2 resultados para Equivalência de contato
em Línguas
Resumo:
Os estudos sobre as línguas em contato têm suscitado interessepor parte de pesquisadores da área da linguagem, especialmente da sociolingüística, por constituírem material potencial para a descrição e a compreensão das várias instâncias que atuam nos processos de interação, quais sejam lingüísticas, sociais, históricas, psicológicas, entre outras. O motivo pelo qual estudiosos têm se dedicado às investigaçõesde comunidades e falantes bilíngües está representado na possibilidade de compreender o uso da língua como elemento desencadeador de ambientes particulares de interação, governados pela necessidade de comunicação e pela constituição de identidades, em que se podem compreender as várias facetas do modus operandi das línguas. É como pensar que, em cada elocução, submergem elementos que constituemo sujeito falante e que remetem a um mundo particular, o qual se faz não apenas pela história de cada um, mas pela sua cultura e pela sua tradição. O estudo do contato lingüístico e dos fenômenos lingüísticos decorrentes desta realidade sociocultural move-se no interior das teorias da variação lingüística, entendidos como decorrentes de fatores inerentes à condição humana. Dentre as perspectivas e tendências, destaca-se o contexto particular de interação do falante diante de condições específicas em comunidades bi e monolíngües. Toma-se, assim, o fenômeno do contato lingüístico e seus resultados, dentre eles a alternância de código e os empréstimos lingüísticos, como processos mediados por uma realidade “multimodal”, em que cada situação comunicativa se desdobra em feixes de complexidade que revelam pistas para descrição e análise do fenômeno da variação lingüística.
Resumo:
O presente estudo tem como objetivo discorrer sobre a variedade minoritária suíço-alemã no Brasil, mais especificamente em um distrito de Cafelândia, Paraná. Para esta finalidade, consideram-se fatores extralinguísticos (o contexto familiar) e linguísticos (alternância de código e mistura de línguas). A pergunta básica que orienta esta pesquisa é como se caracteriza e como se usa o dialeto suíço-alemão em contato com o português, e como esse idioma minoritário “sobrevive” se é adquirido em uma comunidade monolíngue de fala portuguesa, no Sul do Brasil. Notou-se, através de entrevistas e observação participante em três gerações de descendentes helvéticos (relativo à Helvécia ou Suíça), que, ao decorrer do tempo, o suíço-alemão, que primeiro era “língua” materna, foi substituído quase que completamente pelo português. Mesmo assim, pode-se perceber que persiste a iniciativa de conservar o dialeto suíço-alemão no Brasil, sendo que vários descendentes dos entrevistados bilíngues (re)migraram para a Suíça.