2 resultados para Eça de Queirós
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Resumo:
RESUMO: Em 1945, na ocasião do centenário do nascimento de Eça de Queirós,Antonio Candido escreveu um artigo intitulado “Entre Campo e Cidade”, noqual propôs uma interpretação para a obra completa do autor português. Otexto fora publicado no Livro do centenário de Eça de Queiroz e posteriormen-te, em 1964, coligido no volume Tese antítese. “Entre campo e cidade” aindahoje é importantíssimo para a compreensão da obra queirosiana, pois estabele-ce um contraponto à crítica tradicional canônica que, quase sempre, exigiu umposicionamento ideológico claro de Eça frente a diversos temas e entendeutudo aquilo que fora escrito depois de Os Maias (1888) como produçõesdesviadas da melhor inspiração crítica realista percebida em obras anteriorescomo O crime do padre Amaro (1871) e O primo Basílio (1886). Candidopropõe uma leitura dos escritos de Eça de Queirós a partir da perspectivadialética, fato que, além de superar a concepção polarizada do Eça esquerdistadas primeiras obras versus o Eça direitista dos textos derradeiros – posições quedireta ou indiretamente a crítica tradicional sempre veiculou - supõe a liberda-de de criação autoral sem a necessária adesão a esta ou aquela vertente ideoló-gica. Como atualmente a produção queirosiana ainda é alvo da polarizaçãointerpretativa, “Entre campo e cidade” torna-se, de fato, atualíssimo, principal-mente àqueles que buscam a revisão da crítica literária canônica que, em muitoscasos, fechou-se em interpretações cristalizadas e relegou este ou aquele escri-tor ou, no caso de Eça, esta ou aquela obra ao limbo da “má” literatura. Opresente trabalho pretende mostrar as particularidades do texto de AntonioCandido, bem como sua interessante proposta ao analisar as obras de Eça deQueirós, principalmente aquelas escritas na última década de vida do autor.
Resumo:
O estudo parte da análise do diálogo estabelecido entre os discursos dos autores Bartolomeu Campos de Queirós e Lygia Bojunga com Monteiro Lobato em suas obras. Para essa análise tomamos como corpus as obras Vermelho amargo (2011) e Por parte de pai (1995), do Bartolomeu; e da Lygia, O abraço (2010) e Sapato de salto (2006) e, com exemplos dessas narrativas, pretendemos mostrar as intertextualidades nas obras de Lygia e Bartolomeu, com destaque para o talento deles em singularizar suas obras. Esses autores se destacam no cenário da literatura infantojuvenil brasileira e possuem grandiosa habilidade em equilibrar a realidade e o imaginário, em suas obras, ou seja, narram ficções que proporcionam às crianças um espaço com situações e fatos do cotidiano, mas com liberdade de imaginação. Observa-se nesses autores a afirmação do discurso de Lobato de preocupação com a educação das crianças, mas sem prezar pelos saberes “inteiros” e “derradeiros” e por uma representação utópica da vida.