2 resultados para Literatura sin casa
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Resumo:
O presente trabalho apresenta uma proposta de aproximação pedagógica e intercultural, a partir da concepção bakhtiniana de linguagem, do romance de formação da literatura alemã Jakob von Gunten, de Robert Walser, mediada, com finalidades didáticas, pela leitura anterior do romance de formação brasileiro O Ateneu, de Raul Pompéia. A relação entre literatura e educação será duplamente contemplada: a) pela representação literária dos institutos de ensino nos dois romances acima citados e b) pela nossa aproximação didática - via obra literária do universo ficcional brasileiro - para os estudantes universitários brasileiros de literatura alemã. O pano de fundo que sustenta a proposta é a reflexão teórica bakhtiniana sobre (I) a exotopia - “o estar do lado de fora”, o não coincidir com o outro, conceito bakhtiniano fundamental, neste trabalho, para a reflexão que envolve a alteridade intercultural, e na aproximação pedagógica intercultural, (II) os gêneros discursivos. Destacando, a partir da visão bakhtiniana de gêneros discursivos, para este trabalho, a estrutura composicional e as unidades temáticas. A saída dos meninos de casa, por exemplo, é uma marca constitutiva da estrutura composicional dos romances de formação. Um outro aspecto da estrutura composicional presente nos dois romances - e bastante recorrente nos romances do gênero Bildungsroman da virada do século - é a construção do narrador em primeira pessoa. No mesmo sentido de orientação, podemos apontar, dentre as unidades temáticas abordadas na análise, a visão patriarcalista e personalista. O estudo constata a viabilidade da aproximação didática na construção de sentido do texto literário alemão através da análise da estrutura composicional e das unidades temáticas presentes nos dois romances.
Resumo:
O estudo parte da análise do diálogo estabelecido entre os discursos dos autores Bartolomeu Campos de Queirós e Lygia Bojunga com Monteiro Lobato em suas obras. Para essa análise tomamos como corpus as obras Vermelho amargo (2011) e Por parte de pai (1995), do Bartolomeu; e da Lygia, O abraço (2010) e Sapato de salto (2006) e, com exemplos dessas narrativas, pretendemos mostrar as intertextualidades nas obras de Lygia e Bartolomeu, com destaque para o talento deles em singularizar suas obras. Esses autores se destacam no cenário da literatura infantojuvenil brasileira e possuem grandiosa habilidade em equilibrar a realidade e o imaginário, em suas obras, ou seja, narram ficções que proporcionam às crianças um espaço com situações e fatos do cotidiano, mas com liberdade de imaginação. Observa-se nesses autores a afirmação do discurso de Lobato de preocupação com a educação das crianças, mas sem prezar pelos saberes “inteiros” e “derradeiros” e por uma representação utópica da vida.