2 resultados para estrutura da narrativa

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A proposta deste trabalho é fazer uma leitura da obra A Metamorfose (1912) de Franz Kafka, sob o enfoque das teorias de Lukács no que se refere à estrutura narrativa e discursiva do gênero romance, partindo de um enfoque sobre o sentido e o significado da forma. Para Lukács (1962), o método de composição, narrativo ou descritivo está ligado diretamente a uma opção política do escritor e remete para um momento histórico a exigir determinada forma. Nesta perspectiva, propomos uma análise da discursividade em A Metamorfose, a fim de verificar como o texto de Kafka confere a partir de sua forma dialógica uma interação reflexiva de certo momento histórico e o confronto entre as vozes sociais que ressoam da obra. Partiremos então, da teoria de Bakhtin (1988), enfocando a questão da dialogicidade interna presente em toda obra romanesca, que tem como premissa a estratificação interna da linguagem em seu segmento social e nas divergências de vozes individuais que o discurso romanesco encerra.

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A tentativa de narrar uma história que ainda se fazia, o período relativo à ditadura militar pós-64, foi o ponto de partida de vários romances publicados durante a década de 70 e nos anos imediatamente posteriores. A fragmentação marcante dessas narrativas aproximou-as da linguagem jornalística e do romance-reportagem, aspecto considerado por críticos da época como manifesto de certa impossibilidade de captar os acontecimentos em profundidade e como parte de uma estrutura alegórica incapaz de abordar a totalidade daquele momento histórico. Nesse contexto, Antonio Callado publica o romance Reflexos do Baile (1976), chamando atenção para a novidade de seus procedimentos formais em relação às obras anteriores do autor. Seguindo as narrativas de 70, o romance parte dos seqüestros promovidos pelos revolucionários durante a ditadura, para oferecer ao leitor uma narração fragmentada, marcada pela falta de diálogo entre as vozes que formam sua organização epistolar. Partimos do pressuposto que a especificidade de Reflexos do Baile desorganizou a tendência realista que, de acordo com a fortuna crítica sobre Callado, constituía sua obra, questionando um projeto de escrita o qual, segundo o próprio autor, buscava abarcar a História recente do Brasil. Desse modo, diferente dos críticos da época, acreditamos que a obra acaba por questionar a capacidade da narrativa captar coerentemente a vivência de uma época, assumindo em sua forma a precariedade do sujeito diante de uma experiência histórica traumática. A leitura de Reflexos do Baile, hoje, no momento em que o golpe militar de 1964 fez 40 anos, possibilita a abordagem de um episódio de nossa história cujo esclarecimento é constantemente adiado. Ao fazê-lo por meio de um texto que se opõe a uma leitura linear e coerente, vislumbramos aspectos possíveis apenas no âmbito da ficção, estabelecendo um vínculo com a história pautado sobretudo naquilo que foi silenciado pelos relatos oficiais.