2 resultados para Miranda, Ronaldo 1948

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O artigo descreve a ascensão meteórica de Carmen Miranda como artista de sucesso nos EUA no final da década de 30 e na década 40, analisando não só as condições em que essa jornada para o estrelato se deu, mas seu impacto na construção de Miranda como um ícone brasileiro nos Estados Unidos. A partir das teorias de Francesco Alberoni (1962) e Richard Dyer (1998) sobre estrelato, Carmen Miranda é analisada como um texto em aberto, um fato social, e é estudada sob os aspectos de sua significação ideológica num período histórico que promoveu a conhecida “Política da Boa Vizinhança”, na qual interessava aos EUA consumir a América Latina e sua cultura. Por meio da análise de diversos jornais de grande circulação nos EUA, percebe-se que a artista imigrante se integra ao modelo americano pós-colonial de consumo cultural latino-americano nas suas inúmeras apresentações artísticas no palco e fora dele, ditando moda e sendo referência de estilo. Mas é também por este modelo consumida, perdendo sua expressão nacional brasileira e vindo a ser entendida como uma figura híbrida e pan-étnica que anos mais tarde seria chamada de “Latina”.

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O artigo faz uma análise do conto “Mentira de amor”, do escritor Ronaldo Correia de Brito, publicado no livro Faca (2003). Baseando-se na concepção de Piglia (2004) de que todo conto engendra duas histórias, o estudo visa mostrar como ambas se imbricam e como diferentes elementos são manejados para construir a história cifrada que tem como protagonista a personagem Delmira. Narra-se a história de uma mãe desolada pela morte da filha que, pela manipulação do marido, torna-se prisioneira domiciliar, juntamente com suas outras três filhas. A protagonista parece buscar mais do que o retorno da filha, busca o resgate de sua criança interior, símbolo da consciência de sua própria individualidade. Com a chegada do circo na cidade, a personagem passa a rememorar experiências infantis e ao revivê-las, toma coragem para mudar sua vida. Tem-se, aí, a história cifrada de que nos fala Piglia: delineando o processo construtivo do conto à luz de concepções cunhadas por Carl Jung e pela Psicologia Analítica, temos o arquétipo da criança interior que simbolicamente é apresentado pela figura da filha morta. A narrativa se constrói por um tempo de espera, típico do universo infantil, acentuado pela ansiedade por momentos de prazer. Por meio de uma narrativa breve, que acentua a dicotomia entre liberdade e prisão, público e privado, passado e presente, e de um tempo que se repete em uma rotina infindável, a angústia dessa mulher em retomar o controle da sua vida passa pela imaginação para então desenhar-se como promessa de morte e libertação.