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em Línguas


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O artigo analisa um debate na linguística brasileira ocorrido na década de 1980 entre os linguistas Rodolfo Ilari e Kanavillil Rajagopalan. Esse debate colocou em destaque limites e alcances de abordagens semânticas e pragmáticas para o estudo de fenômenos linguísticos, evidenciando, assim, momentos de ruptura teórica e metodológica na história da linguística no Brasil. A análise proposta será realizada por meio da observação de retóricas (tal como compreendidas nos estudos da Historiografia da Linguística) adotadas por linguistas em situações de confronto teórico e metodológico. Apresenta-se em perspectiva interpretativa de que modo se deu, em um momento da história da linguística brasileira, uma divergência teórico-metodológica nos domínios de estudos do significado e da significação. Essa divergência estabeleceu pontos de conflito em relação a objetos teóricos de análise, evidenciados por meio de retóricas dos linguistas que ressaltaram a oposição e a ruptura científica. Descontinuidades, enfim, no processo de implantação e desenvolvimento de teorias e métodos no âmbito da ciência da linguagem praticada na comunidade brasileira de pesquisa linguística.

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O objetivo principal deste artigo é verificar a possibilidade de haver ou não traços da arbitrariedade que levem, mesmo que remotamente, à iconicidade na língua brasileira de sinais, haja vista que iconicidade e arbitrariedade são dicotomias que atravessam, até hoje, discussões entre os linguistas. Nesse estudo, elas não são tomadas como fenômenos isolados e estanques, pois se definem uma em relação à outra. Para realizar este trabalho optou-se pela pesquisa bibliográfica de caráter exploratório, cuja proposta foi realizar uma investigação à luz da teoria semiótica greimasiana. Antes, porém se fez necessário discutir acerca da linguística de modo geral, focando na linguística da língua brasileira de sinais, uma língua de modalidade visuo-espacial. O corpus da pesquisa constituiu-se a partir da seleção de sinais pertencentes à categoria verbo não direcional. Esta categoria foi selecionada devido aos verbos pertinentes a ela serem isentos de marcas de concordância; verbos sem concordância não deixam a iconicidade transparente. Neste recorte, apresentam-se algumas reflexões acerca das análises fundamentadas no modelo do quadrado semiótico greimasiano, de sentido iconicidade => não-iconicidade => arbitrariedade e arbitrariedade => não-arbitrariedade => iconicidade. Estes percursos nortearam a investigação. As análises reafirmam a dicotomia existente entre a arbitrariedade e a iconicidade. Os resultados acerca da arbitrariedade possui algum aspecto que remeta à iconicidade evidenciaram que os sinais analisados têm os parâmetros ponto de articulação (PA) e expressões não manuais (ENMs), confirmando, assim, que os verbos não direcionais se correlacionam com a iconicidade.     

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O processo de referenciação nas línguas depende de uma série de fatores cognitivos, linguísticos e discursivos, sendo fundamental para a condução da progressão textual, para a constituição dos sentidos e para os propósitos comunicativos dos interlocutores. Em se tratando dos elementos referenciais em uma língua oroauditiva e em uma visuoespacial, podemos inferir que há complexidades e singularidades que denotam diferenças relevantes quanto à operação linguística em questão. Nesse sentindo, buscamos responder, nesse artigo, a seguinte indagação: (i) Como a anáfora que se realiza na Língua Portuguesa ocorre na Língua Brasileira de Sinais (Libras), considerando-se a diferença de modalidade entre as duas línguas? Assim sendo, o objetivo geral desse trabalho é refletir sobre os processos referenciais realizados por sujeitos surdos na Libras diante das ocorrências de anáforas diretas em recortes textuais da Língua Portuguesa, em um viés tradutório. Para a realização da pesquisa, selecionamos recortes textuais escritos em Língua Portuguesa compostos por anáforas diretas, os quais foram submetidos ao sujeito surdo para a tradução em Libras, possibilitando em seguida realizar a análise dos processos referenciais na Libras. Com a análise do Corpus Paralelo Português-Libras foi possível perceber como a anáfora que sai da Língua Portuguesa pode chegar na Libras, considerando as estratégias de construção de cadeias referenciais específicas da modalidade visuoespacial. É indispensável destacar a simultânea relação entre a anáfora e a dêixis presente nas glosas-Libras analisadas, contribuindo para a construção dos sentidos na Libras, e representando dinamicidade e a fluidez entre os processos referenciais.

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Este capítulo apresenta um relato que perpassa pela experiência do ensino-aprendizado da disciplina de Ciências com alunos do 6° ao 9° ano do ensino fundamental da escola bilíngue de surdos AAVIDA (Assistência Audio-Visual para Deficientes auditivos) na cidade de Divinópolis/ Minas Gerais. Para a sua constituição foi considerado o ensino da disciplina de ciências sob o olhar da cultura surda. O objetivo é apresentar um estudo das implicações que a cultura e identidade surda trazem para o contexto de ensino – aprendizagem da disciplina de ciências, visto que o atendimento educacional se torna efetivo a partir do conhecimento do sujeito e suas especificidades. Propõe-se ainda a apresentar artefatos que contribuirão para elaboração de um processo de ensino-aprendizado amoldado na cultura surda produzindo significados que dão sentido às ações pedagógicas.