2 resultados para Gregório Lopes

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This article aims to analyze the work The flagellates East Wind (1959), Cape Verdean writer Manuel Lopes, highlighting their contribution to the development of Cape Verde literature, from a regionalist perspective. In this work, Manuel Lopes introduces the reader to the hard reality that the panel are subjected the inhabitants of St. Anthony, victims of insular confinement and natural phenomena that afflict the region. Thus, this analysis understand regionalism as a timeless current, as Ligia Chiappini (1995), which does not exclude the universalism of the work and seek to identify the specifics of the landscape, the structure and organization of the Cape Verdean society, customs, cuisine, music, way of speaking as a translation for the construction of national identity. Therefore, we will use as theorists subsidies Manuel Ferreira (1997), Daniel Spínola (1998), Simone Caputo Gomes (2008) (2015), João Paulo Madeira (2014), Maria Aparecida Santilli (1985), Maria Nazareth Soares Fonseca e Terezinha Taborna Moreira (2014), among others.

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No período barroco, apesar dos princípios teóricos e das prescrições que proíbem a ligação da poesia lírica a temas e linguagens prosaicos, recupera-se a vocação realista e concretista, com raízes na poesia cancioneiril medieval, que o classicismo renascentista interrompera. A realidade aparece, mais uma vez, reinventada em diversas graduações de ironia, sátira, caricatura, cómico, burlesco e grotesco; o pormenor, o contingente, o incidental, o baixo e o abjecto são essenciais nesta poesia, que busca a apreensão e exibição do real mais comum. Gregório de Matos é um dos maiores cultores desta sátira, que, com intenções de tipo mais ideológico ou mais pessoal, promove, através do lúdico e do riso, a fuga a mecanismos de repressão religiosa e social. O poeta não o admite, mas, para ele, a agressividade e a obscenidade satíricas podem e devem ser uma arte e uma pragmática ao serviço da verdade individual. A sátira de Gregório de Matos dá assim continuidade à linhagem de Lucílio e Juvenal, a que as poéticas portuguesas e estrangeiras se referem mais para exaltar a verticalidade ética dos autores do que para promover a linguagem directa a que recorrem.