1 resultado para isótopos estáveis
em Línguas
Resumo:
O objetivo deste artigo é refletir sobre algumas teorias da tradução. Em um primeiro momento, a tradução será abordada do ponto de vista da lingüística tradicional, com o intuito de problematizar algumas questões como as eternas dicotomias teoria-prática e sujeito-objeto, que contribuíram para criar o mito da impossibilidade da tradução. Embora sejam questionáveis, essas dicotomias foram importantes para a constituição e para o fortalecimento da ciência lingüística, fundada em base positiva elogocêntrica. Saussure, Bakhtin, Jakobson, Mounin, Ottoni e Arrojo são alguns dos autores que orientam nossa reflexão inicial. Em um segundo momento, a tradução será considerada a partir da perspectiva da Desconstrução, de Jacques Derrida, bem como das leituras de Ottoni, Bass, Lapassade e Arrojo sobre esse filósofo franco-argeliano. A Desconstrução concebe a tradução como um verdadeiro acontecimento, capaz de mobilizarum paradoxo chamado double bind. Ao mesmo tempo em que sinaliza a necessidade e a impossibilidade da tradução, o double bind também deflagra a multiplicidade de línguas envolvidas no processo tradutório e convoca o leitor/tradutor para uma tarefa ( Aufgabe) que deve ser enfrentada como um dom. A Desconstrução, entendida como acontecimento e double bind, exige que a língua, a linguagem e a tradução sejam concebidas fora daquelas dicotomias estáveis e tão familiares da lingüística tradicional. Quando o tradutor mobiliza as línguas envolvidas no processo tradutório, opera uma verdadeira transformação entre as línguas de partida e de chegada, pois interfere em ambas e produz significados. Portanto, a Desconstrução derruba o mito do significado estável e exige um novo olhar, voltado não só à relação entre as línguas, mas também à tradução, no plural.