20 resultados para Literatura, Brasil

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Este trabalho apresenta reflexões sobre o pensamento dialético deAntônio Candido e suas contribuições à Literatura Comparada no Brasil. Oestudo caracteriza-se como pesquisa analítica e toma como referência fundamentala obra Formação da Literatura Brasileira: momentos decisivos paradiscutir concepções inerentes à literatura e ao posicionamento crítico doensaísta brasileiro. A obra de Candido é abordada procurando-se compreendero raciocínio apresentado pelo autor em sua tese sobre a constituição daliteratura brasileira, a fim de discutir como o texto do autor relaciona-se aosestudos de literatura baseados em uma concepção comparatista. A obra deCandido, além de constituir avanços significativos na história da crítica literáriano Brasil, colabora na reavaliação de conceitos imanentes aos estudosde literatura, propondo abordagens teóricas próprias e voltadas para a produçãolocal. A investigação salienta que, muito além de referir-se a um métodode estudo do texto literário, a posição de Candido alude a uma perspectivadinâmica de crítica, a da observação à relação entre a obra e o seucondicionamento social, avaliando-se os vínculos entre este e aquela para sechegar a uma interpretação do texto literário, a qual não é mais pautadaexclusivamente na análise da estrutura interna da obra. Candido, ao proporum método de investigação literária, reflete sobre a relação da literaturabrasileira com a européia e introduzir a disciplina literatura comparada naUniversidade de São Paulo, em 1961, já exprime seu interesse e respeito pelosestudos comparatistas, e, além disso, assinala um momento decisivo no campodas pesquisas literárias comparatistas brasileiras.

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Enfocando a época da ditadura militar no Brasil, o texto analisa alguns contos de Rubem Fonseca, publicados durante o período, bem como o movimento do Cinema Novo e a Estética da Fome, de Glauber Rocha, que revolucionaram o próprio modo de se fazer cinema no Brasil. Centrando a atenção na proposta cinematográfica de Glauber Rocha, o texto faz ainda uma aproximação entre os recursos utilizados por ele em filmes como Deus e o Diabo na Terra do Sol, Terra em Transe e Idade da Terra, e o Teatro Épico, de Bertolt Brecht.

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RESUMO O artigo busca refletir sobre a intrincada relação entre literatura, fronteira(s) e margens como signos que acrescem renovados sentidos à leitura e à abordagem críticas de obras e de artefatos artístico-literários que emergem de/em contextos fronteiriços. Ressalta, dentre outros aspectos, o crescente interesse por experiências literárias e textualidades contemporâneas várias, cuja marca se traduz no atravessamento e na superação das fronteiras que tornavam em outros tempos, mais ou menos, identificáveis os diferentes campos da atuação artística, seus meios de produção e as ferramentas de abordagem teórico-críticas. Destaca, ainda, a flagrante eclosão de hermenêuticas fronteiriças, que atuam não só no sentido de ampliar as possibilidades de leitura e abordagem críticas, mas, também, de reacender as discussões e o interesse sobre as fronteiras e os limites da literatura e do literário, de modo a abrigar um conjunto de novíssimas textualidades que desafiam, por assim dizer, as concepções normativas destas noções, tornando evidente o aspecto reducionista de que estão cercadas. O trabalho se volta para uma fronteira bem específica: a do Brasil com o Paraguai; para o portunhol selvagem, de Douglas Diegues, como uma experiência literária paradigmática, no contexto da literatura contemporânea, ao assumir como projeto estético-político a superação das fronteiras geográficas, linguísticas e as da própria literatura, além de lançar luzes sobre expressões literárias outras, também circunscritas a esse espaço fronteiriço, como é o caso de Selva trágica (1956), por exemplo. A reflexão se dará com base nas teorias pós-coloniais e na crítica decolonial.Palavras-chave: Literatura de fronteira; Poéticas selvagens; textualidades fronteiriças.

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RESUMO:  O artigo constitui um estudo do papel da publicidade como um espaço narrativo de autoficção propício à criação de novas possibilidades identitárias entre nós-brasileiros e o outro-estrangeiro, através de propagandas (comerciais), com base em textos de diferentes teóricos que tratam da questão da “escrita de si” na linha de pesquisa Literatura e Vida Cultural.  Algumas peças publicitárias constituem o material para analisar as imagens possíveis em jogo na relação outros-sujeitos-nós.

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RESUMO: Apesar da péssima distribuição de renda do Brasil e das diversasRESUMO:representações literárias sobre o tema, na crítica literária brasileira não hámuitos estudos marxistas, muito menos sobre a pobreza ou o pobre. Issonão impede que um dos mais importantes críticos literários do país, RobertoSchwarz, trabalhe com o materialismo e o conceito marxista de classe soci-al, estudando especialmente o pobre na literatura brasileira. O crítico, queteve como mestre Antônio Cândido e recorre a sua dialética a todo momen-to, trabalha com o conceito marxista de classe social desde seu primeiroensaio sobre Machado de Assis, Ao vencedor as batatas, publicado em1977. Em 1983, já num período de redemocratização política no Brasil,Schwarz organiza uma antologia titulada Os pobres na literatura brasileira,onde consta um ensaio seu sobre a personagem Dona Plácida como repre-sentação típica da pobreza social na literatura. Este ensaio será retomadoem Um mestre na periferia do capitalismo, de 1990, continuação do estudomachadiano. É neste estudo, em que há um capítulo especialmente dedica-do aos pobres, que Schwarz propõe que a viravolta machadiana da primei-ra para a segunda fase de seus romances é de ordem ideológica, mais doque técnica. Mais tarde, em 1997, o crítico ainda se envolve com a produ-ção do romance Cidade de Deus, onde os protagonistas são todos pobres eao qual o crítico saúda como um “acontecimento”. Sua obra, dessa forma,é uma clara evidência de que se pode, sim, estudar a relação entre literaturae sociedade a partir da prosa brasileira.

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No presente artigo apresento resultados iniciais da pesquisa A imagem da polícia na literatura brasileira, na qual identifico e examino as imagens desta instituição elaboradas por escritores brasileiros em três momentos da história: os primeiros anos da república brasileira (1889-1910), a Era Vargas (1935-1945) e os anos de chumbo da ditadura civil-militar brasileira chegando até a abertura política (1969-1985). As imagens que compõem a primeira fase da pesquisa foram extraídas de obras de Machadode Assis, Aluízio de Azevedo, Lima Barreto e Jõao do Rio e foram publicadas nos anos em que tanto havia uma reforma política no Brasil (a passagem do sistema monárquico para o republicano), quanto estava em curso uma tentativa de reforma da instituição policial, tendo em vista a inserção de aspectos ditos mais científicos de investigação e de punição. O levantamento e a análise dos textos permite aquilatar as críticas feitas pelos escritores da época ao literaturizarem uma instituição problemática porque era eivada de preconceitos, atrasos e resistente a inovações. Além disso, aspectos ainda hoje presentes na crítica à polícia, tais como a violência desproporcional e a corrupção, comparecem na literatura produzida no período e possibilitam uma compreensão mais ampla da realidade policial desde o ponto de vista da arte literária.

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RESUMO: Ao partir da instituição da disciplina Literatura Comparada na França, nas primeiras décadas do século XIX, buscamos refletir nesse texto sobre a prática comparatista sob suas primeiras diretrizes. Essas diretrizes estabeleciam como primordial os estudos sistemático que buscavam estabelecer as relações de fontes, influências e filiações que se revelassem presentes nas produções dos grandes literatos, assim como as discussões em torno dos conceitos de literatura individual, nacional e universal. A transposição dessa prática ao contexto peculiar da América Latina exigiu adequações e reestruturações nessas diretrizes já que nesse contexto histórico, político, social e cultural post-colonialista a instituição da disciplina e a prática que com ela se instala necessitaram de uma nova base teórica. Apontamos, assim, algumas das principais contribuições de estudiosos brasileiros às novas bases teóricas que orientam a Literatura Comparada na América Latina, especialmente no Brasil.

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This paper presents the book Manhã do Brasil by Luis Alberto Brandão and discuss the theoretical points of the literary space, the author and the metanarrative. The issue concerning metanarrative becomes outstanding, since the author uses the space wherethe narrator is to discuss formal aspects of self-reference, suspension of disbelief and iconical issues of national literature.

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O presente artigo pretende iniciar algumas discussões em Análise do Discurso e de Literatura a respeito da obra Viva o povo brasileiro( 1984) de João Ubaldo Ribeiro.Pontuaremos o título da obra e a releitura da História Oficial do Brasil, em cujos moldes, os fatos relativos ao negro foram encobertos. Portanto, o romance agencia os discursos ocultados pela historiografia com uma multiplicidade de vozes, que compõem a identidade nacional brasileira via o discurso oral dos negros da ilha de Itaparica – BA.

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Resumo: Partimos da ideia de que a semiótica greimasiana ajuda o leitor a entender o universo narrativo, neste artigo pretendemos fazer uma breve análise, visando a depreender o processo de valorização criativa, temática e figurativa na construção de narrativas literárias produzidas em zona fronteiriça por literatas de uma poética aqui nomenclaturada de literatura fronteiriça. Integram nesse estudo algumas propostas literárias que se desenvolvem tanto na fronteira brasileira, como na fronteira boliviana. A análise tem como base a semiótica francesa de Algirdas Julien Greimas. Focalizam-se, portanto as obras da fronteira, América Latina; Brasil-Bolívia, com um olhar sobre o ficcional fronteiriço como instrumento facilitador do entendimento desta literatura de fronteira e suas conexões significativas.    Palavras-chave: Semiótica francesa; Literatura de fronteira, Identidade; América Latina.

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A partir de breve retomada da história dos cursos de graduação em Letras no Brasil, este artigo tem por objetivo discutir as circunstâncias da consolidação dos estudos literários na universidade. Estão no centro dessa discussão as características de duas modalidades de crítica literária. A primeira delas, conhecida como impressionista, era publicada nos rodapés de jornais nas primeiras décadas do século passado. A segunda, conhecida como crítica “de cátedra” (Rocha, 2011), ganhou corpo após a criação dos cursos de Letras, quando docentes universitários, então chamados de “catedráticos”, passaram a publicar textos críticos com base emnovas teorias, quase sempre assimiladas ou adaptadas do pensamento irradiado por outros países, como o new criticism, de origem norte-americana, ou mais tarde o estruturalismo, de origem europeia.  Métodos e abordagens situavam-se em campos antagônicos, fato que se modificou mas não se extinguiu. Em diferentes configurações, embates entre posturas antagônicas – por exemplo, entre a que privilegia componentes artísticos e a que supervaloriza componentes ideológicos – persistem até o presente, refletindo-se na pesquisa e no ensino de literatura.

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O escritor questiona a possível inserção da literatura brasileira no conjunto da cultura da América Latina e, diante disso, faz um questionamento necessário: O que é América Latina? E, caso definido um conceito, qual a posição do Brasil no contexto desta América Latina? Somente depois seria possível tentar compreender o lugar da produção brasileira no âmbito da literatura latino-americana. O primeiro problema que se coloca, no entanto, é em que fundamentar a escolha. Tomando inicialmente o argumento linguístico, o autor analisa que a ideia de que a América Latina é a parte do continente americano unida pelas línguas originadas do latim deixa de fora uma porção considerável do território.

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Este texto apresenta uma resenha da obra FRONTEIRAS PLATINAS EM MATO GROSSO DO SUL (Brasil/Paraguai/Bolívia): biogeografias na arte, crítica biográfica fronteiriça, discurso indígena e literaturas de fronteira, escrita por Marcos Antônio Bessa-Oliveira, Edgar Cézar Nolasco, Vânia Maria Lescano Guerra e Zélia Ramona Nolasco dos S. Freire. O livro, publicado pela Editora Pontes de Campinas, é fruto de reflexões empreendidas ao longo dos anos por esses pesquisadores do estado de Mato Grosso do Sul (MS), de diferentes universidades, acerca da crítica do pensamento fronteiriço. A obra é constituída de quatro capítulos, além de um prefácio e uma apresentação, em um total de seis textos. A partir de diferentes lugares enunciativos, os autores fomentam a importância dos estudos que pensam os sujeitos marginalizados, no intuito de destacar as noções-chave que atravessam reflexões de intelectuais fronteiriços e se apoiam, sobretudo, nos estudos pós-coloniais, epistemologias outras que constituem o ponto de partida para os estudos no âmbito das artes, da literatura e da linguística.

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Este trabalho tem como objetivo principal apresentar e discutir uma proposta de Ensino de Literatura em Língua Inglesa, a partir da análise de um livro didático, elaborado em 2014 para um Curso de Letras-EaD, acrescida de comentários dos alunos postados na plataforma Moodle. O livro contempla os principais gêneros literários (poesia, conto, drama e romance) e exemplos de textos literários desses gêneros que têm sua circulação expandida para canções, adaptações/traduções, telenovelas e filmes. Além disso, há sugestões de atividades para o texto literário em sala de aula do Ensino Básico e questões para a reflexão crítica do professor de literatura de língua inglesa segundo a pedagogia dos multiletramentos. Embora não haja na grade curricular do ensino regular uma disciplina voltada para a literatura em língua inglesa, acreditamos que não podemos ignorar todo esse material na sala de aula de língua inglesa no contexto brasileiro, pois ele pode contribuir para o desenvolvimento crítico e criativo dos alunos. Esta discussão se justifica por possibilitar reflexões sobre o ensino de literatura via outros meios (além do livro escrito) em uma configuração de ensino superior que ainda está galgando degraus para transpor barreiras geográficas, políticas, culturais e sociais – como é o caso da Educação a Distância no Brasil. O aporte teórico deste estudo se fundamenta em teóricos dos multiletramentos (COPE, B; KALANTZIS, M., 2000), das multimodalidades (KRESS, 2000) e da educação a distância (MOORE, 2002).

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O presente trabalho analisa a figura do “excluído” no conto Famigerado pertencente à obra Primeiras Estórias de João Guimarães Rosa (1908-1967), e a partir da Teoria Crítica da Sociedade de Herbert Marcuse (1898-1979). Com base em uma revisão bibliográfica, observa-se que na filosofia de Herbert Marcuse os excluídos despontam como sujeitos capazes de mudar a realidade que estão inseridos. No conto Famigerado verifica-se que Damázio é um notório excluído da sociedade brasileira, excluído economicamente, excluído das cidades e um não-escolarizado que não tem acesso ao conhecimento produzido em linguagem oficial. Mas Guimarães Rosa não o retrata como um incapaz, mas sim um homem que tem o poder das armas, que luta para sobreviver e ter uma vida que considera digna. Marcuse define a literatura como uma das dimensões estéticas que estabelecem negação a realidade hodierna e pode falar a linguagem e experiência dos oprimidos e excluídos.