (cintilografia ou ecocardiograma) associado ao estresse farmacolgico podem substituir o teste ergomtrico no diagnstico da doena isqumica. O esforo fsico , entretanto, o melhor mtodo provocativo para isquemia, e deve ser preferido, sempre que possvel.
Resumo:
A dor torcica um sintoma frequente, tanto no contexto ambulatorial como nos servios de urgncia. encontrada nas condies mais diversas, cardacas e no-cardacas, de prognstico e tratamento muito diferentes. Embora a etiologia isqumica no seja a mais prevalente, perdendo para as dores osteomusculares, a doena do refluxo e a dor psicognica, a preocupao em torno dessa possibilidade se impe: a cardiopatia isqumica tem maior gravidade e demanda propedutica e tratamento especficos. Entretanto, submeter pacientes com dor torcica e baixa probabilidade de doena coronariana (jovens e/ou sem fatores de risco) a exames complementares para avaliar tal doena produz erros diagnsticos, ansiedade e tratamentos suprfluos, com custos e riscos inaceitveis. Em 2003, a Organizao Mundial de Colgios Nacionais, Academias e Associaes Acadmicas de Mdicos gerais/Mdicos de Famlia (WONCA) props o conceito de preveno quaternria, definida como a deteco de indivduos em risco de tratamento excessivo para proteg-los de intervenes mdicas inapropriadas. A solicitao de exames complementares no esclarecimento da dor torcica em pacientes de baixo risco cardiovascular freqente (existem ferramentas para estimativa do risco de eventos cardacos, como o escore de Framingham), e desrespeita os princpios da preveno quaternria, que devem ser aplicados pelos mdicos da ateno primria, generalistas e cardiologistas. A anamnese o mtodo fundamental para classificar adequadamente a dor torcica e estabelecer a melhor conduta. Uma histria clnica completa sobre a dor deve incluir a sua localizao, carter, irradiao, durao, fatores precipitantes e de alvio, alm dos fatores de risco para aterosclerose. Sem a soma de todos esses dados a formulao de uma hiptese diagnstica no ser possvel, e a interpretao de exames complementares como o teste ergomtrico ficar prejudicada, pois a acurcia diagnstica de um exame depende de sua correta indicao.
Resumo:
A cardiomiopatia hipertrfica (CMH) caracterizada por significativa hipertrofia do ventrculo esquerdo (VE), sem uma causa bvia como hipertenso arterial ou estenosa artica. A doena acontece na proporo de 1:500 na populao geral e tem carter gentico, com herana autossmica dominante. Muitos pacientes so assintomticos, mas outros apresentam sintomas de insuficincia cardaca diastlica, dor anginosa, sncope e morte sbita. Os achados caractersticos da CMH s podem ser obtidos atravs de um ecocardiograma realizado por um profissional com experincia com a doena, e so: 1. A hipertrofia assimtrica, que afeta o septo interventricular de maneira desproporcional s outras regies do VE; 2. Uma obstruo dinmica na via de sada do VE (gerando um gradiente sistlico). A avaliao inicial do paciente deve incluir um exame clnico detalhado, o ECG de 12 derivaes e o ecocardiograma. Como muitos portadores de CMH so assintomticos, o mdico da ateno primria sade deve suspeitar do diagnstico diante de um paciente com histrico familiar de morte sbita precoce, achado de sopro cardaco como descrito acima, ou um ECG (realizado como rotina ou com outra finalidade) com sinais de sobrecarga ventricular esquerda, na ausncia de hipertenso arterial sistmica. O ecocardiograma deve ser solicitado nesses casos, e importante que a hiptese de CMH conste do pedido mdico, para que o exame seja feito com os devido detalhamento.
Resumo:
A digoxina um agente que melhora a contratilidade do miocrdio (efeito inotrpico positivo), e mantm, mesmo nos dias atuais, um papel definido no tratamento de pacientes com insuficincia cardaca (IC) com reduo da frao de ejeo do ventrculo esquerdo (FEVE). Alguns estudos controlados demonstraram que a digoxina no capaz de reduzir a mortalidade da IC, mas promove uma melhora da qualidade de vida, contribuindo para o alvio dos sintomas e reduzindo as taxas de internao hospitalar. Tais benefcios acontecem mesmo nos pacientes em ritmo sinusal, ou seja, sem fibrilao atrial. A principal indicao da digoxina no paciente com IC que mantm sintomas a despeito do tratamento otimizado (indicao classe IIa, nvel de evidncia B). Tal tratamento otimizado inclui diurtico de ala em doses tituladas, medicamentos de ao neurohumoral (IECA e espironolactona) e um betabloqueador. Trata-se de um medicamento potencialmente txico, sobretudo se doses elevadas ou no corrigidas so prescritas para pacientes idosos e com insuficincia renal. Arritmias atriais ou ventriculares, bloqueio atrioventricular, nuseas, vmitos e distrbios visuais so as manifestaes mais comuns da intoxicao digitlica. Evitar doses altas do medicamento (lembrando que 0,125 mg a dose ideal para a maioria dos pacientes), manter os nveis de potssio e magnsio normais, e atentar para a associaes que aumentam os nveis sricos da digoxina (alguns antibiticos, amiodarona, propafenona, verapamil) so as melhores estratgias para o uso seguro da droga. Os nveis sricos precisam ser monitorados em pacientes mais propensos intoxicao, e nveis seguros esto entre 0,5 e 0,9 ng/ml. Com tais cuidados o tratamento ser seguro para a maioria dos pacientes.