4 resultados para Grande sertão: veredas

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RESUMO: Em Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa, há uma ligação intensa entre poesia e pensamento. Pretendemos com o presente texto especular, então, em torno dessa aproximação entre a poesia e o pensamento na obra do autor, partindo da narrativa do personagem e narrador Riobaldo. A linguagem como expressão do pensamento e da poesia é na obra de Guimarães Rosa, antes de tudo, saga, isto é, linguagem que mostra, que faz aparecer o real sem que, no entanto, se comunique nada a respeito desse mesmo real. Desta forma, a linguagem é o que em Grande sertão: veredas faz exceder a realidade para além de seus contornos, de suas margens.

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A escritura de Grande sertão: veredas, ao reconstituir sua linhagem, fundamenta-se na hybris, na desmedida instauradora do trágico, elemento constitutivo do drama desde os primórdios da sua história no Ocidente. A hybris faz explodir o substrato linguístico da escritura, espalha-se na constelação de signos, onde se observa um excesso de significantes e de significados, transbordamento que instala a transgressão - força dionisíaca geradora do trágico - no próprio corpo da linguagem. Para esta reflexão procura-se recortar diversos fios entrelaçados para reconstituírem biograficamente a constelação dos signos de Grande sertão: veredas. Em um primeiro movimento, esboça-se o parentesco entre a escritura de Grande sertão e a de Ulysses e Finnegan's Wake, de James Joyce, pois, do ponto de vista estritamente linguístico, elas se irmanam por terem deflagrado a hybris, a transgressão que atinge diretamente o corpo físico da linguagem, por meio do estilhaçamento e fragmentação dos significantes e significados. Nesse sentido, tanto Rosa como Joyce submetem a língua a uma agônica dramatização fundamentada nesse elemento dionisíaco e trágico. Em um segundo andamento, procura-se compreender como esse elemento transgressor no plano dos valores estéticos e linguísticos repercute nos valores históricos, sociais, religiosos e éticos.

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Discorre-se, neste relato acerca de uma pesquisa relacionada à recepção da obra de João Guimarães Rosa no Vale do Urucuia, cenário de parte do romance Grande Sertão: Veredas. O objetivo principal da pesquisa foi levar a leitura dos textos rosianos às comunidades que se situam no território que inspirou o autor. Além disso, objetivou-se também desenvolver o letramento literário na mesma região. Destacam-se as “cirandas dialógicas” como procedimento metodológico eficaz, uma vez que os participantes do projeto se envolveram com os textos, mesmo com a ideia pré-formada de que a leitura do autor é difícil e para um grupo seleto. A proposta percorreu 5 comunidades da região e, a partir do relato, observam-se resultados positivos em relação à leitura de João Guimarães Rosa pelo interior do país: primeiro, as pessoas mais humildes e com pouca educação formal têm plenas condições de ler a obra do autor; segundo, o letramento literário, assim como outros letramentos, pode ser desenvolvido se houver um cuidado com as estratégias aplicadas para este fim.

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Em suas manifestações iniciais, a literatura na América Latina desempenhou um papel determinante no processo colonizador, funcionando muitas vezes como expressão dos padrões culturais do colonizador. Conforme desenvolveu-se, entretanto, a produção literária latino-americana possibilitou uma resistência às tendências colonizadoras, promovendo o resgate e revalorização de elementos característicos das tradições culturais nativas do continente americano. Esse papel de resistência foi amplamente estudado pelo crítico uruguaio Ángel Rama, sobretudo em seus escritos sobre a transculturação narrativa, conceito formulado a partir das contribuições do antropólogo cubano Fernando Ortiz. Rama mostrou-se particularmente interessado pelo modo como alguns escritores latino-americanos rearticularam no âmbito ficcional os aspectos próprios das tradições populares das regiões rurais da América Latina, criando a partir da fala dos habitantes do interior uma linguagem literária mais apropriada para expressar a visão de mundo engendrada por esses elementos culturais. Um dos autores estudados por Rama é Guimarães Rosa. De fato, os pontos centrais da proposta poética do escritor mineiro vão ao encontro do conceito de transculturação desenvolvido pelo crítico uruguaio. Nesse sentido, a proposta deste artigo é analisar o conto “Meu tio o iauaretê” (1961) para explicitar os procedimentos de transculturação narrativa empregados por Guimarães Rosa. O objetivo é explorar a partir da obra rosiana o papel de resistência cultural desempenhado pela literatura latino-americana, mostrando como o conto contribui para uma reafirmação e valorização de elementos próprios da cultura indígena frente a problemática da colonização.