3 resultados para Relação Escola-Família-Comunidade
em Línguas
Resumo:
O objetivo deste artigo é considerar algumas perspectivas teóricas que analisam a educação enquanto espaço de produção, reprodução e transformação do conhecimento e das práticas educacionais no ensino público brasileiro. Os problemas sociais e sociológicos da educação podem ser melhor compreendidos se recuperarmos os propostas teóricas de Marx, Durkheim e Bourdieu. Se estes autores problematizam a educação como uma instituição de reprodução autoritária das normas, valores e práticas sociais da cultura dominante, no entanto, abrindo o debate descobre-se a possibilidade de transformações nos sistemas de ensino. Embora defina a educação pública como uma estrutura complexa que engloba desde os atores da escola, a comunidade e as instâncias governamentais, numa intricada trama que tende à homogeneização em um sistema de currículo único nacional, pode-se pensar também a escola em sua especificidade, enquanto espaço sócio-cultural singular onde transitam atores desejantes, interesses coletivos e particulares que podem superar o modelo de educação centralizadora do Estado. Ao considerar o sentido polissêmico da educação, sua face reprodutora e sua face transformadora salientam as contradições que abrem espaço para a inovação e superação da repetitividade dos modelos pedagógicos generalizantes. Assim olhar a escola como espaço sócio-cultural peculiar é pensar, dialeticamente, nas relações educacionais que ocorrem no interior das escolas, da comunidade onde ela esta inserida e sua relação mais ampla com a sociedade e os projetos didático-pedagógicos encaminhados pelas políticas públicas governamentais. Afirma-se que novas formas de sociabilidade educacional requerem novas práticas de intervenção e participação, pela comunidade escolar e pela sociedade civil nas políticas públicas, mas que podem ser teorizadas a partir dessas três perspectivas teóricas clássicas e caras ao pensamento sociológico.
Resumo:
Neste artigo, objetivamos analisar a (im)polidez das falas dos estudantes sobre o gênero feminino durante uma das aulas de Espanhol como língua estrangeira no 3º ano do Ensino Médio de uma escola pública de Fortaleza-CE. O referencial teórico abrangeu as categorias de análise (im)polidez linguística e gênero feminino por meio dos seguintes autores: Marcuschi (1991); Kerbrat-Orecchione (2006); Goffman (1969); Bown e Levinson (1987); Butler (2003); Barros (2014); Louro (2014); Caldas-Coulthard e van Leeuwen (2004). Em seguida, selecionamos dois momentos de interação oral dos estudantes sobre o gênero feminino por intermédio de um texto do livro didático Síntesis (MARTIN, 2010) e do site Mujer Palabra e analisamos a (im)polidez nas falas dos estudantes, em que percebemos alguns indícios de preconceito contra a mulher.
Resumo:
RESUMO: A educação de surdos hoje no Brasil vive um período de transição, de conflitos e contradições: por um lado o discurso da diferença cada vez mais presente na fala de educadores e em parte da legislação educacional em vigor; por outro lado a “diferença” surda continua sendo representada nas práticas escolares em geral sob a ótica da normalização que insiste em invisibilizar as especificidades linguísticas e culturais dessa minoria, apesar dos avanços alcançados pelo decreto 5626. Com esse cenário em mente objetivamos refletir sobre as pressões normativas guiadas por ideologias monolíngues (BLACKLEDGE, 2000) que tentam formatar um suposto uso ideal de português e de Libras. O capítulo está dividido em três partes: primeiro, apresentamos algumas considerações no âmbito da legislação acerca do estatuto de Libras no Brasil. Em seguida, tematizamos o processo de (in)visibilização das línguas de sinais com vistas a mostrar que a (re)construção do conceito de língua como algo fixo, também, em relação às línguas de sinais, pode ser usado para sedimentar desigualdades em relação ao surdo na escola. Por fim, refletimos, a partir de alguns dados de pesquisa, sobre as tensões existentes entre as línguas nos contextos bi-multilíngues que caracterizam a escolarização de surdos e as ideologias linguísticas que geram efeitos de hierarquização sobre os usos de Libras e de Português.