2 resultados para Método de ensino
em Línguas
Resumo:
Com a regulamentação da Libras no Brasil, tornou-se fundamental a formação de professores para ensinar essa língua a surdos e ouvintes e, consequentemente, propiciar uma melhor integração entre surdos e também entre estes e os ouvintes. Para os surdos, em particular, a aprendizagem da Libras muitas vezes acontece apenas no contexto escolar, pois nem sempre os pais são usuários dessa língua. Considerando o exposto, o presente trabalho teve o objetivo investigar de que forma ocorre a formação do professor de Libras e as representações sobre sua formação. Na fundamentação teórica que ancorou a análise, foram utilizados centralmente o conceito de linguagem como essencialmente dialógica (BAHKTIN, 1990) e o conceito de representação conforme propõem Celani e Magalhães (2002, p. 321), no sentido de uma “cadeia de significações, construídas nas constantes negociações entre os participantes da interação”. A geração dos dados seguiu uma abordagem qualitativa/interpretativista (LÜDKE; ANDRÉ, 2003; BORTONI-RICARDO, 2008; DENZIN; LINCOLN, 2006), estabelecendo-se o método da entrevista não estruturada, realizada com três professores de Libras surdos. Os resultados da análise evidenciaram, principalmente, a importância que os professores atribuem a sua própria formação especializada para atuarem como professores de Libras, além do posicionamento político em relação ao compromisso de ampliar o número de professores de Libras para ouvintes e para surdos, afim de que possam ser mediadores para a inserção dos surdos, por exemplo, na escola, nas empresas, faculdades, hospitais, etc. Dessa forma, poderão possibilitar a construção de espaços para que a diferença seja vista como constitutiva de todos nós.
Resumo:
Quintiliano (ca. 35-96 d.C.) em seu livro Institutio Oratoria consolidou a doutrina retórica greco-romana de forma sistemática e delineou um sistema de ensino que tinha a destreza na arte da persuasão como meta e coroamento. A retórica romana foi adaptada pela Patrística (séc. II-VIII d.C.) às necessidades da pregação e apologética cristãs, e seu ensino e aprendizagem propiciaram o aparecimento do método escolástico. Assim, é da retórica romana que se originaram as orientações para o discurso científico medieval, do qual a gramática especulativa, como scientia sermonicalis (conhecimento teórico sobre o discurso) faz uso privilegiado. O gênero das sumas, como a Suma de teologia de Tomás de Aquino (1224-1275) e as sumas de gramática, como a Gramática especulativa, de Tomás de Erfurt (ca. 1310), têm uma estrutura que deixa transparecer o gênero de debate oral conhecido como questão disputada, verdadeiro torneio de argumentação retórica fundamentado na silogística aristotélica. Este artigo tem como objetivo demonstrar como os trabalhos gramaticais dos modistas pertencem a uma tradição retórica comum de disputas e comentários que estava na base do universo do ensino e aprendizagem das universidades da Europa Medieval. Para uma contextualização da Retórica e da Filosofia Medieval, utilizaremos Ullmann (2000), Gilson (1996), De Libera (1990), Tringali (1988), a Retórica de Aristóteles e a Suma de teologia de Tomás de Aquino. Nossas discussões historiográficas são orientadas pelas ideias e modelos de Covington (1984) e Koerner (1989). RESUMO: Quintiliano (ca. 35-96 d.C.) em seu livro Institutio Oratoria consolidou a doutrina retórica greco-romana de forma sistemática e delineou um sistema de ensino que tinha a destreza na arte da persuasão como meta e coroamento. A retórica romana foi adaptada pela Patrística (séc. II-VIII d.C.) às necessidades da pregação e apologética cristãs, e seu ensino e aprendizagem propiciaram o aparecimento do método escolástico. Assim, é da retórica romana que se originaram as orientações para o discurso científico medieval, do qual a gramática especulativa, como scientia sermonicalis (conhecimento teórico sobre o discurso) faz uso privilegiado. O gênero das sumas, como a Suma de teologia de Tomás de Aquino (1224-1275) e as sumas de gramática, como a Gramática especulativa, de Tomás de Erfurt (ca. 1310), têm uma estrutura que deixa transparecer o gênero de debate oral conhecido como questão disputada, verdadeiro torneio de argumentação retórica fundamentado na silogística aristotélica. Este artigo tem como objetivo demonstrar como os trabalhos gramaticais dos modistas pertencem a uma tradição retórica comum de disputas e comentários que estava na base do universo do ensino e aprendizagem das universidades da Europa Medieval. Para uma contextualização da Retórica e da Filosofia Medieval, utilizaremos Ullmann (2000), Gilson (1996), De Libera (1990), Tringali (1988), a Retórica de Aristóteles e a Suma de teologia de Tomás de Aquino. Nossas discussões historiográficas são orientadas pelas ideias e modelos de Covington (1984) e Koerner (1989).