7 resultados para Heterocromatina constitutiva
em Línguas
Resumo:
RESUMO: Este trabalho tem como objetivo questionar a plausibilidade de se analisar o movimento de escrita da história da literatura da América Latina, a partir de textos de Pedro Ureña, Ángel Rama, Ana Pizarro e Zulma Palermo, como sintoma do processo de decolonização, conforme o conceito de sintoma proposto por Hans Ulrich Gumbrecht. Gumbrecht (1996) adota um conceito histórico de literatura, vista como parte constitutiva de uma história das mentalidades, sendo esta uma disciplina integradora de todas as ciências históricas setoriais, como é o caso da história da literatura. Essa visão estabelece que textos são objetivações da ação e do comportamento humano passados capazes de fornecer uma representação mimética destes, constituindo oportunidades específicas para o conhecimento das mentalidades; assim, os textos podem dar-se ao conhecimento dessas mentalidades como representação, signo ou sintoma. Os textos literários são tidos como situações de comunicação especiais, já que apresentam uma marca mais ou menos intencional. Mas, além disso, a literatura constitui um campo privilegiado para a representação de situações pré-conscientes de necessidades, ou seja, de sintomas da história das mentalidades. A partir disso, tentaremos demonstrar em que medida o movimento de escrita da história da literatura da América Latina expressa um sintoma de mudança de mentalidade, enquanto passagem de uma perspectiva da literatura colonialista ou europeizante a uma perspectiva independente ou latino-americana. Nesse contexto, a opção decolonial de Walter Mignolo (2005) se apresenta como importante contribuição para se pensar na contemporaneidade a escrita história da literatura latino americana numa perspectiva independente.
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In this paper, aims to verify how to happen the argumentative and polyphonic function of the narrative text, from the analysis of the tale A moça tecelã (The weaver girl) from Marina Colasanti. Therefore, the article is based in presuppositions of the Semantic Theory of the Blocks and in concepts taken from the Enunciation Polyphonic Theory, proposed by Ducrot (1984a, 1988). We defend the hypotheses: a) the narrative of the tale A moça tecelã is determined by meanings of “time”, while element responsible to bring and take away events; b) the narrative texts are crossed by the argumentation constituent of the viewpoint expressed by the enunciator, put in scene by the speaker; c) the argumentative function of the tale mobilizes two discourses about marriage. As a result, it was noted that in the narrative texts are found argumentative discourses, that were formalized in utterances produced from the semantic analysis of the tale A moça tecelã and by which function in this tale two concepts of time e two discourses about marriage.
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Neste trabalho apresentamos uma discussão ainda inicial sobre a heterogeneidade discursiva em redações produzidas por vestibulandos. As reflexões traçadas para a avaliação dos textos têm como referência os trabalhos de Authier-Revuz (1998) sobre heterogeneidade mostrada e constitutiva. Procuramos esboçar uma análise dos enunciados colhidos de redações a partir de condições de controle e negociação dos sentidos que se manifestam no interior das diferentes vozes acionadas nos enunciados. O sujeito, enquanto parte de um corpo histórico-social, passa a interagir com outros discursos, procurando, entre “o mesmo” e “o outro” (MAINGUENEAU, 2005), constituir-se sujeito autor do discurso. Linearmente, no fio do discurso, o locutor inscreve instâncias enunciativas revelando um discurso outro em momentos próprios da enunciação em que, no papel de observador, controla e negocia os sentidos possíveis. A investigação sobre o uso de aspas em redações produzidas por vestibulandos volta-se para uma análise das “formas marcadas da conotação autonímica”, enquanto estratégias de “controle-regulagem do processo de comunicação” (AUTHIER-REVUZ, 2004). O perfil argumentativo da língua acena para a presença de pistas enunciativas em que se denuncia um fazer discursivo, ora demarcado pela manutenção de uma tensão argumentativa, ora de um contorno argumentativo, em que se busca expor determinado ponto de vista marcado pela conquista da adesão do interlocutor. Tendo em vista os movimentos discursivos desencadeados no interior do texto, avalia-se que no processo de constituição do autor-autor explicita-se por meio de diferentes vozes que passam a ser contornadas, negociadas e controladas. A negociação e o controle manifestam-se nos enunciados no interior de movimentos argumentativos, em que a enunciação acena para estratégias traçadas para garantir possíveis orientações argumentativas.
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O presente trabalho apresenta uma proposta de aproximação pedagógica e intercultural, a partir da concepção bakhtiniana de linguagem, do romance de formação da literatura alemã Jakob von Gunten, de Robert Walser, mediada, com finalidades didáticas, pela leitura anterior do romance de formação brasileiro O Ateneu, de Raul Pompéia. A relação entre literatura e educação será duplamente contemplada: a) pela representação literária dos institutos de ensino nos dois romances acima citados e b) pela nossa aproximação didática - via obra literária do universo ficcional brasileiro - para os estudantes universitários brasileiros de literatura alemã. O pano de fundo que sustenta a proposta é a reflexão teórica bakhtiniana sobre (I) a exotopia - “o estar do lado de fora”, o não coincidir com o outro, conceito bakhtiniano fundamental, neste trabalho, para a reflexão que envolve a alteridade intercultural, e na aproximação pedagógica intercultural, (II) os gêneros discursivos. Destacando, a partir da visão bakhtiniana de gêneros discursivos, para este trabalho, a estrutura composicional e as unidades temáticas. A saída dos meninos de casa, por exemplo, é uma marca constitutiva da estrutura composicional dos romances de formação. Um outro aspecto da estrutura composicional presente nos dois romances - e bastante recorrente nos romances do gênero Bildungsroman da virada do século - é a construção do narrador em primeira pessoa. No mesmo sentido de orientação, podemos apontar, dentre as unidades temáticas abordadas na análise, a visão patriarcalista e personalista. O estudo constata a viabilidade da aproximação didática na construção de sentido do texto literário alemão através da análise da estrutura composicional e das unidades temáticas presentes nos dois romances.
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Com a regulamentação da Libras no Brasil, tornou-se fundamental a formação de professores para ensinar essa língua a surdos e ouvintes e, consequentemente, propiciar uma melhor integração entre surdos e também entre estes e os ouvintes. Para os surdos, em particular, a aprendizagem da Libras muitas vezes acontece apenas no contexto escolar, pois nem sempre os pais são usuários dessa língua. Considerando o exposto, o presente trabalho teve o objetivo investigar de que forma ocorre a formação do professor de Libras e as representações sobre sua formação. Na fundamentação teórica que ancorou a análise, foram utilizados centralmente o conceito de linguagem como essencialmente dialógica (BAHKTIN, 1990) e o conceito de representação conforme propõem Celani e Magalhães (2002, p. 321), no sentido de uma “cadeia de significações, construídas nas constantes negociações entre os participantes da interação”. A geração dos dados seguiu uma abordagem qualitativa/interpretativista (LÜDKE; ANDRÉ, 2003; BORTONI-RICARDO, 2008; DENZIN; LINCOLN, 2006), estabelecendo-se o método da entrevista não estruturada, realizada com três professores de Libras surdos. Os resultados da análise evidenciaram, principalmente, a importância que os professores atribuem a sua própria formação especializada para atuarem como professores de Libras, além do posicionamento político em relação ao compromisso de ampliar o número de professores de Libras para ouvintes e para surdos, afim de que possam ser mediadores para a inserção dos surdos, por exemplo, na escola, nas empresas, faculdades, hospitais, etc. Dessa forma, poderão possibilitar a construção de espaços para que a diferença seja vista como constitutiva de todos nós.
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This article aims to study the historical constitution of Portuguese Language Teaching Manuals in Brazil (PLT) in Brazil. To do this, we offer firstly an overview view of research on these Teaching Manuals as used in schools and in Portuguese language classes throughout the whole time they have existed. From this extensive period we draw attention to some historical perspectives that have decisively changed the direction of PLT, its classes and the day to day life in schools. From these we shall single out the public policies regarding quality pertaining to the National Program for Teaching Manuals (NPTM) and to the National Program for Teaching Manuals for High Schools, specifically and for 2015 (NPTMHS 2015). We seek theoretical support in: Comenius (1954), Oliveira et al. (1984), Soares (1986, 1998, 2001), Bittencourt (1993), Freitag et al. (1993), Munakata (1997), Coracini (1999), Batista (2001, 2003, 2004), Batista and Costa Val (2004), Bunzen (2001, 2005, 2009), Bunzen and Rojo (2008) Rojo and Batista (2008), among others. The result of this research will give a history of PLT made up of diverse social and political factors, as well as those continually arising.
O “PODER” NA FALA DA MULHER: A HETEROGENEIDADE DISCURSIVA E A IDENTIDADE FEMININA NA PÓS-MODERNIDADE
Resumo:
Falar da mulher no contexto da chamada pós-modernidade é tocar num ponto nevrálgico, já que precisamos pensar sua constituição num momento de crise dos gêneros, em que as fronteiras identitárias vêm se alterando. Tendo em vista que a partir do discurso (e da entrada no simbólico) é que nos configuramos como sujeitos, e mais que isso, que a designação de gênero é a primeira com a qual o “outro” nos nomeia, proponho, neste trabalho, pensar a identidade feminina a partir do discurso feminino, vendo-o sob o signo da heterogeneidade, conforme o conceito concebido na terceira fase da Análise do Discurso de linha francesa. Para isso, tomo entrevistas realizadas com mulheres de perfis heterogêneos e as analiso sob o foco de alguns pressupostos da AD, sobretudo no que diz respeito à heterogeneidade constitutiva e o interdiscurso, e alguns conceitos de base psicanalítica ligados à constituição do sujeito. Nesse artigo analiso especificamente as ocorrências do verbo “poder” na fala das entrevistadas em enunciados que demonstram a constituição hetero- gênea do discurso feminino. Pretendo, dessa forma, poder vislumbrar a configuração do sujeito mulher como ser heterogêneo que é, constituído com base no discurso do “outro”, procurando compreender quem é este ”outro” que o constitui contraditoriamente. Desta perspectiva, observaremos o funcionamento deste “outro” que não é o sujeito homem, mas sim o modo como a mulher resignifica o discurso do sujeito homem em seu dizer, tendo em vista um interdiscurso que se ordena a partir de memórias recortadas da sociedade patriarcal em relação à sociedade pós-moderna.